Dane-se a sanidade!

Ana Carolina ministrava a sua aula com os pequenos, quando foi chamada na secretaria.

- Ana Carol sente-se por favor. - A diretora pediu e Ana estranhou. - Você sabe que sempre a elogiamos e sempre a consideramos uma ótima professora. - Ana franze o cenho.

- Sim… ? - A diretora suspira.

- Bem\, isso não vem de nós\, mas do conselho diretor. - Ana se remexe na cadeira.

- O que foi\, Elisabete! Me diga\, estou ficando nervosa! - A diretora a olha séria.

- Você está se envolvendo com algum pai de aluno da escola? - Ana empalidece. Envolvendo? Pai de aluno…? Sua mente foi direto para Jean. Estava se envolvendo com ele? Já estava envolvida… lembrou-se do beijo\, das tardes\, os três juntos… A ausência de resposta dela\, foi o que a diretora precisava para tomar coragem de dizer o que precisava. - Você foi vista por alguém com o pai de uma aluna. Mas não qualquer pai. - Ana leva a mão à testa fechando os olhos. A diretora estende o celular e Ana pega olhando uma imagem dela e de Jean se beijando. Abre a boca. Como alguém os fotografou e eles nem viram?

- Foi a única vez\, e foi domingo agora! Ontem mais precisamente. - Estava chocada com aquilo.

- Pois ele é um dos nossos melhores pais. - E com isso ela queria dizer rico.

- Juro que me afastarei dele. - Ana diz sem nem mesmo pensar se realmente faria aquilo\, mas a mulher a sua frente comprimiu os lábios e suspirou estendendo um papel.

- Você está em aviso. - Ana abre a boca. - Será desligada da escola.

- Eu não acredito nisso! - Ana fala devagar com os olhos arregalados.

- Essa imagem chegou ao conselho diretor essa manhã.

- Meu Deus! - Ana leva a mão ao peito. Como retornaria para a aula com aquela informação? Ela começa a ler o papel. - Em três dias? - Quase grita e encara a mulher que apenas ergue os ombros\, como se não pudesse fazer nada.

Ana anda de volta até a sua sala. Essa manhã ela evoluiu bastante com Sophia, a pequena garotinha já conseguia juntar as sílabas e ela estava tão animada com aquilo. Almoçaram juntos e Sophia repetia que a amava, e ela não podia não fantasiar que realmente aquela menina era a sua filha. Estava tão feliz… agora essa notícia a desnorteou.

Sentou-se em sua cadeira, a frente a turma. - Pessoal… que tal se desenharmos? - A turma fez uma festa e Ana observou os rostinhos de seus alunos. Ela amava cada um deles. Seu coração doía ao pensar em abandoná-los no meio do ano. Ao final da tarde, abraçou cada um deles e disse que os amava. E eles a abraçavam forte, e repetiam que a amavam, e muitos entregavam os desenhos, dizendo que haviam feito para ela.

Ana encontrou Jean e Sophia na saída. Sophia foi correndo até ela, que pegou a menina no colo. Ela já era grandinha, com sete anos, mas ela ainda conseguia a erguer. Apertou a garota nos braços e suspirou.

- Tudo bem prof?

- Tudo sim\, meu amor. - Ana ficou com ela ali abraçada enquanto Jean admirava as duas garotas e sorria.

Naquela noite Jean a convidou para jantar em sua casa. Ana aceitou, afinal já havia sido demitida mesmo. Não tinha por que se afastar deles.

- Como está o trabalho? - Ana pergunta puxando assunto.

- Corrido\, mas venho delegando mais e fazendo menos. Não preciso mais me matar para viver\, eu já tenho a vida ganha. - Ele sorri e mastiga o frango assado que encomendou para eles.

- Pai\, no final de semana podemos ir ao parque de diversões que abriu lá no centro? - Jean encara a menina.

- Claro\, mas como você descobriu do parque? Eu ia fazer surpresa…

- Ah… - Sophia ri animada. - Minha amiga Luana estava falando que os pais dela iam a levar\, daí combinei de encontrá-la lá\, para tomar um sorvete.

