Annabelle Bieber POV's.
Apartamento, Segunda-feira.
23:30 PM.
Destranco a porta, adentrando vagarosamente. Não tenho nem forças no corpo; além de sentir as cólicas e o sangramento na minha parte íntima, estou sentindo também a dor na alma.
Me jogo no sofá da sala, está tudo escuro e em silêncio. Acho que todos já dormem, somente a única luz que está acesa é do meu quarto. Fico pior, abafando o som do choro que escapa dos meus lábios com a mão, pois Nameless deve está acordado me esperando.
Como serei capaz de encara-ló depois de tudo? Não tenho coragem, não sei se terei forças.
Escuto o barulho da porta se arrastando.
— Annabelle, meu amor, você chegou?— o tom masculino emite empolgado.
— Sim.— assinto enxugando as lágrimas.— Já estou indo.
Levanto do sofá, pegando a bolsa. Começo a seguir até o corredor. Entro no ambiente à direita, hesito um pouco, com o medo de não ser capaz de esconder na aparência o quanto estou mal. Tudo desmorona assim que ponho os pés dentro. Um buraco se abre envolta do meu coração ao me deparar em cima da cama com o macacão de tonalidade azul.
É a pior sensação do mundo.
— Gostou? — pergunta todo feliz.— Eu fui hoje na clínica e tinha uma loja em frente. Queria te fazer essa surpresa. — enquanto fala, as lágrimas saltam pelas minhas bochechas.— Não precisa chorar, meu amor. Sei que está com os homônimos a flor da pele, mas essa será a primeira roupinha do nosso bebê, de muitas que ele terá.
Os meus sentidos ficam distantes, mas sua voz ecoa tão longe que o meu subconsciente fica focado em outra coisa. Toco carinhosamente na roupinha, colocando próximo do nariz para cheirar. Inalo fundo, de olhos fechados, imaginando como seria o bebê usando, como seria o seu cheirinho.
— Me desculpe! Me desculpe.— soluço, com a culpa me consumindo por inteira. — Perdão, Nameless.
— Ei, o que foi? — me cutuca e noto a preocupação visível em seu olhar, ao querer decifrar o que se passa. —Não deveria ter comprado, se eu soubesse que te deixaria assim....— escuto o tom de arrependimento.
Fico mexida, com as palavras quase saindo para fora. Porque esse é o momento ideal para eu contar que não há mais um bebê.
— Sabe o que é Nameless... — pauso— Eu deveria ter ido, mas eu estava muito ocupada. — invento uma desculpa, caindo no choro novamente. —Eu sinto muito.
Logo sou puxada para perto, recebendo o abraço apertado. Seus braços macios se envolvem, trazendo consigo um amparo.
— Está tudo bem agora, meu amor.— lhe sinto depositar um beijo delicado em meu ombro, enquanto sussurra baixinho no canto do meu ouvido.— Haverão outras ocasiões, podemos ir na próxima semana.
A frase me deixa ainda pior.
— Preciso ficar sozinha.— falo, quando nós dois se afasta.— Poderia hoje dormir no sofá?— peço e a sugestão lhe faz reagir nada bem.
— Há algo que fiz de errado, para você está me tratando assim, Annabelle? Se for por causa de Mabel, ela já deve ter ido encher a sua cabeça de mentiras. Mas não aconteceu nada, eu juro!
— Peraí, você a encontrou?
— Sim, hoje na clínica.— o fito de canto de olho, com estranheza.— Ela não te contou?
— Não. O que a Mabel foi fazer lá?
— Encher o meu saco, é só isso que ela sabe fazer. Ela deve ter descoberto que nós dois íamos.
— Ou talvez ela já esteja grávida de novo...— penso alto.— Será que o filho é de Lorenzo?
—Se for, eu não estou nem aí. Ainda bem que dessa vez não farei o papel de trouxa da história. É a especialidade daquela mulher dá o golpe da barriga.— crítica Mabel, a tratando com desprezo.
Engulo em seco com o termo que usa, pegando para mim as palavras como uma forma de indireta. Eu não posso continuar o enganando. Mais cedo ou mais tarde, Nameless acabará descobrindo, e quando acontecer, ele irá me deixar.
— Nameless, eu preciso te contar algo...— pronuncio, pegando em suas mãos — Independente se vai ou não mudar alguma coisa, quero que saiba…
— Titia.— a porta é aberta e somos interrompidos bem na hora.— Será que posso dormir aí com você? Eu tive um pesadelo horrível e estou com medo.
A minha sobrinha mais nova pede e não consigo dizer um não como resposta.
Entreolho sem jeito para o loiro à minha frente.
— Claro, meu anjo.— concordo, sem menos pergunta-ló nada. — Venha.— a chamo.
— Vou dormir na sala.— ele informa, um pouco seco, se locomovendo na cadeira de rodas.
Cogito em pedi-ló para ficar, porque vejo como ficou o clima após isso. Mas desisto, com medo de que acabe suspeitando de algo. Quando ele deixa o quarto, com dificuldade de passar na porta, entreolho para carinha da pequena que está com os olhinhos sonolentos.
