POV’s Mabel Bieber.
Washington D.C
O plano funcionou por uma parcela, mas não da maneira que havia imaginado. Olhar para Dmitry na minha frente, sentindo pena da minha condição, é absolutamente humilhante. Era para ele estar lá dentro daquela igreja, mas deu a louca em largar Scarllet no altar e veio para cá. Não sou nada burra, suas intenções jamais são das melhores. Estou odiando ter que expor a minha vulnerabilidade, para aquele que considero um inimigo mortal.
Seco as lágrimas rapidamente, no intuito de não dá gostinho a ele.
— Tá satisfeito?
— Com o quê?
— Não se faça de desentendido. Tu está amando me ver na pior, confesse!
Visualizo um sorrisinho diabólico crescer em seus lábios em concordância. Fico muito puta, e resolvo levantar, para dar o fora daqui.
— Me solta, seu imbecil!— debruço do toque no meu braço, no entanto, o cretino permanece me forçando a ficar.
— Não vou negar que é ótimo te ver chorar, Mabelzinha, você fica até mais bonita. — o ódio sobe-me num grau, com o seu tom arrogante. Estendo a mão esquerda para lhe enfiar um tapa:— Nada de agressão física. O que passa na cabeça das mulheres, para elas serem tão explosivas? Não deixe o impulso controlar suas emoções. Você é muito mais inteligente, do que isso.— traz consigo a ironia, ao aconselhar.
— Cala a boca, seu merda!— saio do sério, soltando um palavrão e cuspindo em seu rosto. Mas a minha atitude não parece afeta-ló nem um pouco.
Ele simplesmente limpa com o polegar o local.
— Eu abandonei a minha noiva no altar por sua causa, e essa é a retribuição que eu recebo em troca, Mabelzinha? — bufo fundo, ao ouvi-ló me chamar por esse apelido ridículo.— Que culpa tenho eu, se o meu brother resolveu te trocar? Eu vim nas melhores das intenções, oferecer o meu ombro amigo.
— Você sentindo empatia por alguém? Conta outra! Nem tua família deve te suportar.
— É recíproco, não acha?
Seu passo vem até mim. De cabeça baixa, demoro a encara-ló. A minha respiração ecoa pesadamente, pela sua presença.
— Não lamento por ser odiada.
— Nem eu.— responde com uma sinceridade e meus olhos se erguem intrigados, enxergando o desdém que demonstra sentir.— Nameless é o herói, e eu sou visto como vilão perverso. Mas diferentemente do seu sal do meu irmão, eu nunca deixaria uma mulher como você passar.— suas orbes refletem exibindo um brilho forte ao admira-me.— Ele está sendo bastante otário em te perder, porém, que a sorte a minha…
Seu rosto fica próximo ao meu, logo caio na tentação de fitar a sua boca. Sou prensada contra o carro, sua pegada causa um atrito. Nossos olhares se cruzam penetrantemente e perco o rumo, sendo beijada fervorosamente. Há uma euforia assim que nossos lábios se colam. Percebo o quanto ele quer controlar o beijo, trazendo junto à sedução. Sua língua pede passagem, eu permito, arfando baixinho pela mordiscada no meu lábio inferior que recebo.
Fico molhada pelo beijo quente que damos, ultrapassa o nível alto de intimidade e é de tirar o fôlego. Puxo alguns fios de leve do seu cabelo, retribuindo os toques e o desejo sexual que estamos tendo. Enquanto nossas intimidades se chocam, acabo sentindo o que está debaixo das suas calças já duro.
— Temos que ir para um lugar mais reservado.— diz com a cabeça afogada no meu pescoço, me puxando pela mão, para irmos ao meu carro.— Deixa que eu dirijo. — se oferece e jogo a chave para ele.
— Só não vale me sequestrar viu. — pisco o olho e o próprio sorri malicioso, assentindo.
— Não se preocupe, hoje vou te mostrar o que é sentir prazer na cama em um motelzinho barato.
