Capítulo 16

Quando saí da sala de Mari, apesar de estar carregada de trabalho e com o que ela me disse — da forma que ela disse — rondando minha cabeça, notei que algumas pessoas me olhavam de maneira estranha. Na verdade nem era estranha, elas só me olhavam, algo que não costumavam fazer a menos que Mari estivesse gritando comigo no meio da agência, coisa que por sinal não acontecia há alguns dias.

Entre reuniões, encontros externos com diversos profissionais e visita a alguns locais de eventos, voltamos para a agência apenas no fim do dia.

Eu já havia esquecido aquela sensação estranha de ter olhares tão descarados em minha direção, mas enquanto comprava um suco na cafeteria, antes de pegar meu ônibus, Rhuan parou logo atrás e me cutucou. Eu sorri e segui até uma mesa onde sentei e logo fui acompanhada pro ele que chegou sentando.

— Amiga você tem coragem, viu? — falou. — Nunca vi alguém que tivesse peito para se meter entre o casal problema.

— Do quê está falando? — questionei, não entendendo aquela conversa.

Será que haviam descoberto sobre meu lance com Rafaela? Céus, eu estava perdida! Ai meu emprego.

— Como assim do quê? Todo mundo tá comentando sobre teu rolo com a Mari.

— O-o quê? De onde tiraram esse absurdo? — chocada era pouco para me descrever, eu estava a ponto de ter um AVC.

— Faz tempo que comentam sobre ela ter te oferecido carona e depois daquela noite no barzinho as meninas concluíram que ela estava afim de você. E que faz tempo que a Mari tá calminha, não vimos mais ela indo na sala daBianchi, isso é inédito!

— Isso é a coisa mais absurda que eu já ouvi! — esbravejei nervosa. — Eu não tenho nada com a Mari e ela não está interessada em mim.

Aproveitei que o rapaz colocou meu copo de suco sobre a mesa e levantei saindo rapidamente. Era só o que me faltava, fofocas sobre eu ter um caso com a Mari. Por isso estavam me olhando?

Fofoqueiros desgraçados!

Eu estava com tanta raiva durante o percurso para casa que nem me dei conta quando o ônibus chegou em minha parada. Tive que correr para descer e saí quase tropeçando quando me deparei com quem menos esperava, Sofia. Parei por um minuto e nesse tempo, ela que, antes estava distraída procurando algo na bolsa, me avistou e sorriu na mesma hora.

Sofia estava exatamente como na última vez que nos vimos, nada havia mudado, tirando meu interesse que caso ainda existisse com certeza tornaria aquela cena bem mágica devido a iluminação da praça que favorecia sua beleza.

— Finalmente nos encontramos  — falou se aproximando enquanto eu estava parada no mesmo lugar. — Pedi teu número ao Diego, mas a Jéssica proibiu ele de dar. — Ela revirou os olhos e sorriu em seguida. — Pensei que teria que ir na tua casa.

— Por que queria me ver? — perguntei desconfiada.

— Como assim por quê? Senti sua falta. Você não? Terminou comigo e me esqueceu rapidinho...

— Não me venha com DR, Sofia — avisei.

— Certo, não quero discutir nosso passado, mas Giulia, eu gosto muito de você. Será que depois de tudo não posso ter sua amizade?

— Eu acho amizade uma palavra muito forte  — comentei, começando a caminhar e ela me acompanhou. — Não há problema algum em nos encontrarmos por aí e conversar, mas você não seria a pessoa com quem me abriria sobre minha intimidade e eu também não quero ser essa pessoa para você. Te acho uma pessoa incrível, mas é isso.

— lNossa, que fora — lamentou e por alguns segundos seguimos em silêncio, dando passos lentos e desconfortáveis. — De qualquer forma você está convidada para minha festa de aniversário. Ainda lembra quando é...

— Claro que lembro. — Parei e nos encaramos. — Se der eu vou.

— Eu ficaria feliz com sua presença. — Ela sorriu, em seguida fez um breve aceno antes de voltar caminhando por onde viemos.

Em casa jantei com minha mãe falando sobre o trabalho. Ajudei com a louça e assisti um pouco de TV com ela, antes que fosse dar um rotineiro beijo de boa noite em Mauro.

Quando fui para o quarto verifiquei meu celular, onde havia exatamente o que desejava encontrar, uma mensagem de Rafaela. O que eu não esperava era ler aquilo que me fez dar um largo sorriso.

...Rafaela: Minha cama parece vazia....

...Giulia: Quando vamos nos ver? Ou melhor, quando eu vou te ver, né? Porque você está sempre me espionando....

...Rafaela: Que exagerada. Se eu não estivesse atolada de trabalho iria te buscar hoje mesmo, mas já passei muitos dias fora, agora tenho que compensar....

...Giulia: E eu ainda te dou mais trabalho. Soube que resolveu com o fornecedor....

...Rafaela: Não foi nada. Mas quero que me dê trabalho de outra forma... De preferência na cama....

...Giulia: Com o maior prazer, senhorita Bianchi....

...Rafaela: Se eu tirar alguns minutos desse trabalho... Podemos nos ver rapidinho. Topa?...

...Giulia: Nos encontramos na esquina? Avisa quando chegar!...

Eu parecia uma louca correndo de um lado para o outro, trocando de roupa com um sorriso constante no rosto e o frio na barriga.

Quando Rafaela mandou mensagem anunciando que já havia chegado saí do quarto rapidamente e na entrada encontrei minha mãe que voltava.

— Para onde vai toda apressada? — questionou.

