Capítulo 11

Estendendo uma das mãos a medida que tentava alcançar um tempero, Jihoon não tarda em pega-lo e despejá-lo em seguida, sobre o molho apimentado que fazia.

Desviando levemente seu olhar da panela que segurava com firmeza, o moreno então olha de relance para a imensa porta de correr de vidro que abrangia praticamente todo o espaço da parede da sala e da cozinha da casa de seus pais. Seus olhos então se focam no céu ainda levemente escuro que transparecia através da vidraça, fazendo-o suspirar após constatar que provavelmente nem sequer era cinco horas da madrugada.

Voltando então a sua atenção para o molho que fazia, Jihoon logo trata de experimenta-lo, sentindo-se orgulhoso de sí mesmo após sentir o gosto com uma pitada levemente adocicada que os temperos haviam ajudado a realçar.

Desligando o fogo e despejando o molho sobre alguns camarões, pequenos abalones e duas pequenas lulas dentro de uma segunda panela, Jihoon logo trata de coloca-los outra vez sobre o fogo no intuito de fazer o molho ferver com os alimentos, antes de novamente voltar a sua atenção para o arroz que havia sobrado do jantar na noite anterior.

— O que diabos você está fazendo? - uma voz grogue e levemente grave pelo sono ecoa pela cozinha, e Jihoon não precisou se virar em direção da mesma para saber que se tratava de Yuna, sua prima.

— Tae-ho não comeu ontem a noite. - o mais velho diz simples enquanto ainda "brincava" com os temperos e alimentos disponibilizados em sua frente.

De fato, tal coisa não era mentira. Jihoon não havia deixado de observar o castanho nem sequer por um segundo desde que adentraram aquela casa, e isto o fez, obviamente, perceber que Tae não só perde a fome quando está nervoso, como também que ele praticamente não comia nada no processo.

Embora a verdade pela a qual Jihoon estava de pé no meio da madrugada fazendo um *jantar* improvisado pra o castanho era outra.

Depois de Tae-ho ter praticamente desmaiado em seu colo e seu nariz ter começado a repentinamente sangrar — o que praticamento fez o mais velho quase ter um "treco" de tanto desespero —, Jihoon obviamente fez de tudo para que ele acordasse.

E quando Tae o fez, a primeira coisa que o moreno observou após o alívio acalmar cada célula de seu ser, foi os belos olhos castanhos do mais novo repentinamente se encherem de lágrimas. Obviamente esta foi mais uma coisa que havia feito Jihoon entrar em pânico, já que infelizmente, ele não sabia lidar com situações distintas como aquela.

Foi de fato uma luta para que ele fizesse o mais novo se acalmar já que aparentemente, ele estava tendo uma crise nervosa. E quando Tae-ho finalmente conseguiu se acalmar e controlar seus nervos, a primeira coisa que ele fez foi pedir frutos do mar apimentados porque ele estava com fome e com uma óbvia vontade de come-los.

E agora como resposta, lá estava Jihoon, de pé no meio da cozinha apenas de calça moletom e pantufas — já que havia tirado a sua camisa por conta da mancha de sangue — antes mesmo das cinco da manhã preparando exatamente aquilo que à minutos atrás, Tae havia lhe pedido.

“Frutos do mar apimentados”.

Diante de tais fatos Jihoon suspira, deixando que um suave sorriso de canto banhasse seus lábios por alguns momentos. Por algum motivo inconsciente, o moreno simplesmente desejava que o mais novo provasse e gostasse de sua comida. Jihoon queria agrada-lo, e nem mesmo ele podia negar isso.

Já Yuna, ainda parada onde estava, simplesmente suspira desacreditada mediante suas palavras.

— Você ta me dizendo que levantou de madrugada, só pra fazer comida para seu noivo porque ele se negou a jantar de noite? - a voz de Yuna percorre o espaço levemente carregada de sarcasmo a medida que ela se aproximava, observando o torso nu de Jihoon e soltando uma irritada risada nasal quando no fim, conseguiu distinguir um sinal levemente forte de mordida próximo ao pescoço de seu tio. — Ah, agora eu acredito ter entendido o porque da fome! - ela inicia novamente com um grande sorriso nos lábios e com um nítido tom de zombaria em sua voz. — Vocês dois gastaram muita energia neste "curto" espaço de tempo?

