Capítulo 13

Assim como para Alexander a probabilidade de morrer em uma viagem de avião era alta, para Tae-ho era particularmente baixa chegar a encontrar seu melhor amigo que deveria estar do outro lado do país ali, em sua casa.

O castanho parou em pé no meio da entrada da sala da casa de sua mãe apenas para digerir a informação que estava diante de si: Alexander sentado no sofá da sala.

Por um momento Tae-ho piscou algumas vezes, tratando de trazer novamente para si algum raciocínio lógico já que naquele momento, aparentemente ele não a possuía.

A primeira em notar a sua presença no ambiente havia sido sua mãe, que com um sorriso e alegria transbordante nos olhos se aproximou alegre do mesmo, tratando de averiguar se em alguma parte de seus corpo havia alguma ferida ou machucado. A mulher queria verificar se seu filho estava bem, e ela ficou mais do que feliz em perceber que sim, ele estava.

— Trouxe o que a senhora pediu mãe! - Tae diz com normalidade e alegria enquanto um enorme sorriso abrangia seus lábios, a mais velha sorriu, aproximando-se de seu garoto e o abraçando a medida que aos poucos, tomava as compras que o castanho carregava nas mãos e se dirigia para a cozinha.

A mesma aparentemente estava bem melhor do que quando o ligou na noite passada. Seu sorriso estava alegre e seu corpo, de certa forma, mais descansado. Tae não sabia ao certo o porque desta mudança repentina, mas cogitava a possibilidade de ser por conta da presença de Alexander, o qual sorrateiramente se aproximou sem cerimônia nenhuma do castanho.

— O que você acha Tae? - o ruivo começa baixo a medida que abraçava os ombros do amigo e se direcionava junto à ele para a cozinha, caminhando em passos curtos e lentos. — De uma pessoa que é melhor amiga de outra, repentinamente decidir trancar a faculdade por problemas pessoais sem aviso prévio ou notícia? - Alexander concluí referindo-se ao menor enquanto deixando sua irritação e raiva transparecer friamente através de sua voz, fazendo como consequência, Tae-ho apenas engolir em seco.

Alexander verdadeiramente estava sentido com seus atos.

Raras vezes o ruivo falava de maneira calma e séria como naquele momento ele fazia, e Tae não sabia, devido a inexperiência com este lado do estrangeiro, lidar com ele nestas situações.

Já Alexander, simplesmente o soltou de seu abraço após se aproximar de dona Lin — a mãe do ômega — sorrindo alegremente enquanto logo tratava de tomar um lugar ao seu lado, enquanto dizia alegre que lavaria as verduras para ela. E Tae ainda um pouco ao longe, apenas pôde observar sua mãe e seu amigo interagindo aos poucos entre si.

Ao contrário da rotineira postura relaxada de Alexander, naquele momento ele se encontrava tenso. Seus cabelos vermelhos ondulados que geralmente sempre estavam perfeitamente organizados, naquele momento também estavam uma bagunça. O ruivo também demonstrava um estranho e sutil cansaço que não era próprio dele.

Tae não sabia quando que Alexander tinha chegado de viagem, mas definitivamente ela não havia feito bem para o mesmo.

O jovem Kim não havia contatado seu melhor amigo desde o momento em que simplesmente lhe enviou uma mensagem explicando previament o porque ele havia trancado sua matrícula na faculdade, e decidido ficar o ano seguinte na Coréia. “*Problemas pessoais*”, ele havia ressaltado enquanto simplesmente preferiu acreditar que Alexander não se preocuparia, ou até mesmo, se importaria.

Ele não podia estar mais errado.

Talvez Tae-ho não havia sido exatamente o motivo pelo o qual o ruivo havia voltado "para casa", mas ainda assim isso significava que ele havia, de certa forma, traçado uma linha de distância em relação ao amigo com o qual ele praticamente dividia tudo.

