Cecília entrou no quarto e olhou para mim com os olhos arregalados. Eu continuei sem me mover e ela se aproximou. Não tinha nos dado nem um minuto para entrar no quarto. Felizmente, Sebastian era rápido o bastante para ir debaixo da cama em apenas cinco segundos.
- Você está bem filha? - Ela sentou na cama perto de mim. Eu apenas estava escondendo o marido dela debaixo da cama. Eu não estava bem como era óbvio.
- Sim.
- Eu quero que me perdoe por causa... - Não deixei ela terminar e a abracei. Sebastian devia estar sofrendo debaixo da cama e eu não queria complicações com a minha mãe.
- Não faz mal mamãe. Foi melhor assim. - Falei olhando para ela. Na verdade, eu não estava mentindo quanto a isso. Foi realmente melhor.
- Tem certeza? É que o que eu fiz não foi certo. E pensei que você estava brava comigo.
- Pára mamãe. Está tudo bem. Eu não estou mais brava. Já passou. - Olhei para a cama.
Ela sorriu. - Que bom filha. - Ela se aproximou para me envolver nos seus braços. - Sabe, eu acho que você fica demasiado tempo em casa fechada no quarto. Você devia convidar o Connor para sair.
- Ele já me convidou. A gente vai sair amanhã para jantar.
- Isso é maravilhoso. Fico feliz por vocês. Eu sabia que tinham uma ligação forte. - Ela beijou o meu rosto. - Como você se sente sobre isso?
- Normal.
- Você não está nem um pouco nervosa?
- Não! Eu não estou nem nervosa nem ansiosa.
- Sério? Acho que vai sentir essas coisas amanhã. - Ela se levantou. - Bem, eu vou descer. O jantar está na mesa. Você sabe onde está Sebastian?
- Não! - Falei rápido demais. - Eu não sei. Não estava com a senhora?
- Eu vou procurar por ele então. Não demora! - Ela saiu do quarto e fechou a porta.
- Você já pode sair. - Falei e Sebastian saiu debaixo da minha cama.
- Foi por pouco! - Ele disse, colocando-se em pé.
- Obrigada por me fazer sentir melhor. - Sorri para ele.
- Não há problema. Faria mais vezes. É melhor eu ir ter com Cecília. - Ele andou até a porta e saiu.
[...]
A chuva apenas parou na madrugada. Quando amanheceu, eu me levantei e fiz minha higiene. Tinha acordado cedo demais para mim. Normalmente eu dormia bastante, principalmente quando chovia, mas eu estava bem disposta e um pouco feliz.
Seria por causa do meu encontro? Claro que não! Eu estava apavorada com aquilo. Seria por causa de Sebastian? Talvez. A noite de ontem foi muito boa para mim. Ele era bom para mim.
Terminei de vestir e secar o cabelo e olhei para mim no espelho. Cecília tinha razão. Eu precisava sair mais. Então, decidi ir ao cabeleireiro hoje. Talvez seria bom.
Saí do quarto e desci as escadas. Cecília e Sebastian estavam tomando o café e conversando com entusiasmo sobre alguma coisa.
- Bom dia! - Falei e sentei. Cecília sorriu para mim e Sebastian apenas me olhou com carinho.
- Bom dia Grace! - Sebastian respondeu e bebeu seu café.
- Bom dia, filha. Como passou a noite?
- Muito bem. - Servi água quente na chávena depois coloquei a saqueta de chá verde.
- É por causa do seu encontro de hoje a noite? - Perguntou Sebastian.
- Não! Não é por isso. Eu simplesmente dormi muito bem. Talvez tenha sonhado com os anjos.
- Isso é muito bom, Grace! - Sebastian falou sorrindo. Lindo ele! - Espero que os anjos invadam seus sonhos sempre.
- Filha, eu vou viajar amanhã para Paris. Espero que esteja tudo bem para você.
- Tudo bem. - Bebi o chá.
- Se Ray tentar alguma coisa, Sebastian vai te proteger. - Olhei para ele. Ele ia cuidar de mim!
- Quanto tempo a senhora vai ficar fora?
- Infelizmente, eu tenho muito que fazer, filha, e vou ficar durante uma Semana.
- Tem a certeza que não quer que eu vá? - Sebastian perguntou.
- Tenho. Além disso quem vai cuidar da minha filha se você for?
- Tem razão. - Ele falou.
