Casamento

POV’s Mabel Bieber.

Na manhã seguinte-

Sábado.

10:30 AM.

— Casar?

— Por que está rindo?

A notícia é tão cômica, que não me contenho.

— Quem em pleno século 21, é obrigada a casar? Me poupe, Giulia! Vai procurar o que fazer e me deixa dormir— saio a empurrando, para fora do meu quarto.

— Por que não está me levando a sério? Você mesma não foi forçada a casar com aquele Nameless.

— Uma coisa é completamente diferente da outra. — a explico, parando os nossos passos no meio do corredor.— Eu tinha muita grana, ele também. Juntando os dois patrimônios, seria muito dinheiro envolvido. Já você, o que tem oferecer a Organização? Nada. Então relaxa e fica tranquila que não vai rolar casamento nenhum. Ah não sei que você queira.— ainda acrescento esse detalhe com uma faísca de sarcasmo e ela me lança um olhar mortal. — Vai lá maninha, e me deixa dormir.

— Ele tá obcecado.

— Esse é o preço que carregamos por sermos bonitas. Os homens ficam enlouquecidos.

— Como pode brincar com algo tão sério, Mabel? Eu achei que você iria me ajudar.

— E eu estou ajudando.

— Ajudando assim?— aponta pro meu semblante risonho.

— O que você quer que eu faça, Giulia? Já disse que não vai haver casamento. Quantas vezes mais eu terei que repetir?

— Como pode ter tanta convicção?— se exalta indignada.— Sendo que já está tudo pronto. Estou indo agora experimentar a porcaria do vestido de noiva.

— Que bom! Você será uma noiva linda. — elogio e a própria revira os olhos, querendo me matar.

— Sério, não dá para conversar contigo, Mabel. Foi uma péssima ideia ter vindo.

— Não precisa ofender tanto. Aliás, cadê a parte que você me convida para ser a madrinha do casamento?

— Vá se ferrar!

— Serei a madrinha assim mesmo. — me auto declaro.— Mas não tenho vestido pra tamanho evento.

— Não me provoca, Mabel…

— Tá muito nervosa, Giulinha, tá precisando de calmante.— estendo a caixinha.— Tome um.

— Eu não quero.

— Não sabe o que está perdendo.

Engulo a pílula, bebendo com água. Sento no sofá, cruzando as perna. Pego o isqueiro e o maço de cigarro que estão em cima da mesinha de centro, minha irmã até arregala os olhos estando surpresa.

— Você quer que eu o mate? Pena que não será possível. Eu até o ameacei de me vingar pela morte do Lorenzo. — inalo a fumaça, soprando pro ar.— Mas depois descobri que as ordens saíram do Nameless, aí voltei atrás da minha decisão. Porque comprar briga com os poderosos da Organização, é está decretando a sentença de morte. Não posso infelizmente assassina-ló. — ela abaixa a cabeça, dando-se conta que todas as chances estão esgotadas. — Mas você pode.

— Quê?—seus olhos se erguem rapidamente.

— Tá vendo os meus remédios? — amostro vários tipos. — Alguns deles são tão fortes como droga, alguns fazem até alucinar se tomar além do normal. Quem sabe, ele acabe tropeçando sem querer na hora do casamento…— insinuo maliciosamente, enxergando um sorriso maldoso no canto dos seus lábios.

— Isso é perfeito, Mabel! Como eu não pensei nisso antes.

— Porque eu sou a mais inteligente da família.— implico, recebendo um olhar feio. — Tô mentindo, por acaso?

— Sem dúvidas, você é muito convencida, Mabel.

— Eu não tenho culpa de ter nascido assim.— fungo mais o meu cigarro, jogando fora o resto.— O que estou fazendo aqui parada mesmo? Preciso me preparar pro casamento. Não me escolha um padrinho idiota para estar ao meu lado no altar.

— Será Nameless.

— É sério isso?— viro para trás, fazendo uma careta de desgosto. — Tá de sacanagem com a minha cara, né?— a mesma nega com cabeça, rindo.— Vai ter troco, viu.— beslico-a, a empurrando pro lado, ouvindo a sua gargalhada alta.

— Bora comigo escolher o vestido.— me pede, olhando pidona. A encaro sugestiva. — Tava pensando em convidar a Anna…— morde o lábio inferior, receosa.

— Quer mesmo colocar a sua identidade em risco, Giulia?— assente que sim.— Tem certeza?

— Annabelle, praticamente me criou Mabel. Devo isso a ela.— dar uma de sentimentalista.