— Com o que você sonhou, princesa? Que te deixou assim?— acaricio o seu bracinho fino, tentando lhe passar segurança.
— Com nada titia, mas a Scarllet me ligou e disse que você estaria em apuros. Ela pediu para eu dormir com você.— expõe na maior na inocência.
— Ela fez certo.— abraço-a, revelando baixinho— Fique aí! Eu já volto.
Levanto, pegando o travesseiro e a coberta para ir até a sala entrega-ló.
Saio.
De ponta de pé me direciono até a sala de estar. Nameless tenta sair da cadeira de rodas, me ajoelho para ajuda-ló colocar suas duas pernas no estofado. Sou impedida de prosseguir, quando ele segura o meu pulso, criando uma tensão entre nós dois.
— Posso está assim nessa condição, mas ainda não estou morto.— seu tom rouco está repleto de amargura.— Boa noite!
Retira a mão do meu pulso indelicadamente, mandando-me voltar pro quarto.
Atendo, odiando a sua indiferença. Eu sei que ele possa está chateado de que vai dormir no sofá, e minha ação o faz interpretar que eu esteja o tratando igual um cachorro. Talvez já esteja até arrependido de ter casado comigo, porque eu estou complicando demais as coisas.
E na pior das hipóteses, esteja usando essa briga como pretexto para correr pros braços da Mabel.
Ela não é como eu, ela sempre se sobressai.
(….)
POV’s Mabel Bieber.
23:45 AM
— Eu não sou mulher de está chorando, mesmo com a minha vida sendo uma merda, eu não vou ficar me fazendo de coitadinha — atiro no alvo à minha frente, acertando bem no centro.
Aproveitei o diagnóstico dos dois médicos, para comparecer a uma casa de tiros e descontar toda a minha frustração nos bonecos. De uma coisa eu não tenho dúvidas, sou ótima de pontaria.
— Mas você disse que vai morrer.
Bufo fundo, ao encara-ló ao meu lado. Faço uma careta, pela preocupação exagerada que demonstra sentir.
— Todos morrem, Dmitry. Talvez tenha chegado a minha hora.
Atiro no outro boneco, o disparo é tão alto, que o mafioso se assusta engolindo em seco.
— A gente vai conseguir um transplante para você, eu prometo. — cruzo o meu olhar, com o dele, achando bizarro ao se referir à “nós”.
— Para que eu viva, alguém tem que morrer. —aponto a mira em sua direção. O próprio aceita o desafio, pegando na minha mão e deixando o revólver posicionado no meio da sua testa — Preciso além de um rim, de um coração novo.
Ele me vira, rapidamente, dominando-me. Toma a arma de mim, sendo bastante habilidoso em colocá-la no meu pescoço. Estamos fazendo o treinamento, é quase semelhante à um jogo. Disputamos na luta corporal quem é o mais forte, quem é o mais ágil e quem é capaz de dar o check mate primeiro.
— Podemos comprar todos esses órgãos no mercado negro.
— Não podemos, eu posso.—lhe dou uma cotovelada e bruscamente o agarro, lhe dando um enforca leão. — Mas isso não será tão fácil. — o mesmo se debate, quando uso toda a minha força para mantê-lo coagido.— Estou correndo contra o tempo, quando o meu coração começar a falhar, será um adeus definitivamente.
Lhe jogo no chão.
— Eu não vou perder você.
— Não tem o que perder, Dmitry, até porque eu não sou de ninguém. Tu irá dar graças a Deus quando eu se for, assim não irei mais atrapalhar os seus negócios. Já até posso imaginar a comemoração da minha família, eles irão soltar fogos.
— Tem que haver uma saída!— o próprio pensa numa opção.— Algum dos seus podem serem compatíveis. Você mesma disse que um rim novo poderá te dar mais tempo de vida. Então, porque você não compartilha com a sua família que está doente.
— Pra quê? Para eles zombarem de mim! Os Bieber’s só pensam neles, nunca me encaixei naquela família. Prefiro passar tudo isso sozinha, do que me humilhar.
— Será que você não entende que não é hora para orgulho besta?— seus olhos apreensivos imploram. Sinto os seus dedos deslizar pelos os meus ombros, fazendo-me encarar-ló fixamente. —Você irá morrer, Mabel.
— Eu sei!— exclamo, nada bem.
— Fale com eles. — faz a sugestão, logo balanço a cabeça em negação recusando. — Ou terei que resolver isso do meu jeito.
Dá as costas andando e o sigo.
— Para onde você está indo, Dmitry? — me coloco em sua frente.— Não se meta nos assuntos pessoais da minha vida! Quem tu pensa que é? Não é porque fizemos sexo, te faz ter algum direito sobre mim. Já falei que não quero que NINGUÉM SAIBA QUE ESTOU COM CÂNCER. Será que dá para respeitar a porra da minha decisão?
— Não quando eu posso salvar a sua vida.
Passa reto e bufo, fechando a mão em punho pela sua teimosa.
No final do galpão, o faço parar.
