9 – ANÉIS

^^^10:30AM, 9 DE SETEMBRO, TOKYO, JAPÃO.^^^

...APARTAMENTO DE TOUMA FUDOU E EMPRESA...

— Você realmente está procurando direito? — Touma perguntou ao seu secretário bagunçando ainda mais seu cabelo.

Fuyuki ainda estava dormindo, porém, Touma não se dava ao trabalho de falar um pouco mais baixo. Hoje seria o dia de um evento importante e como CEO, ele não poderia faltar. Tinha um único problema nisso: sua carteira de identificação estava em sua sala da empresa. Não se recorda onde exatamente, e por isso, pediu para Hiroshi procurar.

— Você quase nunca vem para a empresa e quando vêm deixa coisas importantes! —Hiroshi retrucou aborrecido e caminhando até a mesa do presidente. Tateou a mesa inteira e resolvendo levantar o teclado do computador, encontrou a identificação do homem lá. — Encontrei, Touma. Passarei aí daqui uns vinte minutos.

O CEO assentiu que o esperaria, e Hiroshi desligou. Ele fitou a sala do homem por instantes, e curioso sobre o que o homem guardava nas gavetas abriu a última. Tinha uma infinidade de papéis, mas ele passando todos encontrou uma coisa bastante interessante.

Carregando um sorriso no rosto, ele ergueu o colar de prata que carregava uma aliança dourada nele. Fechou os olhos por um segundo e se permitiu a ser levado por velhas lembranças.

— Touma, o que você fez com a sua aliança? — o secretário desejou perguntar isso para seu chefe a muito tempo, mas o homem sempre pareceu muito sensível sobre o assunto.

— Ah, você está falando daquelas coisas inúteis? — Touma deu uma pausa no que estava fazendo e após um longo silêncio continuou — Eu joguei fora.

Retornou ao seu trabalho, e não deu uma palavra sequer. Hiroshi ficou triste. As alianças de Aimi e Touma eram especiais. Tinham declarações sinceras que provaram a apreciação deles.

— Mentiroso — murmurou Hiroshi saindo de suas memórias. E antes de sair admirou a mensagem que tinha escrita no verso lembrança.

“Eu, Aimi Tanaka, declaro que sou sua para sempre...”

Após terminar de ler, ele guardou a aliança no bolso esquerdo interno de seu paletó. Uma dúvida lhe restava. Onde estava guardada a aliança que a Aimi havia deixado?

Não deveria ficar muito tempo ali parado, pensando em coisas levianas, então se apressou para levar a carteira de identificação o quanto antes até Touma.

Enquanto isso, o CEO subia as escadas e se direcionou até o seu quarto. Não se deu ao trabalho de checar se o garoto estava dormindo, apenas seguiu para o closet. Era um cômodo espaçoso, entre o branco e preto, como o resto da casa. Touma pegou cada peça de roupa de forma rápida, fazendo o mínimo de barulho possível e voltou para seu quarto; jogando tudo sobre a cama com uma certa delicadeza ainda.

Quando seu casaco fora jogado, algo caiu do bolso direito. Ele não havia percebido, pois já tinha entrado no banheiro para tomar banho e nesta mesma hora, o pequeno se levantou coçando os olhos e bocejando. Demorou alguns minutos, até ele criar coragem para abrir os olhos, e quando os abriu fitou o cômodo.

Pousando sua visão ao lado da cama, viu roupas alinhadas de certa forma e um pequeno feixe de luz brilhando. Estendeu as mãos curioso e conseguiu alcançar o objeto, finalmente em suas mãos ele admirou.

Era um anel ou um colar? Ou ambos? Fora a única coisa que ele se questionou.

 

As dúvidas de Fuyuki foram interrompidas pelo o pai que entrou no cômodo, com uma toalha envolta de sua cintura e pequenas gotículas de água que permaneceu percorriam seu corpo e molhavam o chão. O garoto levantou minimamente a cabeça, por causa do barulho feito pela a porta e encontrou um olhar indecifrável no rosto de seu pai.

Parecia que havia visto algum fantasma.

— Onde... você achou isso? — de primeiro instante ele parecia oscilante, porém, ao longo da pergunta suas palavras criaram força. Parecia até que havia resquício de raiva nelas.