— Mesmo sendo um casamento de mentirinha?

— Eu não me importo.

— Então vá em frente, mas depois não reclame de quando vier as consequências.— dou o alerta, mas a minha irmã caçula teima.

Ela está mesmo decidida a convidar Annabelle para cerimônia.

(((…..))

POV’s Annabelle Bieber

— EU QUERO SABER PORQUE VOCÊ NUNCA FALA NADA DO MEU PAI!

Revira as minhas coisas, tentando achar algo. Eu continuo chorando, sem coragem de revelar toda a verdade. Melissa está tão revoltada que já espatifou todo o closet de cabeça para baixo.

— Eu não tenho uma foto dele!— choraminga, aos prantos, amassando o álbum de fotografia de lembranças antigas que guardo.— POR QUE O ESCONDE? POR QUÊ?

— Mel, não grita, você acabará acordando as crianças.— repreendo-a.

— VOCÊ SÓ SE PREOCUPA COM AS FILHAS DOS OUTROS. E eu que sou a sua filha, você pouco se importa.— soa ressentida, batendo as mãos no peito.

— Não é verdade.

— É sim!

— Pare de culpar a sua mãe.

Nameless adentra, tomando à frente.

— O que esse homem quer? Sai daqui!— ela manda, alterada.— Quem você acha que é para entrar no quarto da minha mãe dessa maneira?

— O seu pai.— declara e nego com a cabeça, nervosa, para que não faça isso. — Eu e sua mãe tivemos uma linda história de amor na adolescência, dessa paixonite nasceu você.

— É mentira.— minha filha discorda. — Se você fosse mesmo o meu pai, você já teria falado. — seu olhar expressa incerteza.

— É porque Annabelle nunca me permitiu.

Os olhares de ambos vão até a mim. Ele pisca o olho, mandando eu confirmar a história.

— É verdade, mãe?

Fico entre mentir novamente, ou expor toda realidade cruel que veio como consequência o seu nascimento. Jamais quero que a Mel se sinta um fardo, e muito menos, rejeitada. Eu a amei desde do primeiro momento que soube que era a minha filha.

— Sim.— choro, com a voz embargada.— Eu o odeie, porque ele havia me abandonado grávida, e depois quando você já estava crescida ele retornou. Ele não tinha nenhum direito sob você. Porque te criei sozinha. Fui pai, e mãe para você, Melissa. Eu te dei toda atenção, você foi muito bem amada. Sinto muito por não ter dito nada, mas eu estava com medo, assustada.

Antes de eu terminar com as palavras, ganho um abraço forte. O abraço é tão carinhoso, há muito tempo não sentia esse amor por parte da minha filha.

— Me desculpa, mãe.— pede, e entreolho para o loiro, o agradecendo.

— Está tudo bem.— acaricio o seu rosto.— Perdão por não ter falado antes.

— Está tudo muito lindo, mas o que irá acontecer comigo?— a voz masculina indaga. — Não irá virar as costas pro papai, não é filha?

Reviro os olhos levemente, por realmente está levando a sério essa mentira. A adolescente fica menos agressiva, havendo uma timidez.

— Eu sempre imaginei a imagem do meu pai nos meus pensamentos, só não tinha noção como ele era. Te conhecer agora é estranho.

— Recuperaremos o tempo perdido. Nunca é nada para recomeçar.— usa uma lábia, garantindo com tanta confiança. Isso me deixa mais mal, outra vez estou a enganando e me sinto tão suja.

Nameless recebe uma mensagem no celular, em seguida, olha para mim com o sorrisinho estampado no rosto:

— Olha as coisas melhorando, meu irmão resolveu casar hoje.— parece empolgado.— E é com a Scarllet.

— Com a Scarllet, a minha amiga?

— Uhum.

— Eu sabia que aquela sonsa ia dar golpe do baú!— Mel a xinga. — Ela é uma sanguessuga, enganou até o coitado do meu tio.

— Ela nunca deu esperança para o cascão, filha.

— Como você consegue defendê-la, mãe, me diz? Nem te falar nada sobre o casamento, ela falou.

— Nossa filha tem razão, Annabelle.— suspiro fundo, quando o mesmo se mete.— Cadê que você foi convidada?

— Talvez ela esteja sem tempo.— argumento, sem jeito.

— Talvez porque ela sinta vergonha que somos pobres e não queira te convidar, mãe.

