Capítulo 7

— Não se preocupe mãe! Por incrível que pareça a família do Sr. Hyun foi bem receptiva. - a voz de Tae soou descontraída pelo ambiente onde estava.

Agora, no escritório do pai de Jihoon — o qual por algum motivo o levou ali para lhe mostrar sua coleção de canetas tinteiro — Tae-ho conversava com sua mãe. O Sr. Hwan já havia deixado o ambiente à algum tempo, de acordo com suas palavras, era para lhe dar mais privacidade para que ele conversasse com a mulher, e de fato, Tae ficou grato por isso.

O castanho passava as mãos tranquilamente pelas lombadas dos livros da estante do local, suspirando vezes ou outra ao notar que na maioria era apenas assuntos relacionados com a contabilidade ou administração.

Sua mãe estava preocupada, mas Tae não poderia julgá-la já repentinamente ele havia avisado que iria embora de casa, e que desde então se estabeleceria com o homem ao qual seu pai lhe havia "vendido".

Um calafrio subiu pela espinha do menor quando tal pensamento.

É... ele realmente estava ali.

Tae engole em seco conforme escutava a voz de sua mãe soar pelo telefone, vezes ou outra ele respondia suas perguntas ou concordava com suas palavras, mas sem verdadeiramente prestar atenção em sua fala, já que de alguma maneira, o castanho não conseguia se impedir de se sentir irritado com o assunto. Claro, Tae-ho compreendia, claro, a preocupação de sua mãe e o porque de seu desespero, mas ainda assim, ser lembrado constantemente da situação em que se encontrava começava, aos poucos, a lhe irritar.

“Seria assim sempre que ela ligasse?”

Muito provavelmente assim seria até pelo menos, ela se acostumar, ou pelo menos, até deixar de se culpar por tudo aquilo que ocorria.

Fazia um tempo que Tae-ho não falava com seu pai — na verdade não o fazia desde o momento em que chegou de viajem e descobriu o que ele havia feito —, e pelo visto, tampouco sua mãe o vira naqueles últimos dias, já que sua voz arrastada delatava seu cansaço e receio, tanto para com ele que era seu filho, quanto para seu marido que não retornava para casa.

— Tem certeza que está bem querido? - a voz doce, cuidadosa e suave de sua mãe o fez sorrir por um momento. Seria bom ele passar a manhã seguinte com ela.

— Estou mãe. - Tae responde docemente, ainda com um sorriso nos lábios. — Está tudo bem, estou falando sério. Por algum motivo imaginei que seria recebido à tapas e gritos, mas levando em consideração que a primeira coisa que fizeram foi me abraçar, acredito que melhor seria impossível! - a risada baixa da mais velha ecoa, fazendo o castanho sorrir outra vez. — Está tarde mãe, a senhora deveria dormir. - agora foi a vez de um suspiro escapar da mulher, e após alguns minutos de silêncio a mesma concorda, não tardando em se despedir e encerrar a ligação. E agora, foi a vez de Tae respirar fundo.

Encostando-se contra a mesa no centro do ambiente, o ômega se sentra na borda da mesma, descansando seu peso contra o móvel conforme fechava os olhos por um momento.

O ambiente que anteriormente o abrangia era confortável, cálido. Era tranquilo o suficiente para fazê-lo se sentir desconfortável diante de tantos sorrisos e olhares gentis. Por um momento Tae-ho se questionou se ter assinado aquele contrato justo naquele restaurante havia sido uma boa escolha, mas mesmo assim, ele se via incapaz de ter feito diferente. Ele estava aflito demais naquele momento para ter conseguido pensar em outra coisa.

Outro suspiro escapa de si.

— Cansado? - uma voz repentina e baixa lhe tira de seus devaneios lhe assustando. Olhando então em direção a mesma, Tae não se impede de sorrir ao discernir quem era, por fim se afastando da mesa e se aproximando da mulher.

Ele não havia ouvido quando Yuna adentrou o espaço.

