Sophia estava com 7 anos, Jean não dava conta da menina, ele apenas trabalhava, na verdade, ele fugia de estar em casa, e se afundava no trabalho, em viagens nem sempre necessárias e horas extras sem importância. A relação com Julieta tornara-se insustentável. Ela ainda precisava de alguns cuidados, usava cadeira de rodas e exigia medicações constantes. Desde que acordou amou Sophia, mas ela não conseguia cuidar da menina e exigia que ele fosse uma pessoa que ele já não era. Ela queria que ele fosse divertido e engraçado, que ele as levasse para passear, reclamava quando ele se atrasava, reclamava do novo perfume dele, e de como seu cabelo havia mudado. Ela não amava aquele homem. Ela ainda amava o Jean de mais de 15 anos atrás, porque ela era a mesma Julieta de 15 anos atrás. E ele não sabia mais se amava-a, ele só sentia-se cansado o tempo inteiro. E por muitas vezes pensava se fez certo em querer ter um filho. Pois, agora isso mais o estressava, do que completava.
- Senhor Jean Clarence\, gostaríamos de marcar uma reunião\, com o senhor e a mãe de Sophia. - A diretora da escola dizia simpática.
- Está tudo certo? - Ele pergunta\, já sabendo que não deveria estar. Pois em nenhum lugar estava. A menina era rebelde e indisciplinada.
- Na verdade\, Sophia vem apresentando comportamentos inadequados\, e o seu aprendizado está bem abaixo da média. - Jean maneia a cabeça.
- Ok. O que nos sugere? - Ele pergunta apenas para fingir interesse.
- Bem\, temos uma professora muito boa\, que pode dar aulas de reforço para ela. Na área da aprendizagem a ajudaria muito. Mas no comportamento\, precisamos ver o que acontece em casa\, se algo mudou\, o que causa esses comportamentos nela. - Jean franze o cenho.
- Ok\, vou ver com minha esposa um dia\, e lhe aviso. Pode me passar o contato dessa professora?
- Claro. - A diretora passa o contato da Prof. Carol. Uma das melhores professoras do primário. - Ela é a melhor\, dá aula apenas um turno aqui na escola\, no outro ela dá aulas de reforço.
- Ótimo. - Jean força um sorriso e sai com a menina falante a seu lado.
- Porque o Carlos não veio hoje? - Sophia pergunta saltitando\, afinal sempre era o motorista que ia buscá-la.
- Ele teve médico.
- Que bom! Eu gosto quando o senhor vem me buscar. - Jean sorri instintivamente.
- Pai! Vamos ao McDonalds? - Jean inspira profundamente\, voltando a sua postura séria.
- Sua mãe nos espera para o jantar.
- Ah\, paizinho\, mas o senhor sabe que eu amo coca-cola e a mamãe\, não me deixa tomar! - Jean olha a pequena com os olhos brilhantes\, e suspira.
- Ok.
- Ebaa…
Era sempre assim, ele preferia dar o que ela queria do que explicar os motivos para não deixá-la tomar refrigerante, principalmente a noite, ou qualquer outra coisa que fosse. Ele a amava, era um pedacinho dele, mas não conseguia lidar com ela, e nem tinha tempo para isso.
Aquela noite ele e Julieta tiveram a sua maior briga. Sophia chegou elétrica em casa, por conta do excesso de açúcar, e sem fome, pelo hambúrguer que comeu. Julieta tinha pedido para prepararem lasanha para o jantar, e ficou furiosa por ele ter dado porcarias a menina. Ela acusou-o de não ser um pai presente, ele acusou-a de não se importar com ele, e no fim ela gritou que estava como estava por culpa dele. E aquilo o atingiu de tal maneira que arfou. A raiva em seu peito explodiu e ele gritou de volta.
- Você nem é a mãe dela! - Assim que suas palavras saíram\, ele viu o estrago que fez. Ela ficou em choque\, porque desde que acordou\, fez de Sophia sua vida. Ela sentia-se a mãe biológica da menina\, mesmo que não fosse. Ela amava-a porque era filha do homem que ela amava. Ou melhor\, o homem que um dia ela amou.
Ficaram sem falar por mais de uma semana, então Jean decidiu ligar para a tal professora, quem sabe se o rendimento escolar melhorasse, as professoras, não exigiriam sua presença, nem a da mulher com quem dividia a casa.
Ana Carolina estacionava o carro em frente a escola, quando sentiu seu celular vibrar. Trabalhava todas as tardes na escola, e nas manhã, atendia alunos, que iam até sua casa, ou na biblioteca da escola, para aulas de reforço escolar. Ela atendia tanto alunos com dificuldades escolares, como alunos com superdotação.
- Alô? - Atendeu\, segurando o celular entre o ombro e a orelha\, enquanto pegava suas bolsas e pastas.
- Olá\, é a Professora Carol?
- Sim\, ela mesmo. Quem fala?
- Sou Jean\, pai de Sophia\, aluna da tarde do primário.
- Sophia Clarence?
- Isso!
- Ah\, claro\, ela é da turma ao lado da minha. Em que posso ajudar?
- Bem\, a diretora me passou que ela está com problemas de aprendizagem\, gostaria de saber se tem um horário para dar aulas particulares a ela. - Ana Carolina pensou um momento.
- Acho que tenho vagas para as sextas-feiras.
- Pode ser! - Ele responde rápido\, não importava o dia\, apenas precisava que ela fizesse um milagre e aquela pestinha começasse a ler.
- Ok\, a partir das 9 horas da manhã\, está liberado.
- Ótimo\, essa sexta mesmo ela começa. - Diz e Ana sente um calafrio percorrer seu corpo. Aquela voz… não era estranha aquela voz.
- Como é seu nome mesmo? - Perguntou sentindo um frio na barriga.
- Jean Clarence. - Ana Carolina não se lembrava de ninguém com esse nome.
- Certo\, Senhor Clarence. Aguardarei Sophia.
- Qual seu endereço? - Ana informou o endereço\, e logo desligaram.
Ana ficou pensativa. O homem nem mesmo perguntou o preço das aulas! Balançou a cabeça e entrou na escola. Esses pais mais ricos tinham dessas. A escola ficava em um bairro rico da cidade, e ela morava no bairro ao lado, que também era um bairro bom, mas se enquadra mais em classe média alta. Tinha uma boa casa, com sala, cozinha, banheiro, dois quartos, sendo que um usava como sala de aula para os atendimentos dos alunos.
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Atualizado até capítulo 77
Comments
Suna
Boruto?
2024-08-09
0
José Nicolas Bonfim Ferreira
isso não é educar, é mimar
2024-03-09
2
José Nicolas Bonfim Ferreira
leva a menina pelo menos para passear
2024-03-09
1