— Pior que é verdade.— Nameless concorda, entreolho em sua direção mandando-o se calar — Ela chamou até a Mabel para ser a madrinha, vi aqui que serei obrigado a subir no altar ao lado daquela mulherzinha insuportável.—reclama, revirando os olhos.

No entanto, ergo o cenho confusa, estranhando.

— A Mabel? Como assim? As duas são amigas da onde?

— Não faço a menor ideia.

— Tá vendo, mãe, como é as coisas! Se você fosse rica, igual a outra, talvez aquela vadia lembraria da sua existência.

— Melissa!

— Nossa filha tem razão, meu amor. Essas pessoas mesquinhas só ligam para status e Scarllet pode ser uma delas.

— Não. Ela é não é assim.— a defendo.— Eu a conheço.

— Será que a conhece mesmo?— ele levanta a dúvida.

Lhe fito desconfiada.

— Existe algo que você sabe, que eu ainda não sei, Nameless?

— Não.— nega.— Apenas sei, que ela será minha cunhada. Nunca tive nenhum contato, mas parece que o meu irmão tem bom gosto. Pelo que vi nas fotos, ela é muito bonita, mas nada supera você Annabelle.

Melissa sorri, ao ouvir o comentário que seu suposto pai expõe.

— Preciso de ar.

Digo, prestes a me retirar do quarto.

— Não vai nem agradecer.

Interrompo os meus passos, olhando pra trás:

— Pra quê? Para você ir atrás da Mabel de novo? Eu sei que você foi a procurar, e não diga que não.

Minhas palavras são a gota d’água para quebrar suas expectativas. O seu sorriso se desfaz.

— Ok, fui a procurar para pedir a porra do divórcio.

— Você é casado com ela, pai?— Melissa questiona, incrédula. Até o chamando de “pai” já está.

— Infelizmente sim. — lamenta e não consigo crer que realmente se arrependa.— A sua tia golpista exigiu que eu casasse com ela, e em troca, eu conseguiria a cidadania americana. Fui forçado.

— Não foi bem assim.— o desminto. — Conte a história como ela é.

— Eu primeiro conheci a sua mãe e me apaixonei perdidamente.— ignoro a forma exagerada de como se expressa.— De todas as mulheres que eu conheci, apenas uma fez o meu coração bater mais alto.— seus olhos vêm até mim. Coro, toda envergonhada— Eu a amei desde do primeiro momento que eu a vi.

—Mas nem sempre o amor é o suficiente.— com os olhos marejados, cuspo para fora a mágoa que sinto.

— Eu acredito que o amor sempre vença.— meio que joga a indireta. O olho balançada.

— Acho que lembrei de um negócio, eu venho já.

Minha filha nota o clima e arruma essa “desculpa”, para nos deixar a sós.

— Annabelle.— seu tom rouco percorre.

— Obrigada por ter me ajudado a mentir, eu não sei se conseguiria sozinha contar toda a verdade.— me sento na cama, o próprio se aproxima na cadeira de rodas.

— Eu fiz por você.— acaricia a minha mão. Encaro o gesto, ficando mexida— Não vou mentir, eu a procurei mesmo.— respiro fundo, ao ouvi-ló assumir. — Mas eu percebi uma coisa…

— O quê? — o encaro fundo.

— Eu não trocaria você por ela, nunca. Jamais. — meu coração de acelera.—Me desculpe por eu ter errado tanto no passado. — encosta a sua testa, na minha. Nossas respirações fluem ofegantes— Eu amo você de verdade, Annabelle. Você é tudo para mim!

Ao escutar a declaração, me entrego ao beijo apaixonado. Seus lábios colam aos meus, com euforia. Levados por um desejo e a paixão que ainda está acesa dentro de mim, esqueço tudo ao meu redor e mergulho em seus braços para viver apenas esse momento que é beija-ló intensamente.

Por mais que os anos tenham passado, eu jamais o superei. É diferente, há algo a mais, saudade talvez.

Interrompe por um segundo o beijo, pousando as duas mãos nos arredores da minha bochecha e fitando o fundo dos meus olhos havendo um brilho tão forte dentro dos seus;

— Eu vou assumir esse bebê que está na sua barriga. — olha carinhosamente em sentido ao pequeno volume.— Você nunca mais precisará ter medo.— assinto com a cabeça, emocionada, sentindo o toque dos seus dedos acariciando a minha bochecha.— Você será a minha mulher a partir de agora.— um sorriso meigo surge em meus lábios. — Não vou admitir que ninguém te machuque de novo. Eu vou te proteger. Seremos uma família e ninguém mais ficará entre o nosso amor. Casa comigo de novo?