— Um pouco, nunca pensei que interagir com mais de uma pessoa ao mesmo tempo seria cansativo! - seu sorriso era suave, em contraste com a face agora fria da beta em sua frente. — O jantar já est-

— Ele só está com você porque quer um filho, e quando o tiver, "se", o tiver... - a mesma lhe interrompe, dando ênfase em uma das palavras enquanto lhe olhava com um notório as superior. — Jihoon o descartará em um piscar de olhos, compreende isso? - O sorriso de Tae aos poucos se torna escasso com tais palavras, e então, ele compreende a situação.

A postura dominante, o olhar controlador e o aperto constrangido contra seu próprio corpo. Yuna estava apaixonada por Jihoon, seu primo.

Tae-ho sabia que passava tempo demais com Alexander, mas percebeu que talvez exagerava quando o mesmo sorriso arrogante e de escárnio que o ruivo costumava oferecer naquelas situações, apareceu suavemente em seus lábios enquanto acompanhava sua voz levemente mais grave.

— Isso é bom, na verdade. - Tae inicia sorrindo ainda mais quando a expressão da menor decae por poucos segundos. — A probabilidade de eu dar um filho ao seu primo é nula, já a minha de usufruir devidamente de seu dinheiro com certeza é alta. Então se você estiver insinuando que Jihoon apenas está me usando para obter oque quer, fique tranquila, se é isto o que ele está fazendo, devo assegurá-la que faço também. - o sorriso de Tae agora era doce, e seu olhar mais gentil. Yuna aparentava querer dizer alguma coisa, mas pareceu se conter de fazê-lo algumas vezes. — Então se estiver preocupada comigo, eu fico grato. - o castanho continua. — Mas devo avisar que não necessariamente necessito disso, já que vivi o suficiente para conseguir distinguir quando um alfa está verdadeiramente interessado, e quando não. - três batidinhas em seu ombro, e Tae-ho se retirou do escritório deixando a mulher sozinha no mesmo com seus pensamentos.

O ar pesado que Yuna trouxe com ela cessou no exato momento em que os pés do castanho dobraram o corredor do segundo andar daquela casa com tranquilidade, ao contrário dos pensamentos confusos e conturbados que agora abrangiam sua mente.

“Yuna estava apaixonada por seu primo.”

Outro suspiro escapa de Tae quando tal conclusão lhe envolve. Pelo menos por um lado, isso explicava o porque de vez enquando ela olhava para o homem com estranheza.

— Tae-ho, querido? - a voz doce da Srª. Hyun o pega desprevenido, fazendo-o parar repentinamente no lugar que estava antes de se virar em direção à mulher. — Algum problema? - imediatamente depois dessas palavras, um sorriso suave abrange os lábios do mais novo conforme ele passava a se aproximar da mesma.

— Nenhum Srª. Hyun, o jantar já está pronto? - agora foi a vez da mulher sorrir, concordando suavemente com ele a medida que entrelaçava seus braços e o puxava com sigo.

— Sim, e vim pessoalmente busca-lo! - sua voz agora divertida soava pelo o ambiente a medida que ambos caminhavam pelo corredor em direção à sala de jantar.

Tae-ho duvidava que tanto Jihoon quanto seus familiares não soubessem da situação em que se encontrava Yuna, mas ainda assim ele tiraria a dúvida.

O ômega não estava de bom humor naquele momento, mas ainda assim, entre sorrisos e suaves risadas, ele conversou com Sooha com alegria, a acompanhando e dando-lhe a atenção que merecia. A mais velha parecia verdadeiramente feliz em tê-lo ali.

E como antes, Tae-ho se sentia desconfortável com tal alegria...

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Comments

Maria Eliza

Maria Eliza

Aí, tô com medo, sou a rainha da desconfiança, não confio tão fácil, é tem pessoas nessa família que o meu santo não bateu.

2024-04-10

2

Maria Eliza

Maria Eliza

É cada coisa que eu tenho que ouvir meu ouvido chega sangra,deixa de ser iludida,ele é Biba,bixa,gay, entendou.

2024-04-10

0

Maria Eliza

Maria Eliza

Nossa!Levou um murro na cara.

2024-04-10

1

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