_ Mãe... Eu posso sair hoje à noite? (Eu nunca havia saído com um brasileiro, eu nunca tinha marcado com alguém tão tarde da noite, eu estava muito nervoso, e estava com medo de que a minha mãe não me liberasse para sair, principalmente em uma boate, onde eu estava com a cabeça em propor isso, eu tenho curiosidade, mas isso não é um local adequado para um encontro e minha mãe jamais me deixaria se quer passar ao lado de um estabelecimento desses).
Eu tentava conversar com ela, mas meus pais ficaram um longo tempo trancados no quarto resolvendo seus assuntos pessoais e da empresa.
A Ahana ficava próxima a mim vendo se eu estava bem, parecia que ela havia começado um relacionamento, pois ela estava menos mal humorada, e me ajudava com a minha agenda sem muitas exigências.
_ Por que está fazendo este rosto alarmado? (Realmente, eu me pegava apreensivo, eu precisava me comunicar com meus pais, mas eles quando tinham reuniões, somente Deus sabia as horas que saíram daquele quarto).
_ Meus pais estão ocupados! Preciso pedir algo a eles! (Eu não gostava de incomodar, mas pensava em bater na porta).
_ Você tem aula de tênis e ainda não está vestido! Se vista, Díoman, daqui a pouco você vai ter quer ir ao curso! (Eu pensei em faltar, já estava de saco cheio de cursos e mais cursos inúteis que meus pais me colocavam para disfarçar a ausência que eu sentia deles).
_ Eu não quero ir à aula hoje, preciso falar com os meus pais! (Eu apertava meus dedos e sentei ansioso).
_ Díoman, não seja um preguiçoso desmoralizado! O seu professor está lhe esperando para lhe ensinar a jogar tênis, e você está... Sendo um sujeito muito mal educado! (Eu odiava tênis com todas as minhas forças, eu tinha que ir naquele clube chato, estudar algo que eu não queria, junto dos outros inúmeros cursos que não me davam prazer! Era horrível me sentir um sujeito mal educado, mas eu nunca fazia o que eu queria, era só cursos e mais cursos sem sentido).
_ Ande Díoman, se arrume logo! (Ahana brigou comigo, me mandando ir para o quarto, eu olhei para o quarto dos meus pais novamente, pensei em gritar, chutar alguma coisa, me jogar no chão, mas eu a olhei e concordei cabisbaixo em ir ao curso novamente).
Me arrumando eu pensava em como sair hoje à noite sem querer meus pais ficassem nervosos, eu não conseguiria conversar com eles, no curso de tênis, o mestre jamais me liberaria para fazer uma ligação a eles, meu pai com certeza estava fazendo uma reunião sobre pontos turísticos, analisando o mapa e vendo onde as pessoas mais frequentam para atrair as suas atenções , minha mãe trabalhava no administrativo e ela que tinha ideias, para lançar no marketing para fazer propaganda e passar para o designer e fazer o produto final para a companhia de aeronaves ou a de ônibus de turismo, meus pais trabalhavam assim.
Eu fui para o curso contrariado, eu não tinha tempo para nada, eu estava estressado com tudo, eu não conseguia me sentir bem comigo, eu me sentia perdido e enraivado, no vestiário eu acabei pegando um cigarro e tragando escondido de novo, uma galera do time de futebol fumava, e os vendo tragar parecia que o time ficava mais leve, eu comecei a tragar também, eu me senti mais leve fazendo aquilo, mas eu sabia também que meus pulmões não concordavam com os meus pensamentos de alívio, me olhando no espelho eu percebia claramente que algo está a diferente em mim, talvez eu estivesse mudando e eu realmente estava sendo um filho ingrato, igual Ahana falava comigo, eu deveria parar de me sentir mal e ser grato por ter tudo, meus pais são queriam um filho ingrato feito eu, eu deveria parar de pensar em falar que queria algo diferente e sair daqueles cursos cansativos, e os deixar orgulhosos comigo, para quando os contasse que eu não era como eles pensam que eu sou, eles não fiquem tão decepcionados comigo e me rejeitem!
_ Ahana disse que você teimou com ela, não querendo ir a aula de tênis! Por que você não queria ir na aula de tênis? (Quando cheguei em casa fui direto conversar com os meus pais, eu não tinha mais tempo, o horário estava tardio e eu ainda não havia me comunicado).
_ E-eu fui na aula de tênis! (Eu mostrava que eu estava dando orgulho).
_ Não teime com Ahana, ela ficou muito triste com você mais cedo! (Meu pai falava mexendo em seus cartazes).
_ Eu posso sair com um amigo? (Eu os disse um pouco nervoso).
_ Amigo? Que dia, que lugar e em qual horário? (Minha mãe olhou séria e eu fiquei constrangido).
