Capítulo 09

Eu já estava ficando doida, ficamos conversando por horas, e eu acabei não aguentando e comendo um pouco, até porque minha barriga estava vazia e a ressaca me incomodava.

Resolvi tudo que tinha que resolver e agora eu só tinha que ir no presídio. se eu tava com medo? Eu não diria medo, e eu estava segura de mim, porém sei que não será fácil, o que me faz sentir um frio na barriga.

O senhor escuridão estava bem acomodado na minha casa, geral conversando sem se importar com nada, até eu ver umas 5 caixas de cerveja chegando, os bonito tomaram posse da minha casa e ficaram bebendo entre eles, e eu só no meu suco, até porque amanhã eu ia trabalhar, e eu não tava a fim de ficar novamente com dor de cabeça e nem uma puta ressaca.

Eu já tinha me enturmado com alguns meninos ali, porém em quem eu ficava viajando era no senhor das cavernas, ele tinha algo que me deixa louca. Aquele moreno com lábios avermelhados, aquele olhar dele tão sério me encantava de alguma forma, seu olhar misterioso me prendia nele.

— Qual foi morena, vai beber com nós não pow? — Rick pergunta, e eu neguei com a cabeça.

— vou nada, amanhã eu acordo cedo pra trabalhar, e ir lá no presídio. — falei tomando um gole do meu suco.

— Tá certo, só vou deixar passar por causa do teu trabalho. — falou negando com a cabeça, e

eu começo a rir.

Fiquei conversando com geral, até mesmo com o moreno gato, cada vez que eu escutava a voz dele, eu me arrepiava toda, não tinha nem como não ficar louca escutando aquela voz grossa dele, eu chegava até me derreter, vontade eu tinha de sentar naquele colo e beijar aquela boca maravilhosa, de ouvir aquela voz potente em meu ouvido.

Ficamos a tarde toda conversando, zoando só entre a gente mesmo, em nenhum momento chegou mais pessoas nem nada, porém outras coisas estava tirando minha atenção, minha mãe saiu cedo e até agora nada dela, e já é exatamente umas 19:30 e eu já estava praticamente surtando.

— hi.... qual foi tigresa, deixa a mãe curtir pow, ela deve estar com algumas amigas curtindo um pagodinho ou um forrozinho. — diz cabeça bebendo sua cerveja me fazendo revirar os olhos.

Gosto quando minha mãe sai, pra esfriar a cabeça e não ficar só focada em mim, deixo um pouco ela de lado, mas sempre preocupada, a bonita não avisa pra onde vai. Me levantei da mesa e fui pra cozinha pegar alguma coisa pra beber, abri a geladeira e só se via cerveja, com certeza ainda tinha um fardo ali, me abaixei pra pegar uma fruta pra fazer meu suco e fui parada por alguém.

— pow morena faz assim não, aí eu fico louco e mas gamadão em você. — escutei aquela voz que me causava arrepios, me levantei e virei pra olhar pra ele, que me olhava dos pés a cabeça mordendo os lábios, enquanto me olhava sério.

— Quer alguma coisa? — perguntei toda sem graça, olhando nos olhos dele.

— Quero uma cerveja, porém um beijo teu cairia bem melhor agora. — Diz, e eu sinto arrepios percorrer por todo meu corpo.

Eu fiquei calada, engulo o seco vendo ele se aproximar enquanto me olhava com desejo, quando eu dei por mim ele já estava perto o suficiente, senti suas mãos em minha nuca, enquanto meu corpo estava encostada na geladeira, sinto seus lábios quentes em meu pescoço me enchendo de desejo, ele subiu do pescoço até a minha boca e me beijou com veracidade, novamente seus lábios dão atenção na pele fina de meu pescoço, enquanto ele passa seus dedos em meus lábios, seus olhos penetrantes estavam nos meus, eu não sabia explicar o que era aquele turbilhão de coisas estranhas que eu estava sentindo.

Porém, paramos logo ao escutar passos vindo, nos afastamos e eu entreguei a cerveja pra ele, enquanto eu olhava ele se virar pra sair dali, minha mãe entrou na cozinha com cabelos molhados e outra roupa diferente, observei aquilo, mas fiquei calada vendo ela com um sorriso de orelha a orelha.

— Boa noite. — mãe cumprimentou toda sorridente e empolgada pegando um copo e abrindo a geladeira, logo ela se serve com uma cerveja.

— Boa noite dona. — O dono do morro que ainda estava ali, cumprimenta. me lança um olhar cheio de desejo e caminha pra varanda se juntando com os outros.

— Que foi filha ? — mãe pergunta e eu nego com a cabeça.

— nada não senhora. — falei colocando as frutas no liquidificador batendo e fazendo meu suco.

— vou sentar lá fora tá? — falou beijando minha cabeça e saindo.

Pude sentir um cheiro forte de perfume masculino, e logo estranhei, mamãe tá tanto tempo sozinha, queria que ela encontrasse alguém que a ame de verdade sabe? Porém eu não vou perguntar nada, quando ela tiver com vontade de contar, ela me fala, não vou força nada.

— Ta bom, eu já estou indo. — falei vendo ela sumir da minha vista.

Fiz meu suco todo bonitinho, coloquei no copo, guardei o resto e minha garrafinha pra levar

amanhã, e fui lá pra fora sentindo o olhar do gato em mim, ele me comia com os olhos.

Porra que pegada era aquela? Eu ainda sentia meu corpo completamente em chamas, aquele perfume amadeirado mexia com meus sentidos, aquele braços fortes ao meu redor, nossa senhora!