Só de pensar que Sebastian ia cuidar de mim, meu coração começou a saltitar. Eu ia estar uma semana com o homem que eu amava. Só nós os dois, e ele ia cuidar de mim. Aqueles olhos azuis seriam apenas meus por uma semana.
[...]
Escolhi o meu vestido menos bonito, mas infelizmente quando olhei para o espelho eu estava sexy com ele. Era o mais horrível que eu tinha, provavelmente se usasse os melhores, ele não ia aguentar. Nem eu.
O meu cabeleireiro fez um trabalho incrível no meu cabelo, e agora estava um pouco mais curto no final do meu rosto e quase tocando os ombros com ondas brilhantes. Eu não devia estar tão bonita para sair com Connor.
Ouvi a campainha e sai do quarto. Porquê Sebastian não me impedia de sair com Connor? Porquê ele não podia fazer qualquer coisa para me impedir? Eu não queria sair com Connor.
Sebastian abriu a porta e deixou Connor entrar, depois ambos se viraram para olhar para mim. Pela cara deles eu estava deslumbrante. Não imaginava se eu realmente tivesse me arrumado. Porque eu apenas não tentei estar bonita.
- Você está muito linda, Grace. - Connor falou.
Eu desci os degraus e cheguei até eles. Não parava de pensar em como eu ia evitar o seu toque a noite toda.
- Você é muito linda Grace! - Sebastian falou triste.
- Obrigada Sebastian. - Olhei para ele e ele para mim. Seus olhos pareciam me pedir para não ir, mas eu sabia que estava errada. Ele amava Cecília.
- Então, vamos? - Connor abriu a porta percebendo a nossa troca de olhares.
Eu saí e segui Connor. Caminhamos pela grama até sairmos pelo portão e encontrarmos o seu carro. Connor abriu a porta para mim e entrei. Com sorte, eu talvez desmaiasse no restaurante.
- Você está bem? - Ele perguntou sentando-se e dirigindo. Eu falei que sim e ele prosseguiu.
[...]
Entrámos talvez no restaurante mais romântico e chique que eu já fui. Seria bom se fosse com Sebastian e não com Connor. Para começar, Connor não era Sebastian, depois, não confiava nele, depois ele não podia encostar em mim e último, eu não o suportava. Porquê eu aceitei jantar com ele?
Pedimos a nossa comida e o empregado de mesa trouxe minutos depois. Na minha frente, Connor estava me assustando com o seu olhar. Eu ignorei e continuei comendo.
- Você gostou do restaurante? - Ele perguntou.
- Sim! É agradável. Muito bom.
- Eu estou fazendo tudo errado não é? - Ele riu sem humor. Claro que ele estava fazendo tudo errado. E eu também. Eu sentia que estava traindo o Sebastian.
- Não. Está fazendo bem as coisas.
- Você não parece feliz Grace!
- Eu estou ótima.
- Tudo bem. Então você tem que provar esse vinho aqui. É muito delicioso.
Provei. - É mesmo.
A noite já estava sendo muito aborrecida, e eu não sabia se ia aguentar mais. O que estava me matando era o pensamento de como aquilo era errado. Eu devia ter ficado em casa.
Connor
Eu estava apaixonado por Grace há dois anos. Infelizmente eu praticamente era invisível para ela e ela não deixava que eu lhe tocasse. Eu notei aquilo. Eu notava tudo nela, mas eu precisava tocá-la nem que fosse simplesmente por uma noite.
Não sabia como consegui convencer Grace a ir até meu apartamento. Ela bebeu demasiado vinho para me provar que estava se divertindo quando na realidade não estava.
Fechei a porta do meu apartamento com as chaves e virei para olhar para ela. Ela cruzou os braços e seu rosto estava todo corado por causa da bebida.
- Grace, já disse como você está linda essa noite? - Perguntei.
- Sim, Connor, mas é melhor eu ir para casa. Está ficando tarde. - Ela tentou sair, mas passei para sua frente.
- Eu te levo. Mas antes, beba só um pouquinho de vinho.
- Tudo bem. - Ela sentou no sofá. Ela era a mulher mais linda. Suspirei e fui pegar duas taças de vinho.
- Eu sempre quis ter você aqui. Há dois anos que eu quero isso.
- Você pode fazer mais rápido Connor? Por favor!
