A verdade

Um mês passou rápido. Sophia voltou para a escola e pediu para trocar para a turma de Carol. E claro que Jean foi pessoalmente à escola solicitar a troca. A diretora aceitou tranquilamente, visto que sabia que ela própria havia passado o contato da professora.

Duas noites por semana eles jantavam juntos. Fora os dias em que Ana levava a menina para casa e depois Jean ia buscá-la. E também teve dois passeios ao cinema. Sophia vivia um sonho. Ela corria e brincava nas pracinhas, enquanto Jean e Ana conversavam.

Durante um mês de conversas, eles não aprofundaram assuntos sobre suas vidas pessoais passadas. Era como se cada um escondesse do outro o passado, como se fosse errado e obscuro. No caso de Jean pelo menos, ele pensava assim. Já Ana Carolina, tinha as dúvidas rondando a cabeça. Ainda mais depois que realmente confirmou que Julieta não era mãe biológica de Sophia, mas ainda não conseguira reunir coragem para questioná-lo.

Hoje seria a primeira visita de Julieta a filha. Ela levaria juntamente com a agente de guarda a menina ao shopping. Passariam a tarde juntas. Sophia chorou e se grudou ao pescoço do pai, que aos prantos entregou a menina a agente, que levou-a esperneando até a mãe que aguardava no carro.

Jean caminhou até a casa da professora, não poderia esperar em casa sozinho, ou enlouqueceria. Bateu palmas e a mulher veio o atender, de mini blusa, short e um coque no cabelo.

- Jean! - Ela sorri e abre o portão.

- Foi horrível! - Ele engole seco.

- Ela já foi com a mãe? - Ana fala retorcendo a boca\, e ele assente.

- Ela se grudou em meu pescoço… - Ana o pega pela mão.

- Vem… entra. - Ana prepara um chá para ele e outro para ela. Ficaria nervosa até a hora da menina voltar. - Desculpa\, mas eu nunca perguntei… qual a relação da Sophia com a mãe? Você deu a entender que ela não era a mãe outro dia. - Ana finalmente toma coragem\, e o homem pega a xícara e dá um gole no chá.

- Não\, ela não é a mãe. - Ana assente\, engolindo seco.

- Quem é a mãe dela? - Questiona cuidadosa. Jean a olha e sorri de lado.

- Eu paguei para terem ela. - Ana arfa e sente uma vertigem. Se ela contasse a ele\, que achava que era a mãe\, será que ele as afastaria? Olhou-o pensativa\, mas então ele continuou. - Há mais de sete anos eu paguei uma barriga de aluguel. - Jean fecha os olhos e tenta lembrar o rosto da mulher\, que por anos fez questão de esquecer. - Era uma moça jovem\, precisava do dinheiro… e fizemos negócios. - Ele abre os olhos e vê os olhos marejados de Ana. - Tudo bem?

- Ah sim… me desculpa… - Ana seca as lágrimas que escorrem. Dá um sorriso. - Eu me emociono facilmente com histórias assim… - Jean assente.

Eles decidem sair para se distrair e tomar um capuccino. A conversa flui, eles começam a contar sobre os tempos de escola, e quando vêem estão gargalhando. Eles caminham devagar de volta para a casa de Ana, mas antes de chegar à frente da casa, Jean para em frente a ela.

- Carol… faz dias\, semanas… - Ele sorri. - Acho que desde a primeira vez que a vi. - Ana sente o peito disparar. - Eu me sinto atraído por você\, mas não só por sua aparência física\, mas por seu interior\, seus olhos\, seus cabelos. - Ele pega uma mecha solta e enrola no dedo. - Seu perfume… sua voz… - Ele fecha os olhos e sorri. Em seguida os abre\, e eles parecem mais escuros.

 Ana está ofegante então fixa nos olhos verdes e se deixa levar pela onda de romantismo do ar. Sente os lábios quentes a beijarem. E o beijo dele não é agressivo ou possessivo, como tantas noites ela imaginou. Era suave, era intenso, era perfeito!

