Um Filho Para O Chaebol (ABO)

Um Filho Para O Chaebol (ABO)

Prólogo

   O silêncio no local transformava o som dos passos em algo ensurdecedor. As solas dos sapatos se arrastando pelo chão pareciam perfurar os tímpanos machucados de Dae. Respirando com dificuldade, o mais velho tratou de erguer seus olhos, tentando visualizar onde estava e se encontrando perdido por alguns momentos.

     Sua cabeça latejava dolorida, assim como todo o seu corpo. Tentou se mover, mas notou que seus braços estavam amarrados de maneira brusca atrás de seu corpo. Dae estava aturdido, mas isto não impediu que o desespero atravessasse seu corpo. O mais velho então tentou abrir a boca para chamar por alguém.

     Ele ouvia os passos, sabia que não estava sozinho, mas sem a visão de um de seus olhos e com o outro embaçado, ele não conseguia ver muita coisa. Principalmente se considerasse que onde estava também se encontrava escuro.

     Dae tentou pedir ajuda, mas oque obteve foi uma tosse seca e dolorida escapando de si. O mais velho também sentiu algo inundar sua boca no processo, e o gosto ferroso que a inundou deixou claro que o líquido era sangue.

— Parece que finalmente acordou senhor Kim. - uma voz firme, grave e fria ecoou pelo lugar em um tom dominante que enviou calafrios pela espinha de Dae. Seu coração então, que já batia nervosamente contra seu peito, entrou em um estado frenético de medo.

     Ele finalmente havia se lembrado onde estava. E sua boca já seca, se tornou ainda mais.

     Dae Kim ouviu novamente o som dos passos ecoarem, só que agora mais rápidos e se direcionando para si. Seu corpo tremeu e ele sufocou um grito de dor quando seus cabelos foram puxados para trás e um líquido foi jogado em seu rosto: álcool.

     A bebida ácida adentrou os cortes em sua face e machucados, escorrendo por seu pescoço e cobrindo outras partes de seu corpo. Dae tentou se soltar do aperto do homem, mas o que obteve como resposta, foi um soco forte contra a sua face, o qual o derrubou com tudo. Fazendo-o se chocar com força contra o piso gélido do galpão.

     Ouviu alguns murmúrios, mas os ignorou conforme tentava se voltar para o verdadeiro problema de toda aquela situação: Jihoon Hyun.

     Dae Kim sabia que não traria nada bom mecher com o herdeiro do conglomerado Hyun, assim como também sabia que se envolver com chaebol's não era nada sensato se se fazer. Mas ainda assim, quando a oportunidade apareceu, ele não pensou duas vezes antes de tentar obter alguma coisa através dela.

     Ele engole em seco.

     Morreria ali? Provavelmente.

     Dae tentou ajeitar novamente sua postura, voltando ao estado ajoelhado que se encontrava à momentos atrás. Lágrimas estúpidas escorriam por sua face conforme ele tentava enxergar com claridade o Hyun sentado casualmente sobre uma cadeira simples no meio do galpão. Muito provavelmente passou um tempo esperando para que ele acordasse.

     Kim respira fundo. Ele não conseguia distinguir sequer a forma do corpo do homem, mas sabia claramente que a maneira em que o olhava não era nenhum pouco acolhedora. E quando Hyun se levantou, Dae soube exatamente que aquele era seu fim. Um suspiro escapou do homem com uma presença absurdamente dominante, e apenas este ato foi capaz de fazer o corpo do mais velho voltar a tremer como um louco.

     Dae Kim sabia que era um estúpido, mas aquela situação havia sido o ápice de sua burrice...

Ele tentou desesperadamente se levantar quando notou que o alfa em questão sinalizou algo para o homem ao seu lado a medida que se afastava de si, e Kim soube instantâneamente de que tipo de sinal se tratava quando mãos apertaram seus ombros e o empurraram com força, o forçando a se ajoelhar novamente contra o chão em um ato brusco.

     Desespero escorreu para seu âmago conforme sons de passos de um lado para o outro começaram a encher o galpão. Duas pessoas o seguravam conforme as outras se preocupam, som se sacos ecoou por seu ouvidos.

     Dae sabia que cobriam o chão para que seu sangue não se espalhasse sobre o mesmo, e o desespero voltou a culminar em seu ser quando aqueles que o seguravam o mandaram se levantar.

“Porcaria, não! Não! Não! Não! Não! Eu não posso morrer aqui!”

     Suas pernas automaticamente passaram a trabalhar chutando para os lados conforme ele gritava coisas sem sentido tentando se soltar. E Jihoon, cansado pelo dia que teve, respirou fundo tentando manter o resto da calma que tinha.

     Seus olhos negros e afiados se voltaram para a cena que se desarrolava em sua frente. Dae Kim tentava desesperadamente se soltar das mãos de seus seguranças conforme xingava até sua décima quarta geração.

— Termine isto rápido Min-suk, deixo o controle da situação em suas mãos. - Jihoon diz tranquilo, recebendo uma confirmação da beta conforme tratou de se retirar daquele lugar imundo.

     Seus passos e de Baek — seu secretário — ecoavam suaves pelo local, completamente em contraste com a situação que ocorria no centro daquele local. Definitivamente Hyun não dormiria bem naquela noite.

     O alfa planejava sair daquele galpão o mais rápido possível após ver o estado do peão que ousou colocar as mãos sobre o dinheiro que não lhe pertencia. Mas não foi isto que aconteceu, já que a voz estridente, aguda e machucada do homem que estava prestes a ser assassinado soou altamente pelo local.