— Essa eu pago para ver.— lhe desafio, surgindo no canto da minha boca um sorriso sacana.— Estou pronta para o primeiro rood.
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POV’s Annabelle.
Igreja.
“Eu te amo e você é o amor da minha vida” as palavras de Mabel permanecem grudadas na minha mente.
Estou dividida, um lado de mim teme que ele possa me abandonar quando souber a respeito da ligação, já o outro quer esquecer.
O padre continua insistindo na pergunta, mas me mantenho calada, com o meu coração batendo acelerado.
“ Annabelle Bieber, você aceita como legítimo esposo, para amá-lo e respeito-ló, na saúde e na doença, até que a morte o separe”
Entreolho para os olhos azulados à minha frente, que me olha apreensivo. Indecisa, direciono atenção para a plateia, avistando os olhos lacrimejados da minha filha que contém uma expectativa. A minha mami está ao lado das crianças e do meu irmão, a minha sobrinha roendo as unhas de nervosismo. Eu não posso decepciona-lós.
Procuro por Mabel, mas não a encontro.
Olho para frente, bem no fundo dos olhos do meu futuro marido e declaro:
“ Eu aceito”
Noto-o soltar um suspiro aliviado, e na hora, lhe retribuo com um sorriso meigo.
— Sendo assim, perante as bençãos de Deus, eu os declaro, marido e mulher.— celebra os votos e os todos aplaudem, quando colamos as alianças.— O noivo, já pode beijar a noiva. — minhas bochechas coram e curvo a cabeça, agachando o pouco, para selarmos o beijo apaixonado.
Tudo parece até um sonho.
Quando a cerimônia acaba, a minha família se reúne, minha mami nos parabeniza. Vou até Scarllet a confortar, foi feio o que irmão do Nameless fez com ela, a largando na frente de todo mundo.
— Não está triste?
— Sim, só um pouco.
— Fiquei surpresa quando soube que você ia casar.— conto. — Nem sabia que você tinha namorado, Scarllet.
— Rolou muito rápido, eu nem achava se ia ficar sério mesmo. Você estava atolada de problemas com aquele lance do Lorenzo, a gravidez, eu não queria te trazer mais uma questão para sua cabeça, Anna.
— Que isso, somos amigas! Não fique receosa com nada, saiba que pode contar comigo pra qualquer coisa. — pouso a mão em cima da sua, suas íris concordam, olhando-me carinhosamente.
Sou despertada, quando Nameless me chama todo entusiasmado. Há um casal próximo a ele.
— Meu amor, esse o doutor Pyotr, fomos amigos de faculdade em Moscow, ele cuidará da minha fisioterapia nos EUA.
— Prazer.
Sorrio, cumprimentando o homem de cabelo branco com um aperto de mão. Cumprimento também a simpática mulher que está ao seu lado.
— Eles vieram representar o meu velho pai. — o próprio explica, não parecendo contente. Constato isso na sua feição chateada.
— Eles falam inglês?— sussurro próximo do seu ouvido, encarando o casal de russos.
— Somente ele, mas o inglês dele é péssimo.
— Ok.— retorno a cabeça para cima.— Sejam bem-vindos a América!— os saudo, me comunicando de vagar.— Espero que se sintam em casa.
— Obrigado, mrs. Mabel.— gelo da cabeça aos pés, ao ser confundida. A meação ao nome dela faz o meu estômago revirar.— És muito adorável!— faz o elogio, beijando o topo da palma da minha mão.
— Ès Annabelle.— corrige o tal amigo, envergonhado, pedindo desculpas a mim através do olhar.
— Perdion mi. — o gringo remete, sem jeito.
— Tudo bem.— amenizo, embora eu esteja mal. — Vou ali conversar com a minha mami, Nameless.— me despeço do casal, assim como do próprio.
Uso como desculpa, para não passar mais vexame.
Sinto vontade de chorar, estando numa certa distância, os observando. Não me sinto altura de está na roda da conversa, pareço até mais uma formiguinha conhecendo o universo que Nameless está acostumado a frequentar. Ele conhece pessoas ricas, educadas, que facilmente farão tipos de comentários como esses, pelo tanto que ele deve ter falado dela em seu grupo social.
