Não entendia a mim mesmo

                         Sebastian

                   Ainda continuava chovendo quando Cecília chegou em casa. O que eu devia fazer era dar um beijo, um abraço a ela, e dizer que estava com saudades, mas eu estava simplesmente pensando num plano para impedir que Grace fosse se encontrar com o Connor. Mas eu não sabia quando ia ser esse encontro.

                      Cecília saiu do banho e olhou para mim com o rosto preocupado. Eu a amava, eu tinha certeza, mas ultimamente, eu não entendia o que se passava comigo. Não entendia nada. O trabalho era suficiente para me sobrecarregar, mas ainda tinha o meu casamento e Grace. Nem o meu inimigo merecia uma coisa dessas.

                      - Você está bem, amor? - Cecília perguntou.

                     - Sim, estou bem amor. Estou só pensando no caso que tenho que defender. Uma mulher que está prestes a perder a guarda do filho. O pai desse menino tem um excelente advogado. Eu posso perder a causa. - Eu não sabia que era tão bom a mentir.

                 - Eu tenho a certeza que você vai ganhar. De certeza que você é o melhor. - Ela sentou ao meu lado e beijou o meu rosto.

                       - Existem advogados muito bons na Califórnia Cece. Você sabe disso. - Olhei para ela.

                        - Para de pensar que vai perder. Pense que vai ganhar. Vai sempre ganhar. É assim que eu faço. - Ela levantou e foi para o closet.

                       - Eu vou tentar!

                      Saí do quarto e desci os degraus até a sala. Grace estava sentada no sofá lendo um jornal com a têvê desligada. Era óbvio que ela não ia jantar com Connor. Talvez no dia seguinte. Ou se dependesse de mim, jamais.

                     Andei pela sala e sentei ao seu lado. Ela não ficou assustada nem tentou se afastar, apenas olhou para mim com seus grandes olhos verdes. Ela já me suportava. Desde aquele dia, ela passou a confiar em mim.

                        - Você está bem? - Perguntei.

                        - Estou. Porquê? - Seus olhos desceram para meus lábios.

                        - Porquê há uma hora você estava chorando. - Falei e ela mordeu o lábio inferior.

                         - Eu estou bem agora. Não precisa se preocupar comigo. Se preocupe com a sua esposa. - Ela olhou para meus olhos.

                          - Você sabe que é impossível não me preocupar com você, pequena! - Falei e ela fechou os olhos como se as minhas palavras a tivessem atingido. Num bom sentido, claro!

                        - Você não é meu pai, nem meu namorado.

                        - Mas me preocupo.

                        - Você me pediu para me afastar. Porquê mudou de ideias de repente? Por causa do Connor? Você acha que é uma ameaça para mim? Tem medo que ele me machuque?

                       - Pára com isso Grace! Você quer que eu me afaste? - Se ela dissesse que sim, eu provavelmente surtaria. Nesse momento, eu... não quero isso. Não agora.

                      Ouvimos passos vindo dos degraus e nos afastamos. Grace trancou a cara como se estivesse esperando sua pior inimiga, eu tinha medo que a odiasse, porque eu não queria que Grace odiasse sua mãe por minha causa.

                       - Oi filha, como você está? - Cecília sentou ao meu lado e passou as mãos por meu joelho.

                        Grace olhou para ela. - Porquê a senhora jogou meu ursinho de pelúcia no lixo?

                      Ah, Felizmente era outra coisa.

                      - Porque eu só quero que você se afaste desse tipo de memória ruim Grace. Quando o seu pai fez aquilo...

                     - Foi a única coisa dele que eu tinha. - Ela se levantou, e atirou o jornal dobrado na mesinha de centro. - Mesmo que fosse sem cabeça, mesmo que Ray me odiasse, eu guardava aquilo. A senhora não tinha o direito de fazer aquilo. - Uau! Nunca tinha visto Grace daquele jeito.

                       - Eu peço imensas desculpas filha. - Cecília falou arrependida.

                       Decidi que Grace gostava de se torturar. Uma menina que sofreu muito por causa do pai e ganhava um presente daqueles, jamais faria aquilo, porque traria de volta as memórias ruins.

                       Grace saiu da sala e foi para o quarto correndo. Eu quis ir atrás dela e consolá-la, mas até onde Cecília sabia, Grace não me suportava. Então não tive outra alternativa a não ser ficar ali sentado sem fazer nada. E eu queria mesmo conversar com Grace sobre aquilo.

                        - Ela vai ficar zangada comigo agora, mas daqui há algumas horas vai passar. - Cecília falou se levantando e entrando na cozinha.

                     Eu aproveitei para subir e ir para o quarto de Grace. Eu não entendia. Eu pedi para ela se afastar, mas era eu quem estava indo atrás dela sempre.

