Grace
Acordei, mas fiquei fechada no quarto mesmo depois de ter feito a minha higiene. Estava com muita fome e infelizmente, Sebastian não ia trabalhar naquele dia. Eu não queria avistar com ele, por isso continuei no quarto.
Peguei no meu celular e comecei a ver algumas fotos que eu e Mónica tiramos em Madrid. Sorri na foto em que ela fez uma cara engraçada. Tinha muitas saudades dela.
- Espero que não esteja se escondendo de mim, pequena! - Ouvi Sebastian e olhei para ele. Tudo que eu queria era paz e sossego, mas com aquele homem era impossível.
- Eu estava apenas vendo umas fotos que tirei em Madrid.
Ele se aproximou. - Posso ver?
- Não!
- Porquê não? Você está escondendo alguma coisa?
- Não estou escondendo nada, só não quero mostrar para você.
- Tudo bem. Então vem tomar o café da manhã comigo.
- Não tenho fome! - Disse, mas o meu estômago traidor roncou depois.
- À mim, você precisa de comer. Venha comigo! - Ele me deu a mão. - Vamos comer!
- Eu não sou sua filha! - Disse e ele riu.
- Eu sei. Você nem tem idade para ser. Mas estou falando sério. Venha Grace!
Recebi sua mãe e levantei. Ele sorriu e me levou para fora do quarto. Passamos pelo corredor, desçemos as escadas e fomos para a sala de jantar. A mesa já estava posta. Não ia me admirar se soubesse que foi Sebastian quem cozinhou.
- Você está bem?
- Estou. - Falei. - Eu lamento muito o que aconteceu ontem.
- Grace, Grace. Minha pequena! Eu já disse que o que aconteceu naquele quarto fica naquele quarto. E nós não estamos no seu quarto. Estamos? - Ele esfregou o queixo com o indicador e o polegar.
- Não! Mas eu acho que a gente, devia conversar sobre aquilo. Você não acha?
- Eu nem sabia que você gostava de conversar. Mas agora eu entendo tudo. A culpa não é sua.
Sentamos na mesa e servi suco num copo e servi panquecas num prato. Sebastian me olhava de um jeito muito estranho. Na verdade ele sempre me olhou daquele jeito estranho.
- Cecília regressa amanhã!
- Eu sei disso. - Falei com a boca cheia.
- Porquê você não gosta de trabalhar?
Eu peguei no meu prato e levantei da mesa. Sebastian olhou para mim boquiaberto, e eu continuei até chegar no meu quarto. Fechei a porta e sentei na cama para comer.
Não sabia quanto tempo mais eu ia aguentar. Não podia passar o dia todo com Sebastian. Precisava encontrar alguma coisa para fazer.
Peguei no celular e liguei para Connor. Ele atendeu imediatamente.
- Oi Grace! Tudo bem? - Ele atendeu. Podia ver seu sorriso pela sua voz.
- Sim e com você?
- Maravilhosamente bem.
- Ótimo! Eu queria saber se você gostaria de almoçar comigo essa tarde.
- Claro que sim. Vai ser divertido.
- Então eu encontro você no restaurante. Depois envio o endereço.
- Claro. Depois nos vemos. - Ele desligou.
Sebastian entrou no meu quarto com o rosto mais sério que eu já vi. Eu me levantei e fui para o closet preparar a roupa para sair com Connor e tentei fingir que ele não existia. Mas ele me seguiu.
- Desculpa! Fui insensível? - Ele disse e eu continuei procurando por algo para vestir.
- Eu só não trabalho ainda porque preciso de um tempo. Terminei a faculdade no ano passado, e eu queria aproveitar esse tempo, porque depois eu posso não ter tempo para mais nada. Como Cecília!
- No que você se formou? - Ele se apoiou na porta.
- Gestão de empresas. Eu sei falar espanhol, francês, Alemão e Mandarim, e sou muito boa em informática. Acabou a entrevista?
- Eu acho que você devia trabalhar o quanto antes. Relaxe aos fins de semana. Você parece ser muito inteligente e tenho a certeza de que a instituição que conseguir empregar você terá muita sorte. - Olhei para ele para ver se não estava brincando. Ele não estava!
- Quem sabe! - Dei de ombros.
- Onde você está indo? Eu vou ficar o dia todo aqui e você vai me deixar sozinho?
- Você sempre consegue fazer algo interessante não é mesmo?
- Talvez! Mas seria bom ter você por perto. - Porquê ele continuava a dizer aquelas coisas? Eu só queria mesmo sair dali.
- Eu vou sair com um amigo.
- Você tem amigos?
Olhei para ele. - Eu sou um ser humano. Pára de ficar surpreendido com certas coisas. Porquê não teria amigos? - Peguei num vestido cinza e voltei para o quarto. Sebastian me seguiu novamente.
Ele sentou na cama e olhou para a mesa de cabeceira onde deixei as minhas pílulas anticoncecional.
- Porquê você toma isso se não tem nenhum parceiro? - Perguntou mais uma vez.
- Ajuda no meu período menstrual. Olha Sebastian por favor me deixa sozinha. Eu acho que não há nada a dizer.
- Numa hora você quer conversar, noutra você não quer. Você é difícil de entender Grace.
Olhei para ele e cruzei os braços. Eu não queria ir a esse almoço, mas se era para evitar ficar o dia todo com Sebastian, então eu ia mesmo. Ele olhou também para mim.
- Vamos conversar Grace! A gente devia conversar desde aquele dia. - Ele cruzou os braços também.
- Que dia?
- Aquele dia! O dia em que eu castiguei você. Não lembra?
- Eu odeio você! - Falei.
Ele pegou no meu vestido e observou atentamente. Eu tentei arrancar de suas mãos, mas ele levantou e desviou.
- Sebastian me dê o vestido!
- Você vai sair com o seu amigo, com esse vestido? Isso é sério?
- Porquê você me odeia? O que eu fiz a você? - Sentei na cama, meti os braços em volta dos meus joelhos, e escondi o meu rosto para que ele não me visse chorando.
- Grace... não precisa chorar! Eu estava apenas brincando com você. Eu não te odeio. - Senti ele sentar na cama perto de mim.
- Vai embora! Finja que eu não existo! - Disse entre soluços.
- Desculpa! As vezes eu esqueço que você é... diferente.
Ele passou a mão pelas minhas costas e estranhamente seu toque não me incomodou como antes. Pelo contrário, era reconfortante. Me fazia sentir bem.
- Eu quero ficar sozinha!
- Não! Eu não vou deixar você sozinha, Grace! Eu quero te ajudar.
Não falei nada. Não podia. Ele continuava esfregando as minhas costas com as mãos, e me aproximou dele. Ele beijou o meu cabelo, e eu quase saí correndo. Estava ficando estranho. Aquilo era errado!
- Grace olha para mim! - Ele ordenou e eu levantei meu rosto para olhar para ele. Olhei para seus olhos azuis, e ele beijou meu rosto.
- Preciso que confie em mim. Vamos fazer alguma coisa, quanto a isso. Vou fazer você perceber que eu não odeio você!
Olhei para ele sem perceber. O que ele iria fazer comigo? O que estava prestes a acontecer?
Meu coração fugiu do meu peito quando ele se aproximou e me beijou. E eu não pude fazer nada. Por eu era uma idiota! E no fundo eu também o desejava!
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Atualizado até capítulo 97
Comments
aeysha zaied farid
será que ela sofreu algum tipo de abuso sexual?
2024-09-15
0
Silvia Barbosa
Sei que está errado esta situação, mas estou adorando.
2024-04-06
1