Fuyuki não respondeu. Ficou encarando o pai em silêncio. Acreditou que era a melhor escolha.

Por outro lado, Touma avançou dois passos pesados, impacientes e estendeu a mão.

— Se irá se fazer de mudo agora, me devolva o anel e o assunto de como você o encontrou morre — o mais velho tentou persuadir o pequeno, no entanto, seu filho envolveu as frágeis mãos sobre o anel e apertou contra o peito. Recusando-se a entregá-lo.

Touma bufou e virou de costas, desistindo de qualquer briga com o pequeno tão cedo. O dia mal havia começado para ele fazer um absurdo desses. Foi um ato também para tentar se acalmar.

Ele jurava que tinha perdido aquele anel idiota.

Estalou a língua e agarrou suas roupas jogadas na cama pelo o cabine, e fechou a porta atrás de si com força. 

O pequeno abaixou a cabeça culpado, julgando que havia provocado a ira de seu pai e de forma lenta, ele abriu a mão que guardava o anel.

 

— É algo importante — ele sussurrou. Seus olhos inocentes ainda não haviam percebido a mensagem gravada no verbo do anel, e era esse o motivo da mudança de humor de seu pai. Bem, metade do motivo era isso. Havia outra razão obscura por trás.

De longe, passos apressados podiam ser escutados. Ele subia rapidamente a escada e sem qualquer convite, o homem abriu a porta.

— Desculpa a demora, Touma — Hiroshi disse por educação, porém, por dentro estava “nem foi tanto assim...” Alguns de seus fios estavam em desordem, e sua respiração entrecortada. Puxou ar e soltou na mesma proporção, até voltar a sua postura perfeita e ver Fuyuki visualmente assustado. — Pequeno! Você já está acordado?

Aproximou-se e uma linha se formou em seus lábios. Tentou disfarçar suas intenções, para não surpreender o menino outra vez. Perto o suficiente, ele dobrou os joelhos e fez seu melhor sorriso.

— Onde você o achou? — ele perguntou ao pequeno. A mesma pergunta, mas intenções completamente diferentes. O tom de Hiroshi era convincente e não parecia que ele brigaria com ele. Pensou bem, cogitando contar, no entanto, quando abriu a boca Touma apareceu.

Hiroshi fechou os olhos lamentando ter perdido a deixa.

— Nem pense nisso, Hiroshi — disse Touma cruzando os braços —, eu sei bem o que você quer.

— Impressionante — Hiroshi depositou a mão direita sobre a coxa e colocando o mínimo de esforço se levantou —, você sempre surgi nas piores horas.

Observou o chefe por cima do ombro e forçava os músculos do rosto para não revelar seu descontentamento. O homem, pelo o contrário, estava sorriso de forma presunçosa.

— Você não quis dizer nas melhores horas, Hiroshi? — Touma o provocou, entretanto, seu assistente respirou fundo. Preferindo ignorar. Ao invés de brigar, ele passou o olho sobre o CEO.

— O senhor irá de smoking para a festa? — ele arqueou uma das sobrancelhas. — Quem é você?

Eu se esforçou o máximo para não sair ofensivo, porém, foi inútil. Touma permaneceu inexpressivo, apenas revirou levemente os olhos.

— Irei para a reunião. Para a festa irei com outras roupas — Touma esclareceu caminhando até a porta. Hiroshi abriu a boca e tentava absorver o que entrara em seus ouvidos.

— Mas... Mas é uma regra o senhor ir com uma vestimenta formal! — como todas as vezes, Hiroshi acabara se desesperando com o lado infantil de seu chefe.

O silêncio reinou sobre o local, até que, Touma soltou um riso fraco e virou somente a cabeça. 

— Que regras? — ele questionou exalando uma pura inocência em sua fala e um esboçando um sorriso terrível. Que fazia Hiroshi ter pesadelos. Voltou a atenção para a porta, mas se lembrou de algo importante —, e por favor, vista e leve Fuyuki para a empresa.

— Ei! — Hiroshi tentou chamar a atenção dele, mas ele já tinha saído do espaço. O assistente levou a mão na cintura e reclamou baixo. — Que bicho mordeu ele? — se perguntou com um tom preocupado.