                      Entrei sem bater a porta e Grace estava embrulhada nos lençóis olhando para mim. Ela se aconchegou no travesseiro e desviou o olhar. Porquê ela ficava sempre triste?  Eu não sabia, mas se eu podesse fazer alguma coisa quanto a isso, eu faria.

                   Fui para mais perto e sentei no outro lado da cama. Toquei o seu braço, depois afastei seus cabelos de seu rosto. Ela virou e olhou para mim com os olhos tristes. Gostaria de saber seus pensamentos.

                     - Você quer um abraço? - Perguntei.

                     - Você acha estranho que no fundo, eu ainda tenha esperança que Ray algum dia vai gostar de mim? - Ela sentou na cama. Sua blusa caia pelos ombros. Eu me aproximei mais um pouco.

                     - Não! Isso é normal. Os pais têm sempre esperança nos seus filhos, e os filhos nos seus pais.

                     - Quando eu era criança, eu queria que meus pais ficassem juntos. Queria que em todos os natais, ficássemos juntos. - Ela deu um sorriso muito triste. - Eu pedia isso ao Papai Noel todos os anos. - Ela se aproximou mais um pouco. - Eu queria que meu pai me levasse para a escola como os pais dos outros meninos, queria que ele me levasse a passear, a andar de bicicleta, mas ele não era como os outros pais. Ele não se importava de me ver chorar.

                    Ela estava me contando coisas pessoais. Porquê em tão pouco tempo ela confiava tanto em mim assim? O que ela sentia por mim?

                         - Quando meu pai me humilhou na frente dos meus amigos no meu aniversário de quinze anos, aparecendo bêbado com uma prostituta, eu passei a sofrer bolling no colégio. Foi tão ruim, mas o pior mesmo era o meu pai. Ele sabia a data do meu aniversário e era naqueles dias que ele mais me atormentava, Sebastian. Eu não sabia porquê ele fazia aquilo. Não sabia porquê ele não me amava. Acho que a única pessoa no mundo que tem esse sentimento por mim é minha mãe.

                         - Não! - Falei. Ela estava errada. - Não é verdade Grace!

                       - É verdade! Mas eu não amo apenas ela.

                       - Ama também seu pai.

                       - Não tenho certeza dos meus sentimentos por ele. Mas eu não quero mais falar sobre Ray. - Ela me abraçou. Deitámos na cama e ela apoiou o rosto no meu peito. Parecia tão natural a forma como estávamos, como se fosse involuntário, como pestanejar ou respirar.

                         - Me fala sobre as coisas boas da sua infância e da sua adolescência. - Falei fazendo ela suspirar.

                      - Minha mãe me ensinou muita coisa. Ela me levava a passear todos fins de semana e comprava brinquedos para mim sempre. Eu tinha um quarto só de brinquedos. Lá minhas bonecas tomavam chá, davam festas, era divertido.

                       - Você brincava sozinha?

                       - Algumas vezes. Outras eu brincava com a minha melhor amiga Mónica. Ela é muito engraçada e alegre você tem de conhecer ela. Mal posso esperar para te apresentar a minha melhor amiga. - Ela disse como se fosse importante para ela que eu conhecesse sua amiga. Se era importante para ela, então era importante para mim também. Não sabia porquê.

                      - Eu vou adorar conhecer sua melhor amiga! - Sorri.

                           - Ela gostava tanto da minha boneca predileta, você nem imagina. Sempre que eu não dava para ela, chorava até eu dar. Ela era, bem, ainda é muito comilona. Ela era gordinha e fazia muita confusão. A gente estudou juntas, e fomos juntas para a universidade. - Ela sorriu. Era a terceira vez que eu via ela a sorrir. - Me lembro de um dia quando fomos acampar. Era o acampamento da escola e nós tínhamos dezesseis. Mónica cortou o cabelo de uma colega nossa que ela odiava. - Ela gargalhou um pouco. - Você tinha que ver. Tenho muitas saudades dela.

                          - Você se divertiu muito em Madrid com ela não é?

                          - Me diverti com ela a minha vida inteira. Madrid foi incrível. Mas incrível e simultaneamente estranho foi a última semana que eu estive lá. Eu sei que você não vai acreditar, mas eu ia sempre a baladas com ela. O problema eram os espanhóis que vinham atrás de mim.

                          - Você nunca se apaixonou por ninguém? - Estava morto para saber aquilo. Mas uma vez, não entendia porquê.

                         Ela sentou na cama e olhou para mim antes de passar as mãos pelos meus cabelos. Ela estava sorrindo de um jeito adorável. Era a quarta vez que eu via ela sorrir. Também não entendia porquê eu estava contando aquilo.

                       - Não antes. Me fala sobre seus pais. - Ela estava fugindo do assunto, eu sabia.