- Hummm que chique… - Jean pisca para Ana que ri. - Já está até marcando encontro com as amigas. - Sophia quase fecha os olhinhos sorrindo.

- Ebaaa… já sou uma moça. - Ela joga a mãozinha para frente fazendo charme e os dois adultos riem. - A prof Carol pode ir com a gente? - Ela olha de um para outro.

- Se ela quiser\, com certeza. - Ele dá o seu melhor sorriso. Pois ele não veria graça se ela não fosse.

- Eu não perco um parque de diversões por nada! - A mulher diz sorrindo e Jean amplia o sorriso.

No fim da noite, Jean coloca Sophia para dormir e se senta na sala com Ana.

- Que tal um cafézinho\, antes de ir? - Ele oferece\, pois não queria se despedir ainda.

- Tá … - Ana aceita\, pois não queria se despedir. Era bom estar com ele. E de repente as memórias da voz dele ser conhecida fazia sentido. Afinal\, eles só se falavam por telefone… Lembrou-se do bendito contrato\, da advogada na beira do seu leito. Teria sido ele o homem frio que a abandonou naquele hospital?

Jean retorna com duas xícaras de café e vê a mulher de cenho franzido. - Tudo bem? - Ana sorri.

- Tudo bem sim. - Ela pega a xícara e seu coração se aperta. Ele com certeza a afastaria se ela fosse mesmo a mãe de Sophia. E tudo indicava que sim…

No fim daquela noite ele não teve coragem de beijá-la. Ela parecia distante e pensativa, ele apenas a abraçou e viu-a entrar em seu carro e ir.

Sophia sorria espiando o pai e a prof na sala. Ela ansiava que a prof se tornasse a sua madrasta. Mesmo que nas histórias as madrastas fossem malvadas, ela sabia que Carol seria a princesadrasta. Ela já imaginava acordar e ver a prof a ajudando a se arrumar, lhe fazendo waffles e elas vendo filmes da Barbie. Ela sonhava em ver o pai beijando a professora, seria o dia mais feliz da sua vida!

Os três dias passaram rápido e no último Ana abraçou cada um de seus alunos e se despediu. Eles choraram e disseram que não aceitariam outra prof, mas ela os fez prometer que seriam bonzinhos e iam se esforçar para aprender tudo. E em outro momento eles poderiam se reencontrar.

Ana Carolina saiu da escola aos prantos. Sophia e Jean a esperavam do lado de fora, mas ela passou reto por eles, que deixaram o sorriso morrer no rosto.

- Pai\, o que aconteceu? - Sophia se preocupou com a mulher.

- Não sei… - Ele disse e seguiu com a menina na mão\, atrás da professora. - Carol!

- Prof! - Sophia ajudou chamando.

Ana se escorou no carro e seu corpo era sacudido pelos soluços do choro.

- Carol… - Jean a abraçou.

- Fui demitida! - Ela diz entre as lágrimas.

- O que? Por quê? - Sophia abraçou a professora\, olhando para cima\, querendo ver se a mulher parava de chorar. - Ana apenas balança a cabeça.

- Vou pra casa\, preciso descansar. - Jean assente e abraça a filha.

- Prof… - Sophia chama com a voz embargada. Ana se vira para a menina secando as lágrimas.

- Oi\, meu amor… - A mulher se agacha para olhar a menina nos olhos.

- Posso te ver amanhã?

- Claro… pode ser depois da aula? - Ela olha para Jean que assente. - Podemos ir tomar um chocolate quente. - Sophia sorri e se pendura no pescoço da mulher\, que ela não sabia explicar por que\, mas amava muito.

Ana passou boa parte da noite chorando. Todo um esforço, estudo e trabalho para ser jogada fora por um beijo. Um único beijo! Fez chá de camomila e assistiu um episódio de Friends para se distrair, até que pegou no sono, com a televisão ligada mesmo.

Acordou com batidas na porta. Demorou a acordar, e quando por fim reagiu, ficou com medo. Como batiam na porta? Será que deixou o portão aberto?

- Quem é? - Perguntou com o ouvido colado a porta.