Jean encontra a paz naqueles braços, naquela boca, naqueles olhos. Ele sentia-se finalmente completo. Era diferente de tudo que já provara. Ele poderia ficar beijando-a para sempre...

Ouvem uma buzina e se afastam. Logo a frente o carro preto para e Sophia sai de dentro do carro correndo e vem sorrindo em direção aos dois. Jean se agacha e abre os braços, mas a garota se desvia e abraça a cintura da sua professora mais que favorita.

- Prof… - Jean solta uma gargalhada.

- Me trocou\, é? - Sophia o olha sem jeito e vai o abraçar.

- Desculpa paizinho\, é que eu não tinha visto a prof desde ontem. Você eu já tinha visto de manhã. - Ele aperta a bochecha dela.

- Tudo bem\, meu amor\, estou brincando. - Ana observa a cena e sente seu coração derreter. Ela estava quase certa de que aquela menina era a sua filha. E aquele homem era o mascarado.

A agente vem em direção a eles com um meio sorriso nos lábios. - Senhor Clarencce.

- Sim! - Jean responde sério\, sentindo sua filha apertar o abraço em sua cintura\, enquanto ele passa o braço sobre ela\, como se a protegesse.

- Foi tudo bem no passeio. Em três semanas venho para elas fazerem mais um passeio.

- Certo. - Jean responde\, mas seu rosto demonstra insatisfação. Depois que a mulher vai e o carro arranca\, Sophia fala.

- Eu não quero mais ir pai! - Jean se agacha e fica na altura dela.

- Por que meu amor? Não foi legal ver a mamãe?

- Ela não é minha mãe! - Jean se surpreende com a fala da menina e encara Ana\, que apenas ergue os ombros\, pois ela não havia dito nada.

- Vamos para casa daí conversamos melhor\, pode ser? - Jean fala e Sophia assente.

Ana volta para a sua casa com a boca formigando. Ela podia ainda sentir o toque dos lábios dele. Era como se os seus lábios estivessem esperando pelos dele. Há sete anos suas vidas se cruzaram e agora de novo, seria o destino? O coração os chamando? Não tinha explicação!

Jean se senta e conversa com Sophia. - De onde tirou aquilo meu amor?

- Eu ouvi você falando uma vez. - Jean se recrimina mentalmente. - Depois ela me disse no dia que me bateu. Ela disse que eu era uma bastarda. - Jean arfa ao ouvir aquilo.

- Ela disse o que?

- Eu pedi ajuda a um colega e achei no dicionário o que era bastarda. E eu descobri que ou eu sou filha da sua amante\, ou eu sou uma híbrida. - Jean não segura uma gargalhada e puxa a menina para o seu colo e a abraça.

- Você não é bastarda\, nem filha de amante\, nem híbrida.

- Então o que eu sou? - Sophia arregala os olhos.

- Vou te contar a história da minha vida\, tá bom?

- Tá bom\, amo histórias! - Sophia se ajeita no colo do pai e brilha os olhos enquanto ele começa a contar como conheceu Julieta.

Naquela noite Sophia dorme serena. Ela estava tranquila, sua mamãe de verdade nem mesmo sabia onde ela estava. Ela não foi abandonada, nem era metade lobo como pensou. Quem sabe um dia ela não encontrava a sua mamãe? E ela imaginava que seria uma princesa, pois seu pai disse que a mulher da barriga era gentil, e ficou muito feliz ao descobrir que era uma menininha que ela esperava.

Mais populares

Comments

Josi Gomes

Josi Gomes

QUANDO OS DOIS DESCOBRIREM QUE A CAROL É A ANA , MÃE BIOLOGIA DE SOFHIA, OS DOIS VÃO SE DECEPCIONAR POR ELA NÃO TER CONTADO QUE JÁ SABIA , MAIS NÃO FALOU POR MEDO. E QUE BOM , QUE SOFHIA NÃO TEM RAIVA DELA.