_ Hoje, às 20h! Vamos só sair para conhecer um lugar! (Eu estava muito nervoso, eu não sabia mentir, e eu não ia contar onde íamos).
_ Hoje não é dia de sair, ainda mais nesse horário! (Ela negou e eu fiquei abatido).
_ Por favor mãe, eu fiz a aula de tênis, me comportei na escola, minhas notas estão boas! Deixa eu me divertir um pouco também, estou cansado de só ficar preso em cursos extracurriculares tediosos! (Eu não sei porquê falei aquilo).
_ Você não se diverti com os seus cursos? (Meu pai a encarou e eu fiquei sem graça).
_ Me divirto! (Eu odiava, a respondi cabisbaixo e revoltado com aquilo).
_ Sunshine, deixa o menino ser menino! Ele só quer se divertir com um amigo, e eu sei que ela vai voltar antes das 23h! (Meu pai dizia animado e minha mãe negou).
_ Não, eu não me sinto confortável vendo Díoman saindo a essa hora, com um "amigo"! Meu filho não sai com gente estranha em um hora perigosa dessa, em um lugar que vocês vão conhecer ainda! Isso é perigoso, e se Díoman ficar doente, o que eu vou fazer? (Katherine é superprotetora, eu me sufocava com a sua poda constante).
Eu fiquei triste, eu iria fugir pela janela, não era justo ela pensar que sou Bernard, aquela doença já estava extinta e ela ainda tinha medo de algo que já se foi e nem existe mais. Eu fiquei muito moado, eu deitei na cama me sentindo a Rapunzel presa em sua torre chata.
_ Díoman, vai ser feliz meu filho! Só não fique fazendo bagunça na rua e volte até às 23h! Sua mãe ainda está receosa em te deixar ir, mas eu já falei com ela! (Eu ri para o meu pai, eu fiquei contente e o abracei).
Tomei um banho rapidamente e vesti meu cardigã, penteei meus cabelos e me despedi dos meus pais, Kathy me olhava com um riso estranho no rosto me mandando lhe enviar uma mensagem quando eu chegasse. Eram 20:05h, e eu comecei a ficar um pouco irritado com aquele atrasado sem justificativa do meu parceiro da noite, eu estava plantado no nosso ponto de encontro a 15 minutos, me senti humilhado e desonrrado com aquele atrasado, um ato inconveniente a se fazer, principalmente com o nosso primeiro encontro, era algo inadequado, eu estava tolerando demais então resolvi para casa, aquilo era um completo absurdo, me esforcei tanto para nada!
Nunca na minha vida esperei por alguém como naquele dia, exceto no beco que eu ficava esperando Murilo aparecer, para eu levá-lo a escola, já que o mesmo atrasava todos os dias para chegar a aula. Então eu buscava-o com a minha bicicleta e o acariciava no caminho, já que ele sempre murmurava que estava com medo de se machucar e cair, e outras coisas no meio do caminho que eram maluquices de sua cabeça.
Nisso deu 20:08h e como eu tinha sido feito de tosco, comecei a ir embora, era uma coisa intolerável, o que Lucca havia feito comigo, não me deu satisfação e brincou com os meus sentimentos, me fazendo esperar daquele jeito, eu iria na boate sozinho! E andando revoltado percebi que tinha alguém andando atrás de mim, então eu parei e olhei bem sério para trás, era o Lucca correndo desesperado.
_ Pensei que ia embora sem mim! Estou sem crédito, e só vi seu telefonema agora pouco! Meu celular só fica no silencioso, não deu para ouvir sua ligação! (Ele dizia afobado me encarando).
_ Estava indo para o evento! Pensei que não iria vir! (Eu disse um pouco insatisfeito, é desrespeitoso um atraso daquele).
_ O que iria fazer lá sozinho? Não fique bravo, sei que a sua cultura vocês são pontuais, mas aqui, atrasar é normal! E se for olhar o tempo que cheguei até aqui, eu cheguei adiantado! (Ele falava calmamente comigo e me olhando).
_ É desrespeitoso e negligente essa atitude! Sinceramente, isso não me agrada! (Fui sincero a ele, odeio atrasos e continuei andando).
_ Me desculpa Díoman, não sabia que isso iria te chatear! Prometo te recompensar nessa noite! (Nisso ele me seguia um pouco chateado).
Então o encarei e lhe dei um sorriso, iríamos nos divertir, eu sabia que havia alguns costumes meus que não o cabia, e isso era um deles.
_ Não faça essa cara, penso que estou lhe martilizando com minhas palavras ásperas! Não irei impor nada meu em ti, só não brinque com meus costumes e farei o mesmo por você! (Eu dizia isso o olhando e depois lhe dei um beijo e ele sorriu para mim de volta, colocando as suas mãos nas minhas).