- Sou eu… Jean. - Ana abre a porta de cenho franzido.

Jean arfa ao ver a mulher apenas de pijama. Ela vestia um short curto deixando as pernas longas e torneadas de fora, e uma blusa fina de manga comprida, que deixavam ver os bicos dos seiös aparentes pelo frio entrando pela porta.

- Estava preocupado. - Disse assim que reagiu e parou de babar por ela.

- Como? Como entrou aqui? - Ela disse vendo o portão fechado.

- Eu pulei. - Ele dá um sorriso grande e Ana dá uma gargalhada.

- Entra. - Ela abre espaço para ele. - Por que não me ligou? - Jean a olha de sobrancelhas erguidas.

- Eu liguei. - Ela junta as sobrancelhas e pega o celular.

- Sem bateria… esqueci de colocar.

- Eu estava prestes a arrombar a porta. - Ele diz rindo e Ana sorri balançando a cabeça.

- Eu vou trocar de roupa e faço um café para nós.

- Tá ok. - Ele aguarda e ela vem com uma calça de moletom e um casaquinho por cima da blusa do pijama. - O que aconteceu? Por que te demitiram? - Ana o olha e baixa os olhos\, seguindo para a cozinha para preparar o café.

Ele aguarda, mas ao ver que ela não fala ele a para, e a segura pelos braços, olhando-a fixamente nos olhos. Ana suspira.

- Tiraram uma foto nossa. Minha e sua… - Ana o olha nos olhos verdes. - Nos beijando. - Jean entreabre os lábios. - Chegou ao conselho diretor e me demitiram por estar me envolvendo com o pai mais maravilhoso da escola… - Ana revira os olhos e bufa.

Jean primeiro fica incrédulo daquilo. Depois se indigna e por fim diz. - Vou resolver isso!

- Não\, por favor… - Ana balança a cabeça. - Deixa assim\, eu tenho boas indicações\, logo consigo outra escola.

- Mas isso é injusto!

- É mesmo! - Ana diz erguendo os pés para pegar biscoitos no armário de cima\, e ele ergue o braço e pega para ela. - Obrigada. - Ela sorri sem jeito. Ele estava muito perto.

- Carol…

- Hum? - Ela engole seco.

- Nesse caso… - Ele a prensa contra o balcão da cozinha e segura a sua nuca. - Nesse caso podemos nos envolver… - Ele sorri de lado e a beija.

Ana se entrega ao beijo, esquecendo qualquer situação que possa ocorrer no futuro. Jean sente as curvas por baixo do tecido e sua ereção desponta a fazendo arfar e gemer nos seus lábios.

- Carol…

- Jean…

Ele continua a beijando, até não ser mais suficiente, então a pega no colo, colocando cada uma de suas pernas de cada lado do corpo. Ana dá um gritinho e ri. Ele a leva para o sofá sem parar de beijá-la. Deita-a ali e se deita sobre ela. Ana nunca havia dormido com um homem. Ela nunca quis. Nunca se sentiu à vontade para isso. Na verdade, mal saíra com homens em sua vida.

Ela o deixou conduzir a situação e quando deu por si ele tirava a sua blusa e afagava os seus seiös. Ela jogou a cabeça para trás e gemeu. Jean saía de órbita. Ele admirava o corpo perfeito dela e era capaz de gözar de apenas olhá-la.

- Carol\, eu quero você… - Ana geme… - Me diga… me diga que me quer também… - Jean quase implora e Ana o que queria\, mais do que querer\, ela… ela estava apaixonada por ele. Essa constatação a assustou um pouco. Em sua vida\, ela teve poucas paixões\, e muito cedo a desilusão a deixou em pedaços.

- Jean… - Ela sente ele beijando o seu pescoço\, a pressão da ereção dele em seu ventre. Ah… Dane-se a sanidade! - Eu o quero\, Jean! O quero como nunca quis ninguém!

Jean arfa. Ele estava apaixonado por aquela mulher. Dia após dia ela entrava em sua vida e na vida de sua filha, e ele poderia jurar que o que sente por ela nesse momento, nunca sentiu por ninguém, nem mesmo Julieta!

