Capítulo 10

Outra vez Tae-ho respira fundo, agradecendo mentalmente pela adaptação rápida que seu corpo teve em relação à nova situação que o envolvia. O castanho respirava fundo e lentamente como Jihoon havia lhe pedido, mesmo que tudo aquilo ainda fosse incômodo e de certo modo, angustiante.

Tae ainda sentia seus nervos a flor da pele e seus instintos o pedindo para se retirar daquele quarto o quanto antes, mas felizmente aquela sensação não era tão intensa e pavorosa quanto havia sido naquela noite do restaurante.

— Está melhor agora? - a voz baixa de Jihoon soou, fazendo Tae assentir suave enquanto focava sua visão na mesa de cabeceira ao seu lado. — Como se sente?

— Incômodo. - Tae responde sem rodeios. — Ainda tenho uma sensação estranha, quase como se meu corpo e instinto o rejeitasse. Seu aroma estranhamente faz com que eu deseje simplesmente estar o mais longe possível de você. - o castanho conclui, sua voz firme ecoando pelo espaço enquanto suas mãos se apoiavam em suas próprias coxas.

Ele estava sentado sobre a cintura de Jihoon conforme calafrios de alerta atravessavam vezes ou outra sua espinha. Ele definitivamente não sabia o que fazer.

— Sente tontura ou enjôo? - Jihoon volta a perguntar observando o menor com atenção. Ele procurava alguma reação do garoto que o alertasse ou o avisasse sobre seu estado.

— Uma leve dor de cabeça. - Tae responde com suavidade, inconscientemente sabendo que se o mais velho se aproximasse o suficiente, ele provavelmente acabaria tendo alguma crise nervosa.

— Vou começar a tocar você. - Jihoon diz com cuidado e suavidade. — Se sentir algum tipo de tontura ou ânsia me avise, tudo bem? - diante das palavras cuidadosas e olhar afiado do mais velho, Tae concorda, logo contraindo suas pernas por reflexo quando sente toques suaves logo abaixo de seus joelhos.

Jihoon olhava fixamente para o jovem sobre si a medida que deslizava seus dedos por suas pernas. O mais velho observou quando o corpo do castanho se contraiu e suas sombrancelhas se juntaram enquanto sua expressão irritadiça delatava que seu ato era completamente desagradável.

“Respire pela boca, de maneira calma e profunda.”, Jihoon sussurrou esperando que o ômega pudesse suportar a sensação que seu toque lhe trazia antes de mais uma vez, subir suas mãos e segurar com mais firmeza os seus joelhos.

E ali estava, outra vez, aquela sensação nauseante. Tae-ho pediu para que Jihoon deixasse de toca-lo por um momento, e quando o mais velho obedeceu seu pedido, o castanho logo tratou de voltar a respirar — já que parecia que tinha que se lembrar de fazê-lo todas as vezes — enquanto novamente, focava toda a sua atenção no aroma de seus próprios feromônios.

A palma da mão de Jihoon contra sua carne nua era quente, desconfortável. Sua perna formigava a medida que seus dedos escorriam por sua pele enquanto repentinamente e aos poucos, Tae parecia se tornar ainda mais consciente do homem.

O corpo do mais velho era mais robusto, mais largo, o que fazia com que as pernas de Tae estivessem bem separadas uma da outra. Suas coxas pressionavam com firmeza os lados do corpo do moreno enquanto o calor que transbordava do mesmo parecia esquentar — de maneira lasciva — o interior de suas pernas.

Tae-ho fecha os olhos por alguns momentos, permitindo que uma tontura suave o tomasse antes de outra vez, desaparecer deixando somente uma sensação desagradável para trás. Era engraçado, ele parecia não só se adaptar bem naquela situação, como também ao sentimento angustiante que tanto a presença de Jihoon quanto seus toques lhe traziam.

O castanho engole em seco antes de dizer para o mais velho prosseguir, Jihoon duvidou um pouco se deveria fazê-lo já que Tae poderia estar em seu limite, mas ao perceber que o corpo do mesmo havia se relaxado novamente, ele simplesmente continuou.

Suas palmas então se deslizaram suavemente para cima, tocando com suavidade as coxas do castanho antes de tomar as suas mãos e as trazer para sí, beijando-as suavemente antes de leva-las aos seus ombros e as soltando. Entendendo o recado, Tae não as impediu de ficarem alí, se apoiando suavemente contra o maia velho.

— Irei te abraçar, tudo bem? - Jihoon pergunta com quase extremo cuidado, perdindo permissão para o menor antes de fazê-lo.

E Tae, diante do pedido do homem teve certeza que muito provavelmente desmaiaria, mas ainda assim concordou com as palavras do maia velho, logo, passando a sentir as mãos do mesmo abandonarem as suas coxas e passarem a tocar a sua cintura a medida que a rodeava com cuidado, aos poucos, o puxando para si.

A náusea e a tontura, juntamente com uma dor de cabeça infame passou a assolar Tae-ho outra vez, o qual sentiu-se engasgar e ficar aos poucos com falta de ar. Aquilo havia sido demais para o castanho suportar junto com o leve tremor em seu corpo e o receio e repulsa que traspassava sua pele.

O corpo de Tae havia rejeitado por completo aquela aproximação de Jihoon, e ele que notou quase que instantaneamente tal reação provindo do garoto, tratou de quase que imediatamente se afastar do corpo do mesmo.

