Ana chega em casa perto das 18 horas. Tinha uma hora para se arrumar. Correu para o banho, lavou os cabelos e saiu com a toalha na cabeça, passando creme no corpo. Pegou o vestido justo que já tinha escolhido no dia anterior, colocou uma sandália alta. Secou os cabelos, alisando-os com a escova, e deixando alguns cachos nas pontas. Lápis, rímel, pó, blush, um batom suave, e pronto. 18:45. Pegou a bolsa, as chaves do carro e foi para o lugar marcado.
O tal Daniel havia marcado em um pub do centro da cidade. Pela foto que vira, ele era loiro, olhos claros, corpo musculoso. Por mensagens parecia gentil, esperava que fosse mesmo. Chegou ao local e já havia pessoas chegando e lotando o lugar.
Sentou-se no bar, e pediu uma água, enquanto aguardava o pretendente. Chegou 5 minutos adiantada, isso era bom. Não gostava de chegar em cima da hora, ou atrasada. Já eram 19:10 e nada do rapaz aparecer, já pensava que levaria um bolo, quando percebeu um rapaz parecido com as fotos se aproximando, abrindo espaço entre as pessoas. Ele olha para os lados, e Ana acena discretamente. Ela vê um sorriso se formar no homem, e ao se aproximar mais ela percebe o quanto ele é grande. Daria dois dela, facilmente.
- Olá\, Ana Carolina?
- Eu mesmo\, Daniel? - Ele sorri mostrando os dentes perfeitos\, e se aproxima quase beijando-a nos lábios\, mas a tempo ela vira o rosto\, pegando o beijo na bochecha.
- Desculpa o atraso\, cheguei há 5 minutos\, e estava procurando vaga para estacionar\, o lugar está cheio hoje.
- Pois é\, nunca tinha vindo aqui.
- Ah\, eu já vim algumas vezes. Gosto da música.
Eles engatam uma conversa sobre músicas, e gostos, até que Daniel se aproxima, e a encara bem dentro dos olhos a fazendo sentir um arrepio.
- Eu quero sentir a sua boca na minha. - Ele diz com um olhar penetrante. - Ana não consegue não rir\, fazendo-o franzir o cenho.
- Desculpa\, é que faz muito tempo que não saio com alguém. - Ele ergue uma sobrancelha.
- Então vamos sair daqui logo e tirar esse atraso. - Ana abre a boca e desata a rir.
- Que isso\, cara? Acha mesmo que eu vou ir para cama com você assim tão fácil?
- Você estava no tinder pra que então? - Ele coloca uma mão no rosto dela\, e a outra na cintura.
- Olha\, minha intenção\, era sair\, conhecer pessoas… - Ele cobre a boca dela com a dele.
- Hey! Calma lá! - Ana o empurra\, e ele tenta a puxar para o beijo novamente. - Daniel\, para\,eu não quero te beijar.
- Quer sim gata\, não se faz… - Ana sente a mão forte a puxar\, colando seus corpos\, ela sente o membro duro dele\, pressionar sua barriga e se apavora.
- Me solta agora! - Ela tenta o empurrar\, mas ele é muito maior e mais forte que ela.
- Você não ouviu a moça? - Ana congela. Aquela voz… ela conhecia aquela voz. Olha para o lado e encontra os olhos verdes de Jean. Ana pisca\, era o pai de Sophia\, mas aquela voz… de onde conhecia?
- Não se mete cara… - Daniel fala\, mas Jean o empurra\, fazendo-o soltar Ana.
- Cara quando uma mulher diz não\, é não. - Jean o encara bem de perto. - Não sei se você já ouviu falar\, mas depois do não\, tudo é assédio ou até … - Ele ergue as sobrancelhas e Daniel fica vermelho de raiva. Encara Ana por trás do ombro de Jean.
- Sai do tinder irmã tereza\, lá você não vai encontrar amigos para rezar. - Ele diz e vira as costas saindo do bar.
Ana percebe o homem à sua frente a encarando, só então se dá conta do risco que correu e da vergonha que passou. - Meu Deus! - Leva a mão a boca. - Que vergonha! Muito obrigada e me desculpe, te meter numa dessas.
- Você não me meteu em nada\, eu que me meti. - Ele dá um sorriso de lado e ergue a mão para o garçom. - Quer uma bebida? Por minha conta. - Ana estava atordoada ainda com o que havia acontecido.
- Pode escolher algo para mim.
