03

As palavras do deus lobo continuam ecoando na minha cabeça mesmo depois de retornar ao porão e ao meu corpo. A verdade é que eu não sei ao certo como libertar ele. Mas eu vou dar um jeito de descobrir isso o mais rápido possível.

Ouço batidas na porta do porão assim que termino de vestir minhas roupas cotidianas e apagar as velas. Do lado de fora, os dois meninos lobos me esperam lado a lado, com olhares ansiosos e determinados.

— Escuta, nós temos um plano, mas precisamos da sua ajuda. - Skoll começa a falar antes mesmo que eu feche completamente o porão.

— Muito bem, porquê eu também preciso da ajuda de vocês. - dou uma olhada rápida pelos gêmeos, antes de seguir agilmente rumo ao outro lado da casa, seguida de perto pelos dois.

Assim que nos sentamos na sala de estar, eu faço um relato preciso de minha conversa com Fenrir. Durante toda a narrativa, os garotos me observam maravilhados e escutam com atenção a cada palavra minha. Eu consigo ver o brilho de esperança, confiança e determinação em seus semblantes, e confesso que eu mesma me deixo contagiar por esses pensamentos.

— Você realmente sabe como libertar Fenrir? - Hati me pergunta assim que termino meu relato, parecendo muito impressionado.

— É justamente por isso que preciso da ajuda de vocês. - cruzo os braços sobre o peito, tentando me proteger de sabe-se lá o que. Meu rosto esquentar - Eu não tenho certeza de como fazer isso. A coisa com Lupa deve ter algo a ver com isso, mas eu não sei muito sobre esse assunto também.

— Então, precisamos encontrar a resposta o mais rápido possível. - Skoll sorri para mim, confiante. - E vamos fazer isso juntos.

— O que nos leva diretamente para o plano que nós dois formulamos para recuperar alguns de nossos aliados mais fortes que ainda estão na Vila dos Lobos. - Hati desenrola sobre a mesa de centro o que parece ser um mapa, desenhado às pressas, da floresta e de toda a região de Spell City.

......................

Confiro as mochilas uma última vez e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo alto, observando minhas roupas esportivas pelo reflexo no espelho. O Sol se pôs faz algum tempo, e já está na hora de começarmos a colocar o plano dos gêmeos em ação.

Encontro com eles do lado de fora da casa, e entrego para os dois suas mochilas enquanto fazemos a revisão final de todo o plano. Por fim, nós seguimos os três juntos na direção da Vila dos Lobos, lado a lado, com olhares determinados e sentidos atentos.

Assim que chegamos em uma distância suficiente do vilarejo para que todos os lobos sintam nossos cheiros e escutem nossas respirações, nós nos separamos. Os gêmeos se dividem no interior do vilarejo, afim de encontrar seus aliados, após eu os cobrir com pó de ervas mágicas para disfarçar seus cheiros.

Cada um deles deixou sua camisa comigo, amarradas na alça da minha bolsa. Eu espero pacientemente no alto de uma árvore, usando minha magia para manter os galhos firmes sob o meu peso. Em apenas alguns minutos eles estão bem abaixo de mim, grandes lobos negros farejando o ar ao redor em busca de suas presas.

Silenciosamente, pesco dois pequenos frascos de vidro coloridos do interior da mochila, e com um movimento ágil, atiro os itens entre os lobos. Eles se quebram imediatamente ao atingirem o chão, liberando uma névoa violeta espessa e perfumada.

A confusão dos lobos é exatamente como o planejado, e sem dar tempo para que se recuperem, eu murmuro as palavras do feitiço e faço videiras crescerem do chão. As plantas se enrolam e prendem os animais depressa, enquanto eles rosnam e lutam, em vão.

Com meus olhos e mãos brilhando em uma luz verde neon, eu retorno ao chão. É o tempo exato de o líder dos lobos negros chegar por trás e acertar suas garras na minha coxa, me derrubando no chão com um ferimento profundo. Eu grito, perdendo minha concentração e o controle da magia que estava usando.

— Onde eles estão?! - O líder dos lobos ruge acima de mim, mostrando suas presas e garras com ferocidade.

Diferente de Fenrir e dos gêmeos, os lobos negros todos andam em duas patas quando transformados, em uma forma humanoide. Além disso, eles espumam pela boca e parecem demônios. Completamente assustadores.

Meu coração quase salta pela minha boca quando ele se lança na minha direção, e eu faço o que posso para alcançar a adaga, mas a dor na minha perna me deixa lenta demais.

— Afaste-se!! - Berro em plenos pulmões, desesperada, e uma onda poderosa de dor atravessa meu corpo.

O lobisomem continua vindo até mim, mas é lançado para trás violentamente em um segundo. Ele se choca contra uma árvore e gani de dor, rosnando ameaçador na minha direção.

Arfando, eu me esforço em conseguir levantar, apenas para me ver cercada pelos lobisomens, que se erguem muito altos perto de mim. Sinto uma leve vibração na marca de pata do meu pescoço e puxo outros frascos dos bolsos da mochila.

— Eu ordeno que fiquem longe de mim! - digo em tom imperativo, alto e claro, antes de jogar os frascos na direção deles.

As bombas explodem em uma luz brilhante com uma leve névoa lilás que coloca todos os lobisomens de joelhos. Aproveito a brecha causada pelas bombas de glicínia e me apresso para longe deles, o mais rápido que consigo com o sangue escorrendo pela minha perna.

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Comments

Maria Medeiros

Maria Medeiros

já estou gostando da história

2024-04-10

0

Valda Martins

Valda Martins

Estou gostando muito

2024-04-06

1

Silvia Araújo

Silvia Araújo

muito bom

2024-01-22

2

Ver todos

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