— Ti... — Fuyuki tentou chamá-lo, porém se interrompeu, sentiu-se inseguro, mas prosseguiu — Tio!

Hiroshi se virou de imediato, e olhou o pequeno confuso. Julgava que tinha escutado errado. Fuyuki ainda apertava o anel contra o peito e o olhava com os olhos lacrimejados.

— Tio, acho que sou a razão pela qual papai está com raiva — seu tom choroso acendeu a sensibilidade de Hiroshi e de pronto ele se aproximou do garoto. Da sua melhor maneira, ele afagou os fios do menino.

— Não é isso, pequeno — sua voz estava mansa, demostrava cuidado —, deste que eu me lembro seu pai é um poço inesgotável de mau-humor. Ele apenas não gosta muito desses eventos. Na verdade, ele odeia, então não é sua culpa.

— Mas... depois de eu ter encontrado o anel ele ficou nervoso — Fuyuki murmurou. Hiroshi ficou calado por alguns segundos.

“Isso porque esse anel é um rastro dela...”

— Converse com seu pai depois. Com um pouco de esforço, ele te contará tudo, ou pelo ao menos, metade.

As palavras saíram forçadas. Hiroshi queria mesmo dizer tudo para o pequeno, mas esse não era seu papel. Era de Touma. Era de seu pai. O assistente pensava que não convenceria o pequeno, no entanto, Fuyuki aceitou a dica e ainda o abraçou.

Os pequenos braços o envolveram com força e isso arrancou um sorriso de Hiroshi.

— Termos que escolher sua roupa ainda, Fuyuki — sussurrou lembrando-se do seu real motivo de ainda está lá.

 

Hiroshi não demorou para achar uma roupa adequada para o pequeno — até porquê o pai ainda não havia comprado muitas — pelo o curto espaço de tempo. Julgou que um short jeans preto, uma camisa manga comprida estava de bom tamanho e estava bem realmente. Cumprindo o que deveria fazer, desceu as escadas segurando Fuyuki nós braços.

O CEO permanecia no apartamento, perto da porta, mexendo no celular e fazendo expressões que parecia que quebraria a cara de alguém a qualquer momento. No seu limite, distanciou o olhar da tela e suspirou.

— O que aconteceu? — Hiroshi perguntou parado de frente a Touma. O homem apenas ergueu a visão e semicerrou os olhos quando viu o pequeno carregando ainda a aliança.

— Nada — respondeu grosseiro, se virando de costas —, fique com o pirralho até a reunião acabar. Eu sei como você é muito ocupado, mas passarei a noite inteira com ele. Prometo.

O secretário apenas assentiu de forma preocupada. Touma sabia que não era um incômodo ele ficar com o garoto, mas, ainda sim seu pedido saiu como uma súplica.

Seu chefe parecia impaciente ao atravessar a porta e se encaminhar até o estacionamento. Chegando lá, ele deu espaço para Hiroshi acomodar o menino no banco traseiro e fechou a porta.

— Não se intrometa, Hiroshi — Touma não estava fazendo um pedido, mas sim, o ameaçando.

— Quando você irá contar? — Hiroshi cerrou os punhos com força e seu chefe percebeu.

Touma, tomou uma postura mais relaxada, apoiando o braço teto do carro e pendendo a cabeça para o lado. Seus fios acompanhavam o movimento.

— Quando eu quiser — apontou de forma simplista.

O secretário ficou mais aliviado ao ouvir aquilo. De acordo, com o vocabulário do Touma quando eu quiser era na hora certa. Não demoraria muito. Na visão dele, pelo ao menos.

— Aimi iria-

— Não a cite — interrompeu o homem. Sua expressão havia ficado sombria novamente. Hiroshi apenas o seguiu dando a volta para o outro lado, e se sentando no mesmo banco de Fuyuki.

— Pare de fugir, Touma.

Hiroshi sussurrou. E mesmo que as palavras dele tenham se pedido ao vento, seu chefe ainda conseguiu escutar vagamente o que ele disse.

