| O que precisa ser feito

...Diana Vlahos...

Depois de fugir do seu irmão, e deixar para trás o sonho que tanto queria que se tornasse realidade seguiu para Barcelona.

Diana trazia consigo uma mala pequena, guardou o dinheiro das joias que havia modificado num cofre, e fez o check-in num hotel no centro, dessa forma poderia se misturar, o andar tinha acesso fácil as saídas de emergência e ela estava alerta, todos os dias fazia uma pequena armadilha na porta, que lhe daria o tempo suficiente para fugir.

Conhecia o irmão que tinha, e as suas armas mais letais não eram as de fogo, eram seus capangas de elite, tão leais que eram capazes de matar o seu próprio sangue, assim como Heitor que havia tirado vida de Hermes.

Antes de fechar as janelas viu duas crianças correrem em uma praça, e se lembrou dos dias em ela e Ares corriam pelas ruas de Creta, os seus nomes foram escolhidos pela mãe que amava mitologia grega. Ares e Diana. Eles cresceram ouvindo histórias sobre todos os deuses, mitos e lendas.

Ares era dois anos mais velho, eram próximos, até o dia que o seu irmão foi tirado de casa e enviado para o campo de treinamento. Ele seria o chefe da organização que se chamava Medusa. No submundo os negócios eram inúmeros, e o deles se enquadrava em leilões muito exclusivos, atuando como terceiros para vendas e negociações de todos os tipos que possa imaginar, além de roubo especializado de artefatos, pinturas e joias considerados raros.

Ares voltava para casa de tempos em tempos, cada vez mais distante, mais sombrio e dominador. Cada vez mais parecido com o nosso pai. As vezes o ouvia gritar na madrugada e os seus olhos pareciam perdidos, com certeza era reflexo do que vivia e fazia no treinamento. E cada tentativa de nos aproximar era falha.

Ele foi treinado para ser o chefe, e eu a dama. Sabia falar fluentemente seis idiomas, além de luta corporal e também usar qualquer tipo de armamento. Mas, o meu treinamento consistia em ser sutil, saber quando desejar ser notada ou ignorada, disfarçar e fugir sem levantar suspeitas, e modéstia parte eu sou ótima nisso, foi assim que encobri meu relacionamento com Brian do meu irmão por quase um ano.

Quando Ares assumiu o controle da Medusa já não era meu irmão, era a cópia ainda mais fria e cruel do meu pai, e não media esforços para conseguir o que queria.

Estava sempre ao seu lado, e isso fez com que muitas propostas fossem feitas ou como eles denominavam: alianças através do matrimônio.

Em um dia andando nas ruas de Creta depois de despistar os soldados do Ares, entrei num lugar cujo letreiro estava sendo pendurado, o nome do lugar era Paradise, o destino pareceu sorrir para mim. Era Brian Milles, me disse que não poderia estar ali sem os epis. No momento em que estava prestes a sair, vi um dos carros com os seguranças de Ares. Me virei rapidamente e abraçei Brian, que ficou intrigado, ao sentir o leve tremor no corpo da mulher abraçada a ele.

— Esta tudo bem com você?

Ele perguntou.

Eu assenti que sim, mas apesar de treinada para mentir ele parecia saber perfeitamente que não estava falando a verdade.

Me chamou para entrar no escritório dele, e aquele dia repetiu-se por várias vezes, vários meses, todas as vezes que ele estava na Grécia eu dava um jeito de ve-lo. Usava um celular pré-pago para falar com ele, afinal Ares controlava todos os aspectos da minha vida.

Quando ousei discutir com ele sobre isso, mandou Hélio me esbofetear, o tapa foi tão forte que eu caí no chão.

— Você está fora de si Ares. Quer me transformar no seu saco de pancadas para aliviar o seu sofrimento? Você não é meu irmão. O meu irmão jamais faria isso.

— Seu irmão está morto porra! Morto!

Hélio segurou meu braço e me levantou. Ele era o irmão mais velho de Heitor e Hermes, e dentre eles o único que ainda restava alguma humanidade era Hermes.

Brian viu o meu rosto marcado, insistiu para que eu dissesse quem era e o que estava acontecendo ele me ajudaria. Mas se ele soubesse que eu era Diana Vlahos, certamente iria embora. E eu não queria, ao invés de dizer quem era, eu me aproximei e o beijei.

Brian me segurou nos seus braços, derrubou tudo que estava na mesa e me colocou em cima, era intenso e todo o meu corpo pedia desesperadamente pelo dele, Brian desceu os seus beijos pelo meu pescoço e colocando os meus seios para fora os sugou com força, agarrei os cabelos dele, aqueles momentos foram os melhores da minha existência. Quando ele subiu a sua mão pelas minhas coxas, sentia o centro do meu prazer em chamas, mas com o pouco de lucidez que ainda restava em mim eu o afastei.

— Não... Não posso.

Disse ofegante, e como nas outras vezes ele se afastou. Mas embora eu dissesse isso o meu corpo estava gritando por cada toque dele. Eu o beijei novamente.

— Eu estou apaixonado por você. Diana.

— Eu também estou Brian... Mas, não podemos. Eu não posso.

— Diana, fala comigo. O que tanto assusta você? Eu estou disposto a ajudar. Eu quero você Diana.

— Não pode me ajudar Brian.

Peguei a minha bolsa e saí correndo. Naquela noite quando cheguei em casa, havia um jantar, o jantar que firmaria o meu noivado com um dos membros do conselho.Um velho, cuja reputação era a pior possível, me olhou como se estivesse comprando uma mercadoria. Eles apertaram as mãos.

— Ares, não pode fazer isso comigo. Eu odeio você! Odeio a pessoa que você se tornou. Não faz isso!

Eu gritei.

— Já está feito Diana.

Ele sorriu sem se importar com meu desespero. Havia praticamente leiloado a minha virg*indade para aquele velho.

— Eu me mato, mas não me caso com aquele velho asqueroso.

— Vá em frente.

Foi tudo o que ele disse. Fui até o meu quarto. Não dormi aquela noite toda. Pensei no que Brian disse. Sabia que fugir era uma má ideia, Ares iria me caçar eu tinha certeza disso. Mas não poderia. Não poderia me casar com aquele museu ambulante.

Peguei o meu celular e marquei com Brian no dia seguinte. Eu estava prestes e cometer traição e a fugir. Mas ele não me deu opção. Eu também não daria a ele. Eu faria o que precisava ser feito.

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