Jean perdeu a noção das horas, mas não saiu do lado da mulher pela qual estava irremediavelmente apaixonado.
- Senhor Clarencce! - Um médico entra no quarto.
- Sim? - Jean se levanta da cadeira onde estava sentado.
- Vamos iniciar o processo de acordá-la\, poderia esperar lá fora?
- Eu… eu quero ficar! - Jean diz conciso. O médico maneia a cabeça. Não era de praxe deixar acompanhantes durante os procedimentos\, mas como diria ao maior CEO e homem mais rico da região que ele não poderia permanecer ali?
- Ok\, só peço que não se manifeste e aguarde naquele canto\, por favor. - Jean assente e fica observando\, enquanto o médico chama duas enfermeiras que vem auxiliar.
Ana Carolina sente a boca seca e o corpo pesado. Seus olhos parecem estarem grudados e ela precisa de força para abri-los. Depois de alguns segundos, parece que finalmente o ar entra por suas narinas e ela puxa o ar com força.
- Ana Carolina… Ana… - Um homem de meia idade falava com ela. Ela pisca e franze o cenho.
- O que aconteceu? - A última coisa que ela se lembrava era… era... as lembranças retornaram como um raio atravessando o céu. Jean\, Sophia\, o advogado\, o acidente… seus olhos marejaram.
- Você sofreu um acidente de carro…
- Quanto tempo estou aqui? - Ela questiona preocupada. Ao olhar ao redor seus olhos param nos verdes profundos do homem que ela mais amava e temia no momento.
- Pouco mais de 24 horas. - O médico responde e ela engole seco\, desviando os olhos de Jean.
Jean percebe o olhar dela, e mal se aguenta para finalmente poder ir falar com ela. Espera o médico conversar com ela, medir os sinais então ele assente para Jean e se retira. Jean se aproxima dela, sob o seu olhar completamente diferente de tudo que ele tinha visto. Era como se uma sombra tivesse sobreposto os olhos cor de mel sempre brilhantes.
- Ana… - Jean puxa a cadeira para se sentar ao lado dela.
- Não se preocupe\, eu não sabia… vou me afastar! - Ana se precipita. Não estava afim de discutir. Sua cabeça ainda parecia pesada demais\, e qualquer discussão que houvesse\, ela perderia.
- Não! - Jean balança a cabeça. - Eu também não sabia… descobri no dia em que fizemos amor…
- A marca\, não é? - Jean assente. - Desconfiei quando vi a marca de Sophia.
- Porque não me falou?
- Por que? Oras! Veja\, recém descobriu e um advogado foi bater na minha porta! - Ana segura o choro\, mas não consegue impedir que algumas lágrimas escapem.
- Não fui eu que mandei o advogado! - Ana o encara séria. - Eu apenas os procurei para ver se era você mesmo\, para ver o nome completo\, pois eu não tinha mais os documentos da época.
- Como não me reconheceu? - Ana ainda não sabe se deve acreditar nele.
- Não sei! Talvez os cabelos que mudaram\, ou o seu semblante\, que antes era tão triste. Ou o meu cérebro que bloqueou\, passei anos tentando esquecer o seu rosto…
- A sua voz… - Ana fecha os olhos e Jean sorri.
- A sua voz… desde a primeira vez que nos falamos por telefone\, parecia que eu conhecia a sua voz. - Ana recapitulava cada momento daquela gravidez\, cada vez que falou com ele\, depois cada vez que chorou sozinha por ele não a atender\, e das tantas noites em claro\, depois de dar a luz\, sentindo falta de algo que ela sabia que nunca poderia ter. A sua menina. Sentiu os dedos dele tocando a sua pele\, secando as lágrimas que escorriam.
- Me desculpa… - Jean disse com a voz tensa e rouca. Ana abre os olhos e não vê arrogância ou irritação. Ela vê apenas os olhos do homem pelo qual havia se apaixonado. O pai de Sophia. Sorriu. O pai da sua filha.
- Posso me manter apenas como amiga de vocês. Juro nunca contar… - Ela é interrompida por Jean.
- Acho que você não entendeu. - Ele pega na mão dela. - Você é a mãe dela\, e eu quero que e aproxime\, quero que seja o que quiser ser para ela. E mais do que isso\, quero que queira ficar comigo! - Ana arfa diante da declaração do homem.
- Quer… que eu fique? - Ela não contém as lágrimas seguidas de um sorriso. - Eu amo aquela menina. Mesmo que não a tenha visto crescer\, eu …
- Eu sei! Ela também te ama. - Jean diz lembrando que nem mesmo quis saber quem era a sua mãe\, com a intenção de que ele ficasse com Ana. Ana seca as lágrimas.
- Obrigada por isso. - Jean sorri. Um sorriso que há tempos ele não dava. Um sorriso em paz.
Jean saiu do quarto, quando Ana voltou a dormir. Ainda teria de tomar alguns medicamentos, e teria muito sono. Ele ligou para a casa de Carlos, mas ninguém atendeu. Então ligou direto para Carlos, que o atendeu com a voz séria.
- Carlos! Tudo bem? - Questionou assim que percebeu a voz estranha do homem.
- Senhor… - O homem parecia nervoso. - Sua esposa… quer dizer\, sua ex esposa…
- O que houve Carlos? Onde está Sophia?
- Ela… ela a levou!
- Quem a levou? - Jean sai em disparada do hospital. - Como a levou\, porque deixaram?
- Ela chegou com a assistente social\, minha esposa não pode evitar\, cheguei agora pouco\, e tentava ver onde ela estava\, para poder avisá-lo!
- Inferno! - Jean entra no carro e acelera. Será que ele não merecia um segundo de paz?!
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 77
Comments
Josi Gomes
AGORA A CAROL PODE APARECER COMO A MÃE BIOLOGIA DA SOFHIA E AJUDAR O JP COM A GUARDA DA FILHA
2023-08-23
4
Eduarda Silva
que mulherzinhaa
2022-12-28
1
daninha
aí que capítulo lindo 😍. Ela ama ele é ele ela não perdeu a memória. Eva
2022-12-24
1