— Advinha. — Sorri toda boba e ela fez o mesmo. — Ela está me esperando no fim da rua.

— Vou com você, o Mauro acabou de ir jogar xadrez com um amigo — falou dando meia volta, mas segurei em seu braço.

— Mãe, tem alguma coisa em relação a ele que esteja me escondendo? Do tipo comentários...

— Não estou escondendo nada, apenas... Sim filha, ele está bem chateado com a Rafa e uma matéria que saiu sobre ela. Como os dois ainda não conversaram, para evitar confusão em dobro acho melhor que você não esteja no meio disso no momento em que acontecer. Pelo menos não por enquanto.

— Como assim não por enquanto?

— Vocês ainda não firmaram compromisso ou estou enganada?

— Ah mãe, a senhora pensa muito lá na frente! Quero dizer, não é como se fossemos namorar...

Nós duas sorrimos e saímos juntas mudando o assunto, mas tanto eu quanto ela sabíamos que era bem desagradável a questão com o Mauro.

Assim que entrei no carro minha mãe acenou para Rafaela que retribuiu e logo em seguida me olhou de um jeito confuso.

— Vamos, você precisa trabalhar! — falei já colocando o cinto.

— Geralmente as mães não são contra suas filhas saindo a essa hora para viver aventuras mundanas? — brincou me fazendo rir enquanto observava ela dirigindo.

— Para onde vamos?

— Mais perto do que imagina... — afirmou, já dando seta para entrar em outra rua e minutos depois estávamos num motel que ficava pertinho de casa.

Se eu dissesse que nunca entrei alí ou em outros lugares como aquele, estaria mentindo, mas me sentia como se fosse a primeira vez, estava em êxtase. Na real não era o lugar, era a companha e a situação. Rafaela tinha dado uma pausa no trabalho apenas para ter um pouco de mim e eu desejava tanto aquele tempo com ela.

Tudo estava esquecido, eu nem lembrava sobre as fofocas, sobre Mari ou Sofia. Na real o que importava era o fato das mãos de Rafaela estarem percorrendo meu corpo enquanto entravamos no quarto nos beijando feito duas desesperadas. Eu ansiava por sentir os toques dela em meu corpo e ela com certeza estava da mesma forma, por isso ambas já nos despiamos até que nossa pele entrasse em contato e eu pudesse sentir a trilha de beijos que ela fazia até chegar entre minhas pernas.

De joelhos diante de mim, Rafaela começou a me chupar de uma forma absurdamente gostosa, me arrancando gemidos pra lá de altos enquanto me agarrava em seus cabelos.

Droga, que língua, que lábios, que mulher perfeita. Eu estava prestes a gozar, minhas pernas estavam bambas e eu achei que ia ao chão enquanto ela me devora até de fato me fazer chegar ao orgasmo.

— Caralho, Rafa... — gemi ainda trêmula quando ela levantou diante de mim e me agarrou dando início a um beijo intenso, fazendo com que deitassemos na cama.

Inverti nossas posições e finalmente pude tomar as rédeas da situação ficando por cima, podendo chupar aqueles peitos lindos, ouvindo os gemidos baixinhos dela. E quando minha mão tocou sua intimidade me maravilhei com o quanto estava melada. Levei os dedos a boca sentindo gosto dela que quase me queimou com o olhar, apreciando a cena.

Quando eu finalmente desci para entre suas pernas, pude chupa-la o quanto desejava. Sentindo em mim a latente excitação ao ter suas pernas prendendo minha cabeça enquanto minha língua deslizava ali, até que pudesse senti-la estremecendo e gozando para mim.

Não tinha como descrever o quão gostoso eram nossos momentos.

Nós teríamos ficado a noite inteira, mas era preciso cair na real, tínhamos trabalho. Apesar de que já era bem tarde quando saímos do motel, afinal estrapolamos e acabamos nos demorando mais do que pretendíamos inicialmente.

— Por quê está me olhando? Ou melhor, sobre o quê está pensando? — indagou enquanto mantinha os olhos fixos na pista.

— Somente apreciando sua beleza assim, com cabelos úmidos e sem maquiagem. — Me arrisquei a levar a mão até a nuca dela onde acariciei e como recompensa ganhei um sorriso.

Ficamos um pouco em silêncio e percebi que estávamos prestes a chegar, afinal o percurso era um pulo, mas Rafaela parecia fazê-lo bem mais lentamente que o normal.

— Seu pai comentou sobre a matéria na revista? — Me atrevi a perguntar.

— Ele me ligou hoje, exigiu uma conversa, mas falei que estava cheia de trabalho. — Seu semblante mudou completamente. — Não menti, mas... complicado.

— Eu imagino. — Percebi que só mais um pouco entraríamos na minha rua. — Me deixa aqui na praça, melhor não correr o risco dele te ver.

Rafaela concordou e rapidamente estacionou o carro. Me inclinei para selar nossos lábios antes de sair do carro e quando fechei a porta do veículo, desconfiei que o universo estava contra nós, pois avistei Mauro na praça, parado a uma certa distância me encarando.

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Comments

Allan Ricardo Araujo

Allan Ricardo Araujo

Giulia é muito besta pra Rafaela deve colocar logo ela contar a parede para assumir ela não vai ficar sendo besta

2023-09-14

0

Diva

Diva

Aí Jexus!
O "bixo" pegou...
Não vou conseguir mais comentar, vou ler agora até o fim. Fiquei ansiosa...

2022-12-29

1

Rebeca Olvr

Rebeca Olvr

Próximo capítulo autora 🙃

2022-11-12

3

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