uma chance, talvez.

Liam

Passo a mão no meus cabelos nervoso, isso não era para ter acontecido, não assim, não tão de pressa.

— desculpa, eu não deveria ter feito isso, eu vou arrumar um lugar para ficar, não somos casado, não podemos morar juntos e...

— não precisamos está casados para morarmos na mesma casa, aqui o que mais tem são casal formal, nunca pisaram em um cartório, ou em uma igreja, não precisa ficar preocupado com isso.

— não me sinto confortável com essa situação não.

Fico confuso, pensei que só marido e mulher que moravam na mesma casa, tenho que tentar afastar meus pensamentos dela, ou meu päu não vai baixar de jeito nenhum.

— quer tomar um banho

Balanço a cabeça confirmando, talvez um banho gelado ajuda eu me acalmar por dentro.

Ela sobe comigo para o quarto, e olho para ela esperando que ela saia.

— pode se reiterar por favor?

— tava me agarrando lá embaixo agora pouco, e já está me expulsando agora? Decida o que você quer amorzinho.

— eu quero tomar banho sozinho, posso?

— claro que pode, mas eu preciso da numeração da sua roupa para comprar outra, como vou saber que tamanho você veste? Não se preocupe, eu não vou te atacar igual você fez comigo na cozinha.

Abusada, tiro toda minha roupa, ficando apenas de cueca, jogo tudo para ela. Ela ainda fala uma gracinha, dizendo que eu não fui sensual ao fazer o striptease.

Palhaça!!!

Entro no banheiro e ligo o chuveiro, deixando a água correr pelas minhas costas. Onde eu estava com a cabeça para querer beijar ela, e até onde eu ia se o alarme não tivesse tocado.

Merda, não posso me deixar levar pelos desejos, tenho que ser mais forte que isso.

Olho para o meu päu que ainda não entendeu que não cai acontecer nada, meto ele embaixo da água, e ligo para deixar ela mais fria.

Até que ele aprende e amolece. Termino o meu banho. Coloco a toalha amarrada na minha cintura, e desço atrás dela para ver se ela conseguiu uma roupa para mim.

Mas ela não está em lugar nenhum da casa, então, volto para o quarto e me sento na cama.

Logo a porta se abre, e lá vem ela com 3 sacolas na mão.

— desculpa a demora, mas é que esse povo do morro não vive sem mim, além de filha do Chefão, eu administro uma ONG.

— como você se chama?

— Eduarda, mas todos me chamam de Duda.

Duda, gostei desse nome, tem um de doce e forte só mesmo tempo, principalmente do jeito que ela pronúncia se apresentando.

— o que é uma ONG?

Ela começa a me explicar, e para cada criança que ela começa a contar a história, seus olhos brilham intensamente. Acho lindo o jeitinho de ela falar.

O celular dela toca, e ela interrompe a nossa conversa para atender.

Presto atenção em suas palavras, e aquela delicadeza todo vai embora quando ela começa a parecer uma fera no telefone.

— manda ele ir a putä que pariu ele e todos que morreram, eles tentarem sequestrar o meu namorado, acha que eu ia deixar por isso mesmo?

Ouço os gritos dela com esse cara, e principalmente a parte que ela grita que se ele vier aqui, e tentar me pegar, ela pode até gerar uma guerra, mas ele não sairá vivo daqui.

A pergunta é, ele quem? Quem queria me sequestrar e para que? Muito coisas tem que ser respondidas, minha cabeça não para de rodar com tantas informações.

Mas esse jeito brava dela eu gostei muito, esse lado malvada que coloca medo. Pior é quando ela fala antes de desligar o celular.

— manda vim, estarei esperando ele com a minha arma bem carregada. Adeus.

Fico olhando para ela sorrindo, ela está muito nervosa. Então, ela que me salvou do acidente. Minha heroína, acho que tentar da uma chace para conhecer ela melhor, será uma boa opção para mim.

— vamos fazer uma nova vida até que eu me lembre de tudo, não sei como a gente era como amigos, mas podemos tentar de uma forma diferente.

Essas palavras saíram como um dejavu, parece que eu já falei algo parecido antes.

Ela sorrir e se senta no meu colo, acariciando o meu rosto, ela me dá um selinho, já acordando quem eu tive que afogar para dormir.

Somos interrompidos pelo celular dela tocando novamente, ela olha para mim, e eu digo que está tudo bem. Ela se levanta e sai do quarto, e antes de fechar a porta, ela me manda um beijo.

Dou risada e me levanto, pego as coisas na sacola e me visto. Saio do quarto indo atrás dela, e escuto ela falando no celular.

— vou mandar ele te ligar hoje ainda... Está bem, tchau.

Ela se vira e eu a olho com a sobrancelha levantada.

— era o amigo do meu pai querendo falar com ele, tentou ligar mas não conseguiu, vem, vamos dar uma volta no morro para você conhecer melhor.

— vai me transformar em um traficante?

Ela sorrindo diz que sim, que vai me levar para aprender tudo que eu precisar para não cair em armadilha, e me defender de qualquer ataque.

Bom, se eu estou nessa vida, terei que fazer direito.

Ela pega na minha mão, e diz que como ela queimou a comida por minha culpa, agora teremos que ir almoçar na casa do pai dela.

Assim que chegamos, ele já está sentado a mesa com uma mulher nova, toda bombada.

— de novo aqui Michele, vem só pra comer e vai embora, ou também é comida como sobremesa?

— Eduarda, pode parar, eu andei chamar ela.

Elas se olham como duas rivais, é tão lindo de ver a relação de madastra e enfiada.

Nos sentamos a mesa, e percebo os olhares dessa Michele em mim, mas eu finjo não percebe, até por que a Eduarda olha para mim, e para ela a todo momento.

Ciúmes é isso?

— espero que você segure bem a sua nova mulher pai, porque se ela repetir o que fez da outra vez agora com o Liam, vou arrancar esses silicones dela com o meu canivete dourado.

— para com isso, ela não faz fazer nada né Mi?

Ela balança a cabeça que não, mas seus olhos não para de me olhar. Sinto uma coisa entre as minhas pernas, disfarçadamente olho para baixo e não são as penas da Duda e nem do pai dela.

O problema, é que a Duda também vê a cena antes de ela retirar a perna da minha, e se levanta com tudo, apontando o tal canivete dourado na cara da moça.

Ferrou!!!

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