— Tá falando sério?

— Por que essa cara?

— Eu só acho que podemos está apressando às coisas. — falo, insegura.— Não quero que o que aconteceu…— interrompe a minha fala, pondo os dedos nos meus lábios. — Se repita.

— Confie em mim.— pede, contendo um brilho forte em seus olhos claros.— Bora aproveitar que hoje há um casamento, para selarmos os votos lá. Meu irmão não se importará de dividir o altar.

— Hoje?

Me espanto.

— Por que essa reação?

— Mabel estará lá.

— E daí?

— Não é tão simples.

Suspiro fundo, de cabeça baixa.

— Por que parece triste?

— Porque se eu mergulhar de cabeça, e você me decepcionar novamente? O que vai ser de mim? Eu tô grávida, Nameless, esse bebê poderá se apegar a você. A Mel acha que você é o pai legítimo dela. Olha como as coisas estão ficando intensas. E se você resolver de repente, cansar de ter uma família? Como as coisas irão acabar?

— Eu jamais vou me cansar de você e nem dos nossos filhos. — suas palavras soam até bonitas, porém….

— Você fala assim agora, mas se Mabel te ligar…

— Olha que ironia do destino…— estica o celular, com sarcasmo, me amostrando na tela o nome dela.— Diga, minha deusa.— atende o telefonema. Meu sangue inevitavelmente ferve, sentindo uma pontada de ciúmes.— Estou do lado dela.— repassa o aparelho para mim. Cochicho, perguntando o que é, mas o próprio não sabe responder.

— Oi.

— Já faz meia hora que estou batendo na porta dessa espelunca, Annabelle. Bora logo, eu não tenho o tempo todo do mundo!

Levanto da cama, para ir recepcionar a impaciente.

Nameless fica no quarto.

£££££££££££££££££££££££

Abro a porta, já ouvindo as reclamações que Mabel faz assim que adentra.

— Aqui nesse chiqueiro não tem nem campainha? Já estava até indo embora!

— Quebrou e ainda não tive tempo para mandar ajeitar.

— Por que demorou tanto para abrir a porta?— me analisa, com certa suspeita.— Cadê todo mundo desse muquifo?— franze a testa, a procura dos outros. Não gosto nem um pouco do seu tom arrogante.

— A Mel deve está trancafiada no quarto com a Hope, nosso irmão está meio adoentado e provavelmente esteja descansando. Já as crianças ainda estão dormindo.

— Já é quase 12 horas do dia, e você acostuma esse povo a serem preguiçosos, Annabelle?

Me culpa e a encaro indignada.

— Vem cá, qual é a sua, afinal? Quem tu pensa que é para chegar aqui dando ordens na minha casa?

— Tá bravinha por quê hein, Annabelle?— fica bem na minha frente.— Tá com medo que eu roube a sua vidinha medíocre e tome Hope e Helena de você.

— Está me ameaçando, Mabel?— a pergunto, olhando-a horrorizada.

— As filhas são minhas!

— FILHAS ESSAS QUE VOCÊ NUNCA EDUCOU!

— Não vem bancar a coitada pra cima de mim, Annabelle. Ok, fui uma péssima mãe? Sim, assumo. Todavia, eu tenho os meus direitos.

— Direitos? Que direitos?

— Posso não prestar, mas eu quero o melhor para as minhas filhas. Hope e Helena precisam habitarem em um lugar melhor, não como esse. — seus olhos exalam nojo ao apontar pro ambiente.— Meu apartamento de luxo têm muito espaço e está vazio demais. Andei pensando… por que não levar as minhas filhas para morar comigo.

— Eu não vou permitir que isso aconteça, Mabel. Nem por cima do meu cadáver, você tirará elas de mim.

— Esqueceu que eu sou a mãe, irmãzinha? Pois é, terá que conviver com isso. — dá de ombros, ironicamente— Enfim, não vim até aqui brigar pela guarda, mas sim te trazer isso.— estende o que está dentro da sua bolsa.— Aquela sua amiga esquisita que trabalha no FBI mandou te entregar esse convite de casamento. Vim me arrastando, porque estou com uma ressaca do caralho. — se senta no meu sofá.— Tu não vai me oferecer nada para beber não, Annabelle? Bora, tô esperando! Que casa é essa que não tem nenhum refresco.

— O que você vai querer, Mabel?

