Dizer adeus também faz parte

POV’s Mabel Bieber.

FBI.

Washington D.C.

1 MÊS DEPOIS…

— Invadam!

Ordeno, através da escuta, liderando toda a operação de dentro da van; onde a câmera de segurança é mostrada ao vivo.

— Chefe, código azul.— o policial informa afoito, de um possível risco de bomba. — Código azul.

— Droga!

Desligo o aparelho, pensando em outro ponto estratégico para salvar os reféns. Mando Scarllet hackear uma parte mais isolada que as câmeras não estão conseguindo capturar. Em questão de segundos, nos avista vários explosivos e tudo desaba, não dando tempo de mandarem todos saírem da parte do prédio abandonado.

— Eu preciso salva-ló.

Pego o colete, colocando em mim. Me desloco às pressas.

— Você está louca, Mabel?

A mão me impede de prosseguir. Seus olhos castanhos estão arregalados, havendo uma descrença.

— Eu preciso ir.

— Lá é muito perigoso! Onde está com a cabeça? Isso é trabalho para os bombeiros.

— Não posso deixa-ló morrer. — recuo do contato da sua mão em meu braço, indo contra o conselho.— Eu sinto muito.

— Tome cuidado então!— a mesma alerta preocupada, quando já me encontro fora da van. — Por favor, não morra de novo.— pede e assinto com a cabeça, prometendo voltar.

Depois disso, saio em disparada, ignorando todos os protocolos. Em situações como essa, eu preciso exercer a minha função de policial, que é manter a calma. No entanto, sou levada pela emoção.

— LORENZO!

O procuro pelos escombros, desesperada, aos gritos. Passo por de baixo de um, sendo guiada pela luz da lanterna que seguro na mão.

—Lorenzo!

Escuto alguns gemidos vindo lá de dentro, como também um barulho alto de chiado;

“Aqui é a agente do FBI, código verde. Precisamos de reforços.” —me comunico com a central.— Há uma quantidade de vítimas, não sei o certo o número de sobreviventes — analiso a gravidade. — Não, fica entre o quarteirão 5, na avenida principal de Washington. Sou Mabel. O meu supervisor não está no momento. Ele é uma das vítima.

“ Ok. Aguarde, que mandaremos reforços.” as palavras da atendente, é apaziguadora.

No entanto, por impulso, adentro aos escombros. Está muito escuro, é uma sensação tão esquisita. Meu coração está com um pressentimento ruim. Eu poderia deixa-ló se foder, e me livrar para sempre do Lorenzo. Mas ao longo desses cinco anos, a única companhia que tive naquele inferno, foi somente a dele.

— LORENZO! — o silêncio alastra, enquanto o busco. — Alguém aqui?— checo, olhando para os lados.

Minha respiração começa a ficar ofegante, pela pouca quantidade de oxigênio neste lugar. Vagueio pelos cantos, atrás de corpos, me deparando com dois. Viro a cara, sem conseguir continuar vendo à cena.

É muito difícil. Porque por mais que eu seja acostumada a presenciar o tempo todo assassinatos, dá um embrulho no estômago ao saber que se não fosse por ordens minhas, essa tragédia não teria acontecido.

Aquele bosta do irmão do Nameless conseguiu dá o recado. Eu não irei deixar barato, ele irá pagar caro por essa afronta.

— Oh meu Deus!— consigo encontrar o meu marido caído; ensanguentado, com a perna prensada.— Por favor, fique comigo.— coloco a sua cabeça em meu colo.— Lorenzo, acorde, fale comigo.

Faço respiração boca a boca quando não sinto nenhum sinal vital. Checo o seu pulso e está bastante fraco. A tosse seca me pega, pois além de sentir o cheiro de fumaça, há no ar o cheiro de poeira.

— Teremos que sair daqui AGORA.

Fico de pé, para arrasta-ló. Por ser muito pesado, minhas costas doem.

— Isso tudo aqui vai explodir.

Concluo, nervosamente, prestes a tomar uma decisão difícil de escolher deixa-ló para trás, ou ficar para morrer junto.

Mas uma vez eu me sinto no meio de uma encruzilhada.

