Fofa ?
Aquela palavra pequena e inocente permaneceu em minha mente.
Enquanto me arrumava para sair, me olhei no espelho analisando meu rosto. Afastei um pouco a franja antes de passar um pouco de batom clarinho, logo depois peguei o bucket sobre a cama, coloquei na cabeça e saí rapidamente.
Por coincidência assim que cheguei na varanda avistei Tália saindo da pensão. Desci praticamente correndo, a tempo de encontra-la ao pé da escada.
— Estamos combinando — falei apontando para sua roupa que.
— Crochê — comentou com um sorriso, colocando óculos no rosto. — Pronta?
Confirmei e nós duas seguimos subindo até a rua principal, falando sobre a sorte do dia, que era o sol estar atrás das nuvens.
De longe avistamos o ônibus que chegava no ponto e eu alertei que ele não era de esperar.
— Vamos logo então! — disse ela segurando em meu pulso, me arrastando junto, quase correndo.
Eu apenas ri de sua pressa enquanto tentava acompanhar seu ritmo.
Subimos a tempo, nos acomodamos ofegantes, nos abanando.
Tália contou que vendeu o carro antes de se mudar, mas tinha planos de comprar um novo assim que conseguisse se estabelecer na cidade.
— O que está achando de Irenoi? — perguntei.
Nessa altura já estávamos menos cansadas e na metade da viagem.
— É uma cidade linda. Tem seus contras, mas até agora não me arrependi.
Seguimos conversando durante a viagem que durou em torno de quarenta minutos.
Lírio não é uma grande cidade, mas tem mais opções de lazer e compras que Irenoi.
Tália queria comprar algumas roupas de cama para a casa nova que ainda nem tinha comprado.
— Também preciso de calçados e umas blusas — comentava enquanto seguiamos até a praça principalmente, o coração da cidade, onde localizava-se a feira.
— Você gosta de brechó? — perguntei.
— Nunca comprei em um.
— Encontro boas peças em um aqui — falei já avistando as primeiras barracas. — Topa analisar? — Ela confirmou e nós demos início às compras.
Tália escolheu as roupas de cama bordadas, que eu escolheria, os calçados que eu compraria e até mesmo as blusas que comprou foram todas aprovadas por mim. Ela assustadoramente tinha um gosto muito parecido com o meu, apesar de ser mais do tipo que usava uma saia longa e cropped em tom creme, enquanto eu ainda preferia um bom e curto short jeans cintura alta e minha blusinha cor de rosa, de crochê.
Nós rodamos bastante e ficamos cheias de sacolas, todas dela por sinal.
— Nossa, tá quente — comentei quando finalmente íamos comprar a vara de pesca de meu pai.
Eu não fazia idéia de como andar com aquilo, por isso deixei por último.
— Que tal um sorvete antes? — propôs gesticulando com a cabeça em direção a sorveteria e eu sorri confirmando.
Seguimos até lá e após fazer nossos pedidos fomos até uma mesa com vista para a cidade, onde me distrai observando enquanto comia.
— Quer? — perguntou Tália de repente, esticando a colher em minha direção.
Eu confirmei, logo provando o sorvete dela.
— Prova — falei levando a colher até a boca dela que provou e logo em seguida sorriu confirmando que era bem melhor.
— Faz tanto tempo que não passo um tempo assim... — Ela começou a falar, mas pareceu que um botãozinho em minha mente havia sido desligado e tudo o que eu conseguia fazer era analisar seus gestos, as mãos se movendo, o sorriso e o jeito, enquanto falava. — Luiza? Tudo bem?
— D-desculpa. — Baixei a cabeça olhando meu sorvete que derretia no copo, logo depois olhei para ela que tinha o olhar confuso, me encarando. — Tudo bem! — garanti. — Só estava pensando se vou encontrar a vara de pesca.
— Já passa das cinco, acho melhor irmos logo, antes que a loja feche.
Ela deu uma última colherada no sorvete e inclinou-se para pegar as sacolas.
— V-você quer jantar comigo? — perguntei rapidamente. — Lá em casa.
— Você vai chegar cansada...
— Não sei preocupa comigo. — Movi as mãos chacoalhando diante dela que sorriu. — Vou fazer macarrão. É rápido e fácil. Se você tiver planos para o jantar, tudo...
— Que tal comprarmos um vinho para acompanhar? — sugeriu e eu sorri confirmando, quase saltando da cadeira, indo pegar as sacolas.
A vara de pesca acabou sendo mais barata do quê imaginei. Por sorte não foi difícil achar.
Nós atravessavamos a praça principal, seguindo até o ponto de ônibus, quando em meio as barracas da feira surgiu nada menos que o professor, que me viu na mesma hora e sorriu acenando. Até então tudo bem, mas quando percebi sua rapida aproximação, me incomodei.
