o noivo da minha mãe

            Olhei para o homem que dizia ser o noivo da minha mãe. Ele devia ter uns 29 quase trinta, já para não falar que ele é muito... muito atraente. Eu sabia que não havia problema em ele ser atraente, mas algo não batia certo. Não sei porquê mas isso me incomodava de diferentes maneiras que eu não sabia explicar.

            Depois de tanto olhar para ele finalmente respondi:

            - Olá, eu sou a Grace.

            - Sua mãe fala muito de você! - Ele tinha lindos olhos azuis, para pior a situação. Piorar, porquê?

            - Foi o que eu disse! - Garrett colocou as mãos no bolso divertido. Eu ainda estava com as malas na mão.

             - É bom saber! - Eu disse.

             - Deixa que eu levo as suas malas para o quarto. - Sebastian olhou para as minhas malas, sorriu e pegou nelas. Eu não conseguia fazer nada a não ser olhar.

             - Sebastian gosta de agradar! - Garrett falou.

            Sebastian era bom comigo. Um homem me tratava bem. Não era como meu pai que vivia fazendo merda só para me ver sofrer, nem como os outros homens que me tratavam como uma qualquer.

           - Filha você deve estar muito cansada. Donna por favor, mostre o quarto a Grace.

          - Sim, senhora!

          Segui Donna pelas escadas até o meu quarto. Entrei e agradeci antes dela sair e fechar a porta. Quando me virei vi Sebastian sorrindo.

           - Que susto! - Falei.

           - Desculpa! Eu estava apreciando a vista do seu quarto. Me perdi.

             - Eu gostaria de ficar sozinha. - Cruzei os braços. Ele olhou para mim de cima a baixo.

             - Claro! Tudo o que quiser, princesa!

             Ele saiu do quarto e eu me joguei na cama.   

              Impressionante, é tudo que eu tenho a dizer. Como eu vou conseguir viver com um homem aqui em casa? Eu não estou acostumada, embora o Sebastian pareça uma boa pessoa.

           Uma boa pessoa por fora. Deve ser o homem mais lindo que eu já vi. Sem exageros. Porquê minha mãe está com ele? O que ele fez para fazer com que ela mudasse de ideias quanto aos homens? O que ele quer com ela?

             Acho que não devo pensar muito sobre isso. O melhor a fazer é ligar para Mónica. Ela precisa saber disso.

           Tirei o celular da bolsa e liguei para Mónica.

             - Já com saudades minhas, baby! - Sempre me perguntei se ela fica sempre a espera da minha ligação. Sempre que eu ligo para ela, responde em menos de um segundo.

             - Muitas! - Olhei para as minhas malas. - Você não vai acreditar!

            - Diga! O que é? O que é? - Ela pergunta que nem uma criança curiosa.

            - O noivo da minha mãe. Ele é jovem e... lindo. - Ouvi alguma coisa quebrando.

            - Você chamou um homem de lindo? Grace, você está bem?

           - Estou ótima.

           - Mónica que pasa? - Ouvi uma voz masculina no fundo.

           - Com quem você está? - Perguntei.

           - Com Valentino. Ele veio aqui e a gente está junto, mas não importa. Voltando para você. Lindo?

          - Ah Mónica, é normal. Você não acha que Valentino seja?

           - Claro, mas você nunca disse que um homem era lindo, Grace. Quem é esse homem? - Mas porquê eu fui contar uma coisa dessas para ela?

           - Olha, depois nos falamos! - Desliguei.

            Andei até a janela e olhei para a vista. Realmente tinha uma vista incrível. Uma vista da beleza da natureza. 

          

       [...]

           Desci para beber um copo de leite antes de dormir, e me encontrei com Sebastian na cozinha, sem camisa e com a calça de pijama. Ele bebia a água, depois virou para mim.

            - O que faz acordada a essa hora princesinha?

           - São dez da noite!

           - Você devia estar na cama às oito. O que faz acordada?

          Abri o frigorífico e tirei o leite, e um copo no armário. Sebastian olhava para mim e ria. Suspirei, e servi o meu leite.

          - Você é mesmo uma menininha não é? Não acredito que terei uma enteada tão...

           - Adulta?

           - Eu ia dizer bebezinha, mas se te faz feliz! - A quem é que ele está a chamar bebezinha?

            Porquê ele está agindo assim? Eu pensei que ele era bom. Confiar nos homens apenas nos desilude. Por um segundo pensei que nos íamos dar bem.

