Capítulo 12

Qual a probabilidade de alguém morrer durante uma viagem de avião?

“Bastante alta.”

Alexander pensou pela milésima vez quando uma turbulência agitou o transporte que ele estava o fazendo engolir em seco. Naquele momento o ruivo amaldiçoava até mesmo a sua quinta futura geração, irritado e apavorado por ter de alguma forma, comprado passagens para a Coréia justamente naquele dia.

Sim, maldito dia em que seu celular havia quebrado e ele foi incapaz de avisar à sua mãe à tempo de que não voltaria para o país naquele mês!

Alexander respira fundo fechando os olhos a medida que afundava suas mãos contra o apoio de braços acolchoados de sua poltrona.

Naquele momento atravessavam uma tempestade, e o ruivo claramente estava prestes a ter um ataque de pânico enquanto ainda tentava se acalmar. Alexander engole em seco novamente, pensando em como acalmaria seu coração antes que acabasse tendo um ataque cardíaco.

Sua respiração aos poucos se tornava entrecortada e sua garganta trancava, Alexander sentiu seus olhos queimarem de lágrimas quando outro vez o avião balançou forte por conta da ventania brusca do lado de fora.

Uma leve sensação de sufocamento então, aos poucos passou a abrangê-lo, impedindo o ar já escasso de circular em seu sistema. Tremores tomaram conta de suas mãos enquanto uma dor passava a se instalar em seu peito. Quase como uma pressão desconfortável que machucava seu coração palpitante.

Ele estava tendo um ataque de pânico? Alexander não sabia, mas ao menos compreendeu que dali em diante ele não viajaria de avião novamente.

“Me transferir e voltar a estudar na Coréia não parece ser uma ideia tão ruim assim.”

O ruivo pensou segundos antes de repentinamente ter a sensação de que parava de respirar. Seu corpo repentinamente pendeu suave para a frente a medida que a sensação angustiante se intensificou contra seu peito. Alexander estava com falta de ar.

Repentinamente então, um toque suave percorreu seus ombros, abraçando-o de leve a medida que o puxava para si. Alexander não sabia quem exatamente estava ao seu lado já que não havia prestado atenção em nada mais que em seu medo desde que adentrou o avião, mas instantaneamente soube que era um homem quando sua testa colocou contra seu peito e ele inspirou o aroma natural do mesmo.

E naquele momento, enquanto era praticamente abraçado pelo desconhecido, Alexander soltou as lágrimas que prendia com voracidade a medida que rodeava agora, o torso do mais. E o qual por um momento de surpresa, apenas respirou fundo antes de se ajeitar contra sua poltrona e abraçar o americano corretamente.

Min-Suk que viajava à negócios sentado ao lado do estrangeiro, sentiu o corpo do mesmo tremer levemente contra o seu, simplesmente afunda uma de seus mãos carinhosamente contra seus cabelos avermelhados, macios e levemente longos. Um sorriso suave abrange seus lábios, o jovem rapaz lhe lembrava a sua filha, lhe agarrando com força a medida que chorava contra seu peito.

— Tranquilo, você provavelmente só está muito nervoso. Tente respirar fundo e com calma tudo bem? - Alexander escuta a voz grave e baixa do mais velho soar próximo a si. O tom calmo e suave da melodia da mesma, assim como o toque delicado dele contra seus cabelos apenas serviram para que ele chorasse ainda mais.

Graças a Deus Tae-ho não estava ali para rir de sua cara: Alexander o valentão agressivo com qualquer um que inventava de ser o "macho alfa", mas que chorava como uma garotinha quando estava dentro de um avião. Quem o visse naquele momento nunca imaginaria que ele era um praticante fiel de boxe.

Era vergonhoso e constrangedor para o ruivo, mas ainda assim ele era incapaz de se soltar do aperto do mais velho e se afastar. Ali, naquele abraço estranho, Alexander se sentia acolhido e consolado, e o mesmo sabia que quanto mais cedo se afastasse, mais cedo teria que enfrentar o homem e se constranger sozinho.