Me sentei perto da minha mãe deitando a cabeça em seu ombros, e vendo ela conversa com os meninos, mais logo me juntei na conversa com eles, sempre acompanhada pelo olhar do gostoso do dono da porra toda.

Eu tava louco naquela mulher nmrl mesmo?

é um bagulho estranho pra krlh, eu queria sentir ela, queria toca ela de todas as formas, mais eu não podia, eu iria destruir a vida dela igual eu fiz com as dos meus pais. As coisas poderia ser diferente, mais como iria? Se a única coisa que eu sei fazer e acabar com a vida de todo mundo, mais como dizem nem tudo que a gente quer a gente pode ter, é assim com ela.

Eu não posso te-la comigo, eu estaria colocando ela em risco, assim como a coroa dela, que só pela conversa ontem me mostrou ser uma pessoa maravilhosa, nmrl? Minha véia se tivesse aqui, com certeza iria se amarrar nas duas.

Ontem chegou um certo horário, a morena foi dormir porque teria que acordar cedo, todo mundo ia meter o pé pra dona Dandara descansar, mais quem disse que ela deixou ? ficou até tarde com nós lá, só que deu meu horário e eu meti o pé pro meu barraco.

E assim foi a mesma rotina de sempre, meia hora de sono e depois ficar igual um zumbi pela favela com o meu fiel escudeiro Darius, que vivia pra cima e pra baixo comigo sempre, não importava a hora, ele sempre estava ali.

Mais nmrl pela primeira vez na vida, eu não conseguia focar no que eu tinha pra fazer, meus pensamentos estava nela, eu sentia o cheiro do seu perfume meio doce em meu corpo, mesmo que eu já havia tomado banho eu conseguia sentir aquele perfume impregnado em mim.

E isso me dava um frio na barriga, porque pela primeira vez na vida, eu sinto algo por alguém, coisa que eu nunca se quer tinha sentido, se eu estou com medo? Claro que sim, eu não sei o que me espera, e nem sei o que pode acontecer, porém tenho na cabeça que eu não posso colocar ela em risco.

— É meu amigo, acho que estou gostando de alguém.— comentei com o Darius que estava

sentado no sofá me olhando com aqueles típicos olhos curiosos e confuso. — Eu não vou dizer que estou apaixonado, até porque é a primeira vez que a vi, e tive um certo contato. Então eu não diria paixão. — continuo a conversa com meu amigo fiel Darius, enquanto joguei a cabeça pra trás, passei as mãos no meu rosto e respirei em frustração. — que merda está acontecendo?

A porta se abriu, eu nem precisei olhar pra saber quem era, porque por ela passou um papagaio que fala pra krlh, se deixar fala até pelo cu, tinha hora que o cabeça me tirava do sério, o cara não sabe ficar com o bico calado.

— Qual foi irmão, tu sabe o que aconteceu.— falou se jogando ao lado do Darius que colocou sua cabeça na barriga do mesmo e dormiu novamente, e lá se via história longa como todas as vezes que ele chegava aqui. — sabe aquela menorzinha lá ? que senta pra geral e que engravidou e falou que foi estrupada? — perguntou

— tlgd quem é. — respondi com uma voz grossa olhando pro celular.

— Então parça, hoje a vó dela botou ela pra fora de casa, só treta nmrl.. a véia descobriu por um exame la, que ela não foi estrupada e tals, chamou a mina de tudo que é nome e botou pra fora de casa. — falou negando com a cabeça.

Eu nem me meto nesse assunto nmrl? Não é a primeira vez que escuto, porém quando rolou

esse boato, a véia veio falar comigo, deixei bem claro pra ela o que acontecia aqui, já deixei claro pra geral aí no meu morro, não aceito estrupo e se tiver caso eu vou atrás até no inferno, e mostro quem é que manda nesse crlh.

Eu não quero isso pra mulher nenhuma, nem desejo pra ninguém passar por isso, porque já vem as neuras na mente do bandido, fico imaginando se fosse com filha minha ou mulher minha, não ia aceitar mesmo. Quando dei o papo pra véia, ela já veio cheia de marra pra cima de mim, logo em cima de quem né? Pus ela no seu devido lugar, porque não sou de abaixar a cabeça pra ninguém, ainda mais pra

quem não quer enxergar a verdade que está na cara.

— A véia deve tá cheia de vergonha na cara, botando marra pra todo mundo, chamado todo mundo de mentiroso, por não querer acreditar que a neta ao invés de estudar, tava sentando pra bandido, e ainda inventa estrupo, uma coisa que é séria. — falei digitando no celular, soltei a fumaça do meu fiel cigarro. — se eu não conhecesse a fama da mina, eu tinha cobrado o cara, e ia me arrepender depois, mais o que é dela, ainda será cobrado. — falei negando, e ele concordou.

O negócio comigo é assim, mentiu uma vez vai mentir sempre, não tem essa não, é a

mesma coisa da traição, traiu uma vez, vai trair sempre, a carne é fraca? É o crlh isso é

história pra boi dormi, porque homem que é homem valoriza a mulher que tem em casa.

Tô sendo homem pra crlh em admitir essas parada geral, aí usa essa desculpa pra trair, trouxa é a mulher que não se valoriza e aceita essa situação, mais se elas aceita quem sou eu pra criticar ?

Fiquei trocando umas ideia com ele, mais logo ele foi fazer os corre dele e eu fui fazer as minhas coisas, o mais foda é que eu faço as coisas aqui e sempre tem merdas pra resolver, impressionante é ainda tem uns emocionados que fala que ser bandido e fácil.

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