Todos os homens que passam na minha vida, são arrancados de mim. Eu já até aceitei que nunca poderei ser feliz de verdade. O meu destino está selado a viver assim; a mercê do sofrimento, da tortura e da dor.

Saco o revólver e atiro contra ele, para que não sinta dor. Os respingos de sangue acabam escorrendo na minha cara. O primeiro acerto é pelo que ele fez com a Giulia. O segundo, é por todo o dano que causou a Annabelle. E o fatal, é por morrer e me deixar sozinha.

“Mabel, você está aí? Fala alguma coisa? O que houve? Consegue me ouvir?”— minha irmã do outro lado da escuta, se desespera com os disparos.

Não sei o que sentir, gostaria de poder derramar lágrimas, mas estou fria.

“ Mabel, fala comigo? Ah meu Deus!”

— Eu estou bem, Giulia. — confirmo, desnorteada, deixando o revólver cair das minhas mãos.

Saio andando, sem rumo, com os meus sentidos longes. Percorro até pequena a saída, já conseguindo captar o barulho de sirenes tanto da polícia, como dos bombeiros.

Só dá tempo eu sair; tudo explode em chamas e meu corpo é arremessado no chão. Fico surda por alguns instantes, até que o chiado dos explosivos é tão alto em minha cabeça, que tampo os ouvidos querendo fazer aquilo parar.

— Graças a Deus!

Ela se agacha, envolvendo os braços no meu corpo.

De canto de olho observo os bombeiros se deslocarem até área correndo, para verem se conseguem resgatarem alguém com vida. Enxergo toda a equipe de primeiro-socorros querendo prestar assistência, mesmo não havendo mais jeito.

— Eu o matei.— confidencio com a voz embargada, olhando para ela.— Lorenzo está morto, Giulia. — dou as costas, me negando assistir a sua reação, enquanto visualizo a minha vida dos sonhos se tornando cinzas com aquele incêndio.— Acho que ele mereceu esse fim.

— Está falando sério?— sinto seus dedos frios tocarem no meu braço, havendo um tom de incredulidade.

— O que você acha?— lhe lanço um olhar quebrado.— Dizer adeus também faz parte. Já tive que dá muitos adeus as pessoas que eu amo. — expresso o meu sentimento do quão arrasada estou, permitindo a primeira lágrima cair.— Tô cansada de sempre perder. Tô cansada da minha vida ser uma merda! Tô cansada de sempre voltar a estaca zero. Eu perdi cinco anos da minha vida, Giulia! E nem mesmo assim foi o suficiente. Aquele lugar foi um inferno.

Desabafo, chorando.

— Que lugar, Mabel?

— No cemitério.

— Você estava num cemitério?— a mais nova exibe uma careta confusa.

— Eu estava num hospício. — cuspo para fora a verdade.— Naquela noite que eu estava com Nameless no restaurante, eu vi o Will novamente, mas não era o Will, era mais uma miragem. Eu atirei nele. Quer dizer, acertei o Nameless achando que era o Will. Eu me senti tão culpada, que o abandonei para trás. Comecei a ter mais crises de esquizofrenia, vendo coisas fora da realidade. O psiquiátrica alertou que não era seguro e que eu precisava me internar urgente, porque senão o estrago seria maior. Foi daí que resolvi fingir de morta, porque assim, eu teria sossego. A organização me deixaria em paz, todos esqueceriam de mim e eu poderia seguir com o tratamento, sem correr o risco de amanhecer morta.

— Você passou por tudo isso sozinha, Mabel. Por que não procurou pela nossa família?

— Porque não queria ser um fardo para ninguém.

— Mas Nameless sabia que você estava viva e inclusive quis se manter preso, para poupar a sua pele.— traz à tona esse fato.— Não tinha um jeito melhor de vocês terem arquitetado esse plano, sem machucar as pessoas ao redor? A Anna ficou louca atrás de você, procurando seu corpo em todos os necrotérios.

— Tinha que parecer real, Giulia. Sou uma policial, eu adquiri habilidades de como não ser achada. Eu sei muito bem passar despercebida.— argumento e a garota na minha frente engole em seco, pensativa.— E outra coisa, não saía por aí dizendo que Nameless foi o meu cúmplice, porque não foi bem assim. Ele usou a minha falsa morte, para ficar preso. Ele não quis revelar que eu estava viva por um motivo.