Jihoon planejava soltar a cintura do mesmo antes de segurar suavemente seu corpo e coloca-lo sentado contra a cama enquanto se levantava em busca de um copo de água para o mesmo. Mas o que recebeu em contra partida havia sido um ato particularmente inusual: Tae-ho havia pressionado seu quadril com suas coxas a medida que afundava seus dedos em seu ombro e pendia seu corpo para a frente, afundando seu rosto contra seu peito.

— Deixemos isto aqui Tae, necessitamos nos afastar. - a voz de Jihoon poderia soar baixa e suave como um aviso, mas ainda assim o tom de surpresa e leve desespero estava ali. Era a primeira vez que alguém ficava tanto tempo próximo de sí, e Hyun temia que algo grave passasse ao menor, o que já aparentava estar acontecendo.

— Quieto. - a voz de Tae soou grave e rasgada pelo ambiente, o tom levemente alto servia para como aviso, assim como suas unhas curtas que aos poucos afundava contra a carne do mais velho em uma vã tentativa de mantê-lo no lugar. — Se você se mover eu definitivamente irei desmaiar. Permaneça quieto por um tempo, necessito apenas respirar.

O coração de Tae batia descontroladamente contra seu peito, assim como sua garganta estava trancada o impedindo de respirar corretamente. Naquele momento Jihoon engole em seco, permanecendo praticamente imóvel no lugar após as palavras do menor.

O coração do mais velho também aparentava dançar freneticamente contra sua caixa torácica a medida que ele sentia os feromônios de Tae se descontrolarem, e a temperatura do corpo do mesmo aos poucos se superaquecer.

Sua mandíbula trava a medida que sua cabeça aparentava agora, dar voltas. O moreno pragueja mentalmente enquanto irritado com sigo mesmo — por conta daquela estúpida ideia de menino de nono ano — tratava de tirar Tae-ho de cima de si no intuito de leva-lo em direção do banheiro.

Já o castanho, que sentia aos poucos Jihoon se mover abaixo de si, não demora sequer um segundo antes de afundar — por reflexo à um choque doloroso que atravessou seu corpo— seus dentes com força contra o ombro do maior.

— Eu falei pra ficar quieto cacete! - sua voz escapa entre dentes, e agora, não só a sua, como também a respiração de Jihoon se encontrava desregulada.

Hyun estava completamente preocupado com aquela situação.

O repúdio que Tae sentiu de sí mesmo quando inspirou o ar próximo do pescoço do homem foi intenso o suficiente para que seu corpo tremesse. O castanho se sentia vulnerável, violado e malditamente frágil. Era um sentimento repugnante e ele detestava isso. Detestava se sentir apenar a porcaria de um "alguém indefeso".

Ele engole em seco.

O jovem Kim contraiu seu corpo quando outra forte tontura e sensação de ânsia e rejeição o tomou. Por reflexo naquele momento, assim como Jihoon que segurou seu corpo com firmeza para que ele não acabasse caindo, Tae simplesmente afundou seu rosto ainda mais contra o pescoço do maior a medida que abraçava seu pescoço com um dos braços, e segurava firme o outro antebraço do homem em forma de apoio.

Tae poderia dizer que aquele maldito ato impensado fez seu nariz sangrar por conta da pressão, sua cabeça girar e seu âmago se distorcer em ânsia conforme seu corpo se contraia em rejeição. Mas o que aconteceu foi completamente diferente ao que ele esperava.

Finalmente Tae-ho podia respirar novamente...

Ao contrário da pressão que a presença e do cheiro incapaz de ser distinguindo que emanava casualmente so corpo de Jihoon e o fazia repudia-lo, ali, naquele lugar próximo da nuca do homem que emanava um distinto aroma suave, serviu mais como quase uma preciosa lufada de ar depois de minutos em baixo da água para o mais novo.

Tae-ho, sentindo quase que instantaneamente seu corpo parar de tremer e o mesmo se acalmar em um passe de mágica, simplesmente respira fundo, permitindo que o ar estranho e repentinamente fresco adentrasse seus pulmões.

O aroma que sentia, embora completamente distinto ao olor de um chá de camomila que acalmava até mesmo os seus ossos, aparentava ter estranhamente o mesmo efeito que ele.

E porcaria, Tae não gostava nenhum pouco de estar tão colado no corpo do mais velho como estava naquele momento, mas ainda assim ele temia se afastar e ter que sentir toda aquela pressão e repreensão novamente.

Então, simplesmente decidindo que estar com o rosto enterrado contra o pescoço de Jihoon era uma alternativa muito melhor, Tae-ho apenas se aproxima o máximo possível do tronco do moreno, descansando seu peso contra o corpo do mesmo enquanto ainda mantinha seu rosto contra seu pescoço.

Sentindo o torso de Jihoon se contrair instintivamente por conta da proximidade de seus corpos, por um momento o castanho pensou em abrir a boca e explicar o que estava acontecendo, mas sua garganta seca o impediu de iniciar a pronúncia das palavras.

Devido à isso e influenciado pelo cansaço, Tae-ho resolveu apenas permitir que Jihoon escutasse sua respiração próxima a seu ouvido a medida que aos poucos, seu corpo se relaxava contra o dele e suas pálpebras já fechadas, o guiava para um sono profundo.

Naquele momento tanto mentalmente quanto fisicamente, o castanho se encontrava exausto.

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Comments

Maria Eliza

Maria Eliza

Tô agoniada pelo o Tea

2024-04-11

1

Maria Eliza

Maria Eliza

Caramba, lá vem ou não.

2024-04-11

0

Erica Jesus

Erica Jesus

bossa, até eu respirei aqui

2024-03-29

0

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