- Dois mojito de cerveja. - Pede ao garçom\, que logo leva até eles. - Quer subir? Tem camarotes ali em cima\, podemos sentar. - Ana não podia nem dizer não ao homem\, ele acabara de a salvar.
- Claro\, pode ser. - Ambos sobem até o andar de cima\, onde sentam em uma mesa de canto com estofado em volta. Podiam ouvir a música\, apreciar melhor o ar condicionado e conversar mais normalmente\, pois o barulho era menor. - Então estava no tinder prof Carol? - Jean diz achando engraçado\, mas quem sabe ele precisasse recorrer a isso\, pois sua mulher acabara de o expulsar de sua própria casa\, e ainda queria ficar com a sua filha. Seu olhar baixou.
- Entrei por insistência de umas amigas\, mas já me arrependi. - Ana explica\, como se houvesse necessidade. Então percebe o silêncio do homem e o rosto abatido. - O senhor está bem?
- Só Jean por favor. - Jean suspira. Estava cansado da formalidade\, de ser chamado de senhor por todos. Deu uma risada\, quem diria\, que ele que batalhou tanto por tudo que tinha\, hoje desejava só uma vida calma\, simples e feliz. - Acabei de ser expulso de casa. - Ele diz e bebe sua bebida toda de uma vez. Ana abre a boca surpresa. Ele dá um sorriso e olha para o lado\, não querendo ver o olhar de pena dela.
- E como você está com isso? - Jean balança a cabeça negativamente.
- Sinceramente? - Ele a encara nos olhos. - Eu não sei. Estou confuso. - Ana permanece em silêncio\, não sabia como ajudar\, nunca tivera um relacionamento para saber como funcionava a relação do dia a dia.
- Seria muito indelicado perguntar o que aconteceu? - Ela tenta ser empática.
- Estou… ou melhor\, estava casado há quase 20 anos. 19 para ser mais exato. - Ana franze o cenho. Quantos anos aquele homem tinha? - Mas… nos perdemos. - Ele franze os lábios para baixo. - Foi culpa minha.
- Sinto muito. - Ana fala não insistindo em saber mais detalhes.
- Eu também sinto. - Ele diz\, pensando em tudo que precisaria fazer. Pois a conversa que era para ser pacífica\, culminou\, em Julieta chorando\, e berrando que o queria longe. Ele teria que entrar na justiça pela filha\, a menina ficara chorando\, enquanto ele saía de casa. Seu peito se apertou\, queria poder voltar e pegá-la\, mas ele nem tinha um lugar para ficar ainda. Teria de ficar em um hotel até … lembrou-se do apartamento que tinha comprado para hospedar a moça da barriga de aluguel. Ana era o nome dela. Não lembrava-se do sobrenome\, mas quem sabe procurasse. Não\, não… melhor evitar mais confusão em sua vida. Fechou os olhos e passou as mãos no rosto. - Ela não quer me deixar ver mais a Sophia. - Ana abre a boca e leva a mão ao peito.
- Mas ela não pode fazer isso. O senhor conseguirá na justiça pelo menos para vê-la. - Jean ri.
- Jean por favor.
- Jean\, sim\, desculpe. - Ela baixa os olhos.
- Eu vou me ajeitar\, comprar outra casa\, e contratar um bom advogado. - Jean ergue a cabeça convicto. - Eu quero a guarda da Sophi\, ela é minha filha.
- Bem\, isso é com vocês\, mas seria ruim para ela ficar longe da mãe também. - Ana fala cuidadosa e Jean solta uma risada amarga e balança a cabeça.
- Você não sabe da missa a metade\, prof Carol. - Ana Carolina fica triste pelo homem\, mas principalmente por sua aluna Sophia. Imaginava o que devia estar se passando na cabecinha da menina. Ver o pai sendo escorraçado de casa\, e ainda a mãe a proibindo de vê-lo.
- Você não a levará mais nas manhãs para as aulas? - Jean suspira.
- Meu motorista continuará a levando. Ela precisa de reforço escolar. - Jean ergue o copo e pede mais um Mojito de Cerveja para ele e outro para Ana Carolina.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Maria Socorro Netos
ETA lasqueira esta mulher não morreu de Rui
2024-10-13
1
Corine Gueniévre
De vocês dois, tá? mas vamos seguir o roteiro
2024-02-24
2
Corine Gueniévre
Vamo casar, moço
2024-02-24
0