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Passamos pelo grupo de lobos caminhando lado a lado, enquanto o pessoal comemora o que acreditam ser mais uma vitória. Faço o que posso para manter meu sorriso confiante até estarmos todos no interior da casa, fora dos olhares esperançosos de nossos amigos.

Hati me pega nos braços assim que pisamos no hall, subindo as escadas depressa com os outros dois atrás de nós. Fico feliz com o cuidado que ele têm por mim, e aproveito a proximidade para observar seu rosto com atenção.

— Você foi muito imprudente. Eles poderiam ter te matado se Skoll não fosse me buscar, sabia?! - murmuro para ele, com os braços cruzados sobre o peito. - Não faça aquilo nunca mais, entendeu?

— Olha só quem fala... Não sou eu que estava em recuperação de um veneno mortal. - ele fecha a cara, na olhando de volta para mim. - Você não precisava ter se envolvido.

— Claro que precisava!! Ou você acha que eu iria ficar assistindo você se machucar?! Lobo idiota.

Ele me observa pelo canto dos olhos, mas não diz mais nada. Apenas sinto quando seus braços me seguram mais perto de sí, um leve sorriso estampando seu rosto.

......................

Saio do chuveiro enrolada na toalha, me espantando ao ver Hati sentado na minha cama com uma caixa de primeiros socorros no colo.

— Não me olha desse jeito. Alguém vai ter que te ajudar com os curativos.

— E é obrigatório que seja você? - ergo uma sobrancelha para ele, indo até o armário pegar um conjunto de roupas íntimas.

— Aesmir está ocupada lidando com o pessoal lá embaixo, e você não vai querer a ajuda do Skoll, ele é terrível com curativos.

— Você poderia pelo menos ter me avisado que estava aqui, ou esperado do lado de fora até que eu terminasse de me vestir.

— Desculpa. Eu me esqueço que a senhora não têm a audição apurada de um lobo. - ele fica vermelho, virando de costas para mim na tentativa de me dar privacidade para me vestir.

— Não fique se achando com seus super sentidos, eu ainda sou mais poderosa.

Visto uma camiseta e shorts rapidamente, indo me sentar ao lado de Hati e cutucando seu ombro. Ela vira a cabeça na minha direção muito rápido e quase caio para trás. Ele começa a rir da minha cara.

— Se for pra ficar rindo de mim, pode cair fora, seu cachorro!! - cruzo os braços, estreitando os olhos em sua direção.

— Certo, certo. É uma feiticeira sensível, já entendi. - ele abre a caixa e começa a cuidar dos cortes nas minhas mãos e a ferida reaberta na minha perna. Sua expressão se torna mais séria a medida que se concentra na tarefa. - Imagino que nós iremos partir em breve, não?

— Nós? - olho para ele confusa.

— Você não está mesmo pensando que vai atrás de Fenrir sozinha, certo? - ele ergue o olhar da minha mão agora enfaixada e morde os lábios. - É claro que eu vou com você. Seria uma vergonha deixar que resolva todos os nossos problemas sozinha.

— Se você diz...

Neste momento somos interrompidos por Skoll e Aesmir batendo na porta. Rapidamente, guardamos tudo de volta na caixa de primeiros socorros e deixamos o quarto, indo nos reunir todos na biblioteca outra vez.

— Conseguimos algumas informações que parecem ser úteis, e tivemos algumas idéias de como iremos fazer para recuperar nosso povo e eliminar os licantropos. - Aesmir diz animada, enquanto nos serve canecas de chocolate quente e biscoitos de gengibre caseiros.

— Sim! Mas antes acho bom compartilhar o plano de viagem. Vai ser necessário parar em alguns lugares da terra antes de ir para Bifrost. Até porque vai ser preciso lidar com Heimdall.

— Não vai ser um grande problema... Eu fui embora, mas não é como se todo mundo me odiasse lá, eu acho. - forço um sorriso.

— Certo... - Skoll abre um mapa atualizado da Europa, cheio de letras pequenas e sem desenhos para representar as montanhas, lagos e rios. Ele aponta para um lugar do mapa, olhando diretamente para mim. - Antes de qualquer coisa, devemos ir a Roma. É onde vai encontrar algum sinal de Lupa e respostas sobre sua condição de Emissária.

— Por falar nisso... - Aesmir interrompe, apontando para mim com uma expressão séria. - Aquele lance que você fez. Foi por causa da sua condição de Emissária, não é? Eu vi com os meus próprios olhos as faíscas que saíram das suas mãos. Você estava sem poder mágico.

— Na verdade... Eu ainda estou sem poder mágico. - Estendo a mão para um livro na estante e ele cai no chão com um baque surdo. - Era pra ter explodido.

Um minuto de silêncio se segue até que Hati se pronuncie, em um tom de voz totalmente desprovido de emoções. Ele me olha no fundo dos olhos, impassível.

— E como é que você pretende enfrentar Licaão e seus lobos sem os seus poderes? - ele ergue uma sobrancelha para mim.

— Eu estou sem poder mágico, não inválida. Apesar da minha pouca experiência e de evitar ao máximo combate físico, eu sou uma boa lutadora. - cruzo os braços sobre o peito, voltando minha atenção de novo para Skoll. - Prossiga. Onde mais nós vamos precisar parar antes de atravessar a Bifrost?

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Comments

Valda Martins

Valda Martins

Continua

2024-04-06

0

Rozineide Oliveira

Rozineide Oliveira

está ótima a estória só falta as fotos dos personagens parabéns autora show

2023-08-23

5

Marisa Brito

Marisa Brito

tô adorando a história muito boa.

2023-05-16

0

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