Ana Carolina estranha não ver Sophia na entrada, nem no recreio. Verifica a chamada no sistema e a menina não foi à aula. Seu coração aperta. Estava preocupada com a situação dela com a mãe… ou a esposa de Jean… seria possível? Ela era a verdadeira mãe da Sophi? Jean disse que a mulher não era nada da menina! Será que era isso que ele queria dizer? Ela respira fundo e envia uma mensagem para Jean.
“Sophia não veio à aula, está tudo bem?”
Jean passara a manhã ansioso, esperaria até mais tarde para ligar para Carol, ou enviar uma mensagem. Não queria parecer desesperado, mas estava desesperado.
Por volta das 16 horas, ele recebe uma mensagem e seu coração dispara. Abre a mensagem e franze o cenho.
“Não estou sabendo, vou verificar.” Juntava o útil ao agradável essa relação com a prof Carol. Ela lhe ajudava com Sophia, que era útil, e ele a via e falava com ela, o que era muito, mas muito agradável.
Ele liga para a casa, mas ninguém atende, então liga para Carlos, seu motorista há anos, e de tremenda confiança.
- Alô\, Carlos.
- Chefe. - O homem sempre alegre parecia sério demais.
- Tudo bem por aí? A Sophi não foi na escola? - Silêncio. Jean se levanta da cadeira. - O que houve Carlos? - Sua pergunta é séria e sua voz grave.
- Sua esposa bateu nela. - Jean arfa.
- Ela o que?
- A levei para o médico.
- Quem? Julieta? - Julieta tinha muitos problemas\, mas não era violenta. Ele pode ter entendido errado.
- Não\, a Sophia!
- Por que não me ligou? Em que hospital? - Jean sai gritando porta a fora da empresa.
- Sua esposa me proibiu!
- E desde quando ela manda em algo\, Carlos? - Ele não podia acreditar no que Julieta tinha feito. Corre para o hospital que Carlos a levou e encontra Julieta na sala de espera.
- O que você acha que está fazendo? - Ele grita com ela\, que tem os olhos vermelhos de chorar.
- Jean… - Ela funga. - Eu… eu me descontrolei\, ela … ela foi tão cruel… - Jean comprime a boca fazendo cara de nojo. Como pode se enganar tanto com ela?
- Ela é uma criança!
- Ela disse que me odiava! - Julieta chora.
- Por que será? A colocou de castigo por ver o pai! - Julieta o olha com raiva.
- Ah me desculpa senhor Pai\, mas se bem me lembro\, nesses quatro anos\, você esquecia de ser pai.
- Eu nunca as abandonei\, estava trabalhando.
- Só aparecia para fazer as vontades dela! Agora está aí\, mentirosa e inconsequente.
Jean pega o celular e liga para o advogado, não aceitaria deixar a sua filha nem mais um só dia nas mãos daquela mulher.
Ana estava preocupada, algo lhe dizia que Sophia não estava bem. Mandou mensagem para Jean, mas ele não respondeu, o que a deixava ainda mais apreensiva.
Chegou em casa, fez um chá de camomila, tomou um banho morno e se sentou no sofá. Precisava se controlar. Nem sabia se ela podia ser mesmo a mãe de Sophia. E mesmo se fosse, o que faria? Assinou um contrato vitalício que a proibia de mencionar a quem quer que fosse sobre aquela gravidez. Seu celular vibrou, pegou da mesa de centro e olhou. Era Jean.
“Posso passar na sua casa?” Ana olhou as horas. Já passavam das 23 horas.
“Tudo bem?”
“Não!”
“Pode vir!”
Ana largou a xícara e abriu a porta esperando o homem.
Jean parou o carro e desceu, já tendo visto Ana abrindo o portão. Entrou feito um furacão e esperou ela trancar a porta para desabar. Estava sozinho há anos. Sem amigos, sem ninguém. Sua vida era trabalho e família. E agora a sua família estava destruída, e no trabalho não tinha a quem pedir apoio emocional. Seus advogados estavam fazendo o que podiam, mas ele estava enlouquecendo.
- O que houve? - Ana pergunta ofegante.
- Julieta bateu em Sophia. - Ana abre a boca e puxa uma cadeira para sentar-se. Sua cabeça girava\, aquela mulher batera na sua menininha?! Arfou. Ouviu uma cadeira ser arrastada e Jean se sentar na frente dela. - Os advogados vieram\, mas ela negou\, e eles deram o benefício da dúvida! - Jean gritava.
