Terminei de tomar banho, de me vestir e de secar o cabelo, e olhei para mim no espelho. Eu me sentia diferente. Parecia que as coisas tinham mudado na minha vida, mas apenas tinha transado com Sebastian. Tudo que sabia, era que não era mais virgem, mas eu continuava a ser a mesma Grace. Não podia ser diferente!
Ainda sentia dor por entre minhas pernas. Não sabia se ia conseguir me sentar direito. Fiz um rabo de cavalo e sai do quarto, decidindo que não ia mais almoçar com Connor. Ele sempre tentava me tocar, e eu não queria aquilo. Era melhor ficar em casa, embora com Sebastian.
Fui para a cozinha e encontrei Sebastian cortando os vegetais, vestindo uma camiseta branca, calça jeans, avental e seu cabelo estava ligeiramente molhado. Ele era o homem mais bonito na face da terra. Cecília tinha muita sorte, por ser mulher dele.
- Você não vai sair com o seu amigo? - Ele sorriu e virou para mim. Seu avental dizia: "Melhor padrasto do mundo". Ele deve ter comprado aquilo para me irritar, só podia, mas eu estava imperturbável naquele momento.
- Não! É melhor eu ficar em casa.
Ele voltou a cortar os vegetais. - Você devia ir. Quem sabe pode acontecer alguma coisa entre vocês!
- Não quero nada com ele.
- Um dia vai mudar de ideias. - Ele pegou numa frigideira, e pôs um fio de azeite.
- Sobre o que aconteceu a pouco Sebastian...
- Shhh! Não aconteceu nada Grace! - Preferia quando me chamava de pequena! Mas, desde quando?
- Você quer que eu esqueça o que aconteceu? Eu não sei se vou conseguir.
- Se você quer conversar sobre isso, tudo bem, mas não aqui. Eu fui bem explicito quando disse que não íamos conversar noutro lugar que não fosse o seu quarto Grace!
- Você não vai mais me chamar de pequena? - Fiz beicinho.
- Tanto quanto eu sei você odeia que eu te chame assim, porque segundo você, não é pequena!
- Você me chama assim para me provocar?
Ele virou para me encarar. - Grace, já disse que aqui não é o lugar certo para falar sobre isso! - Ele estava muito sério.
- Tudo bem. - Cruzei os braços. Achava que ele não tinha gostado. Eu devia ter feito algo errado.
Fiquei observando enquanto ele cozinhava, como seu corpo era incrível. Há algumas horas, eu tinha visto ele nu e tinha que confessar que ele era um deus grego. Queria que ele me abracasse naquele exato momento. Queria sentir seus braços em torno de mim.
- Você vai ficar aí olhando para mim como uma estátua? - Ele perguntou.
- Desculpa! - Saí da cozinha e voltei para o meu quarto. Já tinha trocado os lençóis que estavam cheios de sangue.
Peguei meu telefone e enviei uma mensagem para Connor dizendo que não podia aparecer, e deitei na cama.
Eu sabia que estava no lugar errado, porque cada vez que olhava ao redor do quarto e na cama, eu via Sebastian e eu transando loucamente. Ainda que eu fechasse os olhos, eu via o mesmo.
Ainda sentia o seu cheiro na minha cama, seus lábios nos meus, e ouvia sua voz nos meus ouvidos. Eu não sabia se o que eu sentia era simplesmente atração sexual ou outra coisa.
Tinha que esquecer! Tinha que me afastar, porque ele era o marido de Cecília. Se ela soubesse o que fizemos, jamais me perdoaria. E eu não podia perder ela. Não ia suportar!
Suspirei e senti mãos fortes me tocando. Virei para olhar para Sebastian. Ele sentou na cama, e começou a acariciar o meu rosto. Minha cabeça estava agora no seu colo. Ele era muito carinhoso.
- O que te inquieta, pequena? - Ele perguntou sussurrando.
- Eu sou diferente agora, Sebastian!
- Você não é diferente. Você senti isso apenas agora. Depois vai passar. Está bem?
- Eu fui terrível não foi? - Ele beijou a minha mão.
- Você foi perfeita, mas isso foi a primeira e última vez que fizemos isso.
Sentei na cama e olhei para ele. - Foi a minha primeira vez Sebastian! Você foi o primeiro!
- Você deve estar muito mal por isso não é? Eu lamento que sua primeira vez tenha sido de um jeito errado com a pessoa errada.
Não pensava daquele jeito. Para mim, tinha sido perfeito. Felizmente foi com Sebastian e não com outro.
