^^^03:00AM, 10 DE SETEMBRO, TOKYO, JAPÃO^^^
...ÁREA 3.4.5...
A área 3.4.5 era conhecida por ser onde todos os fora da lei se concentrava, uma parte esquecida pelos residentes da megalópole e até mesmo o governo julgou que era uma um ação inútil intervir — e todos que pairavam sobre ela, a conhecia por algum parente ou convite de alguém de lá —, Touma, no entanto, apenas a encontrou por acaso.
Sua intenção era somente brigar com as pessoas que lhe importunavam num lugar silêncio para que pudesse escutar com vivacidade os gritos.
A imagem do homem de smoking a sua frente parecia até uma miragem para Nagi. Não parecia bem e muito menos ele mesmo. Seu olhar perdido entre os prédios atiçou curiosidade no seu inimigo.
— Você não é bem-vindo aqui, Satã — Nagi soltou as manoplas da moto e tentou uma interação pacífica com Touma.
Ele sabia disso como ninguém. No seu rosto um pouco pálido por conta do frio da madrugada surgiu um sorriso com dentes.
— Eu não teria vindo se fosse bem-vindo — ele levou a mão até a sua gravata e arrancou-a do seu pescoço com um simples puxão.
— Você sumiu — comentou já descendo da moto e caminhando até Touma com os punhos cerrados, pronto para atacá-lo.
— Sentiu saudades? — Touma retrucou, erguendo as mangas do seu casaco e camisa até a altura dos seus cotovelos de forma descontraída.
Um sorriso desenhou o rosto de Nagi e próximo o suficiente de Touma, ele tentou lhe acertar um soco — mas, Touma agarrou o pulso dele antes — seu olhar estava frio e negros.
Não era isso que ele deveria está fazendo. Estava se afundando desnecessariamente. Até porque nunca ligou para nada — eram apenas palavras — não valem nada.
Nada. Isso era que ele tentava se convencer.
Os movimentos de Nagi eram rápidos, porém, previsíveis demais para Touma — e quando ele cansou de bloquear seus ataques, ele fechou o punho com força, acertando o estômago de Nagi — era tão fácil.
Touma acertou uma, duas, três vezes no mesmo lugar; seu oponente já estava desorientado — entretanto, ele não queria parar — desejava voltar sentir a emoção de quando atingia alguém.
Seus sentimentos estavam completamente anestesiados pela maldita ansiedade e lembranças de Aimi — e céus, como ela pode trair a confiança que ele começou a desenvolver por ela? Era tão insuportável conviver com ele?
Ele nunca saberia. Aimi estava morta. Morta.
Touma frisou bem a situação de Aimi na sua cabeça. Sua querida esposa não poderia lhe contar todas suas insatisfações para com ele e muito menos dizer onde ele poderia melhorar — pois, talvez, ele reconhecesse que era um merda de um imaturo que não sabe lidar com mulheres.
E, que principalmente naquela noite deveria ter silabado um pedido de desculpas — e... ah, nossa, ter se convencido que estava errado. Que toda a possibilidade de possuir a sinceridade de Aimi desapareceu em exatos trinta minutos.
Sua respiração estava entrecortada e Nagi estava perante aos seus pés tossindo sangue, soltando xingamentos que ele não conseguia identificar.
— Que merda — disse Touma vislumbrando seu punho manchado com seu sangue e de Nagi.
O CEO percebeu que havia longe demais com o garoto e simplesmente virou-se de co sestas — em seguida, de forma inquieta afundou as mãos no bolso de sua calça — ele voltaria para casa antes.
Com uma aparência lamentável que ele nunca deixou transparecer para ninguém.
Ainda caído no chão, Nagi, observou a figura de Touma desvanecer na luz avermelhada do nascer do sol. Ele julgou que era audácia do homem bater nele e sair como se nada tivesse acontecido —, porém, o que lhe deixou desconfortável foi o fato de está lutando com um boneco.
O caminho para casa era longo quando ele ia para a área 3.4.5, e por esta razão, que ele fazia isso — no decorrer das várias calçadas e vitrines, ele podia mergulhar em paz nos seus pensamentos — ou se repreender por se comportar mal.
Era um adulto e com muitas dúvidas, pai, não poderia deixar o filho dela sozinho. Nesse raciocínio, ele se deu conta que se algo acontecesse com a criança, não poderia se perdoar. Seguir em frente sem que nada tivesse acontecido.
— Que merda — repetiu fechando os olhos e avançando pelas ruas um pouco vazias. — Odeio isso, Aimi. Odeio.
Ele inalou ar com força e bagunçou seus cabelos procurando alívio.
Percorrendo o corredor do seu andar em passos arrastados, ele apertou cada botão da tranca da porta respirando fundo — quando o clique atravessou seus ouvidos, ele lembrou que deveria apagar a mensagem que mandou para Hiroshi —, terminando, Touma adentrou no apartamento.
Subiu as escadas e antes que ele tomasse uma distância considerável conseguiu ouvir um choro abafado atrás da porta, assim, apressou os passos — abriu a porta e ele parecia voltar aos sentidos.
Fuyuki estava sentado na cama limpando as lágrimas que derramaram sobre os dedos, seus olhos já estavam inchados e Touma não fazia ideia como suas cordas vocais ainda funcionavam.
— Papai... — ele formou poucas palavras entre os soluços —, eu não gosto disso. Não gosto de está sozinho.