- Não é possível! - Ana mareja os olhos.
Jean via a humanidade e aflição da professora e se comovia. - Estou desesperado! Vou ter que fazer uma coisa que nunca imaginei precisar! - Ele passa as mãos no rosto.
- O que? Faça logo! Não pode permitir que uma mulher inconformada maltrate uma criança inocente!
- Está certa! - Jean se levanta decidido. Iria atrás da mãe verdadeira de sua filha. Somente ela poderia o ajudar a conseguir a guarda mais rápido de Sophia. Julieta não tinha direito sobre ela\, e não permitiria que seu pedacinho de gente ficasse com aquela megera!
Jean vai embora e deixa Ana ali, sufocando entre lágrimas, querendo fazer algo, sem saber se poderia fazer algo.
A semana passa, e Ana tem poucas informações através de Jean. Mas pelo que ele enviara na noite anterior, essa manhã teriam audiência.
Jean revirou o escritório, mas não encontrava os papéis da mulher que serviu de barriga de aluguel. Só lembrava que se chamava Ana. Depois de muito desespero recebeu uma ligação que salvou a sua vida. Carlos e os empregados aceitaram depor a favor dele.
Era hoje a audiência, e ele estava com o coração na mão, ao ver o pequeno braço de sua menina enfaixado, e o pequeno corte na sobrancelha.
A audiência foi longa, e depois de mais de três horas ele saiu de lá com a sua pequena nos braços. Mas ainda não tinha acabado. Julieta iria recorrer. Ela dizia que tinha apego emocional à garota, que era a mãe legal e queria a menina.
Mas por hoje, ele vencera. Saiu de lá e foi direto para casa da prof Carol. Ela perguntara todos os dias sobre a Sophi, e ele via o real amor dela por sua filha. E o seu coração sentia-se atraído por aquele amor e carinho entre elas, além do corpo, dos cabelos, e daquela voz…
- Vamos pai\, mais rápido\, tô com saudade da prof Carol. - Sophia o apressava e ele lhe sorria pelo retrovisor.
Ana já havia almoçado, macarrão com carne moída. Esperava a hora de sair para o trabalho quando ouviu uma buzina. Abriu a porta e um sorriso brotou em seu rosto. Depois de dias de aflição sem ver a pequena Sophia, ela estava em frente ao seu portão, com um vestidinho rosa, os cabelos soltos com cachinhos nas pontas, de mão dada com o seu lindo e charmoso pai.
- Sophi! - Ana corre até o portão e abre\, em seguida pegando a menina no colo e abraçando.
Sophia ansiara por aquele abraço. Ela era pequena demais para entender, mas seu coração chamava por ela.
- Prof… - Sophia afunda o rosto no pescoço da professora\, sentindo o perfume suave dos seus cabelos. - Eu te amo tanto\, tanto… que saudade. - Ana aperta a garotinha nos braços. Jean observa intrigado\, em como elas haviam se apegado uma à outra.
- Conseguimos! - Jean fala e Ana seca as lágrimas\, em seguida indo até ele e o abraçando. Ele retribui o abraço e fecha os olhos extasiado com perfume que emanava dela.
- Parabéns! - Ana diz sentindo os braços fortes ao redor de sua cintura.
Eles conversam um pouco e por fim ela vai trabalhar. Sentia-se muito mais tranquila e leve. Mesmo que não soubesse se Sophi era ou não sua filha, o importante é que ela estava bem. E o que mais a surpreendeu positivamente, a menina a amava. Sorria sozinha na sala de aula. Ela também amava Sophia. Amava-a de forma desproporcional aos outros alunos. Guardou as coisas e se apressou para casa. Jean a convidou para jantar na casa nova que ele comprara. Na mesma rua que a dela.
Julieta contratara um detetive, pois depois de bater em Sophia, a menina contou que o pai visitava uma professora, a que ela tinha aulas de reforço. Ela descobriria tudo sobre essa mulher, e daria um jeito de afastá-la da sua filha e do seu marido.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Solange Maria Martins
monstro essa mulher ela que convidou ele para sai na qud dia de chuva para ver um filme no cinema
2024-01-26
3
Josi Gomes
JULIETA NÃO AMA O MARIDO E POR ISSO DESCONTAVA TODA A RAIVA DELE NA CRIANÇA E AGORA VIROU UMA MULHER CRUEL, RANCOROSA E MÁ
2023-08-23
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Zildete Lopes
emocionante autora chorei agora com esse encontro das duas
2022-12-13
3