- Não é verdade! - Falei e ele me abraçou. Não queria me afastar. Eu queria que ele cuidasse de mim.
- Há mais alguma coisa que você quer que a gente converse?
- Não! - Menti. Senti seu cheiro, e me aconcheguei nos seus braços. O que eu sentia era mais que atração sexual. Eu estava apaixonada por ele. Infelizmente, ele era marido da minha mãe.
- Eu vou voltar para a cozinha então. Se você quiser conversar sobre mais alguma coisa, me diz.
- Fique só mais um pouco. Por favor! - Apertei o abraço.
Ele passou a mão pelo meu cabelo. - Grace, o que está acontecendo? - Olhei para ele.
- Eu preciso processar o que aconteceu. Preciso fazer isso com você!
- O que aconteceu, foi que a gente transou Grace! Não pense muito, apenas esqueça que aconteceu.
Me afastei. - Mas foi a minha primeira vez! Sebastian, eu não vou conseguir esquecer. Vai ficar gravado na minha memória para sempre.
- Quanto a isso, não posso fazer nada, porque eu não quero estragar o meu casamento. Eu amo Cecília, e não quero perder ela. - Claro que eu sairia prejudicada. Prejudicada, pensando sobre aquilo sempre.
- Eu sei. Eu também não quero. Eu vou tentar! - Ele beijou a minha testa carinhosamente como sempre. Era aquele carinho que me fez ficar apaixonada.
- Então, eu vou voltar para a cozinha agora. - Ele se levantou e sorriu para mim. Meu coração parou.
Observei ele saindo do quarto e voltei a me jogar na cama. Tinha que fazer uma lista das coisas que me fizeram me apaixonar por ele e porquê.
Primeiro: Aqueles olhos azuis quentes. Ele me olhava como se soubesse de todos os meus segredos. Seu sorriso! Aquele sorriso encantador que apertava meu coração. A forma como ele me tratava tão carinhosamente. Nunca nenhum homem me tratou tão bem quanto ele. E quando fizemos amor, sim! Amor! Quando fizemos amor, ele foi ainda mais carinhoso, e incrível, e eu adorei. Se ele me pedisse para repetir, eu o faria.
[...]
Olhei para Sebastian que também não tirava os olhos de mim. Seus lábios eram tão perfeitos! E eu não podia parar de pensar no que ele fez comigo com a sua boca. Ele praticamente chupou e lambeu o meu corpo todo.
Olhei para suas mãos, e também imaginei o que elas fizeram comigo. Ainda sentia seu toque em mim, e aquilo me fez estremecer na mesa e Sebastian olhou para mim franzindo o cenho.
- O que se passa, Grace? Não gostou da comida?
- Está ótima. - Falei. Ele riu.
- Mas você ainda não comeu nada. - Olhei para o meu prato e ele tinha razão.
- É verdade. - Cortei um pedaço de filé e comi. Realmente estava delicioso. - Está ótimo. - Disse fazendo ele rir novamente. Aquele som fazia bem para a minha alma. Suspirei e voltei a comer.
- Hoje você sorriu para mim, Grace! - Ele falou distraído.
- Tenho a certeza que não foi a primeira vez.
- Foi a segunda, mas você sorriu de um jeito... um sorriso muito lindo e sincero. Como se você gostasse de mim. - Parei de mastigar a comida na minha boca. Eu gostava muito!
- Eu não te odeio Sebastian! Quando eu disse aquilo...
- Eu sei. Não se preocupe. - Ele sorriu me fazendo sorrir também. - Eu gosto do seu sorriso.
- Obrigada! - Me sentia um pouco estranha estando perto dele. Ele tinha acabado de transar comigo, e estávamos ali como se nada tivesse acontecido.
- Não pense muito sobre isso. - Olhei para ele. Tudo que eu queria era mergulhar no azul dos seus olhos e me perder neles. Se era que já não tinha acontecido.
- Está bem.
[...]
Estava na sala lendo o jornal, mas não conseguia me concentrar na leitura. Eu não só estava ainda dolorida, e pior, não parava de pensar na minha manhã com Sebastian. Não podia esquecer, não conseguia. E o pior era que eu queria repetir.
A campainha tocou e eu fui abrir a porta. Esperava qualquer pessoa, menos o Ray. E no entanto, ali estava ele sorrindo como vilão dos desenhos animados.
