Capítulo 4

O silêncio que envolvia ambos os homens era ensurdecedor, e de certa maneira, desconfortável.

Tae-ho estava naquele momento, sentado de frente para o alfa enquanto vezes ou outra o olhava com cautela. O aroma do mesmo, ao contrário de quando tiveram o primeiro contato agora, estava menos insuportável, embora ainda se encontrasse pesaroso e desconfortável.

Aquela era uma presença bastante impactante, Tae tinha que concordar. Mas o leve saber de que provavelmente os feromônios do mesmo seriam triplamente maior e com uma exposição mais opressora que aquele “simples” aroma, de alguma forma o assustava.

O alfa em sua frente estava ocupado com alguns papéis nas mãos, e Tae, em sua frente, aproveitou-se brevemente para observa-lo com mais atenção.

Seus olhos assim como seus cabelos, eram negros e opacos. Seus lábios eram finos, seu nariz reto e sua mandíbula era marcada. E assim como o secretário Baek, o mesmo provavelmente estava na casa de seus 30 anos com aquela aparência inegavelmente madura, confiante e atrativa. Seus ombros eram largos, e como notou quase instantaneamente ao vê-lo, o herdeiro dos Hyun era alto. Até demais para o gosto de Tae-ho, já que ao lado do mesmo ele havia se sentido incrivelmente pequeno.

— Sabe porque está aqui criança? - a voz profunda, grave e baixa tira a força Tae-ho de seus pensamentos. O qual por breves momentos, pisca algumas vezes para conseguir se situar de onde estava. Sua voz era gostosa de ouvir.

— Sim. - responde curto, sem tirar os olhos do homem que por fim, resolveu desviar sua atenção dos papéis que segurava e olhar em sua direção.

Sim, era um homem belíssimo.

Um suspiro pesado escapa do alfa a medida que estendia os papéis que lia para o castanho em sua frente. E Tae-ho não tardou em toma-los para si, logo juntando suas sombrancelhas em confusão quando compreendeu os documentos que segurava.

Tae não compreendeu ao certo o que exatamente o mais velho queria, mas naquele momento ele não podia fazê-lo já que a incredulidade repentinamente fez parte do seu ser. Talvez fosse impressão sua, mas o local em que estava aparentava estar mais sufocante, e quase instantaneamente pequeno.

Novamente, a realidade do que estava prestes a fazer, voltou a cair com força sobre sua cabeça.

— Isto é-

— Um contrato de matrimônio? Sim, é. - Hyun o interrompe, cruzando suas pernas e endireitando sua postura a medida que observava a face incrédula do mais novo.

— Sim, mas pra quê exatamente? - Tae pergunta, as engrenagens de seu cérebro entrando em curto circuito com a situação. Estava sendo quase que impossível para ele conseguir formular uma frase corretamente. Jihoon respira funda diante da reação do menor, ele de fato não estava esperando por ela.

— Eu sou uma figura acionista importante e de alta visibilidade, o que significa que eu não posso deixa-lo tanto tempo ao meu lado sem que haja uma explicação para isso. - O alfa inicia paciente, sua voz baixa soando mais suave do que à momentos atrás. — O contrato de casamento durará apenas o tempo de nosso acordo, o que equivale à um ano. Você se apresentará como meu marido durante este tempo, o que incluí sua presença em todos os eventos que por um acaso eu necessitar ir. Por aproximadamente um ano você será meu esposo, e após este período terminar obviamente você obterá uma compensação após a finalização do contrato. - diante das palavras do homem, o âmago de Tae se contorce.

— Não posso ficar na Coréia por este período de tempo. Estudo no exterior, e neste momento estou aqui apenas "aproveitando" as semanas de folga antes do início de um novo semestre. Não é como se eu simplesmente pudes-

— Tranque a matrícula da faculdade. - o alfa o interrompe novamente de forma firme, ainda fitando seu rosto que somente agora, tirou sua atenção dos papéis que segurava e olhou para ele. — Você terá que ficar aqui. E se por algum acaso você acabar engravidando do meu filho, o prazo de finalização de contrato se estenderá para até cinco meses depois de seu nascimento, ou seja, sua gravidez, parto e recuperação será juntamente à minha presença. E ressalto que, se tivermos uma criança, a compensação que você receberá será o triplo do que está proposto no contrato. - Jihoon analisa com cuidado a expressão atônita do menor conforme ele digeria suas palavras. Não era como se Tae-ho tivesse escolha, bom, não se ele desejasse manter seu pai sã e salvo. Mas ainda assim, ele ainda era apenas um jovem que estava em uma situação que não desejava. Hyun suspira. — É importante para você concluí-la no exterior? - Jihoon pergunta após momentos em silêncio.

— Como? - Tae solta quase que imediatamente, ainda confuso pelas anteriores palavras e aquelas. Sim, ele de fato havia chegado a conclusão que alguns de seus neurônios haviam se queimado com aquela conversa.

— É importante para você concluir seus estudos no exterior? - Hyun repete com cuidado, estudando as expressões do mais novo. — Depois de tudo, você ainda pode se transferir para alguma faculdade de seu interesse aqui, mesmo que por um curto período de tempo.

E então, Tae-ho finalmente foi capaz de compreender oque o mais velho em sua frente dizia. E quase como um turbilhão, lembranças dele de quando era mais jovem desejando estudar fora assolaram sua mente. Juntamente com a época em que se esforçou para que isso fosse possível, de como ficou feliz quando chegou e se estabeleceu no estrangeiro. Quando finalmente percebeu que era ali que ele queria ficar, que aquele era realmente o seu lugar.

— Não... - respondeu baixo. — Não é possível que eu me transfira... - Tae-ho se agarrou aquelas palavras. Saber que quando um ano terminasse ele poderia voltar a vida que sempre teve era o suficiente para ele se agarrar com todas as forças. O castanho preferia, de fato, ficar um ano afastado dos estudos. E Jihoon em sua frente, concorda levemente com sua fala.

— Então, você necessitará trancar sua faculdade. E com isso, assinar os documentos que estão em sua mão. - o mais velho lhe estende uma caneta, e de maneira trêmula, Tae a segura por entre os dedos. — Será apenas um ano senhor Kim... passará rápido. - o mesmo concluí de alguma forma, encorajando o mais novo a firmar os papéis.

E enquanto engolia em seco e aos poucos firmava sua assinatura, Tae-ho não só se sentia firmando um com o diabo, como também se sentia um menino de 7 anos que outra vez, seguia à risca a ordem de seu pai. Deveria pensar mais sobre o assunto, tentar dialogar e encontrar uma solução? Sim, deveria. Mas a presença daquele homem, aquela situação em si o impedia de pensar corretamente.

“Terminemos com isto logo.”

Talvez quando aquilo acabasse, ele devesse levar sua mãe consigo para o estrangeiro...

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Comments

Roseane Pereira

Roseane Pereira

🥰🤩😛😍💘🤗😇👐😋

2024-04-15

2

Maria Eliza

Maria Eliza

Chama ele de Daddy,chamou de criança.

2024-04-09

2

Cleidiane Rocha

Cleidiane Rocha

um tadinho está totalmente assustado

2024-02-21

3

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