— Uísque. — entreabro os lábios.— Ah, esqueci que em casa de pobre não tem.

Fecho a mão em punho, me irritando com o seu tom de preconceito.

— Posso não ter essa boa vida como tu.— sinalizo em direção as roupas de grife que usa. — No entanto, tenho dignidade, caráter, coisa que você desconhece, Mabel.

Ela cai na risada.

— Desculpa, Annabelle, mas do que adianta ter “dignidade” e “caráter” e não ter dinheiro? Olhe para você, tu não tem nada! Sempre ficará contente com essa vidinha miserável. Já eu, não!— enfatiza e a humilhação que passo, é o suficiente para eu tomar uma decisão.

Depois que ela vai embora, vou até o quarto correndo:

— Eu aceito, Nameless! Eu aceito me casar com você.

¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥¥

Igreja/19:30.

POV’s Mabel Bieber.

— Você será a noiva mais linda, Giulia.

A admiro, sussurrando baixo, vendo-a com este vestido branco de renda, segurando um buquê de rosas brancas. Seu penteado é estilo princesa, onde contém uma pequena tiara prateada. Está deslumbrante, a make impecável; não muito simples, mas sim tem uma presença que marca bastante esse seu rosto que é o batom vermelho. Fora que ela está seguindo o tradicionalismo total, usando véu e grinalda.

— E a mais infeliz. — completa a minha frase.

Sua fisionomia demonstra frieza. Coloco a minha cabeça sobre o seu ombro, observando os nossos reflexos diante do espelho.

— Se você fizer como nós planejamos, você não precisará nem responder sim ao padre.

— E se eu não conseguir?

— Terá que conviver com isso.

— Mas eu não sou uma assassina, Mabel.

— E quem disse que você irá se tornar uma?

— Como assim?

— Eu tenho o plano B, Giulia. Espere e verá.— sorrio maldosamente. — A decoração da igreja está incrível. Fui eu mesma que escolhi, espero que goste. Comprei até um presente para os noivos.— mudo de assunto, quando os seguranças aparecem na porta e ficam vigiando.

Saio a deixando alguns momentos a só.

Sigo para o altar.

A maioria dos convidados já chegaram, convidados esses que Dmitry deve ter pago para se fazerem presentes. Não conheço ninguém daqui. Nem os sócios da organização quiseram comparecer. Até porque, um casamento onde há muita gente sempre poderá chamar atenção da polícia. Se tiver algum policial disfarçado, será impossível descobrir quem é.

— Como se sente cunhada, em saber que a partir de hoje seremos uma família só?

— Não vou ser hipócrita em dizer que estou feliz, Dmitry, mas o que posso fazer? Não tenho culpa se a minha irmã tem um péssimo gosto.

Rimos.

— Você falando de gosto… chega ser irônico, para quem casou com o Nameless!

— Felizmente são águas passadas.

— Tem que ser.— continua sorridente, acabo o olhando intrigada.— Até porque ele irá se casar hoje novamente e não pegará bem, você ainda ser afim de um homem casado, Mabelzinha.

Fico tensa.

— Você está mentindo.

— Não, é mais pura verdade.— afirma.— Parece que ele está mesmo apaixonado pela linda Annabelle. Me pediu até para dividir o altar, e eu concordei é claro! — seu sarcasmo extremo, me dá nos nervos.

O deixo falando sozinho, indo a procura do Nameless. Eu não posso permiti-ló cometer esse erro, preciso impedir. Talvez seja a última loucura que estou prestes a fazer… mas ligo pro seu celular.

Quando atende, a linha fica muda:

“ Não desliga, por favor. Preciso te dizer uma coisa que venho escondendo de mim mesma. Todo sacrifício que fiz nesses últimos anos, foi para não ter que olhar para você e não sentir culpa por ter te deixado paraplégico. Sinto muito por ter deixado dessa forma, não sabe o quanto eu me culpo todos os dias. Me desculpe por ter te ignorado, me desculpe por não ser boa o suficiente em expressar sentimentos, mas a vida me ensinou ser assim. Já perdi muita gente que eu amava, não queria que você fosse mais um da lista. Eu atraio desgraça para todos, eu atraio a morte para quem eu amo. Quanto mais longe de mim, é melhor. Mas eu não quero te perder, não de novo. Quero que possamos ficar juntos. Quem sabe eu possa tentar mudar esse meu jeito, mas não garanto que será do dia para noite. Talvez seja tarde demais em te dizer isso, Nameless… mas quero que saiba que eu te amo e você é o amor da minha vida. “

A música Thousand Years começa tocar, avisando a entrada da noiva. Todos os olhares se direcionam a entrada da igreja. Para a minha surpresa, Scarllet não aparece sozinha, Nameless a acompanha até o altar.

