Capítulo 14

Caio me acorda às 5:30 da manhã, ele me abraça e beija meu pescoço.

— Bom dia. –ele diz.

— Bom dia.

— Vamos levantar? Precisamos nos arrumar.

— Tô com sono ainda.

— Eu sei, você pode dormir mais no avião.

— Deus me livre, não vou conseguir, morro de medo de aviões. –ele sorri.

— Não vai acontecer nada, vai dar tudo certo.

— Assim espero.

— Vamos tomar um banho?

— Juntos?

— Sim, já vi tudo que há aí. –ele diz.

— Pode ir primeiro, vou precisar procurar alguma coisa pra vestir na mala, não trouxe nada.

— Tudo bem.

Caio vai para o banheiro e eu vou procurar o que vestir. Opto por uma calça jeans azul escuro, uma blusa de manga comprida preta, uma botinha cano curto de salto, também preta, pego um casaco e um cachecol para usar quando chegar lá.

As malas têm muita coisa, casacos, calças, moletons, blusas de frio, pijamas de frio, botas, muitas peças íntimas, luvas, cachecóis e algumas bolsas que combinam com as roupas, esse homem é muito exagerado.

Entro no quarto e ele ainda está no banho.

— Você é muito exagerado. –grito do quarto para ele me ouvir.

— Porquê?

— Comprou muitas coisas.

— Vamos passar uma semana.

— Mesmo assim, não precisava de tanto.

— Precisava, vem tomar banho.

Tiro minha roupa e entro no banheiro, melhor eu parar de lutar contra meus sentimentos, eu gosto de Caio, não sei bem o que ele sente por mim, mas enquanto durar eu vou aproveitar, vou aproveitar para ficar com ele o quanto eu puder.

Ligo o outro chuveiro, já que são dois, ele usa um e eu o outro, mas ele desliga o dele e vem para o meu.

— Melhor assim, sem lutar contra seus desejos, vamos curtir um ao outro e aproveitar nosso tempo juntos.

— Sim.

— Só não vou te foder aqui e agora porque precisamos de preservativo e já está tarde.

— Que pena.

— Vamos precisar de um estoque de camisinhas, já que vamos passar uma semana juntos.

— Lá nós damos um jeito.

— Vamos marcar um médico pra você depois, eu me cuido muito, sempre faço exames regularmente e nunca me relaciono sem proteção com pessoas desconhecidas, para que isso aconteça a pessoa precisa fazer exames, claro. Você se incomodaria de fazer?

— Não, mas nunca tive relações sem proteção.

— Ótimo, mas seria bom você consultar um ginecologista, ele vai te orientar qual o método melhor pra você.

— Mas por que você quer que eu use algum método contraceptivo?

— Não é óbvio?

— Não, por isso estou perguntando.

— Porque quero que nós continuemos, isso que estamos tendo.

— Quer?

— Quero, só depende de você.

— Isso não vai afetar meu trabalho? Porque preciso muito dele.

— Prometo que não, e caso fique desconfortável pra você é só me falar que te mando pra outro andar ou se preferir outra empresa.

— Tudo bem então.

— Ótimo.

Terminamos nosso banho e vamos para o quarto, ele veste uma calça jeans azul claro, uma blusa de mangas compridas cinza e calça um coturno preto, passa seu perfume que eu acho divino, amo seu cheiro.

Me visto também e passo meu perfume floral, amo perfumes dessa fragrância.

— O que foi? –pergunto ao perceber ele me olhando.

— Você é muito bonita.

— Que nada, sou uma pessoa comum e segundo seu amor, sou vulgar e você só gosta de mim porque tenho um corpão.

— É despeito dela, você é bonita de tudo, seu rosto é bonito, seus cabelos, tudo em você.

— Mas não sou elegante como ela.

— Isso não tem importância, minha família gostou muito de você.

— Que bom.

— Vamos indo, tomamos café no avião.

— Como se eu fosse conseguir comer algo.

— Você tem tanto medo assim?

— Eu morro de medo, já estou até suando.

— Vai ter que se acostumar, se vai ficar comigo vou querer te levar pra todo lado comigo.

— É?

— Sim. –ele diz me puxando e logo me dá um beijo. — Vamos?

— Vamos.

Nós descemos e ele pede a um homem para buscar as malas, creio eu que é o administrador da mansão.

