A luta e o desespero
Os gritos do homem chamaram a atenção de todos, e, em questão de segundos, havia gente espalhada por toda parte, observando o que estava acontecendo. Um homem que aparentemente era o líder deles estava furioso e gritou:
— Acabem com ele e peguem a garota! Ela é o alvo!
Ao ouvir isso, fiquei apavorada. Olhava de um lado para o outro, com tanto medo que meu corpo todo começou a tremer. Wallace, ouvindo isso, partiu para cima do líder com uma fúria descomunal. Os outros tentaram fazer uma barreira para impedi-lo, mas não adiantou. Ele parecia uma máquina que não sentia dor. Cada soco que dava, o indivíduo não conseguia se levantar.
Dois homens robustos, com porretes nas mãos, partiram para atacá-lo, mas suas armas foram tomadas. Com seus próprios porretes, foram espancados.
O líder, vendo a fúria nos olhos de Wallace, se apavorou e tentou fugir. Assim que ligou a moto, foi atingido por um pedaço de pau e caiu por causa do impacto. O sangue escorria de sua boca, pois bateu nela ao se desequilibrar.
Assim que ele se levantou, Wallace já estava ao seu lado. Ele o pegou pelo pescoço e disse, em voz alta e com muita raiva:
— Quem te mandou? E por que a Laís é o alvo? Fala, ou vai morrer aqui e agora!
O homem começou a gritar em desespero, dizendo que não sabia quem havia enviado, apenas recebeu dinheiro para me sequestrar.
— Quem te deu o dinheiro? — perguntou Wallace, dando um soco no rosto do homem.
O cara gritou de dor e respondeu:
— Foi uma mulher!
— Essa mulher tem nome? — continuou Wallace, acertando outro soco no rosto do homem.
Eu corri para ele e o abracei pelas costas, dizendo:
— Amor, não faz isso. Deixa ele ir embora. Acho que ele já aprendeu a lição. Você não é assim, eu sei que não é. Eu estou bem, estou bem. Aqui, pertinho de você. Tá tudo bem. Fica calmo.
Assim que ele olhou para mim, toda a sua fúria desapareceu, dando lugar a um sorriso lindo que me deixou de calcinha molhada. Ele largou o homem no chão e me abraçou, pegando minha cintura e me puxando para ele. Passei meus braços ao redor do seu pescoço e beijei seus lábios com muita ternura.
Eu ainda estava trêmula e assustada pelas palavras que o homem havia dito, mas, quando estou perto de Wallace, é como se ele fosse o meu porto seguro. Eu me sinto protegida e sei que nada vai acontecer comigo.
Ele me colocou no colo, como se aqueles homens caídos no chão fossem um tapete. Ele passou por cima, pisando em cada um, atravessando a rua sem se importar com os olhares do povo. Seus lábios não se separaram dos meus.
Ao chegar na calçada, ele disse:
— Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você, Laís. Você é minha vida. Eu te amo tanto que chega a doer aqui dentro de mim. Prometo que não vou permitir que nada te aconteça. Eu vou estar sempre aqui para você.
Sorrindo para ele, com os olhos cheios de lágrimas, eu falei em bom e alto tom:
— Eu te amo, Wallace. Nos seus braços, me sinto a mulher mais segura do mundo. E sei que nada vai me acontecer porque você está aqui comigo. Promete para mim que, mesmo que você recupere sua memória, não vai me deixar. Porque eu não saberia viver sem você.
Ele respondeu:
— Eu nunca vou te deixar. Só a morte nos separará.
Todos que estavam presentes começaram a aplaudir, mas também ouviram que eu era o alvo naquele lugar.
A mulher observando
Do outro lado da rua, uma mulher com um telefone na mão observava toda a luta e transmitia em uma vídeo chamada. Ela falou para o homem do outro lado da linha:
— Realmente, ele não lembra de nada, mas não deixa de ser um perigo. Mesmo sem saber quem ele é, 19 homens não foram suficientes para derrotá-lo. Ele os derrotou em questão de minutos. Não devemos facilitar. Se quisermos vencer, temos que aproveitar sua perda de memória. Porque, se ele recuperar a memória, vai investigar e, se descobrir tudo o que aconteceu, todos nós estamos perdidos.
O homem do outro lado respondeu:
— Não se preocupe. Antes que ele recupere a memória, estará morto. Meus homens já estão a caminho para te dar assistência. E acredite, ele não vai durar até o final do mês. Mas lembre-se: eu quero a garota viva.
— Sim, senhor — respondeu ela, desligando o telefone.
O restante do dia
O restante do dia foi tranquilo. O movimento no restaurante estava bom, e havia muito trabalho. Por causa de Wallace, as pessoas se sentiam seguras para fazer suas refeições lá. Sabiam que nada ia acontecer.
O Davi também estava satisfeito em saber que seu restaurante agora oferecia segurança às pessoas.
A conversa com Clarice
Já quase no final do expediente, percebi a Clarice chorando no quartinho. Bati na porta e perguntei:
— O que está acontecendo?
Ela negou com a cabeça. Então, eu sentei e disse:
— Você não confia mais em mim, amiga? O que está acontecendo? É sua tia ou sua prima que está te importunando?
Ela me abraçou e disse que não queria me incomodar com os problemas dela. Eu respondi:
— Não é nenhum incômodo. Você é minha amiga, e estou disposta a conversar a qualquer hora.
Ela contou que a convivência com a tia e a prima estava muito difícil. Todo dinheiro que ela conseguia, elas tomavam, e a humilhavam, dizendo que ela não tinha para onde ir, que era uma bastarda e que vivia lá de favor.
Ela também contou que foi humilhada em público quando foi procurar o namorado e o encontrou aos beijos com a prima. Ela o questionou, e a prima zombou dela, rindo:
— Você acha mesmo que ele queria alguma coisa séria com você? Se enxerga, garota! Ele só te pediu em namoro porque eu pedi. Era um plano para te humilhar. Eu sempre soube que você era apaixonada por ele desde o colégio. Então, resolvi pedir esse favorzinho. A pessoa que ele ama sou eu.
Ela falou que os dois ficaram rindo enquanto todos olhavam para ela chorando.
Fiquei com muita raiva e tive vontade de quebrar a cara dos dois. Abracei minha amiga e disse:
— Ele realmente não era para você. Ele é pouca coisa, não tem caráter nenhum para estar ao lado de uma pessoa maravilhosa como você.
Falei também:
— Não se preocupe. Deus vai preparar o melhor para você.
Ela balançou a cabeça em negação, como se tivesse desacreditada de tudo na vida. Sei que ela só começou a namorar o idiota do Mateus porque queria esquecer seu verdadeiro amor, tentando suprimir seus sentimentos porque não se sentia digna dele.
Entre lágrimas, ela começou a dizer:
— Laís, se Deus é tão bom, por que tirou de mim minha mãe e meu pai ao mesmo tempo? E por que eu vivo uma vida tão lamentável, sendo humilhada e pisada todos os dias pela minha tia e minha prima? Será que Ele realmente se importa comigo? Ou apenas vê e faz de conta que não vê? Ou tem prazer no meu sofrimento?
Olhei para ela e disse:
— Amiga, acredite, você ainda vai encontrar a maior felicidade na sua vida. Todo esse sofrimento pode ser Deus te preparando para algo bem maior, para uma bênção maior. Para que você esteja preparada quando alcançá-la e ver que Ele tem cuidado de você, mesmo estando nessa situação.
Abracei-a forte por um bom tempo.
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Atualizado até capítulo 75
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