Perspectiva de Lost
Quando cheguei na casa, à tarde, percebi logo que estava vazia, mas o perfume de Kelly ainda estava pairando no ar. Talvez ela acabara de sair.
Se não fosse o fato de ter pego um grande engarrafamento de volta, poderia ter encontrado ela ainda.
Fui até a cozinha e logo notei uma anotação na geladeira. Era um bilhete de Kelly.
Peguei-o e lá estava escrito:
"Lost, hoje o evento é um aniversário infantil, mas chegarei mais tarde. Vou aproveitar para sair com minhas colegas de trabalho. Até mais!"
Amassei o papel e joguei no lixo com força. Uma raiva fora dos limites, impedia-me de pensar com a razão.
Para onde Kelly iria, após o trabalho? E se ela fosse para alguma boate e dançasse com outros homens? Aquilo me sufocou de ciúmes.
Para aliviar o turbilhão de emoções que eu sentia, procurei mudar o rumo dos meu pensamentos.
Sintonizei uma música do rádio e fiquei algum tempo arrumando a casa.
Quando terminei, fiquei sem ter o que fazer. Jantei sem vontade e depois de andar de um lado para o outro, olhei os jornais que Kelly trouxe alguns dias atrás.
Sentei no sofá e fiquei lendo até que sonolento, acabei cochilando.
Momentos mais tarde, o barulho na porta, fez com que eu despertasse.
— Kelly?
Ouvi ela dar tchau para as companheiras e logo em seguida apareceu na sala. Eu me levantei e fiquei aguardando.
Para minha angústia, não foi difícil notar que ela estava embriagada.
Eu me aproximei.
— Kelly! O que você fez?
Ela veio em passos vacilantes e passou por mim, até se jogar no sofá.
— Não es-tou bê-bada!
Raiva, ciúme, preocupação. Tudo estava dentro de mim naquele instante, enquanto eu me controlava para não reagir de maneira imprópria.
Em pé, diante dela, falei com calma:
— Venha, Kelly! Vamos lavar esse rosto... Vou fazer um chá pra você...
— Vai embora, seu chato! — Ela se deitou no sofá e com os pés retirou os sapatos. — Preciso descansar... Trabalhei muito hoje...
Mesmo sem tocá-la, insisti:
— Você bebeu mais do que devia... Ó céus, vamos Kelly, levante-se daí, eu ajudo você...
— Não quero sua ajuda! Vai ajudar Marina! Ela é que é sua namorada!
Fiquei surpreso com a reação irritada dela ao citar a vizinha.
— Deixa de bobagem! Coopere, vai...
— Só vou quando eu quiser! Você não passa de um idiota!
Com firmeza, exclamei:
— Vamos, agora!
A minha paciência que já não estava boa por conta do ciúme e toda aquela sua resistência em me obedecer me fez agarrá-la com força e a ergui em meus braços para levá-la em direção ao banheiro.
Esperneando, ela passou a gritar:
— Me larga! Me larga, seu imbecil!
Com os seios comprimidos sobre o meu corpo e o movimento dos quadris para se livrar de mim, teve o resultado que eu não queria.
Não imaginei que o fato de segurá-la nos meus braços se tornaria uma tarefa tão difícil, ainda mais que naquele exato momento, senti o desejo insano de beijá-la.
Coloquei-a no chão do banheiro e afastei-me dela, preocupado com meus próprios impulsos.
Minha respiração estava rápida, além do comum e controlando-me para resistir ao desejo de tocá-la, peguei fôlego e falei:
— Pronto, só preste atenção. Lave o seu rosto, que eu...
Kelly, mudando repentinamente de atitude, aproveitando o espaço pequeno do banheiro, espalmou suas mãos sobre o meu peito.
— Você tá uma gracinha, mendigo!
Ela falou num sorriso lânguido. O meu corpo reagiu novamente com desejo.
— Para, Kelly! — Falei num fio de voz, clamando a mim mesmo pelo bom senso.
— Você não me acha mais atraente que Marina?
Ela envolveu os seus braços sobre meus ombros. De tão surpreso, tensionei os músculos e fiz menção de reter os braços dela para não continuar se aproximando.
Ela sussurrou:
— Estou doida pra beijar você...
Aquela voz bem sensual, com os lábios tentadores me fez hesitar sobre a minha intenção de afastá-la.
E antes que eu falasse alguma coisa, Kelly encostou seus lábios nos meus.
Tarde demais. Não dava mais para resistir àquele contato, então, segurando-a pela cintura, beijei-a como desejei desde o momento que a vi pela primeira vez.
Era um beijo profundo, numa entrega total. Minhas mãos percorreram sua costas e estreitei seu corpo delicado sobre o meu, aprofundando minha boca na dela, misturando o sabor da bebida ao seu próprio sabor.
Ela se colou mais em mim e passou os dedos sobre os meus cabelos, e um gemido saiu dos meus lábios. Como era bom beijá-la. Senti o seu corpo entregue numa tortura viciante.
Um doce prazer espalhou -se sobre o meu corpo e fiquei tentado a mover minhas mãos para os seios pequenos dela, mas me detive.
"Ai, meu Deus! O que estou fazendo?"
Um resquício de racionalidade, lembrou-me que eu deveria parar. Não era justo me aproveitar daquela situação.
Kelly não estava sóbria. Ela podia julgar-me por esse ato e contra minha vontade, afastei-me rapidamente.
Com o susto, ela se encostou na pia para não se desequilibrar.
A risada estrangulada dela me fez sentir um crápula. Como pude abusar de seu estado de embriaguez e beijá-la daquele jeito?
— Desculpa, Kelly, eu não devia...
— Claro que devia! Você beija bem pra caramba, Lost! Venha, eu quero de novo!
Ela tornou se aproximar, mas me afastei mais ainda.
— Não, já chega!
Ela me olhou séria, depois fez cara de choro e por fim, vi lágrimas sair dos seus olhos. Fiquei arrasado.
— Ah, entendi! Não sou a Marina, né?
— Não é isso, Kelly... Você tá bêbada, não é certo.
— Eu decido o que é certo pra mim, Idiota!
Ela enxugou as lágrimas com as costas das mãos.
— Você é uma droga de homem certinho! Não combina comigo, pois só atraio problema! Eu sou o problema!
— Não, Kelly, por favor, só faça o que eu pedi e amanhã conversamos sobre isso.
Ela me olhou de um jeito que parecia estar desgostosa com minhas palavras e resmungando baixinho, virou-se para a pia. Começou a lavar o rosto.
Fiquei encostado na porta, ainda trêmulo por conta do beijo. De repente ela falou:
— Aí, Lost estou ficando tonta.
Aproximei-me e então ela começou a vomitar.
O corpo dela tremia enquanto expulsava o líquido forte de bebida
— Certo! Fique calma!
Com respeito a amparei sobre os meus braços e comecei a alisar suas costas com a mão direita, até que parou o mal-estar.
Ela estava suada e fraca.
Afastando-a do banheiro,encaminhei-a em direção ao quarto dela.,
—Agora quietinha, vamos! Vou pôr você na cama
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 98
Comments
Anonymous
Tomar que a autora não deixe o romance só até a metade.Não faça isso .Continue colocando capítulos.Estou amando.Queri ver eles juntos logo
2025-04-07
1
Elizabeth Fernandes
Que eles se resolvam logo quero ver pegando fogo 🔥🔥🔥
2024-11-22
1
Maria Ines Santos Ferreira
ai vai demorar para ele levar uma pancada na cabeça lembrar né você já tem muitos capítulos eu preciso lembrar logo
2024-09-14
0