Capitulo 9

Com cuidado e prestando atenção para não machucar a mão de Tae-ho que estava contra a sua, Jihoon observa com cuidado a face do mais novo, analisando cada uma das expressões que ele fazia e notando o olhar preocupado e levemente irritado que o castanho lhe lançava.

Hyun sorri suavemente, não era como se ele esperasse outra reação do menor.

— O único motivo pelo qual eu peço para que você o faça, é porque eu acredito que será mais fácil para você suportar ficar próximo à mim, se unicamente se concentrar em seu próprio aroma. - Jihoon pronuncia calmamente, tratando de ser o mais direto possível com suas palavras, trazendo quase com uma lentidão insuportável, a mão de Tae em direção aos seus lábios, tocando suavemente as costas da mesma em um gentil beijo inocente. — Então deixe de conter os seus feromônios. - sua voz sai quase como um sussuro contra a pele do mais novo.

E outra vez Tae-ho engole em seco enquanto sentia seu corpo tensar como resposta ao ato do mais velho. Seus olhos então se desviaram do mar negro que o olhar de Jihoon portava, focando sua visão em um dos cantos do quarto a medida que ficava cada vez mais confuso com o pedido homem em sua frente.

Tae sentia com todas as forças que não deveria fazê-lo, afinal de contas, os feromônios de um ômega excitaria um alfa normal com todas as suas forças.

Mas outra vez, Jihoon Hyun não era um alfa "normal". E devido à isso, algo dentro do castanho também dizia que não haveria problema algum se ele o fizesse. Quase como se seu instinto soubesse que o homem que segurava a sua mão não reagiria verdadeiramente aos seus feromônios.

E isto de certa forma fazia sentido, já que se ele não podia expressar-se adequadamente neste requisito, talvez tampouco podia receber corretamente os feromônios de um outro alguém. E havia sido justamente este pensamento que com toda a certeza, deu à Tae a coragem necessária para que ele acatasse o pedido do mais velho.

Jihoon esperava pacientemente à responda do castanho quando aos poucos, um aroma levemente doce, provocativo e desconhecido adentrou suas narinas.

O mais velho respirou fundo, sentindo aquele perfume adentrar cuidadosamente seus pulmões conforme aos poucos e lentamente, seu sistema parecia absorver cuidadosamente os feromônios suaves que o mais novo liberava.

A essência que emanava do corpo de Tae passava a circular em cada canto daquele quarto, da mesma maneira em que quase instantaneamente a tensão sobre o corpo de Jihoon se esvaiu conforme seus feromônios o abrangiam. O aroma que se expandia ao seu redor estranhamente lhe provocava uma distinta sensação de conforto e tranquilidade.

E por um momento devido à isso, o moreno fechou os olhos enquanto respirava fundo algumas vezes, tratando de aproveitar com mais intensidade os feromônios que o ômega liberava.

Tae-ho ainda olhava para um canto qualquer do quarto enquanto liberava seu aroma até que o mesmo alcançasse sua força total. E como havia pedido Jihoon anteriormente, ele logo tratou de passar a se concentrar unicamente nas sensações que seus feromônios também lhe traziam, antes de outra vez, sentir um aperto em sua mão e voltar à olhar em sua direção, logo mais uma vez, direcionando seu olhar para o mais velho que ainda com cuidado, acariciava as costas da mesma.

— Sente-se em meu colo. - novamente Jihoon se pronuncia. A suavidade e doçura se estampava em seu tom de voz, sendo ela completamente contrária ao olhar cortante e ameaçador que Tae lhe lançou.

— Que diabos? - a voz irritada que escapou de Tae levou um sorriso aos lábios do mais velho, e o qual sustentando um olhar e postura firme, puxou o castanho suavemente em sua direção.

— Sente-se Tae. - Jihoon diz novamente, seu olhar escurecendo alguns tons e seu aperto se firmando mais um pouco contra o pulso do mais novo, o qual não só enviou ao castanho um calafrio repulsivo, como também o fez se lembrar do porque estava ali.

