Capítulo 2

Hoje acordei mais cedo para não correr o risco de Caio chegar primeiro que eu, hoje vou esperá-lo com o café pronto, para que ele não reclame.

Decidi também que vou aceitar sua proposta, já estava decida e agora que minha mãe quer vender a casa preciso fazer isso por ela.

Tomo meu banho, visto uma blusa de cetim branca e uma saia lápis cinza, jogo um blazer também cinza por cima, calço meus sapatos pretos, pego a bolsa e caminho rumo ao escritório.

— Bom dia Marcela. –digo quando entro.

— Bom dia Raquel, chegou cedo hoje.

— Não vou correr o risco do chefe chegar antes de mim de novo.

— Muito bem. –sua voz grossa e rouca ecoa e um arrepio percorre meu corpo.

— Bom dia senhor. –digo sem graça.

— Vamos até minha sala passar a agenda. –aceno para Marcela que sorri e olha para Caio e morde o lábio, sorrio também.

Já em sua sala vou direto pegar a agenda, mas ele me para.

— Sente. –ele diz me apontando a cadeira, sem pensar duas vezes sento, ele é tão autoritário, mandão e sexy.

Foco Raquel! Não se distraia com a beleza dele, e nem se iluda, um homem desses nunca vai olhar para você.

— Sobre a proposta, você já tem uma resposta?

— Sim senhor, eu aceito ser sua acompanhante.

— Ótimo, devo lhe dizer que não será só minha acompanhante, terá que fingir ser minha namorada. –olho para ele espantada, ele não mencionou isso ontem.

— O senhor tem certeza que sou qualificada para isso?

— Pensei em você, se não aceitar vou procurar outra. –ele diz frio.

— Não, tudo bem, eu aceito.

— Ótimo, sendo assim, assine aqui, esse é um contrato no qual você aceita e que diz que não tem permissão para contar a ninguém sobre nosso acordo, já que aceita deve assinar.

— Sim senhor. –como uma boa estudante de direito e futura advogada leio o contato com muita atenção.

Sempre quando leio um contrato tenho a mania de morder o lábio inferior e ficar passando a língua, isso é uma mania estranha, eu sei, mas é porque ler contratos e processos me excita, sei que isso é mais estranho ainda, mas eu sou assim.

Quando termino de ler vejo que ele olha fixamente para mim e eu sei exatamente por qual motivo, me sinto um pouco constrangida por ele ter me visto mordendo o lábio.

— Devo acrescentar no contrato que você não poderá morder o lábio. –eu ruborizo.

— Desculpe senhor.

— Assine. –ele diz e eu assino. — O casamento será no final de semana, viajamos amanhã, é na praia pense nisso quando for fazer a mala... não, melhor aqui meu cartão, vá fazer umas compras, afinal você será minha namorada, tem que está impecável.

— Não precisa senhor.

— Isso não é um pedido. –ele me olha com aquele olhar que dá medo e eu pego o cartão. — Não se preocupe com o valor que irá gastar, compre todo o necessário para viagem.

— Sim senhor, com licença.

— Vá agora, tire o dia de folga e compre tudo.

— Mas e o senhor?

— Fico bem sozinho.

— Sim senhor.

Pego minhas coisas e me preparo para ir andando até o shopping, já que não posso me dá ao luxo de pegar um táxi, é um pouco distante, mas é o que temos para hoje.

— Você vai como? –Caio coloca a cabeça na porta e pergunta.

— Andando. –digo um pouco constrangida, ele volta para sala e pouco tempo depois volta trazendo sua maleta e as chaves do carro.

— Vamos, eu te levo.

— Não precisa senhor.

— Isso não é um pedido. –que homem mandão, não digo nada e o sigo até o estacionamento.

O carro dele é um desses importados que custam uns seis dígitos mais ou menos, não sei a marca, não me atento a isso, estou nervosa demais para pensar na marca.

Nunca em minha vida pensei que entraria no carro desse homem, esse tipo de relação é muito íntima entre patrão e empregada, e Caio Alencar é tão intimidador que me causa náuseas.

O caminho todo ele vai em silêncio, apenas olhando para frente, eu deixo escapar umas olhadas vez por outra, mas ele em nenhum momento olhou para mim.

Pensei que ele me levaria ao shopping que tem aqui próximo, mas ele dirige por mais ou menos quarenta minutos e me leva ao shopping mais caro da cidade.

Ele para no estacionamento e eu vou abrir a porta para descer, ele segura minha mão impedindo, um arrepio percorre todo meu corpo e sinto uma leve fisgada entre as pernas, apenas com um toque desse homem.

Ele desce da a volta no carro e abre a porta para mim, me dá a mão para me ajudar a descer e tudo, sempre tive certeza que ele é cavalheiro, mas nunca pensei que isso se aplicaria a mim algum dia.

— Vou até a praça de alimentação tomar um café, compre o que precisar e na volta almoçamos e discutiremos os termos do contrato.

— Sim senhor.

Me afasto dele e uns passos depois olho para trás e ele continua lá parado me olhando, quando percebe que o vi me espiando dá as costas e vai embora.