Diante das palavras da mais nova que se aproximava da geladeira e pegava uma garrafa com água, Jihoon suspira. Definitivamente naquele momento, depois da agitação dos momentos de horas atrás, ele não tinha energia nenhuma para estender aquela conversa mais que o necessário. Da mesma forma em que o mesmo havia detestado a forma em que ela havia se referido ai mais novo.

Querendo ou não, Tae-ho agora era seu *marido*.

— Desta vez eu tenho que dizer que sim. - Jihoon pronuncia, decidindo que deixar Yuna com suas próprias afirmações era melhor do que contradize-las. — Tae-ho é jovem, ele ainda tem muita energia sobrando. Acredito que você saiba do que estou falando, já que também se casou recentemente. Ou estou enganado? - o mais velho pergunta, ainda sem olhar em direção da mais nova enquanto agora, separava coda alimento devidamente após ter esquentado um pouco de arroz para também, levar ao castanho que o aguardava pacientemente.

Yuna que bebia água tranquilamente, diante das palavras do primo simplesmente contrae seu corpo em um leve desgosto. Jihoon havia obviamente, feito referência à uma vida sexual e ao seu casamento. Deixando claro que assim como ele, ela também era comprometida.

“Tae-ho é jovem, o que significa que ele possuí um forte desejo sexual ”, estas foram as palavras que verdadeiramente o mais velho gostaria de ter dito, “Você se casou recentemente, então muito provavelmente fica acordada até tarde com seu marido já que assim como você, agora eu sou casado”...

Por fim, diante da compreensão da fala do mais velho, Yuna finalmente suspira em uma errática derrota após alguns instantes em completo silêncio.

Jihoon já havia percebido à muito tempo que ela, mesmo de forma inconsciente, o desejava como homem. Mas foi naquele momento que Yuna finalmente percebeu tal coisa. De fato, o moreno realmente sempre fora mais discreto que ela.

Fechando a garrafa que segurava com calma, Yuna que ainda observava as costas nuas de Jihoon se moverem vezes ou outra, respira fundo outra vez, tratando se conter as lágrimas que insistiam em queimar seus olhos. E quando ela o fez, sorriu novamente enquanto guardava a garrafa de água antes de dar alguns tapinhas nas costas do mais velho, e se retirar momentos depois do ambiente em que estava.

E Jihoon, se sentindo repentinamente cansado por conta da simples e rápida conversa que teve com Yuna, simplesmente suspira.

Organizando então os pequenos pratos de comida em uma bandeja depois de jogar para trás seus cabelos negros que caiam sobre sua testa, Jihoon logo trata de aos poucos e com cuidado, levar o jantar improvisado que segurava ao segundo andar, especificamente ao seu quarto já que ali, Tae-ho esperava.

E diante da imagem do mais novo sentado sobre a cama o esperando pacientemente, um sorriso abrange seus lábios acompanhando seus passos.

Talvez fosse melhor Jihoon admitir que a companhia do menino verdadeiramente estava fazendo bem para ele. Era engraçado a maneira em que só agora, depois de tanto tempo, o mais velho finalmente percebeu o quão verdadeiramente sentia a necessidade de ter um outro alguém próximo a ele daquela forma...

“Apenas por um ano.”

Jihoon se lembrou.

Ele deveria aproveitar daquela companhia que o castanho lhe proporcionava o máximo que podia durante aquele período. E então ao fim, deixaria Tae viver sua vida novamente enquanto ele outra vez, voltaria a estar recluso em seu maldito mundo.

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Comments

Mari Da Silva

Mari Da Silva

é tio ou primo ?

2024-04-26

3

Maria Eliza

Maria Eliza

Fiel, ele é fiel.

2024-04-11

1

Maria Eliza

Maria Eliza

Rapaz, então ele já sabia é?A Yuna se lascou,kkkk.

2024-04-11

1

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