                           - Meus pais morreram há dois anos. Meu pai, foi de ataque cardíaco e minha mãe se suicidou. Ela se deprimia o tempo todo, até que um dia não aguentou.

                       - Eu lamento muito, não sabia.

                     - Não faz mal. Eu já superei. Consegui superar. Agora tenho Garrett, que é como um irmão para mim e Cecília. - Disse. Grace fez um rosto tão triste que me fez perceber o meu erro e também me fez questionar porquê ela ficou assim.

                    - Eu tenho umas fotos da Mónica que quero que você veja. - Ela pegou o celular do criado mudo e começou a procurar as fotos. Ela não queria que eu percebesse que ficou triste por causa do que eu disse.

                       Ela me entregou o celular e vi as fotos. Mónica era ruiva de cabelos compridos e olhos azuis. Na foto ela estava sorrindo com todos os dentes e estava com Grace que estava séria com o cabelo mais comprido. Ela estava linda e parecia mais jovem naquela foto.

                         - Linda.

                         - Ela é mesmo linda. - Eu estava falando da Grace não de sua amiga.

                        - Ela vem visitar você algum dia?

                        - Talvez em breve. Mas vai querer me apresentar a um homem. - Ela deu de ombros. - Ela quer muito que eu encontre alguém.

                         - Você não quer? - Também sentei na cama. Estávamos perto de nos beijar.

                         - Eu não sei. - Ela desviou o olhar.

                        - Você alguma vez pensou que podia confiar num homem? - Perguntei fazendo ela olhar para mim.

                       - Não! No entanto, confio em você. Porque você é diferente Sebastian. Mas o problema não está simplesmente nessas pessoas. Está em mim também.

                        - O problema não é você. Foi o maldito do seu pai que fez com que você pensasse desse jeito, pequena. Eu sei que você quer deixar isso. - Mas no fundo, me agrada que ela seja assim. Nunca vai deixar que outro a toque como eu toco.

                       - Você acha que eu preciso mudar ou que preciso de um psiquiatra? - Ela se afastou um pouco.

                         Eu tinha que dizer a verdade. - Eu gosto do jeito que você é. Você não precisa fazer nada Grace.

                      - Você deve ser o único. Você e Cecília. - Ela levou os joelhos até o peito e envolveu-os com seus braços. - Você ama muito ela não é? - Perguntou.

                    - Sim Grace. Eu amo muito ela. - Falei. Aquilo fez Grace fechar os olhos e suspirar. Não estava na fase de tirar conclusões precipitadas, mas eu cheguei a conclusão de que Grace sentia algo por mim. Mas não tinha a certeza.

                     O celular de Grace vibrou na minha mão assustando os dois.

                      Vi quem estava ligando e minha raiva começou a circular nas veias. Connor estava ligando para Grace. Ele estava tentando conquistar Grace. Mas ele não ia conseguir. Cecília estava errada sobre ela algum dia se apaixonar por Connor. Eu não ia permitir.

                         Eu não estava entendendo porquê eu estava sentindo aquilo. Porquê eu estava tão preocupado sobre quem queria namorar ela? Porquê eu estava com raiva deles? Obviamente não era ciúmes porque eu amava Cecília. Então o que era? O que eu estava sentindo? Eu não entendia!

                      Grace recebeu o celular e atendeu. - Oi Connor. - Ela estava ouvindo. Ouvir os ruídos que eram a voz do desgraçado. - Claro que não. Não há problema. - Ela continuou. Maldito Connor. - Está bem. Combinado. - Falou mais uma vez. - Então depois falamos. - Ela desligou.

                    - Você vai jantar com ele? - Não consegui esconder a irritação.

                   - Sim, Sebastian.

                     Eu queria pedir para ela não fazer aquilo, mas eu não devia. Eu amava Cecília e tinha que me concentrar mais nela e não na sua filha. O que eu estava fazendo?

                       - Grace? - Ouvimos Cecília e ambos nos viramos para a olhar para a porta. - Grace posso entrar?

                      Grace não respondeu. E eu tinha que sair dali. Cecília não podia me ver ali. Mas lá fora ainda estava chovendo e eu não tinha onde sair. Cecília não podia me encontrar no quarto da Grace. Estava ferrado. Além disso, estávamos sentados de um jeito errado aos olhos de qualquer um. Sua blusa caia pelos ombros e seus cabelos estavam bagunçados. O que Cecília iria pensar?

                        - Eu vou entrar! - Ela falou. 