Tae sentia que seria usado, mas mesmo assim, como naquela vez no restaurante, ele se sentia incapaz de fazer outra coisa senão, acatar as suas palavras. Tae-ho não sabia se esta reação que o fazia obedecer o mais velho era por conta do medo ou o instinto, mais ainda assim, era mais que um fato de que ele odiava tal reação natural que parecia o perseguir sempre que ele estava na presença daquele homem.

— Não irei fazer nada. - Jihoon continua, suavizando seu toque conforme outra vez, puxava o castanho suavemente em sua direção. Ele havia notado o receio que emanava do mais novo. — Apenas necessito que você esteja o mais próximo possível de meu corpo. Será angustiante, devo ressaltar, mas ainda assim para futuramente não tornar a situação insuportável para você em algum momento, você deve se acostumar à estar o suficientemente próximo à mim. - diante de suas palavras, Tae não moveu um músculo. O mais novo não confiava em Jihoon, e Jihoon preferiria de fato que ele não o fizesse, não havia o por quê do garoto acreditar nele, mas ainda assim, Hyun tinha que deixar as coisas claras naquele momento. — Ouça bem oque te direi garoto: em hipótese alguma eu terei sexo ou o tocarei de maneira lasciva Tae-ho, não sem a sua permissão. Então não se atormente com pensamentos de que a qualquer momento eu possa te atacar, confie em mim, eu nunca faria isso, nem com você, nem com ninguém! Mas ainda assim necessito que você colabore com meus pedidos, necessito que você se acostume à mim, pois se isso não acontecer, você nunca será capaz de respirar adequadamente perante a minha presença pelo próximo ano. É chato, eu sei, constrangedor, provavelmente levarei o seu corpo ao limite, mas ainda assim esta é a melhor alternativa. Necessito fazer com que seus instintos deixem de ter receio de mim, e a melhor forma de fazê-lo neste momento, é os obrigando a me aceitarem. Você compreende isso? - sua voz agora era firme, assim como seu olhar era sério, e Tae suspira, sabendo que querendo ou não o mais velho tinha razão.

Seria um cansativo ano pela frente.

Mas ainda assim ele custava acreditar em suas palavras.

”Não havia sido ele que o comprou quando seu pai o vendeu?”

Tae-ho duvidava abertamente de Jihoon, mas ainda assim ele permitiu que o homem o observasse com cautela quando ele se aproximou da beira da cama, e passou uma das suas pernas por cima de seu quadril antes de firmar seu joelho contra o colchão, e se sentar — o mais confortável possível — contra a sua cintura.

E Jihoon observou com atenção os movimentos do mais novo, ajudando-o a subir com cuidado sobre si, e como ele esperava, de maneira quase instantânea por conta do atrito de seus corpos, a garganta do castanho trancou e sua respiração acelerou, sinalizando que a proximidade de ambos era um pouco demais para seu corpo suportar.

E como resposta, a mandíbula de Jihoon simplesmente trancou após o mesmo observar tal reação instintiva do corpo do garoto enquanto rapidamente, pensava em uma maneira de acalma-lo.

Tae-ho sentiu quase instantaneamente suas coxas formigarem e nauséas abrangerem seu corpo por conta da proximidade que ambos estavam, sua cabeça pareceu que entraria em colapso devido à tontura repentina que ele sentiu.

E então, quase como se fosse a luz no fim do túnel, outra vez as mãos de Jihoon lhe cobriram a face, elevando suavemente seu rosto enquanto o obrigava à olha-lo outra vez.

— Respire Tae. - e quase instantaneamente diante das palavras do moreno, era como se o ômega outra vez estivesse no restaurante, ouvindo a voz suave e calma de Jihoon soando por seus ouvidos pedindo para que ele se acalmasse diante da pressão que ele exercia. Naquela noite Tae-ho também ficou próximo do corpo do homem, a única diferença era que naquele momento seu corpo se encontrava mais vulnerável devido à liberação de seus feromônios. — Concentre-se em seu aroma Tae, respire fundo, calmamente.

Jihoon observava o rosto do mais novo, tocando-o com uma estranha cautela que dificilmente o pertenceria. Tae-ho possuía uma capacidade física e uma mentalidade forte, o que significava que seu corpo era mais do que capaz de suportar a sua presença.

Ele apenas necessitava saber disso.

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