     Jihoon parou repentinamente onde estava, voltando sua visão outra vez para o mais velho. O alfa olhava para o mesmo com um semblante levemente confuso.

“Ele havia mesmo dito aquilo?”

     Hyun não soube ao certo se ele havia escutado bem as palavras pronunciadas pelo velho beta, e sua reação repentina despertou os homens que o acompanhavam de seu torpor, os quais pararam imediatamente oque faziam para dar oportunidade ao Diretor.

— O que disse? - a voz firme de Jihoon ecoou pelo o espaço após breves momentos de silêncio.

     Repentinamente o velho havia dito algo estranhamente interessante, infelizmente Hyun não fora capaz de compreende-las com perfeição pois não prestava atenção. E ele esperou até o mais velho conseguir se recompor para pronuncia-las novamente.

— Meu filho... - Dae Kim inicia com pesar e dificuldade. — Meu filho é um ômega Sr. Hyu- uma risada seca escapando de um dos seguranças interrompe a fala arrastada do beta. O qual comenta algo inapropriado que tira risos dos demais próximos à si.

— Provavelmente gostaria de usar o filho como moeda de troca. -  o secretário ao seu lado diz baixo próximo a si enquanto analisava a situação ao todo.

— Quer trocar de lugar com seu filho Sr. Kim? Gostaria que ele levasse o tiro em seu lugar? - a voz doce de uma alfa do outro lado soou, fazendo outra onda de risadas assolar o local. Hyun suspira enquanto ainda esperava pacientemente pela conclusão de raciocínio do mais velho.

— Continue com o que dizia. - Hyun interrompe a interação agressiva de seu pessoal contra o beta mais velho, o qual trêmulo e com medo, voltou o olhar suavemente para ele antes de voltar a desvia-lo.

“Definitivamente um homem miserável.”

— A muito tempo o Sr. Hyun tem almejado um filho, mas infelizmente tem tido dificuldade com isto, não é? - Baek tentou pronunciar algo, mas a mão de Jihoon que sinalizou para que ele ficasse quieto impediu que as palavras escapassem de sua garganta. — Os boatos de que seus genes entram em conflito com os dos ômegas é preocupante. O Senhor já tentou ter um filho diversas vezes, então, porque não tentar novamente? Talvez... talvez o problema seja a capacidade da pessoa em questão, não? - ele continua gaguejando desajeitado. — Meu filho é um ômega senhor. Bem estruturado, ele é um atleta e estudante excelente, com uma boa resistência e porte físico. Quem sabe o senhor consiga obter o que deseja com ele, não? Tentou tantas vezes, tentar mais uma não faz mal, não é Sr. Hyun? - sua voz trêmula e pesarosa soava estranhamente firme. Seu secretário ao seu lado respirou fundo.

     Sim, aquilo foi a coisa mais sem noção que ele já ouviu. Ele estava tentando lhe vender seu filho, mas ainda assim, havia despertado seu interesse.

     Jihoon Hyun era um alfa categoricamente raro, sua posição extra-dominante dificultava diversas coisas, sendo a capacidade de ter filhos uma delas. Embora seu corpo febril fosse indescritívelmente fértil, isso não se refletia aos ômegas que o cercavam. Seus feromônios eram sufocantes, pesados e os alertavam, e o corpo dos mesmos instintivamente rejeitavam o seu e o seu esperma.

     Dae era um filho da puta. Mas estava certo no quesito de que ele podia tentar mais uma vez. Hyun necessitava de um herdeiro, este não era uma discussão, ele precisava de um. E sim, Jihoon tentou diversas vezes tê-los, sendo rejeitado em cada uma das vezes. Mas as palavras do beta lhe atiçaram.

     Talvez ele realmente estivesse indo por um caminho equivocado. Não importava o quão fértil ele era, ainda assim, para uma gravidez e um parto necessitava-se tempo. O qual ele geralmente não dava importância.

     Um suspiro escapa de seus lábios a medida que seus passos o levaram de volta ao mais velho amarrado, machucado e de joelhos no meio do galpão, o qual ergueu o rosto com bruscalidade para enxerga-lo com o mínimo de nitidez.

— Você está praticamente me dizendo que seu filho é capaz de gerar o meu. Compreende isso? - o mais velho engole em seco, concordando levemente depois. E como resposta, uma risada seca e sem emoção escapa de Hyun. — Que bom que pensa assim Sr. Kim, e espero que esteja certo, pois se seu filho não tiver tido o meu em um ano, você definitivamente vai desejar ter morrido aqui. - sua voz soou firme, e acompanhando ela, um calafrio assolou o corpo de Dae Kim.

     Ele estava absurdamente fodido, e como se não bastasse, também havia arrastado seu filho para aquele buraco de merda em meio ao desespero.

     Lágrimas começam a escorrer por sua face com mais avidez conforme outra vez ele ouvia os passos do alfa se afastarem, e aos poucos os apertos em seu corpo serem soltos.

     Sua mente há momentos atrás apenas buscava absurdas alternativas para permanecer vivo, mas agora naquele momento, ele apenas se preocupava se em algum momento, Tae-ho o perdoaria.

Mas no fundo de seu âmago, ele acreditava que não...

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Comments

Asteri✨🪴

Asteri✨🪴

calma gente que agressividade é essa???

2024-10-27

0

Camila Viana

Camila Viana

parabéns, você consegue despertar a curiosidade do leitor. Nessa perspectiva, os leitores não irão conseguir só ler o prólogo, eles irão buscar saber o desfecho.

parabéns novamente!!

2024-08-03

5

Samara Sah

Samara Sah

já tô gostando

2024-07-29

1

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