Para essas pessoas, Mabel é a principal e eu sou apenas amante que tomou o seu lugar.
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Apartamento.
Não é bem uma festa, mas é algo improvisado. O bolo confeitado é simples, compramos de última hora. O barulho do som está nas alturas, Hope e Mel dançam e cantam no karaokê, elas têm uma sintonia tão incrível, que ficam rindo de qualquer bobagem.
Me divirto, assistindo as adolescentes curtirem a pequena confraternização, enquanto fico grudada com Nameless; sentada neste sofá.
— Já estão com sono?— mami nos sondam. — Não vai ter nem lua de mel?
— Mami.— fico sem graça pela pergunta. O loiro apenas ri, entreolhando para mim apaixonado.
— A lua de mel será quando esse bebê nascer.— brinca arrancando risadas, acariciando a minha barriga.— Dona Selena quero agradecer desde já por ter colocado esse anjo no mundo. Eu sou tão sortudo de ter essa linda mulher ao meu lado, eu não trocaria esse momento por nada. Me sinto tão realizado de poder chamar isso de lar. Ganhei vários filhos postiços e uma esposa maravilhosa.— entrelaça os nossos dedos. Encaro o gesto, com o coração todo derretido.
— Fico feliz que pense assim, rapaz. Assumir os filhos dos outros, requer muito jogo de cintura. Meu ex não teria essa coragem.— cita o meu pai no meio da conversa.— Justin sempre foi um banana. Falando no banana, ele não teve nem a decência de aparecer pro casamento da própria filha.
— Mami!— a repreendo — Ele não pôde vim porque está trabalhando em LA. — esclareço o motivo e a mesma dá de ombros, sem acreditar.
— Justin pode enrolar você que é ingênua, Annabelle, mas a mim não! Ele não vem, porque não é Mabel. Porque se fosse a filha querida, ele faria questão de a levar até o altar— nos compara, fazendo-me ficar pálida. Nameless engole em seco, desconfortável também.— Depois que ela fingiu que estava morta, o nosso casamento foi pro ralo.
Tomo a sua taça de vinho, preocupada que o álcool acabe a fazendo falar além do normal.
— Acho melhor a senhora ir dormir. — eu a ajudo levantar. — O Cascão cedeu o quarto dele para você ficar, mami.
— Não me importo de dormir no sofá. Até no chão, eu durmo.
— Nada disso.— insisto, a levando às pressas em direção ao corredor.
Quando estamos distantes, ela para, me interrogando pensativa.
— Por quê casou, filha? — seu olhar traz desconfiança, devido o meu nervosismo. — Se está insegura que ele possa ir embora, o casamento não funciona assim. Quando uma das partes não confia, é sinal que não dará certo.
— Por que está jogando praga?
— Eu estou vendo a realidade. As minhas duas filhas brigando pelo mesmo homem. Eu a impedi de cometer uma loucura, ela lutaria por ele.
— Como assim?
— Ela estava disposta a invadir aquela cerimônia. — meu mundo desaba e abaixo a cabeça.— Filha, esconder, mentir ou trapacear, não são caminhos que devem serem tomados. Entendo que esteja insegura, eu no seu lugar ficaria assim ou até pior. Nunca tolerei Justin com nenhuma mulher, imagina você ter que sentir na pele o seu marido ser atraído por sua irmã. É difícil, é uma barra. Mas um conselho, por experiência própria, expor os medos não te faz ser fraca, mas sim muito forte. Se é para lutar, lute de uma forma justa, mas sempre trabalhando com a verdade. Independente de qualquer coisa, se for para ele ser seu, ele irá permanecer. Mas se não for, o deixe ir.
As palavras me tocam em cheio, o choro que está engasgado começa a sair. Por mais horrível que possa ser, não posso continuar escondendo sobre a ligação da Mabel. Temo que ele possa me abandonar quando souber e ir correndo para os braços dela. Porém, preciso contar, antes que seja tarde demais.
