^^^22:00PM, 18 DE ABRIL, TOKYO, JAPÃO^^^
...TOUMA FUDOU...
...(dois anos atrás)...
Terminei de arrumar meu cabelo e desci as escadas, observando as luzes da cidade. A noite, em especial, ela parecia mais convidativa e coisas ruins acordavam também. A fama dos fora da lei era famosa e me certifiquei de combinar um horário para Aimi chegar, mesmo que ela fosse forte, estava suscetível a ser agredida.
Coloquei minha mão na maçaneta da porta, porém, quando um resmungo alcançou meu ouvidos abandonei a ideia e fui vê-la.
Em passos lentos para não acordá-la, e levei minha mão no sofá, inclinando — a mulher estava dormindo com o braço sobre seus olhos, e uma das pernas estavam levantada — nunca entendi a sua escolha estranha de dormir num lugar carecendo de espaço para seu corpo.
Por um segundo admirei seu peito subindo e descendo lentamente. Eu havia adquirido o medo de não vê-la respirando — ver a mesma situação de meses atrás. O barulho cercando-me, menos o que mais importava — o do seu coração.
Aimi era única da sua maneira e eu queria protegê-la.
— Voltarei logo — sussurrei em vão. Ela não estava me ouvindo. Aimi possui um sono pesado e não há nada ara fazê-la acordar.
Ri fraco e me afastei, mas antes de está suficientemente longe, senti sua mão segurando-me.
— Hum... — ela murmurou. Aimi ainda dormia e com cuidado avancei os passos para ela me soltar.
Delicada, mas forte.
No estacionamento, Hiroshi me aguardava e como eu estava com pressa entrei no veículo com rapidez — quando meu assistente fez contato visual pelo o retrovisor, eu rolei meus olhos.
— Eu estou fazendo como você quer — eu disse tirando o celular do meu bolso e conferindo as últimas notícias sobre minha empresa. Parece que as pessoas estão mais curiosas sobre quem é o presidente Fudou –, eu não me mostraria tão rápido.
— Não, não está. Deveria contar para a Aimi. Ela não gosta dos seus segredos — Hiroshi girou a chave na ignição e observei o movimento do teto do prédio sumindo e entrando na estrada.
Sua preocupação com o que Aimi desejaria ou não, faz parecer que ele a conhece melhor que eu — porém, ele esteve comigo e conheceu Aimi na mesmo época que eu — Hiroshi é tão importante quanto Aimi para mim.
— Ela também tem segredos.
— Aimi faz às coisas do jeito dela, você apenas acumula isso e quando não dá mais, explode — Hiroshi retrucou. Eu o levava mais a sério sem seus óculos falsos —, eu já vi essa história antes.
— Nunca — joguei minha cabeça no banco e ouvi o barulho de buzinas de longe.
— Sim, já — ele insistiu —, quando estavam no último ano do ensino médio vocês quase se mataram.
Ela tinha começado.
O que tinha de errado com meu cabelo? Além disso, ela disse que era um idiota que nunca escutava ninguém, pouco segundos depois ela havia me dado um soco. Seus olhos verdes estavam incandescentes sobre a luz solar.
— Isso foi à muito tempo — sussurrei e quando vi já estávamos no local. Abri a porta do carro e inclinei quando Hiroshi abaixou o vidro do carro.
— Se comporte e não irei vir lhe buscar, porque você disse que queria voltar a pé — Hiroshi tratava-me como uma criança e a este ponto eu estava exausto para reclamar dessa sua atitude.
Assenti com a cabeça e entrei no prédio — como era uma festa privada, paparazzi’s não surgiram, senão, seriam presos e sua carreira arruinada — a este tipo de festa eu iria sem problemas.
O tempo passou de forma lenta, cada segundo parecia longos minutos e quando o relógio da parede bateu duas horas, eu sair rapidamente — o anfitrião tentou me impedir porque estava chovendo e não importei. Apesar de está falando minha língua, conseguir capturar apenas ruídos — ao abri a porta fui recebido por uma rajada de vento gélida.
Sorri e afundei minhas mãos no bolso do meu terno.
Já estava tarde e chovendo, espero que Aimi tenha ido para sua cama — a sala ficava muito fria neste clima e ela não combina doente — seu mau-humor dobra e as palavras saem emboladas.
Tenho vídeos de alguns momentos assim.
Quando eu iria rir fraco, algo atingiu meu rosto e sentindo a água gradativamente minhas roupas, vi no chão um guarda-chuva — franzi o cenho perguntando-me quem foi — e quando eu observei Aimi fitando-me com raiva, o que aconteceu segundos atrás se tornou o menor dos meus problemas.
— Por que fez isso?
