Quando saí do banheiro, Kelly estava no quarto e notei que ela não me esperou para tomar café juntos.
Entrei na cozinha, ao mesmo tempo que a ouvi do quarto:
— Já tomei café, não espere por mim.
Certamente Kelly ficou constrangida com o que falei a ela.
Uma característica que eu percebia desde que cheguei ali, há duas semanas é que Kelly evitava situações que fugissem do seu controle.
Uma buzina retirou-me do devaneio. Kelly gritou:
— É Felipe!
Saī da cozinha e abri a porta. Felipe acenou pra mim.
— Ajuda aqui, Lost.
Fui prontamente pegar a cama com o colchão de solteiro e a escada que estavam na carroceria do veículo.
Logo que entramos , ele assobiou ao ver o estado da casa.
— Uau! Foi Kelly que arrumou aqui? Que milagre foi esse?
Antes de eu responder, Kelly apareceu e explodiu:
— Vai te catar, Felipe!
— Que mulher mal-humorada de manhã cedo! Aposto que foi Lost que arrumou sua bagunça!
— Só ajudei! — Sorri, meio encabulado.
— Não venha encobrir Kelly, viu? Ela tem uma faxina desde o ano passado bem inacabada!
Ela já no quarto de novo, gritou:
— Ei... Para de falar de mim! Você sabe que não tenho tempo!
— Mentirosa!
Eu ouvia o diálogo divertido entre os primos e nao quis interferir. Os dois quando se encontravam pareciam crianças disputando o doce.
Eu e Felipe entramos no quarto com a cama. Ele novamente assobiou, abismado.
— Bom trabalho, Lost!
— Obrigado, Felipe!
Eles montaram a cama, puseram o colchão e novamente agradeci.
Antes de sair do quarto, Felipe revelou:
— Olha, cara, vou ser bem sincero. Quando vi você ontem não me empolguei, mas agora vejo que está fazendo um bom trabalho em ajudar minha prima, que é a mulher mais bagunceira que conheço.
Eu ri do comentário dele. Principalmente porque ele falava baixinho para Kelly não escutar.
— Obrigado. É o máximo que posso fazer já que ela me ajuda bastante.
Ele franziu o cenho e perguntou:
— Você está sem trabalho, cara?
— Infelizmente sim, mas enquanto não consigo algo melhor, pretendo fazer alguns serviços que aparecerem...Estou disponível para qualquer trabalho.
Felipe ficou mais sério ainda.
— Bom... Não demore muito, pois é chato ficar sem emprego e Kelly precisa de alguém que a ajude com as despesas!
— Claro, sem dúvidas! — Respondi, sentindo-me com o meu ego masculino em frangalhos .
— Mais uma coisa...— Felipe estava sem jeito, mas desabafou: — Você parece um cara legal , mas não estou gostando muito dessa história de morar junto... Minha família é muito tradicional a esse respeito, então pelo menos case primeiro, antes de pensar em filho. Tá certo?
Fiquei abismado com as palavras dele. Comprovei que ele realmente achava que éramos namorados.
— Não se preocupe, Felipe! Vou fazer conforme você disse... Kelly é muito importante pra mim e jamais a magoaria.
— Fico aliviado! Pois os outros namorados não valiam a pena. Você é diferente, posso ver.
Fiquei tenso com as palavras de Felipe. Tinha medo de que não fosse digno da confiança dele e de sua mãe, Lena.
Felipe deu a mão para mim, em despedida e disse:
— Vou nessa! — E gritou: —Kelly, se quiser carona até o restaurante, vamos!
— Tá bom!
Fui saindo do quarto e Kelly, já toda arrumada ( Belíssima, melhor dizendo) disse:
— Já vou, Lost! Trago sua comida! — Ela disse rápido sem me olhar nos olhos.
Felipe olhou para mim, depois para a prima. Perguntou:
— E o beijo de despedida?
Ouvindo a frase, me engasguei de leve ao ser pego de surpresa.
Kelly respondeu, mordendo de leve o lábio inferior, visivelmente inquieta.
— Antes de chegar, primo, fizemos isso.
Felipe deu de ombros.
— Então tá bom, vamos!
Ela, antes de fechar a porta, cruzou seus olhos com os meus e gesticulou um tchau.
Fiquei uns instantes em pé, feito estátua. " Queria tanto, sentir o sabor dos seus lábios, Kelly!" Pensei, enquanto o meu corpo reagia só de imaginar beijando-a.
Logo em seguida, fiquei pensando no que Felipe me falou. Ficou bem claro que enquanto tivesse ali, deveria buscar uma forma de ganhar dinheiro.Se pelo menos eu soubesse quem eu era, tudo seria mais fácil.
Por volta de meio-dia, Kelly voltou de ajudar a tia no restaurante . Eu havia terminado de arrumar o telhado e estava colocando uma lâmpada nova no teto da sala.
Ela falou:
— Já terminou aí? Trouxe seu almoço !
— Sim, já vou descer.
Entao Kelly deixou a refeição na mesa e voltou para a sala e ficou bem próxima à escada, observando o que eu fazia.
— Amanhã irei novamente ajudar tia Lena e ela me disse que gostaria que você fosse também.
— Será um prazer! Mas por que ela dispensou você hoje mais cedo?
— A praia não está tão lotada hoje e ela me disse assim: "Coitado do Lost! Deve estar sentindo sua falta." — Ela imitou a voz da tia, fazendo uma careta e não pude deixar de rir.
E comigo pensei:" Você nem imagina o quanto, Kelly!" Meu coração começou a disparar e ao descer ela se afastou um pouco, me dando passagem, ainda assim, ao por o pé esquerdo no chão acabei me desequilibrando, mas consegui coordenar meus movimentos.
Por instinto nesse meio tempo, ela veio e me apoiou sobre o seu corpo, para me ajudar no equilíbrio.
Foi então que percebi o quanto era bom sentir o contato dela junto ao meu corpo.
Ambos ficamos em silêncio, aproveitando o valor dos nossos proprios corpos.
Minhas mãos nos ombros de Kelly.
Às dela, na minha cintura.
Ela arfava, após o repentino susto e os lábios se abriram para proferir alguma palavra que morreu na garganta.
Meus olhos estavam totalmente atraídos por aquele rosto angelical de lábios suaves e convidativos.
Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse beijá-la.
Incentivado pela postura dela, sem resistência, junto ao meu corpo, com a mão direita retirei uma mecha do seu cabelo e devagar levei para trás de sua orelha. Ela estremeceu.
Como se estivesse hipnotizada, fitava-me com intensidade. Então acariciei o seu rosto levemente e ao chegar em direção ao seu queixo, levantantei-o devagar .
Ela não fez menção de se afastar e então para mim era a confirmação de que eu podia continuar.
Enquanto, eu abaixava a cabeça para alcançar seus lábios, ela fechava os olhos, dando o sinal que também desejava beijar-me.
Porém, antes que se completasse minha intenção, nós fomos surpreendidos por batidas fortes na porta da frente.
Toc. Toc. Toc.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Meire
Pronto chegou um empate foda! 😂😂
2025-04-05
0
Elizabeth Fernandes
Sempre um pra atrapalhar
2024-11-21
2
Anilda Alves da Cruz
quem kkkkké o intrometido /Frown/
2024-08-08
2