Infelizmente era impossível não saber que ele era meu pai. Tinha cabelos castanhos claros, mas tinha olhos verdes como eu e era muito alto. Ele tinha quarenta e um anos.
Ele entrou sem que permitisse, e eu fechei a porta. Estava com medo. Fiquei parada com os braços cruzados, observando ele. Ele observou cada canto da casa e depois olhou para mim.
- Sua mãe, está podendo! Casou com um homem mais novo, vive nesse casarão, a única coisa má em sua vida é você! Eu disse para ela abortar, mas você sabe como ela é. Aquela história de: "Eu não vou fazer isso a um ser vivo, eu vou amá-la e dar tudo de bom." - Ele imitou muito mal a voz de Cecília.
- Porquê não me deixa em paz? Você mesmo disse que o seu único filho é sei lá quem, e que eu não existo para você.
- É verdade! Mas não admito que você minta para Cecília. Eu não machuquei você. Você saiu correndo do restaurante e não prestou atenção na estrada. A culpa não foi minha.
- Eu disse a verdade pra Cecília.
Ele se aproximou e agarrou o meu braço. Apertou com força. - Você não sabe como eu me arrependo daquele dia. O dia em que eu e Cecília fizemos você. Se fosse por mim, você não existiria hoje.
- Me solta! - Tentei soltar meu braço, mas não consegui. - SOCORRO! SEBASTIAN!
Sebastian vinha correndo até a sala e arregalou os olhos quando viu Ray me machucando. Eu já estava chorando, não apenas porque estava me segurando com muita força, mas também por suas palavras.
Sebastian afastou Ray de mim e o empurrou no chão. - Deixa ela em paz!
Fui atrás de Sebastian, para que Ray não chegasse perto de mim.
- Você é o marido da Cecília! - Ray se levantou. - Não é tão novo como eu pensei. Temos uma ligeira diferença de idade.
- Saia da minha casa! - Sebastian falou irritado. Muito irritado.
- Não precisa ficar assim. Eu só queria conversar com aquele lixo que está atrás de você. Ela é uma aberração. Não entendo porquê Cecília não quis abortar.
Sebastian se aproximou dele e deu um soco no rosto de Ray, fazendo ele voltar para o chão, mas se levantou rapidamente e devolveu o soco no nariz de Sebastian.
Sebastian agarrou o colarinho da sua camisa, deu uma cabeçada em Ray, depois o empurrou no chão. Ray tentou devolver, mas Sebastian segurou seu braço atrás das costas. Eu não podia fazer nada a não ser olhar.
- Nunca mais fale assim com a sua filha! Nunca mais toque nela, nem diga essas mentiras. - Sebastian disse.
- Eu não falei nenhuma mentira! Ela não existiria se dependesse de mim.
- Saia da minha casa e não volte nunca mais.
Sebastian largou o braço de Ray e Ray se levantou um pouco tonto. Ele olhou para mim com ódio. Um ódio que eu já estava acostumada a ver, e a sentir. Eu sabia que ele não ia me amar nunca. Não ia me ver como sua filha nunca.
- Vocês vão se ferrar muito! - Ele disse. - Não pense que ele pode te proteger sempre, Grace! Ele não pode.
- Cala a boca, seu imbecil! - Sebastian ficou na minha frente.
- Nem sua mãe, nem esse maldito podem te proteger sempre. Você vai se arrepender Grace!
- Ela não fez nada a você! Pare de ser um filho da puta. Pare de se comportar como um louco varrido. Saia agora da minha casa senão não respondo por mim!
Ele não disse mais nada e saiu, mas fechou a porta com raiva. Eu estava tremendo com as suas palavras. Ele disse que eu ia me arrepender. O que ele ia fazer?
Me virei para ir pra o meu quarto, mas Sebastian segurou minha mão e me abraçou cuidadosamente. Como se eu estivesse machucada fisicamente. Não me afastei nem falei nada. Eu gostei da forma como ele tinha me protegido. O que ele estava fazendo estava apenas me fazendo ficar mais apaixonada. E eu não podia esquecer o que aconteceu entre a gente. Nunca!
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Atualizado até capítulo 97
Comments
Miriam Ramos
ela tem que ser forte e seguir a vida dela
2023-10-26
1
Mayte Rodrigues
ela deveria denunciar ele por importunação e agressão verbal
2023-07-05
1
Roberta Calisto
Aí PF tu não tem 16 aninhos neh! Tem 24 sabe mto bem a grande M q é tudo isso q quer ficar conversando em lugar não apropriado fala sério!
2023-06-28
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