Um Mafioso sem memórias

Liam

Acordo em um quarto todo branco, com vários fios pelo meu corpo, e um barulho de maquina apitando no meu ouvido.

Barulho irritante, que sinto vontade de quebrar com uma porrada.

Tento erguer o meu corpo, mas a minha cabeça dói. Levo a minha mão até ela e sinto uma faixa cercando a parte de cima toda. O que será que aconteceu comigo?

Uma enfermeira entra no quarto, e se aproxima de mim, perguntando como eu estou. Estou meio aéreo, minha cabeça parece não está funcionando bem ainda.

Ela me explica sobre o que aconteceu, que eu sofri um acidente. Não me lembro desse acidente... Espera, não consigo me lembrar de nada antes de acordar nesse hospital.

Ela se aproxima mais de mim, e me faz algumas perguntas, e todas elas eu não sei responder, não passa nada na minha cabeça.

É como se eu tivesse acabado de nascer, eu até forço, tentando saber ao menos o meu nome, mas porrä, que merda me aconteceu?

Começo a ficar nervoso, alterado de mais, e nessa hora ela vem com uma agulha dizendo que vai furar meu braço.

Uma porrä que vai, olho para aquela coisa fina, e já me afasto, não vou deixar ela de jeito nenhum me furar.

Aí entra uma mulher e me chama de cavalo, e como se não bastasse eu não lembrar de nada, a doida da enfermeira querendo me furar, vem mais essa de uma desconhecida me chamando de cavalo.

Dou uma dura nela a mandando ir embora, até porque eu nem sei quem ela é, mas ela se aproxima de mim e pergunta se realmente eu não me lembro de nada.

Reviro os meus olhos e bufo, até parece que se eu lembrasse de alguma coisa eu estaria aqui, eu já teria ido embora para minha casa.

O que será que aconteceu comigo?

— olha, eu vou tentar resumir para você, eu não te conheço muito, mas fizemos uma bela amizade sabia? — ela fala bem calma.

— tá de brincadeira né? Mesmo que eu não me lembro de nada eu sei que você não é minha amiga. — repondo com ignorância, não conheço ela para vim com graça.

— claro que somos, e você estava... Comigo no carro quando ele capotou.

Pergunto para ela como que aconteceu o acidente, ela lentamente vai contando toda a história.

E cada vez mais que ela fala mas eu percebo que é ela a culpada de tudo, Mas mesmo que ela fale tudo isso eu não consigo me recordar de cena nenhuma.

— só para constar, quantos anos você tem agora?

Essa é uma pergunta que nem eu sei responder, olho para cima e para os lados, procurando qualquer calendário que seja para saber quantos anos eu tenho.

— eu não sei, em que ano estamos?

— estamos em 2023.

2023, pela soma eu tenho 24 anos, 24 anos perdido que eu não lembro de nada. Continuo fazendo perguntas para ela, eu preciso saber o máximo da minha vida, mas ela disse que só sabe poucas coisas de mim, já que eu cheguei aqui em poucos dias.

Ela pergunta se eu conheço alguém chamado Luna, esse nome não me é estranho mas eu não consigo me lembrar de quem.

Droga, dei pane no sistema completamente. O médico entra no quarto, e diz que a minha perca de memória não será definitiva, que ela pode vir aos poucos ou de uma vez.

Ele fala para ela me ajudar a exercitar coisas que eu fazia antes, isso ajudará a eu lembrar das coisas, e talvez, seja mais fácil para eu recortar logo tudo de uma vez.

Aí ele vem com a conversa de que eu preciso tomar injeção para descansar, mas para dormir eu não vou tomar nada, não preciso descansar, acho que eu já dormi demais.

Mesmo com a sua insistência, e com essa mulher falando que me ajudaria tomar injeção, eu nego com a cabeça, digo a ele que quando eu tiver com sono eu durmo mas que ninguém vai me furar não.

Pois assim que eu vi a injeção, já me deu um pânico, talvez eu tenha medo por alguma razão...não sei, mas vou confiar no meu instinto.

Então ele sai do quarto junto com a enfermeira, e eu fico sozinho com ela. Ela é uma garota muito bonita.

Presto atenção em cada detalhe do seu rosto, mas não consigo me lembrar dela. Essas coisas estão muito confusas, parece que eu não tive uma vida antes daqui.

— olha, eu sei que deve tá sendo a maior Barra para você, mas aí, eu prometo te ajudar no que eu puder, então se você sentir alguma coisa me conte a verdade para que eu possa te ajudar ok.

— eu não preciso de ajuda... acho que eu quero ficar sozinho

— mas não vai ficar, irei dormir naquele sofazinho ali até você receber alta.

Palhaçada! porque ela não vai embora?

— tenta ser menos chato, esse seu humor não combina com você, então bota um sorrisinho aí na cara e mostra que você é um bom menino.

Bufo com as suas palavras, eu acho que ela mentiu não somos amigos e sim inimigos porque oh garota irritante.

Ela fala que vai me ajudar, mas percebo que, conversando com essa mulher, não está me ajudando nada, não lembro de nada do que ela fala.

(...)

Após 3 dias, o médico me dá alta, nesses três dias foi legal, pude conhecer um pouco mais da vida dela e percebo que ela não é tão chata como no início, ela só é espontânea demais, faz o que quer, fala o que quer sem medir as palavras.

Ela toda animada diz que vai me levar para a casa dela mas antes disse que vai me levar na casa do seu pai, para ele me conhecer.

Ela me ajuda com tudo, só não na hora do banho, mas até a minha roupa ela ajuda a tirar e vestir, somente a cueca que eu tiro no banheiro.

Já percebi os olhares dela pelo meu corpo, e como ela não tem filtro nenhum, acaba falando seus pensamentos.

Saímos com ela me levando na cadeira de rodas, mas a doida da um empurrão, e sobe em cima, fazendo a gente quase cair na entrada do hospital.

Ainda desce dando risada.

— você diz que vai me levar para sua casa, você mora sozinha?

— sim, moro sozinha, agora irá morar nos dois. Não se preocupe Liam, mesmo que eu não saiba o que você faziam antes de chegar no morro, eu vou te ajudar a criar uma nova vida, vamos nos divertir bastante.

Sorrio de lado com a sua animação, vamos ver o que essa doida vai aprontar na minha vida.

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