Capítulo 15

— Tae-ho? - uma voz distante e estridente percorreu o ambiente. O castanho, não só sentindo um incômodo, como também uma leve sensação de desconforto, apenas solta um gemido em protesto, negando-se a abrir os olhos e encarar o mundo com aquela latejante dor de cabeça. — Tae-ho? - a voz agora mais grave e firme, soou novamente fazendo sua cabeça pulsar em sequência. Por fim, o mais novo se obriga a abrir os olhos.

A imagem que apareceu diante de seus olhos era embaçada, trêmula. Tae sabia que havia um homem em pé em sua frente, mas demorou um pouco para que ele identificasse que era Jihoon, já que de início, estava vendo três pessoas ao invés de uma.

— Ji... hoon? - ele pergunta sonolento e ainda grogue, piscando diversas vezes enquanto tentava se acostumar com a claridade do ambiente ao mesmo tempo em que tratava de se sentar — completamente tonto — sobre a cama em que aparentemente, estava.

“Que diabos? Quanto bebi noite passada?”

Soltando outro gemido doloroso conforme ele tocava sua testa em uma inútil tentativa de fazê-la parar de doer, mais lento que uma tartaruga, o mesmo se virou para trás, buscando com sua visão conturbada, Alexander que deveria — muito provavelmente — estar por ali também.

E Tae-ho teoricamente o encontrou, pelo menos, assim ele achou quando avistou na beira da cama, uma perna desconhecida descansando sobre ela. Alexander estava completamente apagado no chão do quarto, restando apenas a sua perna esquerda sobre a cama que outrora, ele também estava deitado.

Ainda em movimentos lentos, Tae se volta para Jihoon, observando-o mais nitidamente com os braços sobre o peito, seu olhar sério, assim como sua presença inebriante o fez, de alguma maneira, se sentir ainda mais tonto.

Sem controle algum de seu corpo, o mesmo pende pra frente, e instintivamente Jihoon o segura, respirando fundo a medida que impedia sua queda e o forçava a se levantar da cama.

— Diabos! - Jihoon exclama quando pressionou Tae mais firme contra seu corpo quando ele outra vez, tropeçou contra seus próprios pés e quase se chocou contra o chão. — Está fedendo à álcool Tae, sabe disso? - o mais velho pergunta segurando o menor com um pouco maia de força, praticamente o arrastando até o banheiro. Sua voz firme, assim como grave, delatava a raiva que ele sentia, completamente contrária a voz suave e doce com a qual ele lhe chamava momentos atrás. — Sabe o problema que vocês dois causaram na porcaria daquele bar? - o empurrou para debaixo do chuveiro e o ligou sem preparo nenhum, segurando Tae novamente quando ele escorregou tentando escapar da água fria que o abrangia.

— Jihoon! - a voz completamente infantil, desesperada e baixa que escapou de Tae apenas fez com que o mais velho soltasse um suspiro em irritação, segurando o castanho de baixo da água fria enquanto tratava de se molhar junto a ele o mínimo possível.

— Eu acho que você não sabe, mas desde que nos casamos, seu número de emergência está inteiramente vinculado ao meu telefone celular. Sabe o quão alegre eu me senti quando recebi a ligação de um policial dizendo ter encontrado dois jovens praticamente nús, tentando saltar a ponte Bridge? E o melhor disso tudo, é que eu não tenho a mínima ideia de como vocês dois foram parar lá! - Jihoon continua, deixando transparecer perfeitamente a indignação que ele sentia através de suas palavras, as quais, não serviram de nada contra a risada gostosa que Tae simplesmente... soltou, sem nada mais, e nada menos.

Diante das palavras do mais velho que ainda o segurava, Tae-ho apenas sentiu vontade de rir, rir da lembrança de Alexander tentando arrancar a sua cuaca enquanto desesperada, uma policial tentava contê-lo. As memórias que se seguiram antes e após este momento, apenas serviram que a vontade de Tae — ainda sobre o leve efeito de álcool — de gargalhar, se tornasse ainda mais intensa.