— Que coincidência — disse se aproximando. — Fazendo compras?
— Ah, é... — Forcei um sorriso.
— Eu também, mas acabei não encontrando o que gostaria.
— Pensei que ensinava no turno da tarde também — comentei.
— Então, precisei sair para comprar algo importante, mas como disse, acabei não encontrando. — Os olhos dele foram para Tália.
Eu os apresentei rapidamente e tentei me despedir logo em seguida.
— Espere, vocês querem uma carona? — perguntou. — Já estou voltando para Irenoi.
— Seria ótimo — disse Tália com um sorriso.
Não era aquele sorriso simpático de sempre que ela olhava para mim. Quero dizer, não era o sorriso que eu costumava ver. Mas era um sorriso.
— Vou pegar o carro no estacionamento aqui perto, não demoro.
Eu e Tália nos olhamos, mas ficamos em silêncio por um tempo.
— Ele parece gostar de você — comentou ela.
— O quê? Não!
— Você realmente não percebeu ou finge não perceber? — Ela arqueou uma sobrancelha e desviei o olhar. — Gosta dele?
— Por que a pergunta? Dei a entender que sim?
— Pelo contrário, não consigo ler muito bem você.
— Me ler?
A buzina do carro chamou nossa atenção e eu quase revirei os olhos antes de seguir até lá. Tália entrou no banco de trás e Petrus foi logo abrindo a porta do passageiro para mim.
Por sorte a viagem de carro é ainda mais rápida. Chegamos no comecinho da noite e foi só acabar de tirar as sacolas do carro, Tália agradeceu e seguiu para a pensão. Meu planos era fazer o mesmo, mas Petrus puxou assunto.
— Tem um barzinho em Lírio que costuma ter música ao vivo toda quarta — comentou ele. — Pensei que...
— Obrigada pelo convite, mas não gosto muito desse tipo de programa. — Olhei em direção a pensão, onde Faliam já havia entrado. — Preciso ir. Obrigada pela carona.
Mal virei e avistei tia Lena com um sorriso, nos olhando. Cumprimentei ela, seguindo para escada.
Assim que entrei em casa me estiquei no sofá, podendo finalmente descansar. Logo depois sentei rapidamente e corri para verificar se tinha ingredientes para fazer o jantar.
— Maldição! — falei percebendo que o macarrão acabou. Olhei ao redor e meus olhos foram para o ímã na geladeira, onde havia o endereço de um restaurante japonês.
Voltei na sala e peguei o celular onde digitei uma mensagem perguntando se Tália gostava de comida Japonesa, mas ela respondeu que traria o jantar. Tentei protestar, mas foi em vão.
Tomei um banho, vesti um roupa confortável e sequei os cabelos enquanto me perguntava que horas ela ia chegar.
Do nada minha mente foi para nossa tarde de compras. Tentei afastar os pensamentos, mas eles insistiam em voltar.
Bati o secador sobre penteadeira e levantei, indo até o celular que peguei e liguei para Victoria.
— Me ajuda — pedi.
— O que aconteceu? — Ouvi um barulho, aparentemente ela derrubou alguma coisa.
— Ei calma, não é um caso de vida ou morte. É só que... Se eu realmente estiver interessada em alguém. O que faço? Porque não sei deixar óbvio. Mas se eu deixar óbvio e a pessoa só quiser amizade? Se estragar?
— Se for a médica investe nela!
— Investir? Ela virou ações da bolsa agora? Fala algo que ajude, por favor.
— O que quero dizer é que ela com certeza corresponderia da mesma forma. Não estou enganada, Lu. Vai com tudo!
— Com tudo pra onde? Não sei mesmo o que fazer.
— Jesus, você é péssima com isso...
— Me dá isso aqui. — Ouvi Thomas dizer. —Luiza?
— Que constrangedor — murmurei e ele riu.
— Desculpa amiga, é que não temos segredos — gritou Victoria lá do fundo.
— Luiza, presta tenção — continuou Thomas. — Um toque inocente, um sorriso e até uma simples troca de olhares, essas coisas pequenas tem grande significado e são o que pouco a pouco deixam claro, tanto o que você, quanto o que a outra pessoa quer. Então só presta atenção nos sinais dela e manda os seus.
— Bom, isso parece menos complicado. — falei sentando na cama. — Obrigada casal.
— Manda ver! — gritou Victoria lá do fundo e eu ri desligando.
Ao contrário do que pensei que seria, não me pareceu o fim o mundo perceber que estava interessada em alguém.
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Atualizado até capítulo 25
Comments
Jérsica Santos
vai lá e arrasa luisa
2024-05-21
0
sua crush? ~ ♀️🔞
fzr oq né, no caso sou igual
2023-04-29
0
sua crush? ~ ♀️🔞
c acha que tá muito assim n Iza
2023-04-29
0