Se ele está aqui, quem foi que atendeu a ligação?

Enxergo Annabelle no fundo e ela me olha tão decepcionada, ela está segurando o aparelho dele, isso explica o ódio que deve está sentindo de mim neste momento.

Quando chega a sua vez de entrar, sua beleza angelical vira o centro das atenções. Todos os olhares ficam focados na segunda noiva, embora não esteja usando branco, o vestido vermelho a deixa muito bonita.

Evidencio o quanto parece nervosa, ela olha para mim o tempo todo.

No final, os casais se juntam no altar e eu fico no fundo, sobrando.

Cogito em interromper a cerimônia quando inicia, mas uma mão segura no meu pulso:

— Você não vai fazer isso.

— Mãe.— imploro que me permita.

— Deixa a sua irmã ser feliz uma vez na vida. Não acha que já estragou demais a vida dela?

— Porque eu sempre tenho que ceder em tudo? Por quê?

— Essa foi a vida que você escolheu, Mabel. Quem mandou fazer escolhas erradas? Essas são as consequências dos seus atos. Perder também faz parte. Limpe essas lágrimas e vá. Não ouse fazer nada que possa machucar Annabelle, caso ao contrário, comprará briga comigo.

— Eu te odeio, mãe! Eu te odeio tanto por você sempre arruinar tudo. Espero que você esqueça que eu existo, porque a partir de hoje eu não tenho mais mãe.

A afronto com toda a raiva e dona Selena ignora, permanecendo lá admirando a sua filhinha “querida”.

Me retiro da igreja, me sentindo enxotada. Sento no degrau da escada do lado de fora de onde ocorre a cerimônia, escondendo a minha cabeça entre os joelhos enquanto choro muito. Não há nada mais que eu possa fazer, eu o perdi.

— Mabel.— sinto o toque no meu ombro.— Mabel.

— Por que veio?

— Eu não posso me casar com ela. Eu sempre vou escolher você.

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Comments

Eni Urias

Eni Urias

agora acho que e o Dmitry Annabelle não pode sofrer tanto

2023-07-15

4

Iara Drimel

Iara Drimel

A única coisa que estou assustada ou intrigada , até mesmo sem palavras é......Não é o Namelles deixando a Annabele no altar sozinha. Por favor? Não posso acreditar nisso. Até a mãe dela esta a favor de Annabele e ele faz isso? Não é ele , não é mesmo?

2023-07-15

2

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Capítulos
1 Personagens
2 Julgamento
3 Peraí, vão abrir o caso de Giulia?
4 Hospital
5 Noivo?
6 Dizer adeus também faz parte
7 Quem é?
8 Casamento
9 Lua de mel
10 Casa branca
11 Eu não vou perder você
12 Solitária
13 Floresta
14 Ciúmes?
15 Eu já sei de tudo
16 Revelação
17 Que os jogos comecem!
18 Cadê, Nameless?
19 Porque ele é o alvo mais fraco deles
20 Eu fui roubado
21 Você não deveria nem ter nascido
22 Você não tem querer
23 Eu sei que você jamais me trairia
24 Você se apaixonou primeiro, como também preferiu dizer adeus primeiro
25 Ele nunca vai ser feliz com você
26 E você que vai matar
27 Divórcio?
28 E serei o último
29 Dormirá comigo hoje
30 Estou mesmo grávida
31 Iremos até a cena do crime
32 A nossa noite será inesquecível
33 Você é um monstro
34 O meu coração pertence a outro
35 O que você está tramando?
36 Você acabou com a minha vida
37 Eu quero que possamos ser uma família
38 Você nunca incomoda
39 Meu bebê
40 Já pediu autorização a sua esposa?
41 Eu só quero ser amada
42 Depende do seu sim.
43 Dói muito amar uma pessoa e ser rejeitada por essa pessoa
44 Eu te amo
45 Eu vou embora
46 Tá na hora de revelar toda a verdade
47 Lutando contra a vida
48 Eu não cedo a chantagem
49 Ele queria te ver morta!
50 Aceita dançar comigo essa dança?
51 Quando foi que você descobriu que me amava?
52 Último capítulo da terceira temporada
53 Nova temporada
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Divórcio?
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