— Qual?

— Ele estava apaixonado por mim. E quando as pessoas estão apaixonadas, elas fazem de tudo para proteger a pessoa que ama.

— E você ainda sente alguma coisa por ele?

— Sim, sinto pena. — ressalto com indiferença, e quando minha irmã vai rebater, somos atrapalhadas com a aparição inesperada da Annabelle.

— Eu vi nos noticiários. Como ele está?— suas mãos tremem. — Digam alguma coisa? — pede, num estado de desespero.

Encaro a sua barriga que está um pouco volumosa, mas não muito aparente, para uma mulher grávida de algumas semanas.

— Ele está morto. — dou a notícia.

— Nameless está morto?

Reage triste, sentindo o peso das palavras. É notório o quanto fica mal com a possibilidade. Evidencio de cara, que a trouxa ainda gosta dele.

— Não é Nameless, Annabelle, e sim Lorenzo.— faço a correção, erguendo o dedo. — Morreu no desabamento.— com um olhar de indiferença, disparo com desdém, ao ver as lágrimas caindo pela sua face.— Pare para pensar.— me aproximo.— Será até bom. Assim não terá que ter medo mais desse bastardo, ele jamais irá te importunar novamente. Já parou para pensar? Poderá viver em paz daqui para frente.

— Você não entende, Mabel.— choraminga, balançando a cabeça inconformada. — Nameless estava lá dentro. Eu o perdi. Nós o perdemos.

— Não, não o perdemos. — rebato, firmemente.— Porque ele nunca foi meu.

Após essa afirmação, ando em meio a todo esse caos ouvindo-a chorar no fundo. Nem tomo coragem de olhar para trás, tudo que faço é seguir em frente.

Dmitry é um homem que está passando dos limites, tomarei as providências de que esse verme não amanheça respirando amanhã.

— Quem é vivo sempre aparece.— o cumprimento, soando com ironia.— Veio presenciar de perto o estrago que causou?— seus lábios se abrem em um sorriso dissimulado.

— Estava passando por perto e resolvi por curiosidade saber o que estava acontecendo. Existe algum problema, agente?

Me provoca.

— Não, nenhum. Mas daqui a pouco área será interditada, já que essa terrível tragédia passará ser uma cena de crime— seus olhos praticamente brilham, adorando saber.

— Lamento pelas vítimas que se foram.

— Pois é.— concordo.— É uma perda muito grande, o FBI está em luto, muitos policiais morreram nesse atentado. E não posso deixar desde de já de prestar a minha solidariedade a você também. Meus pêsames pelo seu irmão. — tampo a boca, rapidamente, fingindo que escapou.— Ah que cabeça a minha, você não deve está sabendo ainda da terrível fatalidade. Me desculpa.

Seu rosto muda de cor, criando uma palidez. Uso um sorriso falso como meio de tirá-lo do sério. É prazeroso vê a cara de frustração do mafioso.

— Você está blefando.— lhe escuto negar.

— O necrotério irá ligar para tu ir fazer o reconhecimento do corpo. Ou prefere que Nameless seja enterrado como indigente?— retruco sugestiva, no intuito de insulta-ló.— A escolha é sua.

— Vá se ferrar!

— Iremos nós dois juntos.— olho para trás, dando uma piscada. — Farei sua vida um inferno, irá se arrepender caro de ter nascido. Você matou os dois homens que eu amava, essa atitude imprudente terá troco. Começando de agora. — saco a arma.— Diga apenas um motivo para eu mudar de ideia e não te matar. — miro.

— Eu não tenho medo de você, Mabelzinha. Eu me amarro em mulheres bravas.

Flerta comigo e não me contenho; reviro os olhos, sentindo nojo.

— Tem certeza?— dou um disparo em direção ao chão, sem causar barulho, porque uso o silenciador.— Sou boa de pontaria.

— Vendo assim, aumenta a minha curiosidade de saber como é pegar a mulher do meu irmão. — foca os olhos para os meus seios.— Eu pago o quanto que for, para que durma comigo.

— Eu não preciso do seu dinheiro sujo.

— Engano seu, Mabelzinha.

Esquivo com o sangue quente, quando lhe sinto alisar o meu braço.

