...Sebastian....
Terminei de vestir e fui para a sala de estar. Grace apareceu depois descendo os degraus devagar como se fosse uma Miss universo. Estava pela primeira vez, com um rabo de cavalo, e vestiu um belo vestido cinza claro ligeiramente justo.
Eu olhei para ela, e ela olhou para mim. Eu senti algo que não podia decifrar, e me aproximei. Seus olhos verdes brilharam e ela sorriu. Era a segunda vez que eu via ela sorrindo. Mas desta vez, foi um sorriso com dentes.
Seu sorriso era lindo. Ela tinha que sorrir mais vezes, porque sua beleza enquanto sorria, fazia com que o mundo inteiro parasse.
- Você está linda!
- Obrigada.
A campainha tocou. E eu já sabia quem era. Fui abrir a porta e vi Garrett com um sorriso irritante no rosto.
Ele entrou sem a minha permissão. - Boa noite, Sebastian e Grace. - Ele sorriu.
- Boa noite. - Grace respondeu. Virou para mim. - Não sabia que teríamos visitas.
- Foi de última hora. - Me desculpei.
- Grace! É um prazer vê-la de novo. - Grace ficou parada observando Garrett.
- Obrigada. Pra mim também.
- Eu sei. - Ele olhou para mim. - Porquê não nos sentamos?
Garrett sentou na poltrona em que Grace costumava sentar para ficar longe de mim, e ela sentou perto de mim. Graças a Garrett!
- Quando Cece volta? Tenho saudades dela.
- Você não deve ter saudades dela. Ela é minha mulher. E ela volta depois de amanhã.
- Ótimo. Podíamos jantar todos juntos. Para comemorar, o fato de eu ter uma namorada.
- Você está namorando?
- Penso que já está na hora. Chega de curtir. Tenho trinta e quatro!
- Finalmente! Como ela é? - Perguntei feliz pelo meu amigo.
- Linda! Tem uns cabelos cacheados compridos, olhos verdes e ela é fantástica! É arquiteta e é muito inteligente e a melhor parte, é submissa. Ela obedece! - Ele disse satisfeito. - Tenho uma foto aqui. - Ele me pegou o celular procurou a foto e me mostrou.
A foto era de uma bela mulher negra, tal como ele tinha descrito.
- Uau! - Entreguei o celular de volta.
- Eu vou ver se Donna precisa de ajuda na cozinha. - Grace levantou e saiu da sala. Tinha esquecido dela.
- Ela é assim tão estranha? Ninguém merece! Acho que vai morrer virgem e solteira. Nenhum homem vai querer uma mulher assim.
- Não diga essas coisas! Ela pode ouvir e vai ficar triste. E ela vai conhecer alguém que a fará mudar. Um dia você vai se surpreender.
- Duvido! Ela continua te deixando excitado?
Olhei para trás para ver se ela estava vindo. - Cala a boca, Garrett! Não é o momento indicado para falar disso.
- Está bem. Mas eu vi o material e tenho que confessar que ela é mesmo gostosa. Mas isso não importa para mim. A você tenho sérias dúvidas.
- Podemos falar de você?
- Ótimo! Meu assunto preferido!
Grace regressou da cozinha. - O jantar está na mesa.
Garrett levantou e foi para a sala de jantar sozinho como se fosse dono da casa. Ele se sentia confortável em qualquer lugar que estivesse. Não importava onde e com quem!
Também levantei e caminhei para chegar a sala de estar, mas Grace foi na direção oposta.
- Onde você vai? - Perguntei.
- Você sabe que eu não posso fazer isso Sebastian. Eu não vou ficar bem. Me deixa ir pra o meu quarto. Por favor!
Me aproximei e agarrei a sua mão. - Você vai conseguir. Confia em mim.
- Outra vez?
- Sempre que poder. Eu não vou te fazer mal, nem Garrett. E se ele tentar, eu dou uma surra nele. O homem que fizer mal a você Grace, vai se ver comigo!
- Está bem.
Fomos para a sala de jantar e Grace sentou ao meu lado. Sempre que ela se sentia desconfortável eu acariciava sua mão debaixo da mesa e não é que resultou? Eu acho que estamos mais perto um do outro.
[...]
Depois do jantar, acompanhei Garrett até a porta e sentei no mesmo sofá que Grace. Mas ela estava um pouco afastada. Ela olhou para mim, diferente das formas que olhava das vezes passadas.
- Você é bom comigo, simplesmente por causa de Cecília? - Ela perguntou.
- Não! Eu quero ajudar você. Além disso, eu conheço um ótimo psicólogo que poderá te tratar.
- Eu não sou doente! Eu não tenho problemas! Porquê todos pensam isso? Eu apenas, não... - Ela começou a chorar e levantou. Eu levantei também e agarrei o seu braço.
- Não disse que você é doente. Só acho que precisa tirar da sua cabeça a ideia de que os homens foram feitos para fazer mal a você.
- Eu não preciso de psicólogo! Eu estou bem.
Olhei para a minha mão no seu braço. Ela não tentava se afastar, ou tirar seu braço. Ou será que apenas estava distraída com o que eu disse.
- Eu sei.
- Você só tem pena de mim. Eu sei. Você não se importa de verdade.
- Você entendeu tudo errado, pequena! Eu me preocupo.
Eu a aproximei mais de mim. Ela olhou para os meus lábios. - Você queria me beijar mais cedo não é?
Fiquei boquiaberto. Ela entendeu. Droga! Estou tramado! - Claro que não! - Menti. - Eu jamais faria isso. Nem que eu fosse solteiro e você tivesse idade suficiente para ser minha namorada. Você não me atrai. Jamais sentiria algo por você.
Ela olhou para mim, e seus olhos começaram a ficar encharcados. Aí, eu me apercebi que a tinha machucado. Devia ter dito apenas que não.
Ela soltou o seu braço, e saiu correndo. Eu fui atrás dela, mas ela fechou a porta na minha cara. Eu comecei a me sentir como um idiota por ter dito aquilo. Ontem já tinha batido nela, agora disse coisas que não se diz a uma mulher, mesmo que seja mentira.
- Grace, desculpa! Eu não quis dizer aquilo!
- Me deixa em paz! Eu te odeio! - Ela gritou atrás da porta. Ouvir ela fizer que me odiava era horrível. Me afastei da porta.
Entrei no meu quarto. Me sentia como se fosse o pior homem do mundo. Ver Grace chorar, me fazia sentir mal. Eu não devia ter feito aquilo. Preciso fazer alguma coisa. Ela estava começando a ter um comportamento aceitável, quando estava perto de mim.
Saí do meu quarto novamente e abri a porta do quarto da Grace. Ela estava na cama a olhar para mim com medo. Eu me aproximei e olhei para ela.
- Eu quis beijar você, sim! Duas vezes! - Falei. Não sabia porquê!
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Atualizado até capítulo 97
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