— Você... — ela abaixou a perna, e seus olhos azuis claros ficaram sem vida. Mostrando sua indiferença — O que quer?
Era um homem alto, possuía a pele beijada pelo o sol, olhos lilás, cabelos negros; robusto. Usava neste momento uma jaqueta preta, calças jeans azul marino, que em um dos bolsos havia uma corrente, por baixo da jaqueta uma blusa justa preta, e botas.
Um sorriso malicioso surgiu em seu rosto.
— O que faz aqui tão tarde da noite?
— Não é da sua conta, otário — Aimi responde fria.
— Não seja assim, Aimi-chan — o sorriso sarcástico não saia do rosto do homem.
— Não me chame assim — ela pediu cerrando o punho. Estava difícil segurar sua raiva. Seu dia já não estava muito bom, e acabara de piorar com este encontro.
— Mas você parecia gostar naquela noite. Na minha casa — seu tom zombeteiro ficou mais forte.
— Seu desgraçado! — Aimi socou a cara do homem a sua frente. Fazendo retroceder alguns passos. — Naquela noite foi um erro! Porque você não entende isso, Kou!
Aimi pulou para atingir a cabeça do homem, para que ele pudesse cair, mas ele segurou sua perna antes. Perdendo o equilíbrio, o rosto da mulher quase atinge o chão, no entanto ela se equilibra com um dos braços. Usando a outra perna, ela consegue atingir o Kousuke. Ficando zonzo, ele solta Aimi. Aproveitando a deixa, ela se levanta rapidamente e começa a correr mais uma vez. Atravessando o beco, a mulher vai em direção ao uma rua com pouca iluminação. Vira a esquerda, avistando um prédio branco, ela desacelera. Subiu as escadas, pois o elevador estava quebrado. Parando no quarto do número 315, Aimi para um momento. Observa os pingos de agua caindo lentamente das pontas de seu cabelo, e o chão molhado por causa de suas roupas. Riu nervosa com situação em que se encontrava. Alcançou as chaves que estavam no bolso do casaco que portava e adentrou no espaço. Encostou as costas na porta, e escorregava seu corpo lentamente até o chão.
— Você não é filho daquele homem, eu sinto — ela diz colocando a mão sobre sua barriga. Ela rir em seguida — E o seu pai...bem, ele não pode descobrir sobre você. — ela se abraça antes das lágrimas caírem — Eu sinto muito, minha criança, muito mesmo.
...21:40PM...
Confuso com a pressa da mulher, Hiroshi pegou o elevador, subindo para o último andar. Sendo este propriedade de Touma. O andar inteiro lhe pertencia, porém, não só havia ele morando. Aqueles que moram no mesmo andar que o seu pagam o aluguel normalmente, o fato dele ser o dono não muda as regras.
Atravessando o corredor com calma, o homem dos fios negros se assusta quando vê a porta do apartamento de seu chefe aberta.
E se ele tivesse indo atrás da Aimi?
Acelerou os passos, e adentrou no espaço, suspirou aliviado em ver o homem dos fios prateados deitado em seu querido sofá, no entanto; ficou triste a situação em que Touma se encontrava.
A pequena banca que sempre havia uma montanha de papelada, estava repleta de garrafas de vinho. Algumas vazias e outras cheia. Seus olhos roxos encontravam-se cheios de melancolia, seus fios mais bagunçados, e segurava uma garrafa de vinho em sua mão esquerda.
— Você vai beber tudo isso sozinho, Touma? — Hiroshi fechou a porta, e encostando-se na mesma, cruza os braços. Nenhuma resposta foi emitida do outro lado, e Hiroshi ficou irritado. Não havia nada que o irritasse mais do que isso.
— Sim. Esqueceu que não fico bêbado tão rápido — Touma respondeu, levando a garrafa até sua boca. Bebendo de uma vez uma grande quantidade do líquido.
Hiroshi suspirou decepcionado com o homem. Descruzou os braços, e foi onde Touma se encontrava. Inclinou-se e arrancou a garrafa da mão dele.
— Se afundar em álcool não resolverá seus problemas! — Hiroshi aconselhou. Em resposta Touma apenas bufou irritado.
— Droga, Hiroshi! Eu sei muito bem disso, então, por favor, deixe-me só... — pediu cobrindo sua visão com um dos braços, pelas as brechas olhou para o lado e lembrou das bebidas. — E claro, com as bebidas. Elas vão ser minhas companheiras desta noite.
O homem dos olhos azuis marinhos, retirou os óculos. Os colocando sobre a mesa, sentou-se na poltrona ao lado do homem de cabelos acinzentados.
— O que está fazendo? — Touma perguntou com uma leve irritação.
— Vou me juntar a você. Não está vendo? Ou já está bêbedo o suficiente para não enxergar direito? — ele toma um gole da bebida e rir em seguida.
— Não preciso da sua companhia, secretário.
— Não estou aqui, na sua frente como secretário, mas sim, como seu melhor amigo e um ótimo ouvinte. O que aconteceu? Deve ser bem sério, já que fez você ingerir álcool. Você odeia — Hiroshi ficou com uma expressão séria. Touma apenas se levantou do sofá, ficou de joelhos na frente do homem, e apoio sua cabeça entre as pernas de seu melhor amigo. Hiroshi deixou a garrafa de lado, em seguida, com as pontas dos dedos acariciava os fios prateados.
— Eu a perdi — começou Touma e Hiroshi permaneceu calado. — Eu não exatamente gostava dela, e muito menos ela gostava de mim. Nós brigamos...como sempre, porém, dessa vez parecia diferente. Aimi estava sempre chegando depois da meia-noite, e sempre com hematomas espalhados pelo o corpo. Ela achava que eu não sabia, mas eu sabia de tudo. Pensei em deixar isso de lado, pois não era da minha conta o que ela deixava ou não de fazer. Todas as outras marcas eram de briga, e nem muito sérias, mas hoje ela estava com um corte na perna esquerda.
— Como você sabia?
— Aimi estava caminhando estranho.
— E depois? O que você fez?
— Eu disse a ela para não sair mais, depois das nove horas. Após isso ela insistia em sair, até que, no fim ela me deu um tapa.
— Aimi-san te bateu?! — Hiroshi exclamou surpreso. Touma apenas confirmou com a cabeça. Seu melhor amigo, percebeu Touma apertando com força os lábios, na forma de segurar o choro. — Pode chorar, Touma. Fará você se sentir melhor.
Sem demora, Fudou, deixou suas lágrimas caírem e Hiroshi ficou o resto da noite ao lado de seu amigo. O consolando. Era a primeira vez que o via seu lado frágil.
— Eu a perdi, Hiroshi — falou com a voz embarcada. — Ela nunca vai voltar...
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Atualizado até capítulo 48
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