Mais populares

Comments

Josi Gomes

Josi Gomes

FINALMENTE ELES VÃO FICAR JUNTOS, SERÁ QUE ELE VAI VER A MARCA NELA , IGUAL A DA SOFHIA, SERÁ QUE ELE VAI PENSAR QUE ELA ENGANOU PAI E FILHA.

2023-08-23

2

Eduarda Silva

Eduarda Silva

🔥🔥🔥🔥🔥

2022-12-28

1

Oliveiraw20

Oliveiraw20

estou amando essa historia. não para tá autora.

2022-12-10

1

Ver todos
Capítulos
1 O acidente
2 A proposta
3 Grávida
4 Sophia
5 Reencontro
6 A secretária
7 Acabou!
8 Mojito de cerveja
9 Cheiro de café
10 Mancha de estrela
11 Filhos
12 Descobertas
13 O coração chama
14 A verdade
15 Dane-se a sanidade!
16 Marca
17 Contato
18 Acidente
19 Ana acorda
20 Os caminhos da vida
21 A raiva muda as pessoas
22 Apaixonados há mais de sete anos
23 De volta pra casa
24 Coração apertado
25 Matador profissional
26 Finalmente paz
27 Diego Pavinskost
28 Lorena Gravetti
29 Acordo
30 No avião
31 Confiança
32 Jantar
33 Bebedeira
34 Um trabalho
35 Supermercado
36 Cordão do amor
37 Padaria
38 Sequestro
39 Renan
40 Investigações
41 Uma nova junção
42 Quarto bagunçado
43 Quase
44 Poema
45 Clareando
46 Tentar
47 Avião
48 No meio do nada
49 O amo
50 Água
51 Encontrados
52 Acordando
53 Culpa
54 Yan e Isabelle
55 Enorme
56 Indo para a Rússia
57 Cardan
58 Café da manhã
59 Agradecimento
60 No Brasil
61 Só ladeira a baixo
62 Ligação para a polícia
63 Perdão
64 Contato entre irmãs
65 Batom vermelho
66 No escritório
67 Banheiro vazio
68 Bolívia
69 Gatilhos e terror
70 Smirnov-Pavinskost
71 Seguranças
72 Dói
73 Reconectando
74 Nada mais faltava
75 Passando mal
76 Jordana Village
77 Uma nova relação
Capítulos

Atualizado até capítulo 77

1
O acidente
2
A proposta
3
Grávida
4
Sophia
5
Reencontro
6
A secretária
7
Acabou!
8
Mojito de cerveja
9
Cheiro de café
10
Mancha de estrela
11
Filhos
12
Descobertas
13
O coração chama
14
A verdade
15
Dane-se a sanidade!
16
Marca
17
Contato
18
Acidente
19
Ana acorda
20
Os caminhos da vida
21
A raiva muda as pessoas
22
Apaixonados há mais de sete anos
23
De volta pra casa
24
Coração apertado
25
Matador profissional
26
Finalmente paz
27
Diego Pavinskost
28
Lorena Gravetti
29
Acordo
30
No avião
31
Confiança
32
Jantar
33
Bebedeira
34
Um trabalho
35
Supermercado
36
Cordão do amor
37
Padaria
38
Sequestro
39
Renan
40
Investigações
41
Uma nova junção
42
Quarto bagunçado
43
Quase
44
Poema
45
Clareando
46
Tentar
47
Avião
48
No meio do nada
49
O amo
50
Água
51
Encontrados
52
Acordando
53
Culpa
54
Yan e Isabelle
55
Enorme
56
Indo para a Rússia
57
Cardan
58
Café da manhã
59
Agradecimento
60
No Brasil
61
Só ladeira a baixo
62
Ligação para a polícia
63
Perdão
64
Contato entre irmãs
65
Batom vermelho
66
No escritório
67
Banheiro vazio
68
Bolívia
69
Gatilhos e terror
70
Smirnov-Pavinskost
71
Seguranças
72
Dói
73
Reconectando
74
Nada mais faltava
75
Passando mal
76
Jordana Village
77
Uma nova relação

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!