            Suspirei e segurei no meu copo, me preparando para sair, e ele segurou o meu braço. 

              - Calma. Eu estava apenas brincando, não precisa ser tão sensível! - Eu não disse nada. Apenas soltei o meu braço e fui para o quarto.

            Eu não posso viver com ele. Preciso conversar com a minha mãe, sobre isso, senão as coisas vão ficar muito feias por aqui.

             Desisti de beber o leite, fui lavar os dentes e voltei para a cama.

        [...]

            Vesti uma blusa preta e um calção jeans, e fiz um rabo de cavalo, depois de tomar banho.

            Desci os degraus e fui para a sala de jantar. Minha mãe e Sebastian tomavam o pequeno almoço felizes da vida. Suspirei e sentei na mesa com eles.

            - Bom dia! - Falei.

            - Bom dia! - Sebastian e minha mãe responderam em uníssono.

            - Como você está Grace? - Ele perguntou.

            - Muito bem.

            - Tive tantas saudades de você, filhinha. - Cecília respondeu.

            - Eu também, mãe.

               - Nós estávamos falando do nosso casamento. Não é Cece? - Sebastian sorriu para minha mãe.

             - Sim. O nosso casamento será amanhã. - Eu quase despejei o suco na mesa.

             - Sério? Isso é muito bom. - Disse.

             - Você está bem?- Cecília perguntou preocupada.

            - Sim, eu estou. - Amanteiguei uma torrada.

            - Que acha de sairmos para comprar o seu vestido?

            Suspirei.

            - Eu tenho muitos vestidos que servem perfeitamente para a ocasião. Não se preocupe, mãe.

            - Está bem.

            - Eu acho que vocês deviam ir. - Sebastian olhou para mim. - Não gosta de roupa nova pequena Grace? - Estreitei os olhos para ele. Pequena Grace?!

             Acho que o melhor é não responder a isso.

            - Eu não gosto muito de compras. - Bebi o suco.

           - Ah! Estou vendo. Você é daquelas! - Alguém tinha que calar aquele homem.

           - Deixa ela em paz, amor. - Cecília repreendeu ele.

            - Está bem. Eu não quero ferir sua sensualidade. - Outra vez.

            Não disse nada, apenas comi o mais depressa possível para fugir daquele homem, mas eu engasguei.

            - Calma, Grace! - Minha mãe levantou imediatamente, e foi correndo para o meu lado.

            Eu estava tentando me livrar da maldita comida entalada na minha garganta, sem sucesso.

            - Eu resolvo isso. - Sebastian colocou as mãos em mim, fazendo a Manobra de Heimlich e eu lancei a comida fora.

           - Está tudo bem? - Sebastian perguntou ainda me segurando. Eu me afastei imediatamente dele e fui ao lado da minha mãe.

           - Bem, eu não mordo! - Sebastian falou para si num sussurro, mas eu ouvi.

          - Você está bem, filha?

          - Obrigada. - Falei olhando para Sebastian.

          - Não precisa agradecer. Estou sempre disposto a ajudar.

          - Eu vou para o meu quarto, então. - Subi as escadas, e entrei no meu quarto.

        [...]

           Minha mãe tinha saído antes que eu podesse conversar com ela, e infelizmente, Sebastian ficou aqui comigo. Estava no escritório trabalhando.

           Entrei no quarto deles, e era duas vezes mais grande que o meu. Tinha uma King Size de madeira cinza, e mesas de cabeceira da mesma cor.

          Fui até o closet. Ele era grande, muito grande. Vi uma caixa cinza, grande e abri. Lá tinha o vestido de noiva da minha mãe.

           Ele era lindo. Muito lindo. Tirei da caixa e olhei para ele em mim no espelho.

           Rodopiei e quando voltei a olhar no espelho, vi Sebastian na minha trás. Que vergonha!

           Coloquei o vestido dentro da caixa numa questão de segundos, e encarei Sebastian.

           - O que te deu para entrar aqui? - Perguntou. Eu nem conseguia olhar nos olhos dele.

           Olhava em sua boca.

           - Eu não sei. Eu não quero... - Não sabia o que dizer, por isso, tentei fugir, mas ele não deixou.

            - Nem pensar! Você não vai sair daqui!

            - Eu só queria saber como era o quarto. - Respondi.

            - Dançando com o vestido da sua mãe? Pensei que não fosse daquelas que sonham em casar algum dia.

            - E não sou! - Ele não me deixava passar.