Capítulos
1 minha mãe vai casar
2 de volta a casa
3 o noivo da minha mãe
4 o casamento
5 padastro pervertido
6 castigo
7 pedido de desculpas
8 mal entendido
9 mal entendido parte 2
10 Não esperava
11 Não esperava parte 2
12 O pior erro das nossas vidas
13 Esqueça o que aconteceu
14 Ela não podia saber
15 porquê ele se afastou?
16 Não são ciúmes
17 Não são ciúmes parte 2
18 Não entendia aquele homem
19 Não entendia a mim mesmo
20 Aquilo parecia errado
21 Ela me amava
22 Era difícil para mim
23 Eu a amava
24 Nossa estranha relação
25 Apenas ela
26 Não podia escapar
27 Ele não a amava como eu
28 Eu a odiava
29 Estava tudo dando errado
30 Eu tinha que dizer
31 Ela desconfiava
32 Ele tinha uma amante
33 Estava difícil esconder
34 Um desejo pecaminoso
35 Ela não ia me perdoar
36 A decisão mais difícil da minha vida
37 PARTE DOIS: tudo começa...outra vez
38 arrependido
39 não consigo acreditar
40 diga que também quer
41 apenas uma dança
42 te quero de volta
43 triste adeus
44 tempo difícil
45 tudo inesperado
46 definitivamente acabou
47 não podia acabar
48 eu estava tentando
49 eu suportaria tudo por você
50 o que ainda existe entre nós
51 mais uma chance
52 onde está Grace
53 de volta para a dor
54 acordando para a vida
55 ela me deixou
56 meu pior erro
57 por minha culpa
58 perdão
59 feliz novamente
60 o que me preocupa?
61 casamento e dúvidas
62 prometa
63 o passo errado
64 a longa distância
65 decisões
66 minha escolha
67 os primeiros desastres
68 Ela foi sem dizer adeus
69 A carta
70 sinal de vida
71 Em contato
72 saudades
73 ao seu lado
74 esquecer
75 faço isso porque te amo
76 tinha que tentar
77 segundos desastres
78 pior que a dor física
79 tudo errado
80 liberdade?
81 eu protejo você
82 eu te amo
83 menos um problema
84 belo funeral
85 correndo perigo
86 o pior desastre
87 castigo
88 lembranças parte 1
89 lembranças parte 2
90 lembranças parte 3
91 lembranças parte 4
92 lembranças parte 5
93 lembranças parte 6
94 lembranças parte 7
95 de volta ao mundo
96 com todo o meu amor
97 para sempre
Capítulos

Atualizado até capítulo 97

1
minha mãe vai casar
2
de volta a casa
3
o noivo da minha mãe
4
o casamento
5
padastro pervertido
6
castigo
7
pedido de desculpas
8
mal entendido
9
mal entendido parte 2
10
Não esperava
11
Não esperava parte 2
12
O pior erro das nossas vidas
13
Esqueça o que aconteceu
14
Ela não podia saber
15
porquê ele se afastou?
16
Não são ciúmes
17
Não são ciúmes parte 2
18
Não entendia aquele homem
19
Não entendia a mim mesmo
20
Aquilo parecia errado
21
Ela me amava
22
Era difícil para mim
23
Eu a amava
24
Nossa estranha relação
25
Apenas ela
26
Não podia escapar
27
Ele não a amava como eu
28
Eu a odiava
29
Estava tudo dando errado
30
Eu tinha que dizer
31
Ela desconfiava
32
Ele tinha uma amante
33
Estava difícil esconder
34
Um desejo pecaminoso
35
Ela não ia me perdoar
36
A decisão mais difícil da minha vida
37
PARTE DOIS: tudo começa...outra vez
38
arrependido
39
não consigo acreditar
40
diga que também quer
41
apenas uma dança
42
te quero de volta
43
triste adeus
44
tempo difícil
45
tudo inesperado
46
definitivamente acabou
47
não podia acabar
48
eu estava tentando
49
eu suportaria tudo por você
50
o que ainda existe entre nós
51
mais uma chance
52
onde está Grace
53
de volta para a dor
54
acordando para a vida
55
ela me deixou
56
meu pior erro
57
por minha culpa
58
perdão
59
feliz novamente
60
o que me preocupa?
61
casamento e dúvidas
62
prometa
63
o passo errado
64
a longa distância
65
decisões
66
minha escolha
67
os primeiros desastres
68
Ela foi sem dizer adeus
69
A carta
70
sinal de vida
71
Em contato
72
saudades
73
ao seu lado
74
esquecer
75
faço isso porque te amo
76
tinha que tentar
77
segundos desastres
78
pior que a dor física
79
tudo errado
80
liberdade?
81
eu protejo você
82
eu te amo
83
menos um problema
84
belo funeral
85
correndo perigo
86
o pior desastre
87
castigo
88
lembranças parte 1
89
lembranças parte 2
90
lembranças parte 3
91
lembranças parte 4
92
lembranças parte 5
93
lembranças parte 6
94
lembranças parte 7
95
de volta ao mundo
96
com todo o meu amor
97
para sempre

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