E assim ele fez, ele gargalhou como se não houvesse amanhã, e riu ainda mais a medida que observava a expressão de Jihoon mudar de irritada, para incrédula, e por fim, de desistência.

Naquele momento Tae-ho não se importou com a presença abrumadora de Jihoon. Na verdade, a mesma não estava tão intensa para ele desde o ocorrido na casa dos pais do mais velho, embora, ainda desconfortável ao todo. Na verdade, ele estava um pouco focado demais no sorriso que passou a surgir no rosto do mais velho para de alguma forma, pensar demais sobre as mãos do mesmo que sobre a sua pele, causava uma sensação estranha.

Talvez fosse efeito do álcool que o impedia de sentir repúdio do mais velho, mas realmente, Tae não se importava.

Jihoon suspira outra vez, tirando o seu toque sobre o corpo de Tae quando no fim, percebeu que ele seria capaz de ficar em pé sozinho. Ele observa o mais novo se apoiar contra a parede do box, definitivamente ainda não havia dado tempo para o álcool ter sido ingerido por seu corpo.

— É ao menos capaz de tomar banho sozinho? - Jihoon pergunta um pouco mais calmo, devolvendo o sorriso tímido que Tae havia lhe lançado antes de concorde com suas palavras. — Certo, trarei uma muda de roupas para você quando terminar. - e com tais palavras Jihoon se retira do banheiro, passando novamente pelo quarto de convidados a medida que lançava um olhar incômodo para o segundo jovem alí presente, antes de no fim, se voltar para a cozinha.

Os olhos do mais velho percorre pelo ambiente, e ele logo se propõe em preparar um caldo simples, rápido e leve, tanto para Tae, quanto para o desconhecido jogado sobre o chão de um dos quartos. Nem sequer era sete da manhã, e uma forte dor de cabeça já ameaçava se formar contra suas têmporas.

Mas não era para menos. Jihoon foi despertado antes das cinco da manhã pelo som estridente e repetitivo de seu celular, e depois que o atendeu, para a sua surpresa, a voz do outro lado simplesmente se identificou como um oficial que solicitava urgentemente a sua presença.

Jihoon não precisava dizer que sua pressão havia caído no momento em que lhe disseram que Tae-ho havia ameaçado pular de uma ponte, porque por um momento, ele praticamente havia desmaiado com tal notícia.

O mais velho respira fundo, tirando uns momentos para melhor se acalmar antes de ao fim, passar a preparar o alimento para Tae e o seu... *amigo* em questão.

— Jihoon? - uma voz baixa soa a partir do corredor, fazendo o mais velho ficar completamente confuso. A voz parecia ao do ômega, mas ele não estava no banho?

Confuso, Jihoon se vira lentamente em direção ao som da voz baixa que soava firme pelo o ambiente, arregalando os olhos e quase soltando no chão a frigideira que segurava.

— O que diabos!? - ele exclama alto e claro, antes de observar Tae olhar confuso em sua direção, pendendo levemente a cabeça para o lado enquanto ele desesperado procurava afoito pela cozinha, algo que seria capaz de cobrir a nudez do mais novo.

— Eu esperei pela muda de roupa que você disse que ia trazer... - Tae-ho diz arrastado, inocente e com uma voz sonolenta, observando Jihoon evitando a todo custo olhar em sua direção a medida que praticamente corria de uma lado para o outro, indo em direção à sala. — Como você tava demorando... eu vim busca-las!

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Comments

Elo Maia

Elo Maia

fofo

2024-03-27

4

Elo Maia

Elo Maia

nem comi e já tô viúvo 😳

2024-03-27

4

Cleidiane Rocha

Cleidiane Rocha

acho que me perdi nessa história kkk

2024-02-21

0

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