Visivelmente e obviamente para Tae que já conhecia Alexander há anos, ele não estava nada bem. Mas ali, naquele exato momento, ele era incapaz de chegar ao fundo da situação já que antes, ele precisava se abrir primeiro. Talvez o melhor que ele poderia ter feito era de fato, ter contado para o estrangeiro o verdadeiro motivo pelo o qual ele ficaria no país pelo ano seguinte.

Diante das lembranças passadas seu corpo estremesse, fazendo-o acordar de seu devaneio.

Obrigando-se então a deixar o choque com a situação e o leve incômodo sentimental que o abrangia de lado, Tae novamente emoldura seu rosto com um sorriso a medida que se aproximava alegre de sua mãe e de Alexander ao mesmo tempo em que aos poucos, se intrometia na conversa e passava a ajuda-los a preparar o breve almoço que teriam.

E assim como a Srª. Kim, Tae também escutou atentamente o americano contar como sua mãe havia conseguido convencê-lo — através do extremo drama da mesma — a subir em um avião por segunda vez. E o castanho, assim como dona Lin, riam vezes ou outras das palavras que soavam tanto constrangidas, quanto eufóricas do ruivo.

Alexander contava como sua mãe acabou dizendo que seu pai estava péssimo de saúde em meio as lágrimas, também contou que sentiu medo de que seu pai fosse de arrasta pra cima enquanto ele estava longe, então por isso praticamente veio o mais rápido possível para a Coréia.

E Tae-ho riu imaginando não só a expressão desesperada que seu amigo poderia ter feito quando ouviu as palavras de sua mãe noticiando que seu pai estava doente, como também pensando na qual abrangeu sua face quando ele finalmente percebeu, ao chegar em casa, que seu pai estava muito mais do que perfeitamente bem.

Havia sido uma mentira de sua mãe para fazê-lo passar as férias em casa.

— Você acredita nisso tia? - Alexander dizia indignado enquanto cortava as cebolas dispostas em sua frente. A mais velha apenas solta uma risadinha, esquecendo-se um pouco dos problemas que a envolvia e se divertindo com a presença dos dois jovens. — Era eu entrando pela porta da frente desesperado procurando onde estava o meu velho, e minha mãe abrindo o maior sorriso do mundo enquanto erguia um bolo me mostrando! Sabe quão desesperado eu fiquei imaginando horrores que poderiam ter acontecido? Nem consegui dormir direito por conta disso!

Tae-ho sorriu diante de suas palavras enquanto sua mãe ria docemente outra vez, antes de dizer que se Alexande houvesse visitado a mulher antes, ela não havia tomado uma decisão extrema como aquela.

Dona Lin não havia percebido, mas Alexander havia mentido em suas palavras quando havia dito que a preocupação com seu pai havia feito com que ele perdesse o sono. Claro, não era como se o ruivo não houvesse se sentido preocupado, mas saber que o homem estava bem concerteza faria com que ele dormisse perfeitamente bem.

Tae-ho não só havia percebido a voz exausta do amigo, como também sentia uma forte necessidade de questionar o ruivo enquanto aos poucos, uma forte preocupação o abrangia. Mas depois de tudo, ambos os jovens tinham muito tempo para discutir seus "problemas".

Da mesma forma em que cada um tinha tempo o suficiente para pensar em uma melhor maneira de abordar cada um deles.

Tae-ho solta um suspiro suave com tal pensamento. Aquela tarde, assim como na noite anterior, com toda a certeza seria longa.

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Comments

Maria Eliza

Maria Eliza

Ele encontrou o amor da vida dele...Ei espera eles não fizeram nada,seus mentes poluídas. 🤭

2024-04-11

4

Cleide Almeida

Cleide Almeida

O Alexander vai pirar qd ouvi o motivo d Tae ter trancado a faculdade 😳🗣🗣🗣🗣

2023-09-30

9

Jeny

Jeny

O coitado tava chorando

2023-08-06

5

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