            - Porquê gosta de fugir sempre? Você sofre de Síndrome da ansiedade social?

            - Não! Eu só... - Ele segurou meu braço.

            - Você sabe que eu serei seu padrasto não sabe? - Olhei para sua mão me tocando. Era um grande incómodo. 

             - Por favor, me solta! - Eu comecei a chorar.

             Ele olhou para mim surpreendido, e chocado também.

             - Tudo bem. - Ele me largou. - Você é muito estranha. - Limpei minhas lágrimas.

            - Eu... só não gosto que esteja perto de mim. - Disse gaguejando.

            - Eu?

            - Não! Vocês!

            - Nós quem?

            - Não importa. Me deixa sair, por favor! - Minhas lágrimas ainda corriam.

              - Está bem. - Ele me deixou passar.

              Eu corri até o meu quarto, e sentei na minha cama. Abracei as minhas pernas, e balançava para frente e para trás.

             Eu precisava sair daquela casa o quanto antes. Precisava de outro lugar para ficar, mas eu não tinha emprego, como iria me sustentar?

           Fechei os olhos e continuei os meus movimentos.

           - Posso entrar? - Vi Sebastian entrando com um sorriso de desculpas, e uma bandeja com duas fatias de bolo nela.

            Eu acenei afirmativamente, sentei por cima dos meus pés e ele se aproximou. Sentou na minha frente e colocou a bandeja entre a gente.

              - Donna me disse que você adora bolo de chocolate. - Ele falou sorrindo.

             - Porquê você não me avisou apenas que havia? Não precisava vir para cá.

             - Eu só quero que a gente se dê bem. Você é filha da minha futura esposa, e temos que nos dar bem.

             - Tudo isso porque eu chorei na sua frente?

             - Não! Eu nem entendi bem essa parte. Eu apenas quero que a nossa relação mude.  Você foge de mim, não entende quando estou brincando, fica pálida e estranha quando toco em você. Temos que mudar isso.

           Tirei a minha fatia de bolo e dei uma garfada. Estava delicioso.

           - Você acredita que eu fiz esse bolo?

          - Não! Não acredito.

          - Mas eu fiz. Se quiser, um dia desses eu provo. - Ele também come.

            - O problema não é você!

            - Não?

            - O problema sou eu. Isso tudo é novo para mim.

           - O quê? Uma figura paternal?

           - Você tem vinte e muitos anos de idade.

           - Tenho 35 anos. Completei no mês passado.

             - Você tem 35? - Fiquei chocada.

             - Sim. E eu prometo ser o padrasto mais divertido do mundo!

             - Está bem. - Sorri. Ele também sorriu.

           - É a primeira vez que vejo você sorrindo!

           - Eu sei. - Dou uma garfada enorme no bolo. - Isso está muito delicioso, você tem que me dar a receita!

          - Tenho mesmo? Um chefe de cozinha nunca revela os seus segredos. - Ri.

          - Esses não são os mágicos?

          - Não!

           - Posso chamar você de papai? - Brinquei.

           - Definitivamente não! Nunca! Eu não tenho idade para ser seu pai! Quando você nasceu eu só tinha dez anos! Nem sabia o que era sexo. - Rimos, mas de repente ele ficou muito sério.

             - Me chama de Sebastian! - Falou num tom muito sério e sexy.

            - Está bem, Sebastian! - Falei sorrindo para ele.

            - Ótimo!

            Silêncio.

            Já tínhamos terminado o bolo, apenas olhavamos um para o outro de uma forma estranha. Então ele se levantou e pegou na bandeja.

             - Foi muito bom conversar com você Grace, sem você estar na defensiva ou chorando.

            - Digo o mesmo. - Sorri. - Obrigada.

            - Obrigado!

            Então ele saiu e fechou a porta.