Ele desce logo as minhas três e depois as duas dele e as leva para o carro, onde o motorista já nos espera.

Vamos direto para o aeroporto e lá o jato já nos espera, subimos a bordo ele cumprimenta a toda a tripulação.

Eu enfio um remédio para enjôo de goela a baixo, pois sinto que vou vomitar a qualquer momento.

Logo o piloto fala conosco dizendo que vamos decolar, Caio afivela meu cinto e logo depois o dele.

O avião começa a decolar e sinto meu estômago embrulhar, fecho os olhos e aperto a mão de Caio com força já que ele está sentado ao meu lado.

— Calma, já vai passar. –ele diz e eu continuo com os olhos fechados.

Logo o avião ganha altitude eu consigo respirar melhor e a sensação ruim no estômago vai passando aos poucos.

— Viu só? Nem foi tão ruim assim.

— Foi pior ainda do que imaginei. –ele sorri.

— Quer tomar café da manhã agora?

— Não, não consigo comer nada nesse momento.

— Tudo bem, quando você se sentir melhor nós comemos então.

Olho pela janela e me dá um medo, não confio numa máquina desse tamanho voando no céu.

Tento me manter acordada, mas acabo dormindo de medo e de cansaço pelo horário em que acordamos.

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Durmo por um tempo e quando acordo já estou sem cinto e deitada em uma cama, o jato dele tem um espaço com uma cama de casal, olho para o lado e ele dorme tranquilamente.

Tento não fazer barulho para não acordá-lo, pois preciso levantar para ir ao banheiro. Faço xixi e logo volto e deito ao seu lado.

Olho a hora e já passa um pouco das 10:00 horas da manhã, já estamos a três horas viajando, ainda faltam sete.

— Acordou bela adormecida?

— Foi o remédio pra enjôo.

— Vamos tomar café agora?

— Você não comeu ainda?

— Não, estava te esperando.

— Deveria ter tomado café sem mim.

— Não estava com fome.

— Vamos então.

— Pode ficar aí, vou pedir pra trazerem aqui.

— Tudo bem.

Ele sai e logo volta, uns minutos depois uma comissária de bordo trás nosso café. Algumas frutas cortadas, sanduíches, suco e café.

— Obrigada. –digo, ela assente e sai.

— Coma. –Caio diz.

— Meu estômago ainda está embrulhado.

— Coma só as frutas ou beba o suco, já está tarde e até agora você não comeu nada, já estar perto da hora do almoço.

— Se eu conseguisse comer seria bom.

— Você já tinha andado de avião?

— Sim, duas vezes por isso o medo, se desse pra ir de carro, navio, submarino seja lá do que fosse seria melhor. –ele sorri.

— Podemos fazer um cruzeiro na semana que vem.

— E o trabalho?

— Podemos tirar mais uma semana.

— É um convite muito interessante.

— Posso organizar tudo se você quiser.

— Vamos esperar passar essa semana e nós vemos.

— Ok.

Após tomar nosso café deitamos novamente na cama, Caio me puxa para me aconchegar em seu peito e a sensação de está assim tão perto dele me passa segurança e o medo de avião vai passando aos poucos.

O restante da viagem transcorre bem e exatamente as 17:30 da tarde nós pousamos.

Um homem desce nossas malas e já as coloca no porta malas de um carro que nos espera.

Caio abre a porta de trás para mim e eu entro, ele entra logo em seguida e se senta ao meu lado, um homem de meia idade da partida no carro e começamos a nos mover pelo trânsito da cidade.

É um lugar muito bonito, fico encantada com tudo que vejo, nunca imaginei que viria para cá um dia, só com esse acordo louco para eu estar aqui mesmo.

Caio segura minha mão e a leva aos lábios beijando, esse gesto simples me faz estremecer, não esperava por isso, esse gesto é de carinho, nunca imaginei esse homem dessa forma, esse é um lado dele que eu não conhecia.

Preciso lutar muito para não acabar me apaixonando de verdade por ele, pois suas intenções foram claras, ele quer sexo, enquanto isso for atrativo para ele estaremos juntos e quando seu desejo por mim passar tudo vai acabar.

Devo me concentrar só no sexo, nada de sentimentos Raquel, é só sexo.

Repito isso várias vezes como se fosse um mantra, na tentativa falha de fazer meu coração entender isso.

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