2023-08-23

3

Cacau

Cacau

história apaixonante

2023-05-27

0

S.K.

S.K.

ai meu Deus a cada capítulo mais apaixonada por essa história comecei agora de madrugada e no consigo parar de ler ,ainda bem que ele mudou com sua filha e que bom ela já conhece a mãe mesmo sem saber .

2023-05-25

0

Ver todos
Capítulos
1 O acidente
2 A proposta
3 Grávida
4 Sophia
5 Reencontro
6 A secretária
7 Acabou!
8 Mojito de cerveja
9 Cheiro de café
10 Mancha de estrela
11 Filhos
12 Descobertas
13 O coração chama
14 A verdade
15 Dane-se a sanidade!
16 Marca
17 Contato
18 Acidente
19 Ana acorda
20 Os caminhos da vida
21 A raiva muda as pessoas
22 Apaixonados há mais de sete anos
23 De volta pra casa
24 Coração apertado
25 Matador profissional
26 Finalmente paz
27 Diego Pavinskost
28 Lorena Gravetti
29 Acordo
30 No avião
31 Confiança
32 Jantar
33 Bebedeira
34 Um trabalho
35 Supermercado
36 Cordão do amor
37 Padaria
38 Sequestro
39 Renan
40 Investigações
41 Uma nova junção
42 Quarto bagunçado
43 Quase
44 Poema
45 Clareando
46 Tentar
47 Avião
48 No meio do nada
49 O amo
50 Água
51 Encontrados
52 Acordando
53 Culpa
54 Yan e Isabelle
55 Enorme
56 Indo para a Rússia
57 Cardan
58 Café da manhã
59 Agradecimento
60 No Brasil
61 Só ladeira a baixo
62 Ligação para a polícia
63 Perdão
64 Contato entre irmãs
65 Batom vermelho
66 No escritório
67 Banheiro vazio
68 Bolívia
69 Gatilhos e terror
70 Smirnov-Pavinskost
71 Seguranças
72 Dói
73 Reconectando
74 Nada mais faltava
75 Passando mal
76 Jordana Village
77 Uma nova relação
Capítulos

Atualizado até capítulo 77

1
O acidente
2
A proposta
3
Grávida
4
Sophia
5
Reencontro
6
A secretária
7
Acabou!
8
Mojito de cerveja
9
Cheiro de café
10
Mancha de estrela
11
Filhos
12
Descobertas
13
O coração chama
14
A verdade
15
Dane-se a sanidade!
16
Marca
17
Contato
18
Acidente
19
Ana acorda
20
Os caminhos da vida
21
A raiva muda as pessoas
22
Apaixonados há mais de sete anos
23
De volta pra casa
24
Coração apertado
25
Matador profissional
26
Finalmente paz
27
Diego Pavinskost
28
Lorena Gravetti
29
Acordo
30
No avião
31
Confiança
32
Jantar
33
Bebedeira
34
Um trabalho
35
Supermercado
36
Cordão do amor
37
Padaria
38
Sequestro
39
Renan
40
Investigações
41
Uma nova junção
42
Quarto bagunçado
43
Quase
44
Poema
45
Clareando
46
Tentar
47
Avião
48
No meio do nada
49
O amo
50
Água
51
Encontrados
52
Acordando
53
Culpa
54
Yan e Isabelle
55
Enorme
56
Indo para a Rússia
57
Cardan
58
Café da manhã
59
Agradecimento
60
No Brasil
61
Só ladeira a baixo
62
Ligação para a polícia
63
Perdão
64
Contato entre irmãs
65
Batom vermelho
66
No escritório
67
Banheiro vazio
68
Bolívia
69
Gatilhos e terror
70
Smirnov-Pavinskost
71
Seguranças
72
Dói
73
Reconectando
74
Nada mais faltava
75
Passando mal
76
Jordana Village
77
Uma nova relação

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!