Essa pergunta era um tabu entre nós e eu quebrei. Aimi sabia que eu não era idiota e entendia suas expressões — mas eu não sabia —, ela se mostrava inalcançável na chuva de primavera.
— Touma, é sério? — em cada palavra senti sua impaciência. — Droga, você saí no meio da noite e ainda quer razões?
— Isso não justifica.
Eu estava calmo. A água estava purificando qualquer ação precipitada.
— Okay... — ela respirou fundo e vi ela jogando meu anel, antes que o chão o maculasse, o peguei no ar —, mas talvez isso seja uma justificativa válido para você, senhor gênio.
— Ainda- — antes que eu continuasse Aimi me impediu de prosseguir. Sua blusa branca estava encharcada e podia ver o top preto que ela usava por baixo.
Eu não deveria está prestando atenção nisso.
— Caramba, Touma, eu sei que na sua posição seria uma vergonha dizer que sou sua esposa, mas custava usar a merda da aliança?! — ela gritou e eu arregalei os olhos, finalmente dando conta como o assunto era sério. — Se fosse para simplesmente deixar largada não existiria! Eu ainda facilitei usá-la como colar, mas... Mas...
— Nunca pensei nisso — a interrompi e sentir sua vontade de querer me matar — eu nunca pensei que você fosse uma vergonha para mim. Você...
— Se você não quer usá-la, eu também não irei — ela moveu os braços tentando tirar o colar.
Eu não poderia deixar.
Cortei a distância entre nós e agarrei seu braço, impedindo dela retirar a aliança.
— Não faça isso!
— Se você pode, eu também posso! — estávamos no meio da rua, comportando como loucos desesperados, ou somente eu estava fazendo este papel. — Agora sai!
Ela me deu uma cotovelada na minha cara, ainda com os dedos presos no fecho da corrente de prata, mas não deixei abalar pelo golpe. Abracei-a apertado, mas ela seguia se debatendo e eu era menor que ela — porém, eu ganhava em força física.
— Me solta, seu idiota! — Ela rosnou enquanto eu a segurava. No entanto, ela mordeu minha clavícula com força, fazendo-me vacilar e cair. Eu havia esquecido o quanto Aimi era boa em luta corpo a corpo.
— Não preciso disso — ela puxou a corrente com força e algumas das suas amarras se soltaram. A corrente era fraca demais para segurá-la. Era como nossa relação. Cada falha era decisiva e tinha consequências graves.
Aimi estava apenas devolvendo o favor por tudo o que eu tinha feito a ela.
Ela jogou o anel na minha direção e saiu na noite fria sem olhar para trás. No entanto, ao admirar suas costas, eu sentia sua frustração e mágoa. Aimi estava cansada de minhas ações irresponsáveis e descuidadas.
Inclinei-me e peguei o anel. Dei alguns passos atrás e respirei fundo, guardando o anel no bolso. Senti a dor da mordida, mas em vez de me concentrar nela, pensei em como mudar minhas ações e tentar consertar as coisas com Aimi. Era hora de mudar meu comportamento e provar que merecia sua confiança de volta.
Porém, não foram como todas às vezes que brigamos; Aimi ficou mais distante e mesmo que continuássemos a interagir como se nada tivesse acontecido, a mancha daquela noite nunca foi retirada.
Guardei minha aliança longe das minhas vistas para não ceder ao desejo de colocá-la e mesmo que eu quiserem jogar fora a de Aimi, eu não consegui, apenas troquei a corrente e a lacrei junto com o terno que usei naquela festa.
...ATUALMENTE...
Já era muito tarde para Fuyuki está dormindo, porém, ouviu com atenção cada palavra de seu pai. Touma parecia ficar imerso nas suas lembranças e as emoções que ele tinha passado, voltaram como um turbilhão, no entanto, contar para a criança o que houve, foi como tirar uma enorme bagagem da suas costas.
— A minha relação com sua mãe nunca foi amorosa — ele comentou ainda acarinhando as mãos do pequeno. — Eu devia a ela. Se não fosse por sua mãe, eu estaria morto.
Não eram palavras gentis para se falar para uma criança de apenas dois anos, mas, continha a verdade e isso importava.
— Como ela ajudou?
A curiosidade do pequeno era agradável, entretanto, Touma já havia esgotado as vezes que lhe permitia para pronunciar o nome de Aimi — então, deitou o menino na cama e subiu a coberta, o cobrindo até o nariz — acomodou-se ao seu lado e deu umas leves batidas.
— Quando eu estiver com vontade eu lhe conto.
Traduzindo: ele demoraria anos para voltar a contar alguma coisa para Fuyuki e o menino pressentiu.
— Agora vá dormir — ordenou com firmeza e antes de fechar os olhos, o menino sorriu.
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Atualizado até capítulo 48
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