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POV’s Mabel Bieber.
00:30 AM. Domingo.
Motel.
Sexo casual nunca é demais. Beberico a garrafa inteira de vodka, esperando o safado acordar, para darmos o fora daqui. Apenas seminua, de sutiã e calcinha, ando de um lado pro outro dentro deste quarto a procura de uma área. O meu celular está sem sinal e recebi hoje cedo uma mensagem da corregedoria que me mandou comparecer com urgência segunda-feira.
Deve ser o inquérito da morte do Lorenzo. Acho que vão abrir uma investigação para mim, por eu ter dado a ordem para invadirem.
— Bom dia! — o sujeito convencido expõe suas inúmeras tatuagens a amostra, resmungando e cheirando o travesseiro no intuito de sentir o cheiro do meu perfume.— Que horas são?— se espreguiça, abrindo os braços.
— Hora de ir embora. — pego do chão o vestido, para pôr. — Foi apenas uma transa, Dmitry, não significou nada. Não sei porquê essa animação toda. Se veste.— rebolo o terno.
— Deixa eu ainda me recuperar, Mabelzinha. Calma, que pressa é essa?
— Você ainda pergunta?— dou de ombros, com as mãos na cintura.— Eu não tenho a noite inteira para ficar suportando olhar para essa sua cara. Ou seja, preciso ir embora.
— Já está arrependida?
— Se eu tivesse, nem estaria mais aqui. Mas aconteceu um imprevisto, estou indo agora consertar a cagada que seu irmão aprontou em mandar assassinar vários agentes do FBI, para proteger a “pobrezinha” da Annabelle.— coloco um tom “frágil”, ao lamentar.
— Não sei que tanta raiva é essa, que sente da sua irmã.
— Só não gosto de gente sonsa, e ela é uma.
(…..)
POV’s Annabelle Bieber.
Quarto.
Era para estarmos aproveitando a noite de núpcias, entretanto, o silêncio ensurdecedor é uma tortura. Estamos sentados um do lado do outro nesta cama, como dois estranhos, não sabemos o que de fato passa pelo pensamento um do outro. Ele me olha de canto de olho, atrás do motivo que possa entender o que está se passando em minha cabeça.
— Eu posso não sentir as minhas pernas.— ele me puxa pra perto, ouço-o suspirar meio receoso, enquanto coloco a cabeça em cima do seu ombro.— Mas eu farei que essa noite seja especial para nós dois, Annabelle.— lhe encaro com amor, com os olhos brilhando. — Eu tenho tanta sorte de estar com você de novo.
— Eu também.
Sou beijada e nossas bocas se enroscam, num beijo calmo e delicado. Nossos corpos caem na cama, eu me coloco por cima, ajudando-o retirar a camiseta. Ele faz o mesmo, tentando puxar o zíper do meu vestido. Em alguns pontos percebo seus músculos um pouco rígidos, mas vou o acalmando, abrindo e fechando a boca ao beijar sua pele.
Nameless vai ganhando a confiança o bastante para dominar. Ajudo-o inverter a posição. Sinto-o cheirar o meu pescoço, sua barba um pouco grande, causa arrepio. Chupões e beijos leves na região são deferidos, seus toques estão me deixando excitada.
O clima vai ficando mais quente e estamos tão envolvidos e entregues, que nossas peças de roupas já estão jogadas em qualquer canto do cômodo. Nos beijamos, o beijo é tão bom, que ficaria horas assim.
Arfo baixinho, com a respiração ofegante. Ele mordisca a ponta do meu lábio inferior. Arranho a suas costas, ouvindo-o gemer com o atrito que o meu toque. Um suspiro escapa dos meus lábios, quando o seu membro se esbarra com a minha intimidade, fazendo-me sentir uma sensação de prazer.
As estocadas são lentas, nada que me cause incômodo ou faça reviver traumas. Por mais que não sinta excitado na parte de baixo por causa da falta do movimento das pernas, não o deixo de fora deste o momento, o olho profundamente no fundo dos olhos com muito desejo, para que tenha noção o quanto está sendo bom na cama.
