Amante.

Paulo de Tarso, 2009.

Mais um dia de trabalho e mais uma pessoa para conhecer no meu - urgh - novo local de trabalho. Uma mulher nada atraente - como parece ser um péssimo hábito do partido, diga-se - chamada Glenda Roscharff. Estava acompanhada do marido, mas não o conheci, ele ficou na porta, aguardando, enquanto conversava com outro homem. Pelos gestos eu diria que era algum esporte, porém não dei bola - com o perdão do trocadilho.

E da minha mesa vejo um bem conhecido que acaba de chegar. Fernão. Percebo Glenda tentando chamar sua atenção, mas o olhar do canalha é só para a bela novinha aqui. Os dois tem um pequeno bate boca e Glenda sai dali. Fernão vem falar comigo.

- Que tal além da informação que você queria mais um pouco disso aqui - e me mostra sua carteira.

Aquele maldito objeto de couro estava aberto e pude ver algumas notas de maior valor da nossa moeda... em se tratando desses trambiqueiros ela pode ser perfeitamente falsa, então falei:

- Ah, por favor, não sou nenhuma prostituta, porém você pode usar um pouco disso e me comprar roupas novas - assim ficaria mais segura que não era dinheiro falso e me sentiria menos vagabunda, se é que posso dizer assim.

- É justo, mas primeiro a noite de amor - Fernão fala, guardando a carteira como que encerrando a negociação.

- É justo, mas primeiro a informação - voltei a fazer uma boa jogada, ao menos em minha mente.

- Ok... eu falo um pouquinho antes de adentrar essa sua buceta jovem - em sussurro ele também joga bem.

- Como vai ser? - pergunto sobre os detalhes.

- Eu te pego após sua aula, vamos para um motel e lá tudo acontecerá - Fernão fala mantendo o tom e pelo visto já tinha pensado em tudo.

- Ok... até mais tarde - comento em resposta, encerrando a negociação.

É... eu marquei mesmo um encontro com aquele nojento, que acaba de sair pela porta - que merda. Volto a focar no meu trabalho... o restante do dia passa sem nenhuma grande novidade até que finalmente chega o momento do encontro. Quando saio do campus já vejo o canalha em seu carro, com os vidros abertos e olhando para os lados, provavelmente para não ser reconhecido.

Chego mais perto e ele já fala:

- Entre rápido, não quero ser visto - e abre a porta, que quase bate em mim.

- Nossa, que cavalheiro - fui irônica e entrei, batendo a porta com força, mostrando a alegria em estar com aquele verme maldito.

Ele foi dirigindo e interrompeu o silêncio colocando a estação de rádio que só passa notícia. Olhei para a aliança no dedo dele e fiquei me perguntando por um segundo se valia a pena mesmo me sujar com aquele ali... então disse, após baixar um pouco o volume do rádio:

- E as roupas? - era minha garantia, qualquer coisa eu gritava ou corria.

- Banco de trás - ele responde e até que dá um sorrisinho, como quem já sabia que eu iria perguntar sobre isso.

Já que vou mesmo fazer isso é bom que seja no melhor clima possível, se é que dá pra dizer assim. Chegamos no motel. No quarto já vamos tirando as roupas, acho que ambos estávamos com pressa.

Fernão veio me beijar e eu esquivei. Nossa, que nojo - urgh.

- Sem beijos? - ele pergunta até que surpreso.

- Sim, mas vou deixar me pegar de quatro - argumentei buscando pacificar tudo.

- Anal? - Fernão perguntou pedindo.

- Não, nem se me fizesse a maior do partido - cortei qualquer possibilidade.

Então fiquei de quatro e ele começou a me dedilhar... e que bom que ele fez isso, afinal eu precisava de alguma lubrificação para não machucar. Aproveitei para perguntar:

- Agora é uma boa hora de falar a informação - ainda jogando em uma hora dessas, acho que a Leila do interior que não conhecia muita coisa já se foi.

- A maioria só fica um mês porque descobrem que não tem primeiro salário, que na verdade foi o celular que receberam. E, além disso, não podem levar o celular quando saem... e também algumas não aguentam a rotina que é mais ou menos parecida com o que estamos prestes a fazer... agora seja uma boa amante e gema enquanto eu lhe fodo - Fernão revelou tudinho e começou a enfiar seu membro dentro da minha intimidade.

Que merda, contudo eu já esperava esse tipo de roubo, afinal eles têm a fama mesmo. Vou gemendo, tentando ser a tal boa amante, enquanto o pequeno pau dele entra em mim. Aproveito que ele não pode ver meu rosto e começo a pensar naquelas palavras... rotina parecida... vou ter que fazer isso mais vezes? Só se a moeda de troca for melhor.

Depois que tudo acabou eu fingi orgasmo - nossa, que triste - e já fui logo me vestindo. Só havia passado uns vinte minutos, dado que não teve preliminares foi rápido. Acontece que ele queria mais. Concordei em fazer um boquete para ele ir sua segunda vez e foi demorado... talvez nem tanto, mas o cheiro ali da região estava bem ruim. Urgh...

Depois que acabou eu fui me lavar bem, o corpo todo e especialmente o rosto... o cheiro era...

Depois eu ainda tive que aguentar a presença dele lá e só saímos perto de dar as duas horas que tínhamos direito. E nada dele tomar banho...

Quando cheguei em casa fui ver as roupas... provavelmente falsas, porém o que tinha de acontecer já aconteceu. Vida que segue... cada vez mais eu me pergunto se serei uma daquelas que sai com um mês ou se fico mais um pouco para ver se realmente ganho alguma coisa, porque não vai ter dinheiro nenhum no primeiro mês de trabalho e eu só estava lá por causa da grana.

Antes de dormir ainda me vem na mente um pensamento de outrora: A Leila do interior já mudou bastante. É isso que a rotina das grandes cidades fazem? O convívio com gente má e perversa no ambiente de trabalho? Só ver pessoas sem valor - com exceções do meu grupo de amigos - onde estudo? Tudo parece conspirar contra...

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