— Todos os homens que se envolveram comigo dando um de herói estão de baixo de sete palmos do chão. Você não é uma exceção, Dmitry. Não se engane. Quando tudo isso acabar, você será apenas mais um que teve a vida destruída por minha causa. Quanto melhor longe de mim, será melhor, porque eu só causo estrago.
— Você não irá me convencer do contrário, Mabelzinha, nem tente. Se alguém tiver que morrer, para você continuar respirando, eu vou me certificar de que essa pessoa não permaneça viva.— ecoa, com o olhar obscuro. — Me der o exames que você fez.
— Eu não vou dar.
— Conseguirei mesmo assim.
Sai em disparada, armado. Está fora de si, prestes a cometer uma loucura. Que diabos eu fui fazer? Ah meu Deus! Para onde será que está indo?
— Volte aqui, Dmitry! Caralho, o que pensa que está fazendo?— o repreendo, correndo atrás, quando rouba a minha bolsa.
Não dá tempo de alcançá-lo. Ele entra no carro tão rápido, saindo em alta velocidade.
(………)
Alguns minutos depois…
POV’s Scarllet/ Giulia BIEBER.
15:35 AM.
Acordo com o barulho da porta sendo arrombada, sou tirada de cima da cama e arrastada pelos cabelos até a sala de estar do meu apartamento. Debato-me, mandando-o parar, por está totalmente agressivo.
— Chefe, eu não fiz nada! Por favor, eu suplico, não me machuque!— me protejo, colocando as mãos no rosto como uma forma de escudo.
Levo o empurrão e caio no chão. Engatilho, encolhendo as pernas enquanto estou na mira do revólver.
— Anda, vadia, cadê o seu notebook?
Sinalizo receosamente com o dedo em sentido ao objeto que está na mesinha. Ele segue até lá e pega, me obrigando a segurar.
— Procure no histórico familiar da sua família, quem tem compatibilidade com esse tipo de coração.
Surpreendo-me, em choque, arregalando os olhos confusa.
— Como é que vou saber?— retruco e na mesma hora me arrependo, quando os seus dedos grossos apertam a minha cara. Seus olhos estão cheio de raiva.
— Se vira, sua vagabunda! — sufoca-me.—A sua família deve fazer exames de rotina. Algum deles, deve está no banco de dados. Hackea essa droga e me der o nome da pessoa.
— Eu vou ver o que posso fazer, chefe.— declaro, não lhe dando garantia alguma.
O meu comentário lhe faz surtar. Escuto o barulho do soco que dá no sofá ao meu lado, quase passando de raspão e atingindo a mim.
Gelo, com as mãos trêmulas, levantando a tampa do lépton. Quando chega a hora de digitar no teclado, o nervosismo me pega, controlo o máximo a respiração para conseguir invadir o sistema hospitalar. Coleto todas as informações que são repassadas em questão de minutos.
De uma vez e outra o encaro assombrada, pensando numa maneira de fugir. Ele fica o tempo todo ao meu lado, com o cabo da arma encostada na minha costela. A pressão é tanta que está sob mim, que tenho noção de que se eu não disser nada, acabará me matando.
— Apareceu dois nomes.— sôo quase inaudível, visualizando na tela a informação.
— Quem?
— Mabel.
— Dispensa. — rejeita, erguendo o dedo em discordância.— Quem é o outro?
Fujo de respondê-lo, batendo um desespero total. Não posso fazer isso. Afasto-me, querendo escapar, mas o homem me prensa contra parede, apertando o meu pescoço.
— FALA LOGO O NOME!— ordena, berrando. Procuro relutar, o arranhando com as minhas unhas. — ABRA A BOCA E DIGA DE UMA VEZ! Quem é compatível?
— Eu.
Ele me solta brutalmente, tendo uma reação de como se não aceitasse.
— Está mentindo, sua ordinária! Quem você está protegendo?— volta a me machucar, gritando nos meus ouvidos.— Giulia Bieber não vou perguntar a segunda vez.— gesticula a arma de fogo, com a mão no gatilho.— Quero o nome da pessoa AGORA, caso ao contrário, quem pagará com a própria vida será você!
— Nem por cima do meu cadáver, eu irei te dizer. Pode fazer o que quiser comigo, seu monstro!— o enfrento, cuspindo em seu rosto.
— Não precisa falar, eu já sei. — conclui pela minha atitude— Você me provou agora quem é, ao derramar essas lágrimas de crocodilos.
O impeço, atirando-me na sua frente. Imploro, suplico, me humilho.
— Pelo amor de Deus! Não a machuque! Nameless nunca irá te perdoar se você a matar, ela é a mulher da vida dele. Pense em como o seu irmão irá se sentir em perdê-la.
— Infelizmente uma terá que morrer, para que a outra sobreviva.
Recebo a pancada na cabeça e desmaio, ouvindo o som daquelas palavras.
O que ele quer dizer com isso?
Ele vai matar a Anna para dar o coração dela a outro alguém. A quem?
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Amanda
Nossa
2025-02-13
0
XandeLili Cáffaro
😡😡😡😡😡😠
2023-09-08
4
Celi
ainda não consegui sintonia com a história, vamos ver o que vai acontecer mais pra frente
2023-07-16
1