—500 milhões de dólares, serve?— oferece e abro um sorriso maroto.

— Para eu me prostituir para você, não acha muito pouco?

— 1 bilhão.

—2 bilhões.— dou uma contraoferta.

— Fechado. — concorda.— Mas agora quero um beijo seu.— com todas intenções, propõe, fechando os olhos e aguardando ansiosamente.

Rio, enfiando o cabo da arma em sua boca.

— Você nunca encostará um dedo em mim, seu lixo! Engole esses 2 bilhões na puta que pariu. Eu só não te mato agora, porque muita gente servirá como testemunha, mas vontade não falta. Aproveita seus últimos dias de vida, enquanto pode. Nunca se sabe quando ocorre um acidente.

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Comments

Neta Souza

Neta Souza

que história mais louca eu em

2023-11-21

2

Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa

Marli Da Silva Gouvêa Castro Rosa

E muta confusão, desistindo de ler

2023-11-05

0

Eni Urias

Eni Urias

mas Namelles morreu tbm ??

2023-07-15

2

Ver todos
Capítulos
1 Personagens
2 Julgamento
3 Peraí, vão abrir o caso de Giulia?
4 Hospital
5 Noivo?
6 Dizer adeus também faz parte
7 Quem é?
8 Casamento
9 Lua de mel
10 Casa branca
11 Eu não vou perder você
12 Solitária
13 Floresta
14 Ciúmes?
15 Eu já sei de tudo
16 Revelação
17 Que os jogos comecem!
18 Cadê, Nameless?
19 Porque ele é o alvo mais fraco deles
20 Eu fui roubado
21 Você não deveria nem ter nascido
22 Você não tem querer
23 Eu sei que você jamais me trairia
24 Você se apaixonou primeiro, como também preferiu dizer adeus primeiro
25 Ele nunca vai ser feliz com você
26 E você que vai matar
27 Divórcio?
28 E serei o último
29 Dormirá comigo hoje
30 Estou mesmo grávida
31 Iremos até a cena do crime
32 A nossa noite será inesquecível
33 Você é um monstro
34 O meu coração pertence a outro
35 O que você está tramando?
36 Você acabou com a minha vida
37 Eu quero que possamos ser uma família
38 Você nunca incomoda
39 Meu bebê
40 Já pediu autorização a sua esposa?
41 Eu só quero ser amada
42 Depende do seu sim.
43 Dói muito amar uma pessoa e ser rejeitada por essa pessoa
44 Eu te amo
45 Eu vou embora
46 Tá na hora de revelar toda a verdade
47 Lutando contra a vida
48 Eu não cedo a chantagem
49 Ele queria te ver morta!
50 Aceita dançar comigo essa dança?
51 Quando foi que você descobriu que me amava?
52 Último capítulo da terceira temporada
53 Nova temporada
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Atualizado até capítulo 53

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2
Julgamento
3
Peraí, vão abrir o caso de Giulia?
4
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5
Noivo?
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Dizer adeus também faz parte
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8
Casamento
9
Lua de mel
10
Casa branca
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Eu não vou perder você
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Ciúmes?
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Eu já sei de tudo
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Que os jogos comecem!
18
Cadê, Nameless?
19
Porque ele é o alvo mais fraco deles
20
Eu fui roubado
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Você não deveria nem ter nascido
22
Você não tem querer
23
Eu sei que você jamais me trairia
24
Você se apaixonou primeiro, como também preferiu dizer adeus primeiro
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Ele nunca vai ser feliz com você
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E você que vai matar
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Divórcio?
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E serei o último
29
Dormirá comigo hoje
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Estou mesmo grávida
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Iremos até a cena do crime
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A nossa noite será inesquecível
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Você é um monstro
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O meu coração pertence a outro
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O que você está tramando?
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Você acabou com a minha vida
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Eu quero que possamos ser uma família
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Você nunca incomoda
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Meu bebê
40
Já pediu autorização a sua esposa?
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Eu só quero ser amada
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Depende do seu sim.
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Dói muito amar uma pessoa e ser rejeitada por essa pessoa
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Eu te amo
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Eu vou embora
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Tá na hora de revelar toda a verdade
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Lutando contra a vida
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Eu não cedo a chantagem
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