É nítido que está frustrado, mas não o deixo ficar chateado, o beijo suavemente e acaricio o seu rosto.
Sinto o orgasmo, e caio deitada para o outro lado da cama, ofegante.
— I love u.
— Eu também te amo.— beija o topo da minha testa e entrelaço-me em seus braços, deitando a cabeça em seu peitoral desnudo.— Hoje foi o dia mais feliz da minha vida.
—O meu também, Nameless.
— E quando vier esse bebezinho aqui…— mexe na minha barriga. — Estaremos completos. Já até suponho que seja boy, nada contra as girls, mas já há muitas nessa casa. — revira os olhos levemente animado.
— Verdade.— sorrio, escondendo o rosto no entorno do seu pescoço.— Mas o que vier será bem-vindo. No fundo, no fundo acredito que venha um garotinho…
— Dizem que as grávidas costumam acertarem as previsões.
— Para, seu bobo!— dou um tapinha de leve, ouvindo a sua risada contagiante. — Inclusive tenho que começar o pré-natal.
— Já sabe com quantas semanas está?
— Acho que já estou chegando aos três meses.
— Já vamos poder o ouvir o coraçãozinho do moleque. — enfatiza sorridente, transparecendo uma empolgação muito grande pelo bebê. — Já vou logo avisando que ele vai ter cidadania Rússia.
— Quê?
Sorrio surpresa.
— Meu moleque não será um americano chato!
— Esqueceu que está casada com uma?— o provoco.
— Você é uma exceção, mas eu odeio esse país. Se pudesse pegava você, a sua filha e irmos embora morar em Moscow.
— Não será possível, eu tenho o meu trabalho, esqueceu?
— Se for pelo dinheiro não será um problema, meu amor. Eu tenho grana o suficiente para nos sustentar pro resto da vida.
— Não é só questão do dinheiro, eu amo trabalhar para o FBI. Sempre foi um grande sonho meu, agora que consegui, eu não posso jogar tudo pro alto.
(…)
POV’s Mabel Bieber.
Galpão 02:30 AM.
— Por favor, patroa, eu imploro!
O medroso do capanga, choraminga de joelhos, todo ensanguentado. Aponto para os outros que o segura, acenando para continuarem o torturando.
— É simples, irá se entregar dizendo que foi o mandante daquele ataque terrorista. Fui clara? — aponto o revólver pro meio da sua testa. — Caso ao contrário, será uma pena que essa família tão bonita tenha um fim tão drástico. — amostra a fotografia dos seus, colocando um tom de lamento ao chanteaga-ló. Na imagem aparece uma mulher, que provavelmente seja sua esposa e dois meninos.
— POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO! — o homem se debate. Logo mando através do olhar, que o der socos, até fazê-lo ficar caído no chão gemendo de dor.— Eu faço tudo que vocês quiserem! Só não machuquem a minha família. Juro que não vou contar nada sobre a Organização. Prometo ser o culpado! Não façam nada com a minha família.
Observo o sangue descendo pela testa do laranja que irá pegar a bronca no lugar de Nameless. Eu ainda sou trouxa em estar aqui achando uma solução para consertar a merda que aprontou.
— Sou mulher de palavra, se eu disser que sua família não morre, não acontecerá. Mas caso eu me sinta ameaçada, não hesitarei em dar as ordens para sumir do mapa com a encomenda. Só vai depender do seu silêncio… Se não abrir a boca, terá uma boa cela e sua família ficará assegurada para sempre, não precisarão passar fome nunca mais. Vou me certificar que a Organização os trate bem e dê uma boa mesada mensalmente.
— Eu gra-vo o vídeo.— gagueja.
— Ótimo.
Peço que um deles posicione a câmera.
— Limpe ele, antes. Tragam também um tradutor, não entendo árabe. Esse safado pode querer passar algum código pro FBI.
Pego o meu celular, indo para uma certa distância para fazer à ligação. Vejo de longe o movimento dos meus homens dando um banho gelado no refém. O árabe grita, fazendo um escândalo.
