Nós praticamente entramos em estado e hibernação. Acordei só na terça-feira, ouvindo o despertador.
A manhã de trabalho passou mais lenta que o normal, mas eu amo meu trabalho e as crianças, então não tinha do que reclamar.
Com o fim do turno ainda passei um tempo em sala finalizando o trabalho, evitando ir para a sala dos professores para não correr o risco de encontrar o professor do nono ano, mas surpreendentemente ele bateu na porta da sala quando eu já estava prestes a sair.
— Você sumiu — disse com um sorriso, entrando na sala.
— Er... Estive ocupada.
— Aceita almoçar comigo?
Eu precisava de uma resposta rápida, mas acabei demorando mais do que gostaria para responder.
— Vou para a casa dos meus pais agora, geralmente almoço com minha mãe, meu pai não esta em casa. Quero dizer...
Não era todo dia que eu precisava dispensar alguém. Tinha um total de zero prática, mas sabia precisar esclarecer as coisas.
— Tudo bem então. — O sorriso sumiu de seu rosto.
— Petrus, olha...
— Tudo bem, depois nos falamos. Eu preciso mesmo ir agora — disse ele levantando algumas folhas em mãos, já dando alguns passos trás, se afastando.
Por um lado me sentia aliviada, mas por outro era incômodo que ainda não tivesse esclarecido tudo com ele. Não queria deixar brecha para nada parecido ao selinho que me deu na porta de casa.
Saí da escola direto para a casa de meus pais, onde encontrei mamãe na cozinha.
— Não sei como encontra tempo para cozinhar, podia comprar quentinha — falei indo até a geladeira pegar uma garrafa d'água, mas no caminho fui surpreendida com o pano de prato que chicoteou em minhas costas. — Aí!
— Por que não foi trabalhar ontem? E o que fazia saindo de um ônibus vindo da capital em pleno meio dia?
— Por Deus, a máfia da fofoca nessa cidade foi longe demais!
— Luiza, Luiza, você conta essa história direito.
— Não tenho que explicar nada, sou adulta mãe. — Ela novamente bateu em mim com o pano de prato. — Mãe! — reclamei, alisando meu braço. — Ok, fui com a Tália até a capital, no domingo.
— Fazer o quê?
— Mãe, eu sou adulta, tá?
Ela até abriu a boca para falar alguma coisa, mas meu pai entrou na cozinha bem na hora. Era bem raro ele almoçando em casa durante a semana, mas por coincidência nos encontramos e foi bom, afinal fazia dias que não nos víamos, algo bem raro de acontecer e só se devida pelo fato de mamãe estar evitando que ele fosse me visitar.
Fui pega em seu abraço de urso antes de ir ajudar minha mãe a botar nosso comer.
Sentamos ao redor da mesa e começamos a conversar enquanto almoçavamos. Eu nem sabia, mas tinha sentido falta de algo tão trivial.
— Preciso voltar logo, o Jorge se demitiu — dizia meu pai com a boca cheia. — Temos trabalho em dobro.
— O que deu nesse homem? — perguntou minha mãe.
— Eu ouvi uns boatos lá, mas não sei não.
— Que boatos?
— Parece que descobriram que ele é baitola, fizeram piada e brigou com o chefe.
Eu apenas ouvia aquela conversa.
— O Jorge filho da Cleide é viado? — perguntou minha mãe, alarmada. — E ele pediu as contas por quê?
— Eu lá sei dessas coisas!
Levantei da cadeira levando meu prato até a pia. Não queria ouvir aquela fofoca inútil, mesmo assim era impossível.
— Mas sempre imaginei mesmo — continuou meu pai. — O menino tinha aquele jeito de baitola desde pequeno. Foi até bom que saísse, ele andava pra cima e pra baixo com o filho do Júlio, iam acabar comentando.
— E quanto a mim, pai? — perguntei largando a louça na pia e virei para eles que me olharam. — Tenho jeito de quê?
— Luiza... — Minha mãe me repreendeu com o olhar.
— Não, porque todo mundo de repente se torna expert em julgar a sexualidade do outro pelo jeito, por isso ou aquilo! E quanto a mim? Tenho jeito de hétero desde pequena? Será que se o Jorge andasse comigo iam começar a desconfiar que ele é hétero?
Meu pai ficou com a testa franzida e minha mãe movia a cabeça negativamente.
— O que deu nela? — Ouvi meu pai perguntar, quando já saía.
— Filha? — Minha mãe chamou quando eu já reunia meu material encima do sofá. — Deixa isso pra lá!
— Até quando?
— Não tem necessidade de falar sobre isso com ele agora.
— A senhora não entende que vocês são importantes pra mim e preciso que saibam exatamente quem sou? Também não quero que sejam as pessoas que apontam o dedo para os outros. Eu sei que eles vão apontar de volta para nós, de forma dura, mais cedo ou mais tarde, porque é inevitável em Irenoi.
Ela nada disse, então eu apenas saí.