Capítulos
1 minha mãe vai casar
2 de volta a casa
3 o noivo da minha mãe
4 o casamento
5 padastro pervertido
6 castigo
7 pedido de desculpas
8 mal entendido
9 mal entendido parte 2
10 Não esperava
11 Não esperava parte 2
12 O pior erro das nossas vidas
13 Esqueça o que aconteceu
14 Ela não podia saber
15 porquê ele se afastou?
16 Não são ciúmes
17 Não são ciúmes parte 2
18 Não entendia aquele homem
19 Não entendia a mim mesmo
20 Aquilo parecia errado
21 Ela me amava
22 Era difícil para mim
23 Eu a amava
24 Nossa estranha relação
25 Apenas ela
26 Não podia escapar
27 Ele não a amava como eu
28 Eu a odiava
29 Estava tudo dando errado
30 Eu tinha que dizer
31 Ela desconfiava
32 Ele tinha uma amante
33 Estava difícil esconder
34 Um desejo pecaminoso
35 Ela não ia me perdoar
36 A decisão mais difícil da minha vida
37 PARTE DOIS: tudo começa...outra vez
38 arrependido
39 não consigo acreditar
40 diga que também quer
41 apenas uma dança
42 te quero de volta
43 triste adeus
44 tempo difícil
45 tudo inesperado
46 definitivamente acabou
47 não podia acabar
48 eu estava tentando
49 eu suportaria tudo por você
50 o que ainda existe entre nós
51 mais uma chance
52 onde está Grace
53 de volta para a dor
54 acordando para a vida
55 ela me deixou
56 meu pior erro
57 por minha culpa
58 perdão
59 feliz novamente
60 o que me preocupa?
61 casamento e dúvidas
62 prometa
63 o passo errado
64 a longa distância
65 decisões
66 minha escolha
67 os primeiros desastres
68 Ela foi sem dizer adeus
69 A carta
70 sinal de vida
71 Em contato
72 saudades
73 ao seu lado
74 esquecer
75 faço isso porque te amo
76 tinha que tentar
77 segundos desastres
78 pior que a dor física
79 tudo errado
80 liberdade?
81 eu protejo você
82 eu te amo
83 menos um problema
84 belo funeral
85 correndo perigo
86 o pior desastre
87 castigo
88 lembranças parte 1
89 lembranças parte 2
90 lembranças parte 3
91 lembranças parte 4
92 lembranças parte 5
93 lembranças parte 6
94 lembranças parte 7
95 de volta ao mundo
96 com todo o meu amor
97 para sempre
Capítulos

Atualizado até capítulo 97

1
minha mãe vai casar
2
de volta a casa
3
o noivo da minha mãe
4
o casamento
5
padastro pervertido
6
castigo
7
pedido de desculpas
8
mal entendido
9
mal entendido parte 2
10
Não esperava
11
Não esperava parte 2
12
O pior erro das nossas vidas
13
Esqueça o que aconteceu
14
Ela não podia saber
15
porquê ele se afastou?
16
Não são ciúmes
17
Não são ciúmes parte 2
18
Não entendia aquele homem
19
Não entendia a mim mesmo
20
Aquilo parecia errado
21
Ela me amava
22
Era difícil para mim
23
Eu a amava
24
Nossa estranha relação
25
Apenas ela
26
Não podia escapar
27
Ele não a amava como eu
28
Eu a odiava
29
Estava tudo dando errado
30
Eu tinha que dizer
31
Ela desconfiava
32
Ele tinha uma amante
33
Estava difícil esconder
34
Um desejo pecaminoso
35
Ela não ia me perdoar
36
A decisão mais difícil da minha vida
37
PARTE DOIS: tudo começa...outra vez
38
arrependido
39
não consigo acreditar
40
diga que também quer
41
apenas uma dança
42
te quero de volta
43
triste adeus
44
tempo difícil
45
tudo inesperado
46
definitivamente acabou
47
não podia acabar
48
eu estava tentando
49
eu suportaria tudo por você
50
o que ainda existe entre nós
51
mais uma chance
52
onde está Grace
53
de volta para a dor
54
acordando para a vida
55
ela me deixou
56
meu pior erro
57
por minha culpa
58
perdão
59
feliz novamente
60
o que me preocupa?
61
casamento e dúvidas
62
prometa
63
o passo errado
64
a longa distância
65
decisões
66
minha escolha
67
os primeiros desastres
68
Ela foi sem dizer adeus
69
A carta
70
sinal de vida
71
Em contato
72
saudades
73
ao seu lado
74
esquecer
75
faço isso porque te amo
76
tinha que tentar
77
segundos desastres
78
pior que a dor física
79
tudo errado
80
liberdade?
81
eu protejo você
82
eu te amo
83
menos um problema
84
belo funeral
85
correndo perigo
86
o pior desastre
87
castigo
88
lembranças parte 1
89
lembranças parte 2
90
lembranças parte 3
91
lembranças parte 4
92
lembranças parte 5
93
lembranças parte 6
94
lembranças parte 7
95
de volta ao mundo
96
com todo o meu amor
97
para sempre

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