Ele abriu a boca, mas um bolo se acumulou na sua garganta, as palavras não saíram. O choro de seu filho se expandia pelo quarto e ele não havia percebido que seu pai voltou. Mesmo com todo o barulho feito.
Nestas horas o que ele deveria fazer? Dizer na cara de pau que estava de volta? Que sente muito por ter deixado ele sozinho?
Não! Estas indagações eram inúteis. Não resolveriam nada.
— Pare... — o desespero começou a inundar seu coração —, de chorar...
Foram as piores escolhas de palavras que ele já fizera na sua vida.
O menino fechou a boca e ergueu a visão, vendo o pai com cabelo e roupas desajeitadas, algumas manchas de sangue e seu olhar parecia cansado.
— Papai? — indagou hesitante.
— Por favor, não chore — ele estagnou no mesmo pensamento. Se aproximou da cama, e caiu de joelhos, olhando diretamente nos olhos da criança. — Me desculpa...
Levou a mão para o rosto avermelhado de Fuyuki, e com as pontas do dedos limpou as gotas de água deslizando sobre ele.
— Me desculpa — com ambas as mãos, ele puxou o menino para um abraço – não sabia como ajudar –, foi a única saída que ele conseguiu pensar. Não era muito, porém, esperava que funcionasse.
Fuyuki persistia em chorar mesmo que Touma o apertasse com força, o medo do possível abandono foi demais para ele — foi como no dia que sua mãe saiu pela porta e nunca mais retornou — seu rosto estava alegre, diferente de seu pai.
— Não me deixe sozinho — pediu e Touma mordeu o lábio inferior segurando o choro.
— Não farei mais. Nunca mais — convenceu Fuyuki e a si mesmo.
E mesmo com todo o esforço para não chorar, as lágrimas caíram de seus olhos. Ele magoou Fuyuki. Como fez com Aimi.
Tudo estava se repetindo. Ele poderia perder o menino.
— O anel — engoliu o choro e sua voz estava rouca —, você ainda quer saber porque não gosto dele?
Ele afastou o menino e Fuyuki fungou antes de responder.
— Tudo bem? — Fuyuki não desejava ver seu pai indo embora outra vez, por isso, estava sendo cuidadoso.
— Claro. Venha cá — ele se levantou pegando o menino e sentou na cama, o colocando no seu colo, logo começou a brincar com as mãozinhas do menino.
Não demorou mais nem um segundo para iniciar a história. Ela não acabava bem, e Touma não tinha certeza que estava pronto, no entanto, tentar nunca é um erro.
— Havia passado somente três meses que estávamos casados...
“O dia estava sendo cansativo para mim. Hiroshi estava tentando me convencer ir à uma festa de inauguração de um dos grupos afiliados — poderia simplesmente mandar um representante —, mas antes que eu pudesse sugerir algo, Aimi entrou animada e correu abraçando meu pescoço por trás.
Suas demonstrações de carinho estavam mais intensas.
— O que houve? — perguntei sério assinando alguns papéis importantes para a próxima negociação.
Aimi roçou sua bochecha com a minha e eu pressentia que ela contaria outra das suas travessuras.
— Satã, minhas companheiras e eu acabamos com a raça do Borūn! — anunciou ela gritando perto do meu ouvido.
— O Borūn? Pensei que você já estivesse acabo com ele — franzi o cenho e Hiroshi aproveitou a oportunidade para seguir em frente com nosso assunto.
— Você deve está presente na quinta à noite, às oito e com vestimentas formais — semicerrei os olhos na sua direção e ele fez uma breve reverência se retirando com um sorriso.
Suspirei e Aimi pulou para sentar mais rápido no sofá — o sorriso sempre estava no seu rosto — e virei minha atenção para ela.
— Pare de se envolver em problemas — pedi, puxando a bochecha dela.
Aimi tem problemas com a raiva e por isso, vive se metendo em problemas — nos casamos por esta razão também —, se não fosse por sua irracionalidade ela poderia estar livre da presença do seu amigo brigão.
— Ei, Touma — ela deitou-se e apoiou a cabeça no meu colo. Seus olhos verdes me encarava de forma diferente das outras vezes – ergueu sua mão e a colocou no rosto –, estava fria e fiquei me perguntando onde ela estava.
— O que foi? — abaixei um pouco minha cabeça e minha franja seguiu o movimento. Minha voz saiu lenta, pois estava concentrado em ajeitar os piercings da sua orelha.
— O que somos?
Sua indagação foi estranha e eu não havia entendido onde ela queria chegar com aquilo.
— Amigos.
Respondi de imediato e sua mão deslizou para meus lábios, os acariciando levemente.
— Você tirou — ela se referia ao piercing que eu havia colocado meses atrás, mas eu tirei, porque me incomodava.
— Você gostava dele?
Era um dos nossos momentos de conversa pacífica — onde a luz do sol entrava sorrateiramente e todos os problemas se desamassavam com as palavras involuntárias — um momento apenas eu e Aimi.
— Não posso dizer que desgostava. Era divertido brincar com ele — um divertimento estranho. Típico dela.
— Não irei colocá-lo só para satisfazer seu tédio — brinquei e ela se levantou rápido.
Eu queria rir da sua expressão.
— Do que Hiroshi estava falando? — ele perguntou mudando de assunto e parecia empolgada.
— Nada. É só uma questão chata — tentei a convencer e ela apoiou a cabeça no sofá como se estivesse assentindo que não era algo para ela se meter.
Isso só foi o começo de uma grande confusão...”
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Atualizado até capítulo 48
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