Durante a tarde tinha reunião, mas cheguei em casa antes das cinco, onde não encontrei Tália.
Abri as janelas, liguei a televisão, reguei minhas plantinhas, varri a casa e guardei a roupa limpa, tudo antes de tomar um banho demorado e vestir algo confortável.
Estava colocando o frango para descongelar, cantarolando a música que vinha da TV, quando fui surpreendida por um abraço por trás que me fez sorrir de orelha a orelha.
— Parece que não te vejo há dias — falei fechando os olhos enquanto ela apoiava a cabeça em meu ombro.
— Eu quero dizer que parece exagero, mas depois de ficar entediada em casa, a sensação que tenho é que nos vimos a pelo menos um ano.
Eu ri alto.
— Exagerada! — Virei ficando de frente para ela, me apoiando na pia enquanto puxava seu corpo para próximo ao meu e foi inevitável beija-la de uma vez. Parecia estar vivendo um sonho. O melhor sonho da minha vida. — Onde estava? Resolvendo sobre a casa? — perguntei após selar nossos lábios e ela confirmou.
— Comprei algumas frutas na quitanda. Corta pra mim?
Observei encima da mesa uma melancia pequena, laranjas e goiabas. Cortei então a melancia em cubinhos enquanto ela observava meus dotes com uma faca, como se fosse uma chef de cozinha habilidosa.
Como eu nunca percebi antes? Ela tinha com certeza o mesmo olhar que eu carregava no rosto sempre que a observava distraída por alguns minutos.
Eu nunca soube o que era sentir algo como isso. Gostar tanto de alguém e ser correspondida.
Estava no ápice de felicidade enquanto levava um pedaço de melancia até a boca dela. Logo depois apoiei o braço na mesa observando o quanto é linda.
— Você é muito gay — falou Tália de repente.
— Eu sou? — Franzi o cenho.
— Estou amando isso. — Ela pegou minha mão livre e levou até o próprio rosto fechando os olhos a seguir. — Nós somos. — Quando voltou a abrir os olhos continuou segurando minha mão, mas estava séria. — Então, como foi seu dia?
Eu suspirei antes e pegar um cubo de melancia enquanto contava sobre ter ido almoçar com meus pais, mas não contei sobre a conversa desnecessária que tivemos. Falei um pouco sobre a escola, mas não contei sobre Petrus. Não queria que nada externo atrapalhasse nosso momento.
Estava quase escurecendo quando recebi uma ligação de vídeo, era Victoria e Thomas. Eu e Tália sentamos no sofá, vendo os dois na varanda do hotel. Lá já era noite.
Devido ao ângulo do telefone era possível ver as luzes da piscina lá embaixo. Aparentemente o lugar era lindo.
— Está tentando nos fazer inveja? — perguntei enquanto Victoria levantava o celular ainda mais para vermos além de sua cabeça.
De fato o hotel era incrível.
— Pra quê passar inveja? É só casar e vir também! — disse ela.
Tália riu se aproximando mais e apoiou a cabeça em meu ombro, algo que fez Thomas e Victoria trocarem olhares.
— Algo me diz que não está tão longe — disse Thomas.
— Tenho que confessar que o empurrãozinho da Vic no casamento foi o começo de tudo — falei.
E mesmo não tendo explicado direito foi suficiente para Victoria sorrir de orelha a orelha, levando uma mão a boca.
— Aconteceu? — gritou ela. — Meu casal aconteceu Thom! — O marido ria com aqueles olhinhos brilhantes e os caixinhos loiros balançando enquanto ela sacudia seu corpo.
— Para de exagero! — falei.
— Eu juro que não tinha entendido o motivo do buquê — confessou Tália.
— Você é lenta a esse ponto? — perguntei virando o rosto para ela que levantou a cabeça e me olhou.
— Só não passava por minha cabeça que você quisesse algo comigo.
— Como não querer algo com você? — Sorrimos e ela já vinha me dar um selinho quando ouvimos o pigarrear de Thomas e Victoria.
— Com licença — disse Vic. — Acho que vamos deixar o casalzinho em lua de mel a sós.
— Para de besteira e conta como está sendo a viajem! — exigi.
Ouvimos sobre os passeios que fizeram e lugares que conheceram. Me deu até vontade de viajar também, algo que nunca tinha feito, não para muito longe.
Quando nos despedimos, eu mal desliguei e Tália me atacou, beijando meu pescoço em algo que começou como uma brincadeira me fazendo rir, mas em determinado momento meu corpo reagiu diferente e eu acho que o dela também porque parou e me olhou nos olhos.
— Eu realmente odeio esse gesso — disse. — Não me sinto nada atraente com isso.
— Pra mim você parece ótima. — Ela riu. — Estou falando sério.
— Pareço ótima? — Franziu o cenho.
