Na quarta-feira, assim que o sol nasceu, seguimos para mais uma aventura na escalada ao pequeno relevo da Pedra Branca, lugar com trilhas que não eram bem sinalizadas, mas eu conhecia como a palma da minha mão.
Desde criança eu e o meu pai costumávamos nos embrenhar pela mata, a fim de conhecer melhor o lugar.
Enquanto eu, Lost, Marcela e Felipe, caminhávamos pelo belo ambiente, ficávamos admirados com o conjunto singular de cores, combinados entre a fauna e a flora, enchendo-nos de emoção.
Em cada detalhe, íamos nos afastando da praia da União, seguindo em direção à praia das gaivotas.
Com habilidade, fui mostrando os caminhos e rapidamente chegamos aos pontos que queríamos que era uma fonte com água cristalina e mais a frente, um pequeno lago, quase inexplorado.
— Esse lugar é muito lindo! — Lost falou com admiração.
— Que você não ia conhecer se viesse com Felipe! Ele é péssimo em direção.
Falei em desafio e Felipe mostrou uma careta para mim.
Marcela, com um sorriso contido, explicou:
— Da última vez ficamos perdidos e foi difícil reencontrar a trilha, tudo por que Kelly não veio.
— Ah, eu sou demais! —E comecei a rir, debochada.
Felipe para se vingar, falou:
— Kelly é ótima em direção e péssima em equilíbrio. Nunca aprendeu a andar de bicicleta...
— Sei sim e muito bem!
— Pois me mostra!
Eu e Felipe nos encaramos. Ia começar o duelo de revelações do passado.
— Escuta essa, Lost! Kelly passou um mês tentando aprender a andar de bicicleta com o meu tio. Toda tarde pra mim era uma diversão ver as trezentas quedas que ela tomou durante um mês ... Se ela passar de bicicleta por aí, é perigo na certa!
Os três começaram a rir de mim e eu não deixei por baixo. Como ele ousava me envergonhar na frente de Lost?
— Você passou do limite, priminho! — Meu olhar fez morrer o sorriso de Felipe que num instante tentou me persuadir a ficar calada.
— Não, Kelly, tá bom! Você é perfeita! É habilidosa, é a melhor motorista...
— Não tem mais volta, Felipe! — Falei, ameacadora a e com sarcasmo, revelei: — Sabe, pessoal, meu primo quando criança adorava vestir as roupas da minha tia e eu até maquiava ele. Será que quando a esposa está fora de casa, ele ainda tem o curioso hábito de vestir roupas femininas?
Sei que peguei pesado, mas durante todo o trajeto, Marcela infernizou a vida dele com piadas sobre o que revelei.
No fundo eu estava me divertindo e Lost, mesmo não comentando nada, achava graça em tudo.
Ao finalizarmos nossa aventura, descemos para a Praia das gaivotas. Naquele momento, a faixa de areia ainda estava larga e tivemos que andar um bom pedaço até chegarmos próximo ao mar.
Felipe correu para mergulhar nas águas espumantes e Marcela gritou:
— Ei, espera por mim!
Então ela se dirigiu a mim, que olhava o primo saltando entre as ondas, alegre como uma criança.
— Você vem, Kelly? — Marcela perguntou, enquanto tirava a roupa, ficando só com o traje de banho.
— Ah... Não. — Baixei meus olhos, para não denunciar minha timidez diante de Lost, que me olhava interrogativo. —Fico vigiando as coisas de vocês.
Marcela insistiu:
— Não precisa. Tá cedo e ninguém tá passando por aqui... Ficamos olhando de longe, né Lost?
—É verdade, Kelly, não tem com o que se preocupar!
Balancei a cabeça em negativa:
— Não mesmo.
Com as bochechas vermelhas de vergonha, sentei-me sobre a areia. Reparei que eles continuavam imóveis.
— Vão ficar aí me olhando feito estátua?
Lost interveio, num tom de gozação:
— Acho que ela é que nem gato... Tem medo de água fria.
— Vai catar coquinho, Lost!
E joguei um punhado de areia nele. Ele ficou boquiaberto com minha reação e logo em seguida disse:
— Sua danadinha! Não vem que te sujo também!
Ele se abaixou para pegar a areia, mas eu fui rápida e fiquei bem longe. Caí na gargalhada.
Bom, para ele, minha risada deve ter sido um gatilho para continuar o desafio, porque em poucos segundos ele já corria atrás de mim.
Marcela gritou:
— Vou atrás do meu marido! Pega ela, Lost!
Eu corri para a parte das dunas de areia. Ele não dava trégua e eu não estava interessada em ceder.
Estávamos nos afastando cada vez mais e depois de muita correria, finalmente fui alcançada por meu perseguidor.
Entretanto, nós nos desequilibramos e acabamos escorregando sobre a areia, resultando numa queda para lá de tentadora.
Eu fiquei sobre ele e nós dois rompemos numa agradável risada, rostos bem próximos. No entanto, os risos foram cessando.
Naquele instante foi que ficamos conscientes que os nossos corpos e nossos olhares começaram a exigir mais que um contato.
Ficamos quietos, olhos nos olhos. Novamente aquele eletrizante desejo de dias atrás, tomando de conta dos nós dois Então sem me mexer, lembrei da regra:
— Eu falei pra não me tocar... Quebrou a regra...
Era para eu ter falado mais firme, mas minha voz saiu rouca não sei por quê:
— Eu só tentei amortecer sua queda...
Os olhos dele desceram para minha boca e nossas respirações ficaram mais rápidas.
— Você me sujou de areia, agora vou ter que enfrentar aquela água congelante.
— Ora veja... E eu pensando que você estava com vergonha de ficar só de biquíni na minha frente.
— Sério? Aí é que você se engana. — Menti. — Estamos numa praia e as pessoas ficam até nuas se quiserem.
"Ai, droga, por que eu falei isso?". Instantaneamente meus pensamentos voaram para um Lost sem nenhuma peça de roupa e ao mesmo tempo, senti que o membro dele estava ficando enrijecido.
Aquela reação me assustou e rapidamente me livrei dos braços dele.
Constrangido, ele se levantou e ficou de costas para mim
— Desculpe, Kely... Foi inevitável... Você falou de um jeito...
— Por favor, não repita minhas palavras! — Gritei, nervosa. Eu estava tão constrangida quanto ele.
— Ai, que vergonha!
Eu respirava rápido, enquanto de costas, Lost tentava voltar ao normal.
— Vá na frente, Kelly... Vou logo em seguida.
Nem hesitei.
— Ok, preciso tirar a areia do corpo.
Passei por ele, que ficou quieto.
Depois da metade do caminho, observei que ele vinha mais atrás, aparentemente recomposto. Quanto a mim, o desejo ainda me massacrando.
Tirei a roupa e coloquei perto da minha mochila. Meu biquíni era discreto, mas não me sentia segura em ser observada por Lost.
Corri para a água.
E eu não parava de pensar: " Tenho que me sentir atraída justo por aquele Capitão Caverna?"
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Anilda Alves da Cruz
nenhum dos dois cedem? assim fica cada vez mais difícil
2024-08-09
2
Maria Izabel
está demorando muito este 💋 já imaginando quando ela realmente admitir que está apaixonada por ele ❤️💓💓💓
2023-11-23
7
Marione Gomes
Pensei que ia rolar um beijo agarra esse gato mulher afff
2023-11-11
1