| Nossa ruína

Ares encarava o mar a sua frente, não que estivesse prestando atenção na beleza que o mesmo carregava.

Os dias estavam passando, e cada dia se via mais atormentado com a mulher de cabelos negros cujo propósito parecia ser desafiar a sua sanidade.

Os dias estavam passando, estava próximo do prazo que havia dado a Brian, monitorava cada um dos seus passos. Prevendo os seus movimentos.

Agora mesmo ele estava em Barcelona, e eu ja sabia que quem havia ajudado a Diana foi Suelen Grant.

Enviei Hélio. O homem conhecido como Sombra, um dos soldados de alto escalão da Medusa. Um homem que não cometia falhas.

Deduzindo, provavelmente Brian levaria Diana para os EUA, território pertencente a família Alencar,em uma tentativa de limitar meus movimentos.

Mas em Barcelona? Barcelona não era o território deles, e depois que eles estivessem na Grécia não poderiam interferir sem começar uma verdadeira guerra.

A merda toda consistia no fato de que eu poderia matar Brian, trazer Diana e a vida seguiria o seu curso. Mas Nicolle já havia deixado claro que me odiaria eternamente caso não mantesse aquele babaca inteiro.

E eu não deveria me importar, mas Nick se tornou importante demais. Não deveria já que ela estava aqui apenas para que eu acrescentasse esse flagelo a conta de Brian.

Nem havia fod*ido aquela boc*eta, mas já parecíamos um casal, sempre brigando, mas bastava olhar mais atentamente que o fogo consumia, à mim e a ela. Queria jogar ela em qualquer canto dessa casa e me aventurar no meio das suas pernas, ela resistia a cada uma das minhas investidas, e porr*a era um martírio quando ela saia do banho e deitava ao meu lado, o frescor da sua pele, os cabelos pretos contrastando com a seda branca eram alucinantes. Obriguei ela a ficar no mesmo quarto que o meu, e desde que ela está aqui não consegui tocar em outra mulher. Nenhuma me excitava. Eu me aliviava enquanto ela assistia, e ver ela apertando as pernas tentando conter as sensações que se formavam no centro do prazer dela, me faziam enlouquecer.

Voltei para casa e entrei no escritório aguardando notícias. Hélio se comunicou comigo dizendo que já estava com ambos.

Nicolle estava passando em frente ao escritório, me levantei e saí a encontrando já próximo à escada, prestes a subir.

— Docinho, se arrume. Vamos para Creta.

Ela nem ao menos me olhou, assentiu e continuou a subir. Não confiava de deixa-la sozinha aqui, mesmo sendo uma ilha privativa.

Me organizei enquanto preparavam o helicóptero.

Diana e Brian já deveriam ter chegado a sede da Medusa, e eu enfim resolveria o que precisava ser resolvido. Quando Nick desceu eu já a esperava na entrada da casa. Segui para o helicóptero. Nick olhava para ilha conforme nos afastamos.

A deixei em uma das minhas casas seguras, sob os cuidados de Heitor e segui para a sede da medusa. O meu pensamento era claro, daria uma escolha a Diana, ela se casaria com Heitor e eu pouparia a vida do Brian. Era um bom negócio para todos.

Ao chegar fui reverenciado como um chefe deve ser. Diana e Brian estavam na sala principal, lugar de lembranças bem ruins para Diana, não me orgulho do que aconteceu aquele dia, mas os fins justificam os meios.

Os dois estavam no chão, acorrentados. Passei por eles e me sentei no lugar que parecia literalmente um trono, o brasão esculpido na pedra, O lugar era uma fortaleza e essa era uma das salas mais seguras que existia aqui.

Diana foi a primeira a acordar. Estava desorientada, olhou para o lugar e entrou em pânico.

— Ares.

Sua voz saiu embargada. Todas as vezes que entrava aqui, revivia a cena, de estar nua, com os lençóis ensanguentados que comprovavam que ela havia perdido a sua virgindade, enquanto os homens que encabeçavam o conselho discutiam a sua sentença. A humilhação de ter que passar por um exame na frente de todos, enquanto lágrimas caiam de rosto.

Os seus carrascos Hélio e Heitor se revezavam entre as chibatadas que deixaram a sua pele fina em carne viva. Permaneceu no chão quando Ares entrou e selou as portas, matando homem por homem do Conselho. E enquanto comemoravam eu estava ali no chão. Hermes pediu permissão para me levar dali. Preparou remédios para as minhas costas dilacerada e cuidou de mim até que estivesse bem.

— Bem-vinda de volta irmã.

Ares se levantou e andou na direção dela. A segurou pelos braços para que ficasse em pé.

— Ares tire as mãos dela!

Brian disse ao despertar e ouvir o choro de Diana. Ares estava com a mão no pescoço dela. Tentou se livrar e ajudar Diana, mas sentiu o gelo do cano de uma arma apontado para sua nuca. Olhou e viu o mesmo homem que estava no hotel.

— Vai se comportar como Dama da Medusa Diana, essa história encerra aqui. Se casará com Heitor e eu mantenho a vida desse babaca vivo.

Ares a soltou e andou em direção a Brian, estava com a arma apontada para a cabeça dele. Diana fechou os olhos. Ouviu a arma ser engatilhada. Era o que ele fazia. Manipulava cada segundo do jogo ao seu favor. Encurralando e defendendo os seus interesses.

— E qual a diferença entre a sentença de morte e o casamento com o seu carrasco?

— Há Diana, você não sabe mesmo de nada.

Disse sarcástico.

— Não faz isso Ares! Eu estou Grávida! Grávida!

O desespero na sua voz era tangível.

— Grávida?

Disseram juntos. Ares olhou para Brian e lhe deu uma coronhada fazendo ele desmaiar.

— Diana, não pode estar falando sério.

Ele passou as mãos na cabeça. Pensando no que estava acontecendo.

— Ares, irmão. Deixou o ódio corroer o seu coração a esse ponto? Não vê?

— Sabe o que eu vejo? A nossa perdição. Selou o nosso destino Diana. O que pensa que vai acontecer quando Heitor descobrir que a noiva dele esta grávida de outro?! Porr*a!

Ele gritou furioso. Enquanto Diana abraçava o corpo, como uma leoa defendendo o pequeno ser que se formava no seu ventre.

— Eu amo ele, Ares. Sempre amei. Sabe disso. Você se tornou frio, me condenou a uma vida miserável e agora quer que eu aceite esse casamento. Está sempre colocando os seus interesses acima de tudo. Eu odeio você Ares! Odeio com todas as forças. Odeio o quanto me expôs, odeio o fato de ter sido torturada nesse lugar pelo homem que você diz ser meu noivo, enquanto me usava para usurpar o poder, nem ao menos teve a decência de ver como estava depois de tudo aquilo. EU TE ODEIO ARES! Não me casarei com Heitor. Não darei esse prazer a você.

Diana passou a corrente em volta do pescoço e apertou com força puxando o corpo para baixo, enquanto Ares avançava para cima dela. Mas a mulher parecia mesmo determinada, já engasgava com falta de ar, os seus olhos estavam vermelhos.

— Para com isso Diana!

Ares gritava tentando soltar a corrente. Precisou dar uma coronhada na irmã para que ela desmaiasse e conseguisse parar aquela loucura.

— Porr*a! Merda! Hélio, mande que tragam Nicolle aqui. Rápido!

Olhou as marcas no pescoço dela, a colocou no seu colo, tentando acorda-la.

Brian acordou e viu Diana desacordada no chão.

— O que fez? O que fez Ares? Você é um monstro!

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