— Você é gostosa, Tália — falei desviando o olhar, ficando com o rosto quente só de pronunciar aquelas palavras. — Todas as vezes que te ajudei a se despir foi bem difícil não parar e apreciar cada parte do seu corpo. — Eu não conseguia olhar para ela enquanto dizia aquilo. — O gesso é só um detalhe. Sei que está te incomodando, mas... — Me calei quando ela puxou meu rosto e beijou minha boca.
Devagar senti ela ficando de joelhos no sofá e segurei em sua cintura para que viesse para cima de meu corpo. Sua boca largou a minha e ela desceu o rosto para meu pescoço, onde seus lábios quentes e molhados distribuíram beijos me fazendo suspirar fechando os olhos. Instintivamente minhas mãos foram para a bunda dela. E que bunda. Eu fechei mão ali e foi como se estivesse no céu, podendo finalmente apertar aquela mulher junto a mim, precionando seus quadris contra os meus, algo que me fez sentir uma pontada entre as pernas e engolir em seco.
A mão livre de Tália deslizou por cima de meu seio sobre a blusa e meu mamilo logo ficou rijo. O incomodo entre minhas pernas era crescente a cada pequeno toque da mão e os lábios dela que parou de repente, me olhando.
— Eu acho que você tem um trabalho a fazer — disse me fazendo sorrir mordendo o lábio inferior, ao perceber que se referia a nossas roupas.
— Tália eu...
— Luiza, só tira a roupa vai — pediu, quase exigiu na verdade, já levantando a barra de minha blusa.
Não tinha como dizer não. Eu tirei minha blusa na mesma hora e ela me olhou de um jeito que me deixou completamente sem jeito. Sua mão tocou meu seio com delicadeza, como se estivesse estudando a sentindo a textura de minha pele, me fazendo arrepiar. Novamente engoli em seco, mas voltei a fazer o que precisava, segurei a barra de sua blusa e com jeitinho consegui me livrar da mesma, logo depois abri o sutiã dela e nos livramos dele. Eu entendi perfeitamente seu olhar sobre mim quando tirei sua blusa.
— Você é perfeita — falei olhando daquele par e seios lindos diante de meu rosto.
Tália sorriu levantando do meu colo, ficando em pé à minha frente e eu devagar abri seu short. Me sentia ansiosa e desejosa, olhando a calcinha onde segurei as laterais e deslizei de devagar. Naquele momento me bateu uma Insegurança boba, mas Tália segurou meu rosto e se inclinou, logo beijando minha boca, voltando para cima de mim.
O pulsar entre minhas pernas foi bem mais intenso quando minha mente estava consciente de sua nudez e minhas mãos tocaram sua pele. Deslizei uma por suas costas enquanto a outra se atrevia a apertar a bunda com mais força do que o esperado. Meu coração estava tão acelerado que eu pensei seriamente que teria um troço, mas o desejo em meu corpo era maior que o medo de não dar conta.
— Fica calma — pediu parando o beijo, sua mão acariciando a lateral de meu rosto. — Fecha os olhos. — Eu umideci os lábios antes de fazer o que disse. — Agora sente o quanto estou molhada.
Tália pegou um de meus braços e levou minha mão até entre suas pernas. Meus dedos tocaram a unidade e foi impossível evitar o suspiro que escapou. Ela deslizou meus dedos até o próprio clitóris e os moveu de maneira circular. Ouvi seu gemido e meus olhos se abriram na mesma hora. Ela soltou meus dedos e apoiou o braço em meu ombro, rebolando os quadris em meus dedos que continuei esfregando.
Que visão perfeita. Que mulher perfeita.
Tália gemeu fechando os olhos, jogando a cabeça para trás e eu instintivamente cobri seu mamilo com os lábios. Chupei devagar e lambi mais devagar ainda.
— Isso Luiza... Continua... Mais... — pediu entre gemidos e eu intensifiquei os movimentos dos meus dedos.
Tália prendeu meu corpo entre as pernas e eu nunca tinha me sentido tão poderosa quanto no momento em que senti seu corpo estremecendo em meus braços. Ao meu ver nem tinha feito nada demais, mas só de saber que consegui faze-la gozar me fez sentir sortuda e capaz de qualquer coisa a partir dali.
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Atualizado até capítulo 25
Comments
sua crush? ~ ♀️🔞
autora, ontem fui procurar uma fic pra eu ler ... até que achei, vi uns hot de outras autoras, mas n me sentia nada enquanto lia os hot kkk mas quando leio os seus hot ..... MDS, sinto um treco aki Muié rs, SLK suas histórias são diferentes e qualquer pessoa se excita lendo seus hot rs, n estou sendo tão tímida enquanto dígito isso, mas o hot é tão bom que faz a gnt sentir umas coisas na barriga, as vzs fico tão focada neles que fico imaginando cada coisa rs, vc é diferente em fzr essas cenas rs!! obgda a cada hot que vc faz pra cada personagem 🤌🔥
2023-04-29
4
A.Maysa
UAU que capítulo
2023-02-27
1
daniele cleffs da silva
Adorei ficou ótima a história continua 😍😍😍😍
2023-02-27
1