Não são ciúmes parte 2

Sebastian

                     Grace e eu estávamos cansados da nossa troca de olhares, e eu podia chamar aquele jogo de "o faça sentir mais culpado ainda" ou "diga o que está pensando" ou até mesmo "Chega de pensar e comece a agir. Agora!".

                     Cecília e Lambert saíram do escritório, eu pensei que finalmente estava livre dele quando a pessoa que eu pensei que fosse minha mulher perguntou:

                       - Quer jantar com a gente Todd? - Eu não podia descrever o sorriso que ele deu quando olhou para Grace e respondeu:

                       - Claro que sim! Eu adoraria.

                       Os palavrões na minha cabeça não eram suficientes, decidi.

                       Fomos para a sala de jantar e tentei controlar a minha raiva. Sem pensar, ou pelo menos eu acho que foi um impulso, sentei no lado de Grace, e ela parecia relaxada. Muita coisa tinha mudado entre a gente desde aquela manhã agitada que nós tivemos há alguns dias.

                  Lambert e Cecília sentaram na nossa frente e Cecília estranhou a calma e tranquilidade de Grace. Eu também. Só um pouquinho.

                  - Eu acho que sentamos da forma errada! - Não sabia porquê ele não parava de falar.

                        Me imaginei cosendo a sua boca e comecei a gargalhar.

                       - O que foi Sebastian? - Cecília perguntou.

                       - Nada não! - Apenas estão passando pensamentos psicopatas na minha cabeça, amor. Completei mentalmente.

                   O jantar foi servido, e não sabia como tinha tanto apetite depois de olhar para a cara de Todd "filho da puta" Lambert. Eu só precisava me controlar mais um pouco.

                    - Daqui a dois meses eu vou celebrar o meu aniversário com vocês. Será uma grande festa. - Meu Deus! Como eu o odiava!

                   - Porquê você não veio aqui mais vezes? - Perguntei num tom irónico.

                       - Eu me faço a mesma pergunta caro Doutor Sebastian.

                      - Aposto que a festa vai ser muito divertida! - Grace falou distraída.

                      - Você nem imagina pequena! - Ele falou e eu lancei em sua direção um olhar mortífero. Se ele chamasse Grace de pequena mais uma vez, eu não ia aguentar. Eu provavelmente ia chutar seu traseiro brutalmente para fora da minha casa. Já que matar era crime!

                     - Bom, o convite foi feito cedo demais, mas nós aceitamos obviamente. - Cecília falou. Porquê ela aceitou?  Eu não ia aguentar ver ele na festa enchendo o saco de Grace a noite toda. Não mesmo.

                      - Claro que aceitam. - Ele falou e minhas mãos foram para o meu joelho, e tentei não me machucar.

           [...]

                        Finalmente o maldito jantar tinha terminado. Mas eu já estava totalmente irritado e precisava de água fria para apagar o fogo da minha ira.

                     O Doutor Sebastian Welles tinha de ser um homem pacífico, mas alguém conseguiu tirar a paz do meu caminho. Maldito Todd Lambert.

               - Bem, eu já vou. - Lambert olhou para Grace. Tirou um cartão do bolso e entregou para ela. - Esse é o meu número. Eu sei que você se formou em gestão de empresas, então qualquer dúvida, repito, qualquer dúvida, ligue para mim que eu estaria disponível para você 24 horas por dia. É só dizer que é a Grace que tudo vai ficar bem. - Ele piscou um olho para ela.

                      Grace olhou para o cartão como se tivesse pensando em ligar para ele, depois subiu os degraus e foi para o quarto. Lambert só parou de olhar quando ela desapareceu.

                    Cecília regressou na sala e abraçou Lambert. Eu nem pensava em me aproximar.  - Foi uma agradável visita. - Cecília falou sorrindo como sempre. Eu não podia dizer o mesmo.

                     - Foi mesmo. Nos vemos amanhã.  - Ele disse e saiu. Fiquei feliz quando ouvi o barulho da porta se fechando!

                     Cecília veio até mim. - Ele é solteiro? - Não resisti em perguntar.

                     Ela ergueu a sobrancelha. - Sim! Ele é. Não precisa ficar com ciúmes meu amor. Ele prefere as mais novas. Grace sim devia se preocupar com isso. - O quê? Eu ia matar aquele cara!

                     - E o Connor?

                     - Bem, eu realmente espero que ele fique com a Grace. Ele é um homem fantástico e super carinhoso e quando Grace descobrir isso, tenho a certeza que vai se apaixonar por ele. Eu conheço a minha filha.

                      Grace não merecia nem Lambert nem Connor. Ela era uma mulher diferente e eles não iam saber como tratar ela. Eles iam cometer muitos erros.

                        - Imagino. - Não queria mais falar sobre aquilo. Estava me irritando. - Vamos dormir?

                        - Claro!

                       Subimos os degraus e fomos para o quarto. Cecília me pegou de surpresa quando começou a me beijar contra a parede.

                       - Você ficou com ciúmes dele a noite toda amor. Acredite que eu não acho ele atraente. Eu não estou interessada porque eu já sou casada com você.

                        - Se você não fosse casada estaria interessada? - Ela se afastou para olhar para mim.

                        - Claro que não meu amor. Você sabe que eu sou louca por você. Não quero mais ninguém.

                        - Espero bem que não. Porque eu seria capaz de cometer uma loucura. - Beijei ela. - Você. Não. Imagina. Do. Que. Eu. Seria. Capaz. - Dizia enquanto a beijava.

                   - Pára Sebastian! Não seja ciumento. Esqueça o Todd, e se foque em mim. - Ela me levou na cama, e me deitou nela, depois ficou por cima de mim. Porquê eu pensava em Grace quando eu tinha a Cecília? Era até ridículo.

                      - Eu vou dar algumas aulas a você. - Ela começou a desabotoar a minha camisa.

                      Grace desabotoava a minha camisa como se fosse uma coisa muito importante a fazer, e também me acariciava de um jeito muito bom. Seu toque era muito bom. O toque de Cecília também era bom, mas não era como o da Grace. Ela só tinha me tocado uma vez e eu já estava familiarizado com o seu toque.

                   Cecília me beijou por um tempo depois se afastou e olhou para mim. - Você quer? - Ela perguntou.

                    Fechei os olhos. Eu via Grace. - Eu quero você. Só você minha... - Abri os olhos e vi Cecília sorrindo.

                     Eu ia dizer "minha pequena". Não acreditava que quase chamei Cecília de Grace. O que estava acontecendo? Eu só tinha que pensar em Cecília.

                     Continuei beijando ela, para que esquecesse o que eu quase ia dizer. Eu estaria completamente ferrado se não soubesse me controlar. Quero dizer, se era que eu já não estava ferrado.

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