As lojas desse shopping são todas de grife, não sei se levo isso como uma honra ou como uma ofensa de que minhas roupas são baratas, que de fato elas são mesmo, mas me visto muito bem dentro das minhas possibilidades, tenho bom gosto.

O primeiro passo é comprar biquínis, já que vamos na sexta e só voltaremos na segunda, então uma hora ou outra terei que pôr biquíni.

Escolho quatro, um preto, porque preto é vida, um azul marinho, um vermelho e um verde água, escolho uma saída de banho combinando com cada um.

Vou até o caixa pagar e o valor me surpreende, 5.250 por essas poucas peças, isso é mais que meu salário, mas como ele me mandou comprar eu devo obedecer, jamais ousaria ir contar o que esse homem manda.

Saindo da loja de biquínis, compro alguns shorts curtinhos por causa do calor, blusas para combinar e alguns vestidos leves.

Por fim vou escolher o vestido que usarei no casamento, experimento alguns e nenhum é de meu agrado. Gosto um pouco mais do verde água que estou experimentando.

Ouço o som de mensagem do meu celular, é um SMS de Caio.

"Esse vestido está ótimo".

Olho para os lados à procura dele e não o vejo, com certeza ele está por perto, esse homem é muito estranho, ele me dá medo, seu comportamento muda repentinamente, Caio Alencar é a pessoa mais bipolar que conheço.

O vestido é muito elegante e leve, ótimo para um casamento na praia, ele é verde água, que acho que combina muito para usar na praia e durante o dia, e tem a aprovação do chefe.

Eu meto em cada uma, mas não tenho como voltar atrás, assinei um contrato e além de tudo preciso desse dinheiro.

Essas poucas compras deu o total de 93.578 reais, fico surpresa que gente rica gasta tanto com roupa, eu amo me vestir bem, mas não sei se teria coragem de pagar tudo isso em algumas peças de roupas.

Saio da loja e Caio surge de repente ao meu lado, o que me assusta um pouco, ele está com o cabelo bagunçado, tirou o paletó e a gravata, sua camisa está com os dois primeiros botões abertos mostrando um pouco de seus músculos, o que me deixa meio tonta, engulo em seco, sinto novamente a fisgada em minha intimidade, e sinto o rubor se formar em minhas bochechas.

— Vamos almoçar! –não é um convite, ele está apenas me avisando.

— Eu preferia ir para casa, não precisa se incomodar.

— Ok.

Pela primeira vez ele não me impõe sua vontade, confesso que fico super aliviada, já terei que enfrentar um longo final de semana ao lado dele, fingindo ser sua namorada, não sei por qual motivo ele precisa desse fingimento, um homem desses poderia ter a mulher que quisesse.

Entramos no carro, ele coloca uma música para tocar, alguma do The Weeknd, não sei o nome, só sei que é muito sensual, as batidas me fazem imaginar esse homem dentro de mim. Caio está confundindo minha cabeça, nunca havia pensado nele dessa forma, mas vê-lo fora do escritório e com a guarda um pouco mais baixa está fazendo minha mente viajar.

— Por que o senhor precisa que eu finja ser sua namorada? –pergunto quebrando o silêncio.

— Minha irmã vai casar, meus irmãos já são casados e minha ex que também casou vai está lá com o marido, já que ela é amiga da minha irmã, não quero aparecer lá sozinho.

— Entendi.

— Não mencionei que iremos ficar na casa de praia da minha família, e como somos um casal teremos que ficar no mesmo quarto. –engulo em seco outra vez, será muito difícil ficar dentro de um quarto com esse homem sem poder tocá-lo.

Fico em silêncio, não consigo formular nada inteligente para falar, só sei que será um grande desafio para mim, nunca Caio tinha me afetado sexualmente, ele me afetava de outras maneiras, na verdade sempre tive medo dele, mas com essa proximidade estou o olhando com outros olhos.

— É demais para você? –ele pergunta.

— Não, daremos um jeito, somos adultos.

— Ótimo.

Após alguns minutos ele para em frente do meu apartamento e só então percebo que em nenhum momento lhe disse onde morava, não sei como Caio sabe onde moro.

— Como sabe onde moro?

— Já te vi sair daqui algumas vezes.

— O senhor estava me observando?

— Acho que você iria gostar se eu tivesse. –ele não me dá tempo para responder e vai logo saindo do carro para abrir a porta para mim. — Amanhã de manhã passo aqui para te buscar as 8:00 horas em ponto, não se atrase.

— Sim senhor. –ele entra no carro e vai embora, eu fico feito boba olhando até que não consiga mais ver o carro.

Meu coração está tão acelerado que consigo ver as batidas ritmadas em meu peito, amanhã será um grande dia, espero que tudo dê certo.

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Comments

Heloiza Carvalho

Heloiza Carvalho

hummmm interessante, fotos dos personagens por farvozinho a gente viaja melhor na história🙈😈

2024-03-23

50

Boravercuriosa

Boravercuriosa

Só eu que acho, que essa história de namorada para acompanhar a um casamento foi inventada pq ele já está gamado? Será?🤔🤭😉🤣🤣

2024-05-15

1

Nilma Sousa

Nilma Sousa

Coloca fotinha dos personagens

2024-05-10

1

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