Então andamos por aí e ele brincava um pouco comigo me fazendo sorrir, era estranho aquilo, mas eu gostava. E com aquelas brincadeiras toscas chegamos na casa noturna e esperamos pacientemente na fila, até chegar a nossa vez.
_ RG! (O segurança olhava nós com uma cara má).
_ O que é RG? (Eu perguntava confuso ao Lucca o que era aquilo).
_ Identidade! (Ele sussurrou para mim, entregando seu documento ao segurança).
_ Mas isso não podemos dar! É um dado pessoal, é perigoso entregar isso a qualquer um! (Eu falava aquilo olhando o meu documento).
_ Díoman, é assim que funciona aqui! Entregamos o RG e depois ele nos devolve! (Lucca dizia calmamente isso, então eu confiei nele, já que isso era sua cultura).
_ Você pode entrar, o seu amigo não! (O segurança nos olhava e entregando o meu documento).
_ Por que ele não pode entrar? Díoman é minha companhia, ele tem que entrar! (Lucca encarava sério o segurança e eu fiquei confuso com aquilo).
_ Tem algo errado com o meu documento de identidade? Há algum dado incorreto? (Eu encarava o documento confuso, ele era diferente do meu primeiro documento).
_ Você tem 14 anos, isso aqui é de 16 para cima! O seu amigo não pode entrar! (O segurança falou aquilo arrogantemente).
_ Mas se ele entrar, ninguém vai reparar, olha o tamanho dele! (Lucca reclamava com o segurança indignado).
_ Garoto isso aqui são ordens, não posso liberar um pirralho entrar aqui dentro! Por mim nenhum menor entraria aqui, aposto que entram com o dinheiro de suas mães! (O guarda revirou os olhos nos encarando).
_ Eu trabalho, não me enfie no meio dos mimadinhos que estão aí dentro, entendeu! (Nisso o Lucca ficou irritado e eu o puxei de lá).
_ Pode entrar, divirto-me aqui fora! (Eu falei calmamente com ele).
_ Não! Vamos nos divertir juntos, ali dentro! (Ele ficou realmente irritado com o segurança).
Assim ele se soltou e foi até o segurança e apontou o dedo na cara dele, nisso o segurança se irritou e o pegou violentamente.
_ Olha aqui garoto, cai fora, antes que eu perda a cabeça e te arremesso daqui! Ordens são ordens, e eu estou cumprindo elas! (Eu fiquei assustado com aquela atitude do segurança).
_ Por favor, solte-o, iremos embora e deixaremos o senhor trabalhar como foi-lhe ordenado! (Eu encarava o Lucca que tentava se soltar desesperado).
_ Vão ir embora? Para de gracinha garoto, conheço pessoas do tipo do seu amigo! Só vem aqui causar confusão, você deveria ficar longe dessas companhias! (Aí ele encarou o Lucca irritado, pois Lucca lhe mostrou o dedo).
_ O Lucca virá comigo, ele não irá incomodar mais! (Eu pedia o segurança extremamente preocupado com Lucca).
Assim o segurança o desceu bruscamente e o encarou friamente, assim puxei o Lucca para perto de mim, com medo do segurança bater nele.
_ Escuta o seu amigo e cai fora daqui! Se você causa confusão, será a última vez que você passa por aqui! (Ele mostrou sua arma de choque revoltado).
_ Ele não irá fazer confusão, foi um mau entendimento que foi convicto! (Eu encarava o Lucca que estava com o rosto franzido).
_ Seja lá o que você falou, é melhor tirar seu amigo daqui! (Assim o segurança voltou ao seu posto)
Então saímos de lá, eu fiquei envergonhado com aquelas atitudes, mas fiquei preocupado com a brutalidade do segurança ao pegar o Lucca daquele jeito, o garoto até mancava enquanto andava comigo.
_ Ele machucou-lhe muito? (Eu dizia preocupado com aquela situação).
_ Era para a gente ter entrado, era para eu ter te protegido e fazer você se divertir! Nossa noite deu toda errada! E pra piorar, você deve está assustado, por causa daquele segurança imbecil! (Ele passou a mão no rosto frustrado).
_ Vamos comer naquele estabelecimento de lanches que disse! Lembro-me que a senhora citou que a comida de lá é exótica! (Eu tentava animá-lo, pois eu via que Lucca estava se esforçando).
_ Que ir na lanchonete comigo? No Frigz eles fazem um hambúrguer artesanal ótimo, com um molho verde divino! E podemos pedir fritas de acompanhamento! (Ele havia ficado animado com aquilo, então fiquei disposto também).
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Atualizado até capítulo 71
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