Jean dirigia, olhando a filha pelo retrovisor, a menina parecia absorta em seus pensamentos.
- Como foi o primeiro dia\, Sophia?
- A prof Carol é bem legal. Ela leu uma história mágica para mim!
- Que bom que gostou. - Jean desvia o olhar da pequena e sorri.
- Eu preciso aprender a ler! - Ela diz categórica e ele se surpreende. Ela vivia dizendo que não queria ler\, que era chato.
- É mesmo? - Conseguiu dizer\, sem querer fazê-la desistir da ideia.
- É mesmo! Você tem que ver como prof Carol fica bem lendo. - Sophia sorri\, com os olhinhos brilhando. - Ela parece uma princesa. - Jean sorri\, realmente a professora Carol parecia uma princesa.
Chegaram em casa e Julieta os esperava. Pegou a menina pela mão e levou para a sala de jantar.
- E então meu amor\, como foi a aula?
- Foi legal\, não vejo a hora de ir de novo! - Julieta sorri\, e agradece com a cabeça\, Jean\, que apenas assente. Dali ele sai para o escritório\, onde come seu almoço. Não estava mais dando para almoçar com elas\, pois Julieta sempre o enfrentava\, e ele não queria dizer coisas que a machucasse mais.
Após comer o prato que a empregada leva para ele, passa na cozinha, pega o lanche de Sophia, e coloca em sua mochila.
- Vamos? - Ele para em frente a filha e a esposa em frente a televisão.
- Pai! - Sophia o abraça. - Vai me levar para a escola também? - Jean se agacha\, para ficar da altura dela.
- Sim\, lembra que o pai disse que o motorista foi no médico.
- Iupii… - Sophia dá um pulinho e pega a mochila. - Tchau\, mãezinha. - Ela dá um beijo em Julieta\, e que acaricia o rosto da filha.
- Boa aula\, meu amor.
Jean sai de casa com a filha e seu coração aperta. Não queria que as coisas estivessem daquela maneira. Suspirou chateado. Precisava resolver essa situação. Hoje a noite, quando chegasse, iria conversar com Julieta, ele precisavam se acertar. Por Sophia, por eles mesmos, pela vida que sonharam juntos. Ela estava viva, e era isso o que importava. Sorriu ao olhar sua menininha entrando na escola. Apesar de ter a evitado tanto tempo, ele a amava. E via que ela o adorava. Ele começaria a mudança. Ele faria por merecer o amor delas.
Arranca o carro e vai trabalhar, mas antes passa em uma floricultura e compra um buquê de rosas brancas, para encontrarem a paz na relação.
Jean entra na empresa, e segue para o último andar, teria uma reunião essa tarde, mais alguns documentos para rever, e a agenda para acertar.
- Chefinho… - Jean trava os maxilares.
- Já disse para me tratar por senhor Clarence.
- Humm… - Ela se aproxima e Jean tem vontade de pegá-la pelo pescoço. - Me lembro de você implorando por eu chamá-lo de outras coisas… - Jean trava os dentes.
- Eu já disse que aquilo não se repetirá! - Jean nunca se envolveu com nenhuma funcionária. Passara anos em celibato\, com Julieta em coma. E desde que ela acordou\, se recusava a dar um passo a mais na relação deles. Mas há algumas semanas atrás\, ele estava arrasado com uma briga\, e saiu para beber. Encontrou Priscila em um bar\, e em meio a sua frustração\, saiu de lá com ela. Acabaram em um motel qualquer\, e ele nem lembrava direito do que acontecera.
- Mas sabe\, eu quero repetir. - Jean relutou em demiti-la\, mas ela estava passando dos limites.
- No meu escritório em 15 minutos ele diz a ela. - Priscila sorri e ajeita o vestido justo.
- Certo\, senhor Clarence. - Ela diz com a boca carnuda nitidamente de botox\, cheia de gloss. Ele passa o olhar por Raquel\, sua outra secretária\, que era infinitamente mais competente que Priscila\, e acenou com a cabeça\, e ela apenas retribuiu o aceno.
Ajeitou suas coisas, e chamou Priscila pelo telefone. Seria sua última tentativa de conversa, se não resolvesse a demitiria.
- Sente-se por favor. - Ele estende a mão para cadeira à frente da mesa. Priscila senta-se orgulhosa\, os olhos com os cílios postiços\, brilhando.
- Essa será a nossa última conversa sobre isso! - Jean diz sério\, e Priscila vai perdendo o sorriso. - Aquele dia eu estava bêbado\, e fiz algo\, do qual me arrependo. Mas em todo caso\, nos protegemos\, e não há qualquer risco. Você foi até o local comigo porque quis\, e agora eu lhe digo\, que não mencione mais aquele dia. Ou serei obrigado a tomar medidas drásticas.
- Que tipo de medidas? - Priscila diz debochada.
- Te demitir. - Priscila arregala os olhos e seus olhos de brilhantes passam a ser raivosos.
- Você me usou! - Jean passa as mãos nos cabelos. Seria possível! A mulher estava querendo se fazer de vítima? - Me usou porque não transava a mil anos! - Jean congela\, mas que merda! Nunca mais beberia!
- Priscila\, você também me usou naquele dia. - Ele a vê ranger os dentes. - Tanto que não pode me ver que quer repetir.
- Seu convencido! Vai se arrepender se me demitir!
- Estou deixando clara a minha posição\, se parar com as intimidades\, estará na empresa enquanto quiser.
- Intimidades? - Ela ri. - Você me comeu de tudo quanto foi jeito\, e eu aceitei\, fiquei de quatro\, de frente\, de costas… ouvi você me chamar de Ana… e vem me dizer que foi só eu e um erro? - Jean franze o cenho.
- Do que eu te chamei? - Ela estreita os olhos para ele.
- Ana! - Jean tem alguns segundos de choque\, até sua ficha cair. Ana foi a mulher que foi a barriga de aluguel de Sophia. Arfou.
- Saia! - Disse e Priscila o encarou séria.
- Eu preciso de um aumento! - Jean ergueu os olhos\, então finalmente entendeu do que se tratava. Não era porque ele era muito bom de cama. Era porque ela queria dinheiro.
- Achou que saindo comigo conseguiria dinheiro? Regalias na empresa? - Ele vê a mulher travar os maxilares.
- Então pode me demitir\, mas já te digo que vai se arrepender se fizer isso.
- Eu não tenho medo de ameaças! - Ele diz enfurecido. Pega o telefone do gancho e disca para Raquel. - Raquel\, envie os dados de Priscila para o RH\, ela será desligada da empresa. - Ouve a confirmação da secretária e desliga\, vendo o rosto vermelho de Priscila.
Ela não diz mais nada, apenas vira as costas e sai, batendo os saltos altos e vermelhos. Jean passa as mãos no rosto, sentindo-se o pior dos maridos. Traíra Julieta duas vezes! Quando se deitou com Priscila, e quando pensou em Ana no lugar dela. - Que grande merda! - Como podia pensar em uma mulher que mal lembrava-se do rosto. Tudo que conseguia lembrar, era pela sua pequena Sophia.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
José Nicolas Bonfim Ferreira
isso sempre ajuda
2024-03-09
2
José Nicolas Bonfim Ferreira
ainda bem que ele não fugiu
2024-03-09
0
José Nicolas Bonfim Ferreira
era .elhor sr separarem mesmo
2024-03-09
1