^^^21:00PM, 22 DE AGOSTO, TOKYO, JAPÃO^^^
...DOIS ANOS ATRÁS...
...APARTAMENTO DE TOUMA FUDOU...
O ambiente era apenas iluminado pela a luz de uma abajur. Já era tarde da noite, e podia se observar pelo o vidro do apartamento, os pingos de chuva escorrendo com constância. A chuva não havia parado deste que dia começou. A previsão de tempo estava certa.
Duas figuras estavam de pé. Touma estava com suas roupas descontraídas de sempre. Uma blusa branca larga, uma calça moletom preta e chinelos. Já a mulher, estava com um short jeans, tênis branco, blusa preta escrita “1979”, casaco branco, porém com estampas de varias cores néon. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo.
O silêncio reinava, até que, um forte estalo de tapa ressoou por todo o apartamento.
— Você nunca me escuta, Touma! — esbravejou a mulher dos cabelos escuros, ainda com a mão erguida, próxima ao rosto do homem dos cabelos platinados.
A bochecha de Touma já começara a ficar com o tom vermelho forte. Com o tapa recebido da mulher.
Como eles haviam chegado à isso? Nem mesmo eles sabiam...
— Você sempre é assim, Aimi! — ele virou rapidamente o rosto, para encará-la e cerrou com força o punho. Estava cansado de sempre ser aquele prejudicado, pelas ações da mulher. — Quando foi que eu nunca te escutei? Me diga!
Touma avançou um passo, rangendo os dentes. Com a pressão imposta, Aimi, apenas trincou o maxilar e desviou o olhar.
Suas mãos tremia. Devia contar. Era sua chance, porém estava com medo. Com muito medo...
Levou uma das mãos ao peito, e as apertou com força, tentando reter suas emoções negativas.
“Por favor, me escute só desta vez...” Aimi rogava em seus pensamentos.
Torceu os lábios, suspirou alto, e tomou coragem suficiente para virar depressa o rosto. Avançou até Touma, agarrou a gola de sua blusa, e sem muita demora, Aimi o beijou. Assustado com a mudança de atitude da mulher, ele tentou afastá-la, porém ela envolveu um dos braços em sua nunca, e outra agarrou alguns de seus fios. Envergonhado, Touma, deixou o momento durar um pouco mais.
A mulher era alguns centímetros mais alta que Touma. Ele mede 1,70, enquanto ela 1,76. Na posição atual, Aimi precisava se inclinar um pouco.
Separando suas bocas, sem fôlego, Aimi encara os confusos olhos lilás.
— Isso não te lembra nada? — a mulher perguntou com um resquício de esperança. Não era muito tarde.
Touma se afastou com pressa da mulher, e ainda sem a encarar.
— Não. — respondeu seco.
O coração de Aimi apertou. Doía. O fato de aquela noite não ter significado nada para o homem, a deixou completamente sem chão. Contudo, não mostraria suas verdadeiras emoções. Agora e nunca mais.
Seus olhos que antes transmitia tristeza, agora, transmitiam determinação. Sem hesitar se virou de costas, e depositou sua destra na maçaneta da porta, entretanto, sua saída fora interrompida pelo o homem. Colocando sua mão sobre a dela.
— Para onde está indo? — perguntou com cenho franzido. Sua voz também estava assustadora, no entanto, não a assustava.
Aimi estalou a língua sem paciência. Ergueu seu braço e empurrou o homem para longe. Apertou com mais força, seu punho fechado.
— Não é da sua conta para onde eu pretendo ir, Touma! Cuide da sua papelada, ao invés de se meter em minha vida! — a mulher gritou aborrecida com a atitude do homem. Sua respiração estava descompassada, seu coração palpitava o alto suficiente para ela sentir.
Touma ficou encarando a mulher incrédulo.
Qual era o problema? Por que ela estava se comportando daquela maneira?
Passando um pouco da euforia do momento, a visão de Aimi começa a embaçar. Seu corpo começa a pesar, por um momento ela fecha os olhos e leva uma das mãos até a cabeça. Cambaleou alguns passos, até que, iria cair. Contudo, Touma se usou como apoio antes disso acontecer.
— Está tudo bem? — Touma perguntou preocupado. Isso era realmente raro de se ver, fazendo até mesmo o estômago da mulher revirar.
Ela o empurrou abruptamente, e saiu do apartamento correndo. Touma, ergueu a mão, na chance de impedi-la de ir, mas já era tarde demais. Podia ir atrás dela, porém, ficou em choque; encarando sua mão.
Lentamente levantou sua visão até a porta, e estalou a língua. Não queria acreditar que ela estava desesperada para fugir dele.
Cobriu sua visão com o braço, mordeu o lábio inferior com força. Ele estava com raiva, mas também sentia uma profunda tristeza. Touma queria entender o que sentia, mas era impossível. Ele não conseguia, por mais que tentasse, além de o fazer sufocar com tantos pensamentos.
— Por favor, volte... — ele pediu em um sussurro.
Touma não gostava de pensar na possibilidade de Aimi nunca mais voltar, contudo, era isso que sentia. Que nunca mais iria vê-la depois desse dia. Ao finalmente, se auto convencer disso, lágrimas brotaram de seus olhos. Chorou silenciosamente.
— Por favor, volte... — Touma rogou mais uma vez, só que, de uma maneira mais desesperada.
Enquanto, o homem dos cabelos platinados lamentava a fuga de sua “esposa”, as portas do elevador, em que ela estava abriu. Com pressa, Aimi sai e esbarra em alguém. Levantou a cabeça para pedir desculpa, e arregalou os olhos quando percebeu quem era.
Hiroshi, melhor amigo e secretário de Touma.
Encontrava-se sem seu terno, seu cabelo estava baixo. Continuava apenas os óculos.
— Aimi-san? — Hiroshi estava tão surpreso quanto a mulher por ter esbarrado com ela. Normalmente, a este horário a mulher estaria no apartamento jogando algum jogo com o marido.
— Não conte para o Touma que me viu, por favor.
— Espere! — pediu, mas a mulher já havia saído do prédio. — O que aconteceu entre estes dois? — perguntou-se bagunçando os fios negros.
A chuva ainda caia quando a mulher fugia desesperadamente. Não estava em condições de correr, entretanto, não podia parar agora. Ele poderia atrás dela. Só dessa vez. Não faria nada de perigoso logo após.
Suas roupas estavam encharcadas, mesmo só passando pouco tempo que havia saído. O vento gelado batia sobre seu rosto, fazendo ela ter a certeza que ficaria doente. Longe o bastante do prédio, ela para um momento para recuperar o fôlego. Puxava ar com força. Sua mente estava carregada de pensamentos inúteis, que não a ajudaria em nada.
Estava tudo acabado;
Sua vida inteira.
Após ter terminado de descansar, Aimi entra em um beco escuro. Seu destino era o outro da cidade. Enquanto atravessava as latas de lixo, ela fora pega de surpresa quando alguém agarrou seu braço com força. Virou-se bruscamente, levantou sua perna direita na intenção de acertar um chute. Parou quando percebeu quem era.
^^^Continua...^^^
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Atualizado até capítulo 48
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