“ Por que está me perturbando a esse horário, Mabel? ”— a voz sonolenta murmura do outro lado da chamada.“ Tu não dorme não, sua zumbi?”
“ Não me enche o saco, Giulia. Vem para cá logo.”
“ Para onde?”
“ Te mandarei o endereço.”
“ Obrigada por ter salvado a minha pele, não tive nem tempo de agradecer, Mabel. O que você fez pro Dmitry desistir de casar comigo?”
“ Transei com ele.”
Ela se engasga, tossindo. Com certeza deve ter dado um sobressalto da cama.
“Está falando sério?”
“ Tá com ciúmes?”
“ Não, nada a ver.— disfarça, havendo um tom de desconforto. — Só acho que…
“ Tu não acha nada, garota! Tu é maior traíra, Giulia. Foi muita sacanagem não ter avisado que Nameless e Annabelle iam casar.
“ Eu juro que não sabia, Mabel.”
“ Sua amiguinha resolveu não contar?”— sôo com ironia. “ É sinal que ela não confia em você.”
“Confia tanto que estou dormindo na casa dela agora.”
“ Aproveita e bate na porta do quarto e passa o celular pro Nameless. Quero falar com ele”
“ Não vou fazer isso, Mabel”
“ Não vai não? Tá bom. Dor de barriga não dá uma vez, Giulia, dá duas. Na próxima vez que precisar de mim, vá pedir ajuda a Annabelle. By, By — desligo a ligação em sua cara.
— É uma cretina essa minha irmã!— a xingo, sussurrando baixinho.
— Estava falando com a loirinha?
— Está me perseguindo agora, Dmitry? — rolo os olhos, entediada.
— Pediram um tradutor e eu estou aqui.— dá de ombros, exibindo um sorrisinho cafajeste, por se auto titular.
— O tradutor veio tão rápido, é sinal que ele estava do lado de fora, vigiando..
— Jamais deixaria você andando sozinha pela cidade na madrugada. Pode ser perigoso.
— Eu sei me cuidar sozinha.— aperto o seu braço, quando tenta acariciar a minha bochecha. — Não ache que porque fizemos sexo, você me terá como dono. Não experimenta agir comigo, como age com a Scarllet, porque aqui o negócio é mais embaixo. — o ameaço, pondo o cabo do revólver no canto do seu queixo.
— Chefe, já está tudo pronto.– um deles avisa, nos fazendo afastar.
Saio de perto, caminhando em passos firmes com o meu salto alto.
O refém se prepara para proferir as palavras em árabe. Espero que a insuportável da Giulia apareça logo e vaze o vídeo nas mídias sociais. A explosão tem que aparecer um ataque terrorista, como se fosse um alerta para os EUA, tirando o foco de qualquer outra linha de investigação.
Quando o outro mais uma vez se coloca ao meu lado, reviro os olhos, lhe achando grudento igual um carrapato.
— مرحبًا—
— O que ele falou?— questiono perdida.
— Cumprimentou o pessoal com salameico.
— O que significa isso?
— É uma saudação que os muçulmanos usam. É que diz:“ a paz de allah estejam com vocês”
— Tá na cara que isso é um código.— mando cortar a gravação.
— Deixa de ser maluca, todos árabes falam assim. — Dmitry dá um de esperto. Lhe encaro pasma— Seria incomum se ele não desse essa saudação. Não seria um ataque envolvendo a briga religiosa entre Israel e Palestina, nem seria considerado um ataque terrorista. Porque esses árabes fodidos ficam em guerra, usando um tal de alcorão para causar terror. É um verdadeiro bombardeio. — sinalizo com o dedo, para que prossigam, achando um pouco lógico a linha de raciocínio.
—E vem cá, de onde tirou todas essas informações? Não me diga que faz parte do terrorismo? —insinuo num humor brincalhão e o escuto ri.
— Eu sou homem de negócios, preciso conhecer todas as culturas para investir a minha fortuna.