Será que ele fingia um desmaio? Diante do pensamento o ruivo solta uma risada nasal, a qual rapidamente se torna um som de choro baixo quando outra vez o avião treme com um pouco mais de força. E dessa vez, não era apenas Alexander que sentiu seu coração querer saltar de seu peito.

E quando o tremor persistiu e as pessoas começaram a conversarem sem parar entre si, foi não só a vez de Min-Suk apertar mais o ruivo contra sí por instinto, como também, da voz do piloto soar em uma estranha colma por todo o espaço.

“— Senhores passageiros, quem fala é o comandante William. Respeitosamente peço que por favor todos mantenham a calma, e a paciência. Neste momento as turbulências no avião é apenas um reflexo da tempestade, e em breve estaremos o mais longe possível da mesma. Sem mais, eu agradeço a compreensão.”

E praticamente para dar peso as palavras do piloto,quase que instantaneamente após mais alguns tremores, o avião novamente se estabiliza no ar, levando não só o alívio para Alexander que quase por breves momentos, pensou ter sentido seu coração ter parado de bater, como também para os passageiros da aeronave que também estavam aflitos.

Mas Alexander ainda se sentia sufocar, seu coração batia freneticamente contra seu peito, do mesmo modo em que naquele momento, mesmo com o alívio percorrendo seu corpo, ele era incapaz de se acalmar.

E Min-Suk, sentado ao seu lado, ainda acariciava seus cabelos enquanto lhe abraçava, sussurrando palavras doces contra ele no intuito de acalma-lo. O homem verdadeiramente não se importava se conhecia o estrangeiro ou não, da mesma forma em que ele não podia negar que de alguma forma se sentiu atraído pelo mais novo.

Seus olhos e postura joviais, seus cabelos vermelhos e pelo sorriso doce que lá lançou antes de se sentar ao seu lado. O rapaz era um beta, e Min-Suk não se importou nenhum pouco com isso. Talvez, só talvez, ele tentasse pegar o seu número de telefone.

Era estranho para o meus velho planejar "cortejar" alguém já estando teoricamente "avançado em idade". Fazia anos desde que ele havia se divorciado e tomado a guarda da filha. O mesmo nem sequer se lembrava da última vez que saiu com alguém sem o intuito de se direcionar à uma reunião ou marcar a solicitação de um contrato.

Mas ainda assim, sentindo os braços trêmulos do jovem rodeando-o com timidez, Min-Suk pensou que deveria tentar aquela vez. Mesmo que naquele momento tão intuito e pensamento fossem... absurdos?

— Está melhor agora? - ele sussurra suave, ouvindo o ruivo fungar uma vez ou outra contra seu peito, tardando um pouco, mas logo se afastando de sí e se endireitando contra sua poltrona.

Vergonha e constrangimento, agora estes eram os sentimentos que de fato abrangiam o corpo de Alexander conforme ele limpava as lágrimas de seus olhos, respirava fundo e sentia os olhos do homem ao seu lado focarem sobre ele. E então, como se nada houvesse acontecido, Alexander se vira sorridente em direção ao mesmo, estendendo sua mão enquanto seus olhos ainda brilhavam por conta das lágrimas.

— Alexander Kook! - o ruivo diz alegre com um sorriso deslumbrante. Arrancando um sorriso sincero do mais velho ao seu lado, que simplesmente com uma expressão doce, apertou com delicadeza sua mão pequena contra a dele.

— Min-Suk Baek, e é um prazer conhecê-lo senhor Kook.

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Comments

Elo Maia

Elo Maia

volta pra casa, vai estragar tudo!

2024-03-27

2

Cleidiane Rocha

Cleidiane Rocha

um romance começou 👏👏

2024-02-21

0

Anne Jay

Anne Jay

eitaaaa sinto que será o casal secundário, ou será que eu estou enganada?

2024-01-26

8

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