Capítulos
1 1 – PRIMERO ENCONTRO
2 2 – SEGURANDO PELA PRIMEIRA VEZ
3 3 – MEMÓRIAS ESQUECIDAS
4 4 - PRESTE ATENÇÃO
5 5 – DISCUSSÃO
6 6 – UMA LUTA SOBRE A LUZ BRANCA E AZUL
7 7 – CONFIRMAÇÃO
8 8 – DIA CHUVOSO – parte 1
9 8 – DIA CHUVOSO – parte 2
10 9 – ANÉIS
11 10 – FESTA – parte 1
12 10 – FESTA – parte 2
13 11 – DESABAFO
14 12 – VERDADE
15 13 – MESES DEPOIS – parte 1
16 13 – MESES DEPOIS – parte 2
17 14 – SOLIDÃO – parte 1
18 14 – SOLIDÃO – parte 2
19 SEGUNDA PARTE
20 15 – PRIMEIRO DIA – parte 1
21 15 – PRIMEIRO DIA – parte 2
22 16 – SONO – parte 1
23 16 – SONO – parte 2
24 17 – DIÁRIO – parte 1
25 17 – DIÁRIO – parte 2
26 18 – PREJUÍZO – parte 1
27 18 – PREJUÍZO – parte 1
28 19 – FAMÍLIA – parte 1
29 19 – FAMÍLIA – parte 2
30 20 – QUEDA – parte 1
31 20 – QUEDA – parte 2
32 21 – DESLIZE – parte 1
33 21 – DESLIZE – parte 2
34 21 – DESLIZE – parte 3
35 22 – TÃO VICIANTE – parte 1
36 22 – TÃO VICIANTE – parte 2
37 22 – TÃO VICIANTE – parte 3
38 23 – FOLGA — parte 1
39 23 – FOLGA – parte 2
40 CAPÍTULO 24 – DESCONHECIDO – parte 1
41 CAPÍTULO 24 – DESCONHECIDO – parte 2
42 CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 1
43 CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 2
44 CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 3
45 CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 1
46 CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 2
47 CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 3
48 EPÍLOGO
Capítulos

Atualizado até capítulo 48

1
1 – PRIMERO ENCONTRO
2
2 – SEGURANDO PELA PRIMEIRA VEZ
3
3 – MEMÓRIAS ESQUECIDAS
4
4 - PRESTE ATENÇÃO
5
5 – DISCUSSÃO
6
6 – UMA LUTA SOBRE A LUZ BRANCA E AZUL
7
7 – CONFIRMAÇÃO
8
8 – DIA CHUVOSO – parte 1
9
8 – DIA CHUVOSO – parte 2
10
9 – ANÉIS
11
10 – FESTA – parte 1
12
10 – FESTA – parte 2
13
11 – DESABAFO
14
12 – VERDADE
15
13 – MESES DEPOIS – parte 1
16
13 – MESES DEPOIS – parte 2
17
14 – SOLIDÃO – parte 1
18
14 – SOLIDÃO – parte 2
19
SEGUNDA PARTE
20
15 – PRIMEIRO DIA – parte 1
21
15 – PRIMEIRO DIA – parte 2
22
16 – SONO – parte 1
23
16 – SONO – parte 2
24
17 – DIÁRIO – parte 1
25
17 – DIÁRIO – parte 2
26
18 – PREJUÍZO – parte 1
27
18 – PREJUÍZO – parte 1
28
19 – FAMÍLIA – parte 1
29
19 – FAMÍLIA – parte 2
30
20 – QUEDA – parte 1
31
20 – QUEDA – parte 2
32
21 – DESLIZE – parte 1
33
21 – DESLIZE – parte 2
34
21 – DESLIZE – parte 3
35
22 – TÃO VICIANTE – parte 1
36
22 – TÃO VICIANTE – parte 2
37
22 – TÃO VICIANTE – parte 3
38
23 – FOLGA — parte 1
39
23 – FOLGA – parte 2
40
CAPÍTULO 24 – DESCONHECIDO – parte 1
41
CAPÍTULO 24 – DESCONHECIDO – parte 2
42
CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 1
43
CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 2
44
CAPÍTULO 25 – MISTÉRIO – parte 3
45
CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 1
46
CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 2
47
CAPÍTULO 26 – PERDÃO (許し) – parte 3
48
EPÍLOGO

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!