— Em um país de terceiro mundo? Por que não investe nos EUA? A bolsa de valores é um ótimo investimento.— sugiro.
— Não há motivos para eu permanecer na América. Ah não que você der um, ou talvez você possa me dizer ser o próprio motivo.— flerta, jogando charme. Sinto uma coloração avermelhada nas bochechas, com uma sensação esquisita.
Desvio à atenção dos seus olhos penetrantes, soltando um suspiro.
— Tô salvando a pele do canalha do seu irmão, não quero mais um problema para mim.
— Não estou te pedindo em namoro, e nem em casamento. Eu só quero que a gente possa ficar de vez em quando. Que mal há nisso? — propõe, acariciando os dedos da minha mão, o contato íntimo me faz estremecer.— Posso ser esse cafajeste, mas eu prometo me comportar.— com os nossos rostos, sem quebrar a troca de olhar, cogito na hipótese.
— Atrapalho?
Aperto fundo os meus olhos, me afastando rapidamente.
Respiro fundo.
Quando não é uma, é a outra.
—Não, Scarllet.— respondo, seca.
— Ei aí, loirinha, tá deprimida?— ele resolve alfineta-lá. Reviro os olhos, os deixando pra trás.
—Chefe, o que aconteceu para me deixar daquela maneira plantada?— minha irmã dar uma de desentendida. — Eu passei a maior vergonha.
Por Deus, como pode ser tão sonsa?
— Resolvi mergulhar em outros horizontes.— joga a indireta, com os olhos focados na minha reação. — Já estou em outra definitivamente. — engulo em seco.
— Os dois.— aponto.— Nada de conversinha fiada, bora trabalhar, Scarllet. Está muito folgada.— a belisco.
— O que foi que fiz de errado, Mabel?
— Se estava apavorada em casar com ele, por que fica aí de sorrisinho bobo?
— Não me diga que está com ciúmes?
— Só estou preocupada, é diferente.
— Será mesmo.
— Não enche a minha paciência, Giulia.
— Você só sente atraída, por quem não presta Mabel. Será que não percebe que Dmitry é pior que Nameless, ele é um psicopata e irá te fazer sofrer nas mãos dele.
— Já sou maior de idade, as decisões que tomo, é problema meu. Fui clara?
— Sim, chefe.
— Mude essa cara, porque odeio cara feia.
— E eu odeio gente frustrada como você, Mabel. Tenho pena, sabia.— me insulta.— Tu deve está morrendo de inveja da Anna, porque quem irá dormir do lado do Nameless todos os dias daqui para frente será ela. Quem terá o amor dele, será somente ela. Quem terá uma família com ele, será ela. Quem tem o título de esposa…
— Sou eu. — afirmo. — O circo que os dois armaram, não anula o casamento de papel passado que temos há mais de 7 anos. Quem está no papel de amante, Giulia, não sou eu. Avisa para sua irmã que no momento que o Nameless fechar os olhos, todo o patrimônio automaticamente será da esposa legítima. No caso, euzinha aqui.
— Já está pensando em matá-ló? — fica horrorizada com a minha confissão.— Você é nojenta, Mabel!
— Apenas realista. Até porque já tenho um novo alvo.
Olho fixamente usando o dom da sedução para atrair Dmitry. Aceno para ele, sorrindo.
Ele está totalmente na minha.
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Atualizado até capítulo 53
Comments
Amanda
Misericórdia
2025-02-05
0
Iara Drimel
Ufa! Me enganei com Namelles. Quem diria que Dimitri largaria Scarlet pela Mabel? Annabele ama mesmo o Nameless, e o medo de perdê-lo é assustador, eu também ficaria assim. Mabel é poderosa, e é impiedosa. Mas parece se importar com Namelles, não acho que fará mal a ele. Scarlet sofre nas mãos da organização, porque Dimitri e Mabel a tratam tão mal? Estou na torcida por Annabele e Namelles, algo nele me fascina.
2023-07-16
6
Eni Urias
autora sua história está ótima parabéns
2023-07-15
1