- Claro. - Servi o vinho nos copos. Olhei para ela para ver se estava me observando, mas estava distraída. Então, tirei o sonífero do meu bolso e botei na sua taça.
Andei pela sala e sentei ao seu lado entregando a sua taça. - É vinho do melhor. - Falei.
Ela não disse nada e bebeu seu vinho de uma vez. Ela estava querendo ir embora. Fugir de mim. Eu não suportava.
- Grace, eu te amo! - Eu já tinha bebido o suficiente para cometer loucuras.
- Connor. Eu não sinto o mesmo. Lamento. É melhor eu apanhar um táxi. - Ela levantou.
Eu joguei a taça no chão e se partiu em mil pedaços. - Você não vai a lugar nenhum Grace! Eu disse que te amo e vai sair assim? Como se eu não fosse nada?
- Connor por favor, amanhã minha mãe vai embora e eu queria me despedir. Eu preciso ir. - Ela estava chorando.
- Não! Eu não quero que você vá. Eu te amo Grace! Quero que você seja minha! Só minha! - Me aproximei em passos lentos mas descontrolados. - Quero beijar sua boca e cada centímetro de você. Quero tocar seu corpo e fazer amor com você até desmaiar. Quero ser o único a te dar prazer e te fazer sorrir.
- Connor... Eu preciso ir. Você está bêbado. Você não está bem.
Eu ri. - É verdade. Não estou bem. E só vou ficar bem, quando você for minha!
Ela se afastava de mim. - Você não pode fazer nada comigo. Senão ele vai acabar com você!
- Ele quem?
- O Sebastian. Ele jamais deixaria você me machucar.
- Ele não está aqui. - Olhei a volta. - Como pode ver. Estamos apenas nós.
Comecei a andar mais rápido e ela se assustou. Caiu no chão e sua cabeça tocou nos pedaços de vidros no chão.
Ela olhou para mim e estava sangrando. Na testa, nas mãos e eu estava apavorado. Ela se levantou com dificuldade e tentou fugir, mas ficou tonta e se apoiou no sofá.
- Se afaste de mim por favor! - Eu segurei seu vestido e rasguei. Parte de seus seios apareceram, e ela cobriu com as mãos.
Eu segurei ela que lutava contra mim. Eu era mais forte por isso ela não ia conseguir. E não conseguiu. Caiu num sono profundo. Coloquei ela nos meus braços e a levei para o quarto. Na minha cama. Já não sabia o que fazer. Ela era toda minha.
Grace
Acordei sentindo uma dor horrível vindo da minha testa, e das minhas mãos. Olhei para mim e estava quase nua. Minhas mãos estavam cheias de sangue e meus pés estava descalços.
Memórias de ontem a noite surgiram na minha cabeça. Connor foi cruel comigo. Sebastian tinha toda razão. Eu não devia ter saído com ele. Ele era um homem muito ruim. Ele era como Ray.
Levantei da cama, que também tinha sangue. Eu esperava que fosse das minhas mãos e da minha testa simplesmente. O que ele tinha feito comigo?
Lágrimas caiam e ofuscavam minha visão. Eu procurei primeiro uma coisa para cobrir meus peitos, encontrei uma jaqueta cinza, depois procurei meus sapatos e minha bolsa mas não encontrei.
Saí do quarto e vi Connor sentado no sofá com uma postura derrotada. Andei lentamente nas pontas dos pés, mas ele ouviu e olhou para mim com os olhos vermelhos e arrependidos.
- Grace desculpa! Eu estava bêbado e não sabia o que estava fazendo. - Ele se levantou e tentou chegar até mim, mas corri na direção da porta.
Tentei abrir, mas estava fechada. Eu estava desesperada para sair dali. Para ficar longe dele. - Por favor me deixa sair. - Falei. Ele se afastou.
- As chaves estão na mesa. Desculpa por ontem Grace! Por favor!
Agarrei as chaves e minha bolsa que estava no sofá e abri a porta com as mãos tremendo. Saí sem olhar para trás e corri para encontrar um táxi rapidamente.
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Atualizado até capítulo 97
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Comments
Anonymous
eu comecei ler esse livro na fizo,estava amando a história quando foi retirado da plataforma. Estou super feliz pois vou ter a chance de terminar de ler.
2023-08-17
1
Valpi
Por enquanto td tranquilo, porém é uma história cruel para todos, não vejo final feliz para ninguém!
2023-07-09
0